VEREADOR EM CAMPINAS (SP) COLOCA SEU MANDATO A SERVIÇO DA PROTEÇÃO AOS ANIMAIS

A política pode estar diretamente a serviço dos anseios do terceiro setor? A resposta é “sim” quando se observa, como exemplo, o trabalho do vereador Feliciano Nahimy Filho, da cidade paulistana de Campinas. O parlamentar é presidente da ONG União Protetora dos Animais – UPA -, entidade fundada por ele há quase cinco anos, e admite ter feito de seu mandato um instrumento para concretizar metas benéficas a seus protegidos.

Os projetos elaborados por Feliciano contemplam inúmeras espécies, desde bois até cães e gatos. Entretanto, os animais domésticos são os maiores beneficiários. No ano passado, o chamado “protetor dos animais” deu início a uma campanha de castração gratuita de cães e gatos nas favelas da cidade de Campinas, contando com o apoio de médicos veterinários voluntários.

“Com a ajuda de uma unidade móvel, equipada com vídeos explicativos sobre a importância da castração, percorremos a periferia da cidade realizando as cirurgias”, conta o vereador. “Agora será inaugurado um centro cirúrgico para esta atividade”, antecipa. A iniciativa pode parecer cruel a alguns olhos, mas evita uma reprodução desordenada que, depois, resulta quase sempre em abandono e maus tratos aos filhotes.

O vereador também protocolou um projeto de lei que obrigaria os veterinários a identificarem os animais recém-castrados, a fim de evitar que estes sejam submetidos a outra cirurgia deste tipo erroneamente. De acordo com Feliciano, isso evitaria o sofrimento e o risco de vida, além do desperdício de recursos. A iniciativa foi vetada pelo prefeito, porém, estima-se que o projeto será reapresentado neste ano.

Um projeto de lei proposto pelo vereador já foi sancionado pela Prefeitura de Campinas. A iniciativa denomina-se Cadastro Geral Animal – CGA. Segundo a lei, que está em processo de regulamentação, os donos de cães e gatos são obrigados a cadastrá-los junto à Prefeitura Municipal. No procedimento, os animais recebem uma plaqueta de identificação e tiram uma foto digitalizada para o banco de dados do Município. Segundo Feliciano, a idéia é ajudar os proprietários que perdem seus bichos de estimação. “Em Campinas, existem de 15 a 20 mil animais abandonados, aproximadamente. 70% deles foram perdidos por seus donos”, afirma Filho. O vereador completa: “A medida vai reduzir custos operacionais e eutanásias”.

Outro projeto parecido foi proposto por Feliciano Filho: a implantação de identificação eletrônica nos animais após a aplicação da vacina anti-rábica. “Isso vai facilitar o trabalho do Centro de Controle de Zoonozes – CCZ -, que pode descobrir com facilidade os donos dos animais abandonados”, comenta o vereador.

Os touros também entraram para a lista de defesa de Filho. Considerada a primeira vitória de seu mandato, a derrubada do projeto de lei que permitiria a realização de rodeios em Campinas foi resultado de uma campanha vereador a vereador feita por Feliciano sobre o sofrimento imposto aos animais nos eventos. De acordo com ele, a atividade trata-se de tortura disfarçada e exploração dos animais.

Outra proposta do vereador foi a de proibir a retirada das capivaras dos parques públicos e conseqüente doação a criadores particulares. “Este ato é moralmente indefensável, já que esses estabelecimentos pertencem à iniciativa privada e auferem lucros, aumentando sua renda”. Como alternativa para o problema, o vereador sugeriu que as capivaras fossem recolocadas em seu habitat natural. A proposta foi vetada pela prefeitura, e será reapresentada neste ano.

 


(Redação AmbienteBrasil – em 2/fev)


 


 

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