Dirigentes do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro fizeram ato em frente ao prédio administrativo do Santander no início da tarde desta segunda-feira. O protesto foi contra as últimas medidas abusivas do Santander, que demitiu 24 bancários durante a greve e está travando as negociações do Acordo Aditivo de Trabalho. Além disso, o banco implementou mudanças no plano de saúde que causaram prejuízos aos empregados. Em referência à “molecagem”, foram distribuídos pés-de-moleque aos empregados.
As demissões não se resumem à rotatividade, com substituição de bancários com salários elevados por outros com vencimentos menores. O banco vem encerrando postos de trabalho e, de janeiro a agosto deste ano, já cortou 2.495 vagas. No município do Rio de Janeiro foram encerradas 89 posições entre 1º de agosto e 24 de outubro, sendo que aconteceram 24 demissões durante a greve dos bancários.
As negociações do Acordo Aditivo estão emperradas, já que o banco se recusa a reajustar o PPRS, seu programa próprio de remuneração por produtividade. Sem o acordo, estes e outros direitos estão sob ameaça, principalmente os que são garantidos a funcionários oriundos dos bancos incorporados.
E o desconto da co-participação no plano de saúde aumentou de 15% para 20% sem negociação e sequer aviso aos empregados. “Fiz os meus exames de check-up no mês passado e levei um susto quando vi o desconto no contracheque. O banco não informou que aumentaria o percentual, foi lá e descontou”, relata Fátima Guimarães, funcionária do Santander e diretora do Seeb-Rio. O banco também mudou o enquadramento dos filhos entre 21 e 24 anos, que eram considerados dependentes e passaram a constar como agregados. Além da mudança e do débito a maior sem aviso, a medida contraria até a Receita Federal, que considera filhos nesta faixa etária como dependentes.
O banco também está economizando mixaria. A bonificação de dois salários para os empregados que completam 25 anos de casa foi cortada. Até o pãozinho servido como lanche para os funcionários deixou de ser oferecido.
Academia
O protesto foi realizado simultaneamente em três bases: Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. “Aproveitamos a data de inauguração das Academias, centros de treinamento e palestras que o Santander criou nestas três cidades. Circulou a informação de que o presidente do banco, Sérgio Rial, estaria numa delas para inaugurar o espaço. Mas ele preferiu ficar em São Paulo, na Torre, e fazer teleconferências com as outras duas unidades”, esclarece Luiza Mendes, diretora da Fetraf-RJ/ES. Mesmo com a ausência do presidente, os atos tiveram muito impacto, já que todos os superintendentes regionais estiveram presentes às inaugurações.