Uma tentativa de assalto à agência do Santander na Rua Hadock Lobo, na Tijuca, terminou com um vigilante morto com um tiro na cabeça no início da tarde desta terça-feira. Segundo informações preliminares, a quadrilha de sete assaltantes entrou aos poucos, alguns com armas falsas. Depois que o vigilante foi baleado e morto, o bando fugiu.
A agência é de porte médio e o movimento era fraco no momento da ação. O último bandido a entrar rendeu uma vigilante com uma arma falsa logo depois de passar pela porta giratória. Quando outro vigilante reagiu, o assaltante fez a guarda de escudo. Outro criminoso tomou a arma do terceiro vigilante da agência e disparou dois tiros − um deles, certeiro e fatal.
As marcas da violência ficaram na agência: uma bala na parede e a mancha de sangue no chão. O assassinato do vigilante à vista de todos abalou seriamente os trabalhadores e o público que estava na unidade no momento da ação criminosa.
Dirigentes do Sindicato dos Bancários se dirigiram à agência para prestar assistência e informações aos trabalhadores. Encontraram bancários e terceirizados em choque e a agência foi fechada. “A unidade não abrirá amanhã. Voltaremos ao local para acompanhar a visita da psicóloga do banco, que vai conversar com os bancários”, informa Marcus Vicente, diretor do Seeb-Rio.
O Santander não costuma emitir CAT em caso de assalto e o Sindicato dos Bancários está atento e vai pressionar o banco a fornecer o documento a todos os bancários que estavam na agência no momento do assalto. “O Santander exige que os funcionários se submetam a exames médicos para, só então, emitir a CAT. Mas muitos têm medo de perder o emprego e acabam não indo fazer os exames. Também há um temor muito grande de que, caso seja verificado algum problema, o bancário precise se afastar do trabalho e, no retorno, seja demitido. Mas uma situação traumática como esta pode provocar transtornos psicológicos sérios e é preciso que os trabalhadores tenham a CAT, que é uma forma de relacionar o assalto à doença”, orienta Marcos.
Por quê?
No ano de 2016, o Santander foi o banco com o maior número de agências assaltadas. A maior parte foi na mesma região, a chamada Grande Tijuca, que inclui os bairros do Maracanã, Vila Isabel, Rio Comprido e Estácio, além de uma ocorrência em Ramos e outra no PAB da sede da prefeitura.
No último domingo três dos cinco caixas eletrônicos do Santander localizados na sede da prefeitura foram arrombados. Os guardas municipais que fazem a segurança do prédio foram mantidos como reféns enquanto durou a ação.
A poucos metros da agência assaltada nesta terça-feira há unidades do Bradesco e do Itaú. O Santander tem sido alvo preferencial em vários locais da cidade e esta situação preocupa os sindicalistas. “Não entendemos por que isto acontece. Os assaltantes devem conhecer alguma vulnerabilidade do Santander que facilita as ações. Seja lá qual for esta fragilidade, tem que ser corrigida com urgência, porque tanto os trabalhadores quanto os clientes e usuários ficam expostos à violência”, exige Marcos. “Um vigilante, um trabalhador, perdeu a vida dentro de uma agência do banco e isso não pode ser ignorado”, acrescenta o dirigente.
Fonte: Fetraf-RJ/ES