Os funcionários do Santander estão sendo pressionados a usar meios eletrônicos para realização de transações bancárias. Os gestores estão pressionando os bancários a usar internet banking e a instalar o aplicativo para celular para movimentação de contas. Quem não se cadastra recebe ligações frequentes para se cadastrar. E quem se cadastra e não usa, é pressionado a usar.
O Santander está se esforçando tanto para fazer seus funcionários substituírem as transações normais por virtuais que abriu linha de financiamento para compra de smartphones. Os bancários podem adquirir um dos modelos disponíveis e pagar em até 24 vezes, com juros.
Outra inovação tecnológica que está sendo imposta é o registro de impressão digital para uso como senha. Os funcionários são pressionados, sob alegação de que, dentro de alguns meses, somente o sistema de biometria será usado para acesso às contas correntes.
Perigos
Estes canais de atendimento sempre foram chamados de alternativos, mas o banco está fazendo os próprios bancários reduzirem o uso das outras formas de atendimento. O objetivo parece ser a redução cada vez maior da prestação de serviços nas agências.
Mas algumas pessoas têm receio de usar atendimento eletrônico ou virtual para transações bancárias e a autenticação por impressão digital pode pôr o cliente em risco. “No caso da biometria, nossa preocupação é com os sequestros-relâmpago, já que a única forma de acesso é o reconhecimento da digital. Há ainda o problema das pessoas que têm algum defeito permanente ou temporário nas linhas das digitais, o que dificulta a leitura pelos equipamentos. O aplicativo de celular também é arriscado, porque, além do risco de clonagem, a pessoa pode perder o aparelho ou ser roubada, e todos os seus dados bancários estarão nas mãos dos criminosos. O Internet Banking tem os riscos de qualquer transação virtual e muitas pessoas não gostam de usar”, enumera Fátima Guimarães.
Alternativo imposto
A suspeita de alguns sindicalistas é de que o banco esteja usando os empregados para testar serviços. O aplicativo de celular que o banco já oferece está muito aquém dos que são usados por outros grandes bancos privados. A biometria também já é usada por alguns concorrentes. Já o Internet Banking é bem antigo, mas a pressão para sua adoção também é grande.
O problema é que os bancários não estão testando voluntariamente os canais virtuais, mas sendo pressionados a aderir. “Se o banco quer que o empregado use os canais alternativos, deve fazer um trabalho de convencimento, não usar de autoritarismo para impor o uso”, critica Marcos Vicente, diretor do Seeb-Rio.
Fonte: da Redação