O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro fez mais uma paralisação em agências do Itaú que adotaram o horário estendido. Desta vez foi em Copacabana, com o fechamento de 16 agências. Independente do horário em que abrem ou fecham, todas as unidades que funcionam além do expediente padrão de 10h às 16h ficaram todo o dia sem funcionar.
E desta vez o sindicato não fez concessões. Nenhum bancário entrou para trabalhar, nem mesmo para a compensação ou para recolher envelopes do autoatendimento. “Hoje foi tolerância zero, não abrimos exceções. Endurecemos o movimento para que o banco perceba quanto o funcionalismo está indignado com as demissões, o horário estendido e o novo plano de saúde”, informa Jô Portilho, diretora da Contraf-CUT.
O Itaú tem batido recordes de demissões desde a fusão com o Unibanco e já extinguiu 14 mil postos de trabalho. O resultado disso é que os bancários que ficaram estão sobrecarregados. Com a escassez de funcionários, o atendimento também fica prejudicado. ‘Durante a paralisação, os clientes ficaram chocados com esta informação, que estava nos cartazes que afixamos nas fachadas. Alguns chegaram a perguntar se o banco estaria em vias de fechar. E também ouvimos muitas críticas e reclamações sobre o atendimento, porque as agências passaram a trabalhar com apenas dois guichês de caixa em funcionamento”, relata Jô.
O horário estendido, mote da paralisação, agrada aos clientes, mas, do modo como foi implantado, vem prejudicando os bancários. “Explicamos à população que não somos contra a ampliação do horário de atendimento ao público, tanto é que há anos o movimento sindical bancário reivindica que as agências fiquem abertas das 09h às 17h. Mas ressaltamos que isso tem que ser feito com a implantação de dois turnos de trabalho, para que a jornada de seis horas, que é prevista na CLT, seja respeitada. Do jeito que o horário estendido foi implantado, sem negociação e sem contratação de mais funcionários, não há condição. Os empregados do banco estão exaustos. Quando ouvem nossos argumentos, os clientes compreendem nossos motivos”, informou a diretora da Contraf-CUT.
Outro problema que vem atormentando os bancários do Itaú é o plano de saúde. O contrato com a Unimed foi rescindido e o banco criou a Fundação Saúde Itaú e contratou os serviços da Porto Seguros, que não tem tradição no mercado. “Com a mudança de operadora, o funcionário paga, mas não leva, porque no novo plano não há médicos credenciados suficientes. Mas nosso desconto em folha está sendo feito normalmente”, destaca Vera Luiza Xavier, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
O sindicato já deixou claro que vai manter a agenda de mobilizações até que o banco aceite negociar novas condições para o horário estendido, suspenda as demissões e regularize as pendências do plano de saúde.
Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES