Nos dias 22, 23 e 24 de agosto, ocorreu a 27ª Conferência Nacional das Bancárias e Bancárias.
Ao final do evento, 629 delegados (366 homens e 263 mulheres) da categoria aprovaram as resoluções com uma ampla agenda de reivindicações e propostas do movimento sindical bancário, com foco em questões econômicas, sociais e políticas. As resoluções destacam a defesa da democracia, a soberania nacional e a reeleição do Presidente Lula, posicionando-se contra o fascismo, as privatizações e a interferência externa, com adesão às manifestações de 7 de Setembro, organizados pelas centrais sindicais e movimentos sociais. Também foi aprovada a realização de atos em defesa do Banco do Brasil, contra “publicações inverídicas e maliciosas que disseminam informação em redes sociais, com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira”.
Uma delegação da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) esteve presente ao evento, e teve participação destacada.
“Foi uma conferência incrível, em todos os sentidos. Importante para a categoria bancária e, também, para a sociedade. Quero destacar a unidade existente. Todos juntos em prol dos mesmo objetivos. E valorizar os eixos e prioridades do movimento sindical: defender a soberania nacional, defender a democracia e defender melhores condições para os trabalhadores. Esse ano não discutiremos cláusula econômica (índice), mas teremos mesas e negociações fixas, para debatermos cláusulas sociais, que são muito importantes para as bancárias e bancários. Obrigado a cada Sindicato da Fetraf RJ/ES que se fez presente, tando nos encontros de bancos públicos e privados, quanto na conferência em si. A participação e representividade de cada região, foi essencial. Agora, vamos juntos, mais uma vez, lutar pelo que definimos. Até porque, luta nunca faltou de nossa parte. Juntos somos mais fortes!”, comentou Nilton Esperança, Presidente da Fetraf RJ/ES.
O vídeo sobre Burnout, produzido pela Federação, foi apresentado no evento e aplaudido de pé pelos presentes.
Na Conferência, ainda foi dada uma ênfase significativa à justiça tributária, propondo a taxação de grandes fortunas e a isenção de IR para rendas mais baixas, além da regulação das redes sociais para combater a desinformação. Os textos também abordam a defesa das empresas estatais e dos bancos públicos como propulsores de políticas de desenvolvimento do país, com a concessão de crédito para a classe trabalhadora, a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1. Também foi proposta a revisão do sistema financeiro nacional para combater juros abusivos, a atuação das fintechs e o fortalecimento da formação da classe trabalhadora, a modernização da comunicação e a mobilização sindical para enfrentar os desafios contemporâneos e promover a inclusão.
“As prioridades para a atuação do movimento sindical bancário neste próximo ano foram definidas depois de debates realizados em conferências estaduais e regionais, que trouxeram as propostas para serem aprovadas aqui na nossa 27ª Conferência. A partir desse processo de conferências, deliberamos fortalecer os atos de 7 de setembro, para defender a soberania nacional, defender o Banco do Brasil, bem como os empregos e os direitos, da saúde e condições de trabalho para as bancárias e dos bancários”, explicou a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Consulta Nacional
“Além disso, fizemos uma Consulta Nacional à categoria, que contou com 33.482 respondentes, para apurar quais as mobilizações as bancárias e bancárias de todo o país desejam que os movimentos realizem”, completou.
“Após uma profunda análise da conjuntura nacional e internacional, destacou-se a necessidade urgente de defesa da democracia, enfrentamento ao fascismo e proteção da soberania nacional. Querem entregar o Brasil de bandeja para outro país que quer continuar explorando nossas riquezas e impedindo nosso desenvolvimento e exercendo poder sobre os rumos do nosso país. E isso não podemos permitir”, ressaltou a presidenta da Contraf-CUT. “Por isso, vamos aderir às manifestações do dia 7 de setembro, somando forças às centrais sindicais e movimentos populares em defesa da soberania nacional e também pela redução da jornada e o fim da escala de trabalho 6X1, assim como pela taxação dos super-ricos e redução de IR para os trabalhadores com rendas salariais de até R$ 5 mil”, concluiu.
Neste mesmo sentido de defesa da soberania e da democracia, foi aprovada a realização de ato nacional no dia 27 de agosto, em defesa do Banco do Brasil, depois de ataques nas redes sociais iniciado na última terça-feira (19). Entre os ataques, há um vídeo feito por Eduardo Bolsonaro no dia 20, em que o deputado federal afirma que “o Banco do Brasil será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”.
Além da defesa do BB, o ato vai pedir a cassação dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO), além da prisão do advogado Jeffrey Chiquini, que defende o ex-assessor da Presidência do governo Jair Bolsonaro Filipe Martins. Ambos publicaram postagens, segundo o banco, difamatórias e contra a soberania nacional.
Pautas específicas
As pautas específicas da categoria bancária receberam destaque especial. “A mobilização da classe trabalhadora é crucial para a defesa do emprego bancário, e principalmente garantir condições de saúde e trabalho nas agências e departamentos bancários e a valorização da categoria”, completou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.
Resoluções
Foram aprovadas 14 resoluções:
- Realizar ato nacional no dia 27 de agosto, em defesa do Banco do Brasil;
- Reeleger o presidente Lula e apoiar candidaturas ligadas à classe trabalhadora;
- Resolução sobre a regulação, com estatização do Sistema Financeiro Nacional;
- Defesa dos Bancos e Empresas Públicas e a Importância dos Serviços Públicos;
- Saúde e Condições de Trabalho;
- Defesa da Soberania, da Democracia e do PIX;
- Justiça Tributária Já! Que os super ricos paguem mais, para que o povo pague menos;
- Regulação das redes sociais: uma urgência democrática!;
- Redução da Jornada e Fim da Escala 6×1;
- Resolução contra o fechamento de agências bancárias e em defesa do emprego bancário;
- Regulação do Sistema Financeiro Nacional;
- Formação da Classe Trabalhadora;
- Comunicação Popular na Era das Redes Sociais;
- Novas Formas de Mobilização.
Moções
Além das resoluções, foram aprovadas quatro moções:
- De repúdio às práticas de contratação fraudulenta adotadas pelo banco Santander;
- De apoio ao Supremo Tribunal Federal e em defesa da soberania nacional;
- Contrária à pauta de anistia geral e irrestrita aos participantes da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023;
- Pelo fim do genocídio do povo palestino.
*com informações da Contraf-CUT