Nesta sexta-feira, 2 de agosto, a saúde e as condições de trabalho foram os temas debatidos na terceira reunião de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, responsável pelas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), e a direção do banco.
A reunião ocorreu na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, e o representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na COE Santander, Claudio Merçon (Cacau), esteve presente.
para Cacau, “os valores que o banco recebe de clientes, pagam duas vezes a folha salarial dos funcionários do banco. Não aceitaremos que só acionistas saiam ganhando. Os trabalhadores, também, devem ser contemplados.”
A primeira reivindicação apresentada foi a manutenção da assistência médica aos aposentados, com mais de cinco anos de contrato com o banco, nas mesmas condições da ativa. “Só as tarifas pagas pelos clientes pagam duas vezes a folha salarial dos funcionários do banco. Não é possível que só os acionistas sejam beneficiados. Os trabalhadores se esforçaram muito pelo crescimento da empresa e na hora que mais precisam são abandonados”, reforçou a secretária de Relações Internacionais e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o Santander, Rita Berlofa.
O plano de saúde dos funcionários da ativa também foi abordado. Os representantes dos trabalhadores reivindicam um plano de saúde de qualidade e com ampla rede de atendimento credenciada aos seus empregados, sem qualquer distinção em relação a cargos ou funções, com ampla cobertura médica e hospitalar. Foram citados alguns problemas enfrentados atualmente em alguns estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. “Quando nós reivindicamos o plano de saúde de qualidade é para todos os trabalhadores do Brasil. Outra questão importante é a falta de reembolso para a grande maioria dos funcionários. Queremos equidade de condições e de tratamento”, apontou Wanessa Queiroz, coordenadora da COE Santander.
A assistência aos portadores de doenças crônicas, degenerativas, Aids, para pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes foi outra reivindicação apresentada. “Nós reivindicamos a não cobrança da coparticipação para este grupo. Bem como o limite de 10% dos salários na cobrança para todos os trabalhadores e transparência das informações do contrato”, explicou Wanessa.
A suspensão de metas após o retorno de licença saúde por um período de 60 dias, sem que haja prejuízo financeiro também foi debatida. “O sistema bancário é o setor que mais adoece os trabalhadores mentalmente. Por isso, é óbvio que um trabalhador que teve um afastamento de origem psicossocial não pode passar pelo mesmo cenário ao retornar, com a mesma carga de pressão, com as mesmas metas que o adoeceram”, destacou a coordenadora da COE.
A COE Santander reivindica também melhores condições de trabalho e o fornecimento de aparelhos de telefones aos empregados que estão em teletrabalho e trabalho externo, essenciais à execução de suas atividades.
O banco Santander se comprometeu a trazer uma resposta das cláusulas sociais na próxima reunião, agendada para 9 de agosto. Foi marcada ainda outra reunião, para discutir as cláusulas financeiras, no dia 16 de agosto.
*com informações da Contraf-CUT