Sindicalistas pedem que governo Dilma ajude a proteger os empregos no HSBC

Preocupados com a situação dos mais de 21 mil trabalhadores do HSBC no Brasil, a Contraf-CUT, a Fetec/PR e os sindicatos dos Bancários de Curitiba e Brasília se reuniram com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nesta terça-feira (23), no Palácio do Planalto, em Brasília, e solicitaram apoio do governo federal na proteção dos empregos.

Na reunião, que também contou com a presença da vice-prefeita de Curitiba, Mirian Golçalves (PT), os representantes dos trabalhadores entregaram um documento ao ministro Miguel Rossetto, o qual destaca os prejuízos que um processo de demissão em massa pode trazer para os trabalhadores e também para a economia do País.

“Só no Estado do Paraná são sete mil funcionários. O HSBC é um dos maiores contribuintes da cidade de Curitiba. É incompreensível que, num mercado tão rentável para os bancos, um deles, subitamente, resolva sair do Brasil, depois de 18 anos aqui, com lucro de R$ 15 bilhões,” criticou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Pela Confederação, a reunião também contou com a presença do dirigente Sérgio Siqueira, membro da COE- Comissão de Organização dos Empregados do HSBC. Também fizeram parte da mesa o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Paulo Frazão, os presidentes do Sindicato de Curitiba, Elias Jordão e da Fetec-PR, Júnior Cesar Dias. Os dirigentes sindicais também ressaltaram que o objetivo foi levar a preocupação e os anseios dos trabalhadores ao governo federal.

Roberto von der Osten ainda aproveitou a audiência no Palácio do Planalto para reafirmar a necessidade de uma nova conferência nacional sobre o sistema financeiro. “Precisamos retomar a discussão sobre o papel social dos bancos e regulamentar o artigo 92 da Constituição, que dispõe sobre o funcionamento do sistema financeiro”, explicou.

Resultados

O ministro Miguel Rossetto se comprometeu a marcar uma reunião com o HSBC e solicitar informações com a matriz no banco, na Inglaterra. A senadora Gleisi Hoffmann também afirmou que buscará o diálogo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Banco Central para discutir o processo de venda do HSBC.

A Contraf-CUT também voltará a se encontrar com a direção do banco, em reunião quinzenal, conforme negociado no último encontro, em São Paulo, no início do mês.

CPI faz convocações, mas adia quebras de sigilo

Após um hiato de 50 dias sem apresentar qualquer novidade, a CPI do HSBC no Senado aprovou, na terça-feira, 23 de junho, a convocação de seis pessoas para depor na comissão. Entre os convocados, estão cinco diretores e ex-diretores do banco inglês.

Apesar do chamado para tomar depoimento, a quebra de sigilo bancário de 39 pessoas ainda não foi aprovada e será decidida na próxima reunião, marcada para o dia 30 de junho. Esse adiamento acabou irritando alguns senadores, entre eles, Randolfe Rodrigues (Psol-AP), vice-presidente da CPI. Ele acusou os suspeitos de envolvimento de enviar lobistas ao Congresso para “frear” as investigações. “CPI que não quebra sigilo não é CPI”, salienta. (Seeb-Curitiba).

 

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb-Curitiba