TECNOLOGIA SOCIAL ‘MADE IN MARÉ’

“Conexões de Saberes” é um exemplo de idéia que nasceu micro e atravessou fronteiras. Começou seis anos atrás no Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), uma ONG do bairro que reúne 16 favelas no Rio de Janeiro. Da experiência com os cursos pré-vestibulares, que inseriam jovens de origem popular nas universidades, mas não garantiam a permanência deles nas salas de aula, surgiu o projeto das bolsas de estudo para, ao mesmo tempo, mantê-los estudando e aproximar a academia da periferia.
Bem-sucedido na Maré, o projeto se espalhou por outras sete comunidades, em 2002. Dois anos depois, tornou-se programa da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad), em quatro universidades federais. Em 2005, 14 instituições de 13 estados participaram do programa, em benefício de 375 universitários.
Este ano, a iniciativa chegará a 40 universidades de todas as unidades da federação, anuncia Jaílson de Souza e Silva, coordenador nacional do projeto. Em 2006, serão destinados R$ 9 milhões ao “Conexões de Saberes”, premiado pela Fundação Banco do Brasil como melhor tecnologia social na área de educação.
Os estudantes ganham R$ 300 por mês (mesmo valor das bolsas de iniciação científica) por dois anos, período no qual devem produzir conhecimento sobre a universidade e os espaços populares onde vivem. Cada universidade tem entre 25 e 35 bolsistas, moradores de favelas ou periferias, negros, com renda familiar inferior a três salários-mínimos, filhos de pais com baixa escolaridade e envolvidos em atividades coletivas.
– A instituição dá o peso que achar conveniente a cada critério, de acordo com a realidade local. O mais importante é a troca de conhecimento entre universidade e comunidades, canais que historicamente nunca se comunicaram – festeja Jaílson

 

 

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