A integração dos sistemas do HSBC e do Bradesco está causando problemas para os empregados do banco incorporado. O Bradesco determinou que funcionários das unidades que eram do banco britânico trabalhassem durante a integração, realizada no ultimo fim de semana, e ainda estabeleceu que estas agências ficassem abertas ao público de 8h às 17h nos dias 11, 13 e 14. Em Petrópolis e no Rio de Janeiro os sindicatos dos bancários impediram o funcionamento em horário estendido, para poupar os bancários. Dirigentes sindicais não permitiram que os trabalhadores fizessem trabalho extraordinário nesta quinta-feira, garantindo que cada bancário entrasse e saísse em seu horário normal de trabalho.
O problema é que as jornadas de trabalho estavam extrapolando em muito o máximo permitido por lei. Na segunda-feira o atendimento ao público foi feito em horário normal, mas os bancários trabalharam a partir das 8h e alguns chegaram a ficar até as 21h. “O pior foi que, além de trabalharem muito além da jornada, ainda ficaram sem comer. Ninguém tirou hora de almoço, porque tiveram que voltar rápido. E, depois de almoçarem, não receberam nem mesmo um lanche, e só saíram depois das 20h”, relata Claudia Botelho, diretora do Seeb-Petrópolis.
Como o banco mandou que fossem afixados cartazes informando o público de que haveria horário estendido de atendimento, os bancários tiveram ainda mais problemas. Além do serviço aumentado pela integração, tiveram que atender à demanda do público. “Como todos os outros bancos fecharam às 16h normalmente, muitos clientes e usuários foram para as antigas agências do HSBC em busca de atendimento”, relata Claudia.
Para os gestores a situação foi ainda pior. Trabalharam no sábado e no domingo e ainda fizeram jornadas longas na segunda e na terça-feira sem nenhuma remuneração. “Os gerentes não ganharam um tostão. Os vigilantes também não receberam horas-extras”, relata Leuver Ludolf, diretor do Seeb-Rio.
Além das irregularidades em si, o Bradesco também agiu ilegalmente ao não comunicar o expediente extraordinário. “O banco deveria ter comunicado ao movimento sindical, com antecedência prevista em lei, que convocaria funcionários para trabalhar no fim de semana. O Bradesco informou que comunicou ao Ministério do Trabalho, mas não temos como confirmar isso. De qualquer modo, os sindicatos também deveriam ter sido informados”, destaca Leuver.
Em Petrópolis o sindicato vai fiscalizar os horários de abertura e fechamento do banco até o final desta semana. No Rio de Janeiro o diretor regional Marcelo Magalhães informou que foi suspenso o funcionamento em horário extraordinário, mas os sindicalistas vão manter a fiscalização para verificar se o banco vai cumprir o que informou.