Seeb-Baixada paralisa Santander em Caxias por falta d’água

Depois de três dias sem água, uma agência do Santander no centro de Duque de Caxias não tinha mais como continuar funcionando. Diretores do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense paralisaram o atendimento na unidade para evitar que funcionários e clientes tivessem que permanecer no local em condições precárias de atendimento e trabalho. Somente a 15 minutos do final do expediente bancário, quando a água de um caminhão pipa saiu pelas torneiras, a agência foi aberta ao público.

A superintendência regional do banco tentou negociar, mas os sindicalistas não abriram mão da paralisação, apesar de muitas desculpas apresentadas. “Fomos informados de que o Santander tem contrato com uma empresa de carros-pipa do Rio de Janeiro e que, em função disso, a gerência não poderia contratar o serviço em Caxias mesmo. Mas a água não chegava e a agência já estava há três dias sem abastecimento. Pressionamos e a superintendência acabou liberando a contratação de um carro-pipa local”, relatou Roberto Domingos, diretor do Seeb-Baixada.

Projeto errado

Mesmo com a chegada do caminhão pipa – que veio de uma empresa que fica na vizinhança da unidade – o processo foi lento. “É um problema de engenharia: a agência tem duas caixas e uma cisterna. Só que a cisterna é pequena e a água entra primeiro nela, não é possível encher as caixas antes. É preciso esperar que toda a água da cisterna passe para a primeira caixa, para então enchê-la novamente e passar água para a segunda caixa. Este processo demora muito e só permitimos que a agência abrisse depois que a água saiu das torneiras”, esclarece José Laercio, coordenador do sindicato. Como o serviço foi demorado, a empresa fornecedora inflacionou o valor cobrado pela água: R$ 500.

Laércio também informou que a instrução da superintendência é de que o carro-pipa só seja pedido depois que a água já tiver acabado, mesmo que a administração da agência já tenha percebido que a cisterna está vazia e a água, no fim. “Daqui que venha o caminhão do Rio de Janeiro, a situação já fica ruim. O banheiro fica sujo, a faxina na agência não pode ser feita. Para os clientes não é tão difícil, porque eles ficam pouco tempo no local. Mas os bancários não podem sair da agência para, por exemplo, usarem o banheiro de outro estabelecimento. Isso é um desrespeito do banco para com seus funcionários. É inaceitável que, em pleno ano de 2014, o sindicato tenha que paralisar uma agência por falta d’água”, critica Laércio.

Permanente

O problema de abastecimento de água tem sido recorrente em todo o município de Duque de Caxias em função da estiagem prolongada. Além disso, a caixa d’água existente tem risco de contaminação, já que é comum haver fezes humanas sobre o telhado que protege o reservatório. “Há muitos usuários de crack na região e eles sobem e fazem suas necessidades lá”, informa Roberto. A superintendência tem conhecimento dos problemas, mas não toma uma atitude que dê uma solução permanente.

Os diretores do Seeb-Baixada reivindicaram à superintendência do Santander que tome três medidas para resolver o problema de água na agência: colocação de uma cisterna maior, para que seja possível fazer uma reserva capaz de contornar o abastecimento irregular; revisão do contrato com a empresa de carro-pipa, para que a agência tenha mais autonomia na contratação do serviço quando for necessário; e limpeza do telhado sobre as caixas e uso de alguma barreira para impedir o acesso dos dependentes químicos ao local.

Participaram da paralisação, além de Laércio e Roberto, os diretores Astrogildo Martins, Claudio Leite, Gentil Ramos e Ricardo Santos.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES