A notícia de que o CSL – Centro de Serviços de Logística do BB, que funciona no complexo do Andaraí, será desmontado está preocupando os funcionários e mobilizando os sindicalistas do banco. Mas, em reuniões com a representação sindical, a direção do BB não tem fornecido muitas informações. No segundo encontro, realizado nesta terça-feira, não foram informados números precisos de vagas disponíveis para transferência.
Na reunião anterior, o banco já havia informado que os empregados serão transferidos para a rede de agências. Na de terça-feira, foi esclarecido que os funcionários terão prioridade para preencher as vagas abertas na rede e que até 30 de junho estas vagas estarão reservadas exclusivamente para os remanejados do CSL. Para os funcionários dos setores que serão transferidos para Belo Horizonte, há possibilidade de mudança para a capital mineira, para assumir o mesmo cargo, sem alteração de salário e jornada. Para estes, o banco se comprometeu a pagar todas as verbas de transferência previstas.
Embora não adiantem números, os representantes do banco adiantaram que há, de imediato, 140 vagas no município do Rio de Janeiro e um total de 176 na região metropolitana, espalhadas por 106 agências. Os representantes do BB ressaltam que esta é uma oportunidade de encarreiramento e de melhoria da qualidade de vida, já que os funcionários poderão optar por trabalhar mais perto de casa.
Os escriturários do CSL não terão nenhuma alteração de jornada ou salário. Já os assistentes terão que se adequar à jornada diferenciada da rede, que é de 6 horas, e terão uma redução salarial média em torno de R$ 200. O banco nega a redução, argumentando que o valor da hora de trabalho é mais alto e que o cargo de Assistente de Negócios de agência é mais elevado que o de Assistente B, que atua no CSL. Os gestores do banco sugerem que a realização de algumas horas extras por mês – o que é comum em agências, embora não seja frequente em departamentos – cobre a diferença com facilidade.
Posição
Já de saída, os sindicalistas presentes adiantaram que não aceitam a redução salarial. “Sempre defendemos a jornada de seis horas, mas não podemos aceitar que um bancário que tem sua jornada reduzida compulsoriamente tenha diminuição do salário mensal”, critica Adriana Nalesso, presidente do Seeb-Rio. Os bancários também deixaram claro que a decisão do BB não foi negociada, apenas apresentada já pronta, inclusive depois que etapas desta reestruturação foram implementadas em outras regiões. “Isto foi uma apresentação, não uma negociação. O banco já chegou com os planos prontos, não negociou com o movimento sindical”, destaca Adriana.
Apreensão
Depois da reunião com os sindicalistas, pela hora do almoço, os representantes do banco foram até o Complexo do Andaraí para apresentar a mudança aos funcionários que serão atingidos pela reestruturação. Os sindicalistas acompanharam a conversa e perceberam que o clima entre os empregados é de muita insegurança.
Segundo Luciana Vieira, diretora de Bancos Públicos do Seeb-Rio, os empregados foram reunidos no auditório em duas sessões para ouvir os representantes do banco. Nos dois grupos o clima era de apreensão. “Havia casos de pessoas que perderam comissão em reestruturações anteriores. E alguns se mostraram muito apegados ao posto de trabalho no Andaraí”, relata.
O sindicato vai continuar acompanhando o processo para assegurar que os direitos dos trabalhadores não sejam violados e que a adaptação dos transferidos aos novos locais de trabalho e novas tarefas seja satisfatória.
Pelo movimento sindical, além de Adriana Nalesso e Luciana Vieira, participaram também os dirigentes José Duarte Proença (Paquetá), José Henrique Rocha, Murilo Silva e Rita Motta. A Fetraf-RJ/ES foi representada por Paulo de Tarso. Representaram o banco a gerente DIREF, Sandra Navarro (por videoconferência); Rogério Coltrin, da Dinop; o chefe do CSL, Jair Miller; e o gerente da Gepes/Rio, David de Aquino Filho.
Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES