Durante os dias 23 e 24 de junho os bancários de Angra dos Reis, Itaguaí, Mangaratiba, Paraty e Seropédica votam para confirmar a chapa única que se candidatou à diretoria de seu sindicato. Serão 3 urnas volantes, que vão percorrer as 42 unidades bancárias da base, mais uma urna fixa na sede da entidade. Dos integrantes da chapa, 40 % são bancários que nunca exerceram mandato sindical, sendo que 23 % dos membros são mulheres.
Pelos próximos 4 anos os dirigentes representarão os bancários da base junto aos bancos em situações como assédio moral, escassez de funcionários, problemas com segurança bancária, demissões irregulares e outras questões. Os sindicalistas também terão o dever de construir as campanhas salariais junto aos seus representados, integrando o movimento local à mobilização nacional, para que sejam obtidos avanços em temas como índice de reajuste, PLR, demissões e rotatividade.
Com uma chapa com tantos bancários novos – e jovens, já que a maioria deles tem menos de 30 anos – o sindicato terá que investir na capacitação de dirigentes. Além do tradicional seminário de planejamento, a entidade deverá inscrever os novos sindicalistas em cursos de formação sindical e demais atividades que lhes permitam desempenhar bem a tarefa que têm pela frente. Outra questão a ser discutida, não só entre a diretoria, mas com toda a base, é o papel das centrais sindicais, que nem sempre é compreendido pela maioria dos trabalhadores.
Este esforço de formação tem como objetivo aproximar os bancários de sua entidade representativa. Os laços entre os dirigentes e os trabalhadores da base é forte, com visitas periódicas às agências e eventos que promovem maior integração entre os integrantes da categoria. Com um índice de sindicalização que aumentou no último mandato e chegou a 95 % nos bancos privados, o sindicato tem boa aceitação junto aos representados.
Nem tudo são flores
A base do sindicato é extensa e percorrê-la regularmente exige esforço, mas os membros da chapa não se intimidam e estão dispostos a continuar na estrada para visitar os bancários em suas agências. Esta ainda é a melhor forma de tomar conhecimento do que ocorre na base, permitindo que os dirigentes apresentem uma resposta rápida aos problemas do dia a dia.
Problemas como a escassez crônica de funcionários que leva o Itaú a determinar que a área operacional funcione em sistema de contingencia, atendendo somente em meio expediente, como aconteceu em Angra dos Reis e Paraty. Ou a paralisação do BB de Paraty no segundo dia útil deste ano em razão de dotação insuficiente, numa forma de pressionar o banco a contratar concursados, o que acabou acontecendo depois da pressão.
Os dirigentes também têm que lidar com graves falhas de segurança que facilitam a ação de bandidos. No mandato que está se encerrando, um assalto no PAB do Santander na Usina Nuclear causou a morte de um bancário e uma vigilante, em 2013. Mais recentemente, uma agência do Bradesco em Itaguaí foi arrombada no fim de semana e o sindicato teve que intervir para que a unidade só funcionasse depois de feitos os reparos na parede e na porta da tesouraria, destruídas pelos bandidos.
As demissões ilegais também exigem a atenção dos sindicalistas, que já promoveram a reintegração de cinco bancários, todos lesionados, desde novembro de 2014. Não é à toa que os departamentos mais procurados pelos trabalhadores são o Jurídico e o de Saúde.
A pressão de gestores para que bancários furem a greve também é grande. Já houve ocasião de gerente que “convidou” os bancários a entrarem para trabalhar e orientou os que se sentissem pressionados pelo piquete a registrar ocorrência na delegacia contra os sindicalistas. Ninguém foi.
Com um trabalho sólido e reconhecido, tendência é de que a chapa única seja confirmada com boa votação. Mas, isso, só as urnas vão dizer, a partir das 18h do dia 24, quando começa a apuração.
Fonte: Da Reda��o – Fetraf-RJ/ES