‘Risco extremo‘, a nova arbitrariedade do Itaú

Em mais uma manobra cruel contra seus funcionários, o banco começou a aplicar um novo tipo de advertência. O motivo é o tal “risco extremo”, que ocorre quando o cliente adquire mais de um produto, mesmo que seja da vontade dele.

O risco extremo começou a ser posto em prática em janeiro deste ano, mas as retaliações aos funcionários vieram depois. Há casos em que o Sindicato considera absurdos, como advertência aplicada em março referente à venda de produtos do mês de fevereiro.

Os bancários são punidos, sem que o banco detalhe os motivos da advertência, alegando superficialmente que a punição foi por causa de uma “má venda”. Isso cria um clima de preocupação e insegurança entres os funcionários.

Avaliação negativa

Para aplicar a advertência, o banco se baseia nas vendas dos produtos e no número de negócios realizados, alegando que mais de um produto cadastrado para um mesmo CPF pode gerar concentração de venda. Em alguns casos, o funcionário passa por uma avaliação negativa (feedback registrado). Entretanto, não é informado sobre que peso o feedback representa, em termos percentuais, para a tal punição.

O banco leva em consideração seis indicadores para aplicar as punições aos funcionários: índice de cancelamentos; vendas médias por CPF; vendas seguidas de cancelamentos; vendas seguidas de ressarcimento; e reclamações e ações cíveis.

O que tem deixado os funcionários mais apreensivos é o fato de que eles são pressionados a vender produtos. Antes de o banco começar a aplicar punições, eles recebiam elogios pelas vendas efetuadas.

“O problema é que as advertências podem se repetir, o que daria motivos para a demissão por justa causa. Vários bancários já estão com mais de uma advertência simplesmente porque estão fazendo o que o banco sempre exigiu: vender produtos”, Victor Barros, diretor da Fetraf-RJ/ES .

Vontade do cliente

Não existe qualquer documento que o cliente possa assinar, declarando sua vontade de adquirir o produto. O banco não permite. Mesmo que o cliente peça, o funcionário não pode oferecer vários produtos. Não há respaldo para os trabalhadores do banco.

“O Sindicato já fez uma denúncia ao Ministério Público sobre as irregularidades praticadas pelo Itaú. Vamos verificar a possibilidade de juntar ao processo mais essas arbitrariedades”, disse a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.

 

 

Fonte: Seeb-Rio