Contraf-CUT cobra da Fenaban maior contratação de negros pelos bancos

A Contraf-CUT, federações e sindicatos cobraram na terça-feira (31) mais contratações de negros e negras pelos bancos, durante a mesa temática de igualdade de oportunidade com a Fenaban, em São Paulo. O número de trabalhadores e trabalhadoras da raça negra está abaixo do patamar de 19 % indicado pelo Mapa da Diversidade, em 2009.

A Fenaban apresentou novo levantamento e, na comparação entre junho de 2011 e junho deste ano, a população negra no setor passou de 17,59 % para 18,71 % . “O levantamento atual mostra um retrocesso na contratação de negros e negras pelos bancos em relação ao Mapa da Diversidade”, afirmou Andrea Vasconcelos, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.

Os dirigentes sindicais apontaram para a Fenaban o descaso dos bancos em relação à contratação desses bancários. Foi denunciado que a demissão de mulheres negras aumentou 14 % desde o ano passado em um dos bancos do sistema financeiro.

“Como se não bastasse o baixo empenho dos bancos na contratação de negros e negras, há instituições financeiras que ainda demitem os poucos trabalhadores que tem”, criticou Andrea. Os dados foram obtidos pelo movimento sindical através dos sites oficiais dos próprios bancos, através dos relatórios de sustentabilidade.

Segundo Andrea, ao confrontar os levantamentos, ficou evidente o contraste, o que levou a formalizar a denúncia. “Por esse motivo, solicitamos que sejam tomadas providências sobre o tema, uma vez que a quantidade de mulheres negras demitidas nos bancos desde o ano passado foi muito alta”, frisou Andrea.

Avanços na isonomia para casais homoafetivos

O acesso à cláusula 47ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que trata da isonomia de tratamento para casais homoafetivos, teve aumento de 190 % nos últimos três anos. Conquistada em 2009, o número de solicitações passou de 284 para 826 em junho deste ano, conforme dados trazidos pela Fenaban.

“A Contraf-CUT já foi premiada pela Parada LGBT de São Paulo por conquistar essa cláusula. Mas a maior satisfação é ver que a categoria está usufruindo dela”, avaliou Deise Recoaro, secretária das Mulheres da Contraf-CUT.

Ampliação da licença paternidade

A ampliação da licença paternidade para 180 dias (biológico e adotivo) também foi debatida. Os dirigentes sindicais destacaram que é fundamental tratar do assunto para fortalecer na prática as relações compartilhadas e para isso os pais precisam da mesma oportunidade para partilhar esse momento único com os filhos.

O 1º Fórum da Febraban de Diversidade, realizado no ano passado, já abordou o tema das relações compartilhadas. Na ocasião, uma das representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou a necessidade de conciliar o trabalho produtivo com o trabalho reprodutivo, entendendo este último como o cuidado com a casa e os filhos.

“Nossas reivindicações estão de acordo com a linha de defesa feita pela representante da OIT no Fórum. Estamos na vanguarda dessa discussão e defendemos a proposta pela ampliação da licença paternidade para 180 dias. A responsabilidade de manter a casa e criar os filhos deve ser dividida igualmente entre homens e mulheres”, destacou Deise.

A Fenaban disse que irá fazer uma avaliação do assunto, uma vez que a questão está presente na minuta de reivindicações da categoria e que pode ser tratada junto ao processo de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2012.

Programa de Valorização da Febraban

Os sindicalistas ainda enfatizaram a possibilidade de fazer parte da convenção coletiva o plano de ação referente ao programa de valorização da Febraban. “A entidade diz que essa é uma questão que está dando certo, então por que não convencioná-la?”, argumentou Andrea. Para ela, a estratégia dos trabalhadores é torná-lo um instrumento legal fazendo com que o direito seja estendido a todos.

Segundo Deise, a postura da Febraban mostra a insistência em se esconder atrás da denominação usada de “sistema financeiro”. A entidade se nega veementemente em apresentar os dados banco a banco, e nem sequer mostra se o banco é público ou privado. “Isto demonstra má vontade em resolver os problemas. O fato é que os piores resultados se escondem naqueles bancos que minimamente seguem o plano de valorização da diversidade”, criticou Deise.

Monitoramento da licença maternidade de 180 dias

A próxima reunião da mesa temática irá tratar do monitoramento dos dados referente ao retorno das bancárias que aderiram aos 180 dias da licença maternidade. “O nosso objetivo é verificar se estão garantidas as mesmas condições para as profissionais que estão retornando aos bancos”, apontou Deise.

Fonte: Contraf-CUT

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Reforma política e eleições municipais

Frei Betto *


 


É ingenuidade pedir ao poder para se autorreformar. Poder e governo são que nem feijão, só funcionam na panela de pressão. O fogo que o aquece e provoca modificações em seu conteúdo tem que vir de baixo. Da pressão popular.



Por isso, o Congresso empurra com a barriga a reforma política. Medo de que qualquer alteração nas atuais regras do jogo venha a diminuir o poder de quem agora ocupa o centro do palco político. Como está é ruim, mas como estará poderá ser pior para quem ousar propor a reforma.



Na falta de reforma política, o que vemos em torno não é nada animador. A democracia reduzida a mero ritual delegatário, os partidos cada vez mais parecidos entre si, os discursos cheios de palavras vazias, e o eleitor votando em A para eleger B, considerado o quociente eleitoral.



Na verdade, nem é justo falar em democracia, e sim em pecuniacracia, já que o dinheiro exerce, somado ao tempo disponível na TV, poder de eleger candidatos.



Estimativas indicam que, na capital paulista, apenas dois candidatos à prefeitura, Serra e Haddad, gastarão, juntos, R$ 118 milhões.



De onde jorram tantos recursos? É óbvio, de quem amealha grandes fortunas – bancos, empresas, empreiteiras, mineradoras etc. Cria-se, assim, o círculo vicioso: você investe em minha eleição, eu na sua proteção. Eis a verdadeira parceria entre o público e o privado. Como se constata na CPI do Cachoeira e nos cuidados que os parlamentares tomam quando é citada a Construtora Delta.



A pasteurização da política faz com que ela perca, a cada eleição, a sua natureza de mobilização popular, para se transformar em um negócio administrado por marqueteiros e lideranças partidárias. As “costuras” são feitas por cima; os princípios ideológicos escanteados; a militância é substituída por cabos eleitorais remunerados; os acordos são fechados tendo em vista fatias de poder, e não programas de governo e metas administrativas.



O eleitor é quem menos importa. Até porque a ciência do marketing sabe como manipulá-lo. Todos sabemos que o marketing consegue induzir as pessoas a acreditarem que a roupa do shopping é melhor do que a da costureira da esquina; refrigerante com gosto de sabão é melhor que suco de frutas; sanduíche sabor isopor é melhor que um prato de saladas.



Do mesmo modo, os candidatos são maquiados, treinados, orientados e produzidos para ocultar o que realmente pensam e planejam, e manifestar o que agrada aos olhos e ouvidos do mercado eleitoral.



A falta de reforma política impede inclusive o aprimoramento de nosso processo democrático. No Congresso, em decisões importantes, como cassação de mandatos, o voto é secreto. E isto é absurdamente constitucional. Princípio que fere a própria natureza da democracia, que exige transparência em todos os seus atos, já que os representados têm sempre o direito de saber como procedem seus representantes.



Hoje, no Brasil, o deputado e senador que você ajudou a eleger pode votar a favor e declarar ter votado contra. Mentir descaradamente. E agir segundo interesses escusos – tão frequentes nesse regime de pecuniacracia.



Há, contudo, uma novidade que escapa ao controle dos marqueteiros e das lideranças partidárias: as redes sociais. Através delas os eleitores deixam de ser passivos para se tornarem protagonistas, opinativos, formadores de opinião.



Uma sugestão ao eleitor(a): nessas eleições municipais, escreva em um papel 10 ou 20 exigências ou propostas a quem você gostaria de ver eleito vereador e prefeito. Analise quais prioridades merecem ser destacadas em seu município: Saneamento? Educação? Saúde? Creches em áreas carentes? Transporte coletivo? Áreas de lazer e cultura?



Caso tenha contato direto com candidatos, pergunte a ele, sem mostrar o papel, se está de acordo com o que você propõe para melhorar o município. Se ele disser que sim, mostre o papel e peça que ele assine.


Você verá o resultado.



* Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do Poder” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org <http://www.freibetto.org>  Twitter:@freibetto.


 






Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

Calendário ATUALIZADO da Campanha Nacional dos Bancários

   




















07 e 08 de agosto

Primeira rodada de negociações com FENABAN

10 de agosto

Primeira rodada de negociações com CAIXA

13 e 14 de agosto

Primeira rodada de negociações com BB

15 e 16 de agosto

Segunda rodada de negociações com FENABAN

7 de agosto

Segunda rodada de negociações com CAIXA

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Economia verde, economia includente

Frei Betto *

O Documento da ONU para a Rio+20 continha de positivo o reconhecimento de que a crise atual é estrutural, transcende os aspectos econômicos e financeiros, e resulta do esgotamento e das fragilidades do atual modelo capitalista de desenvolvimento.

Se o diagnóstico estava correto, a medicação agrava o estado do doente: a economia verde.

Esta economia não foge ao paradigma neoliberal de mercantilização dos recursos naturais. No frigir dos ovos, prioriza o capital privado.

A economia includente ou sustentável procura atender as necessidades e direitos de todos os seres humanos; promove a distribuição equitativa da riqueza e das oportunidades para a geração de renda e o acesso a bens e serviços públicos; e assegura, assim, condições de vida digna a toda a população, erradicando a pobreza e reduzindo as desigualdades sociais.


A crise atual é um momento privilegiado para se avançar na transição para novos modelos de governança, capazes de redirecionar os diversos capitais na criação de oportunidades de negócios e empregos que representem alternativas de desenvolvimento sustentável e sustentado.

Frente a esse cenário, o Instituto Ethos propõe Compromissos de Ação, entre os quais vale destacar: buscar a ecoefetividade de nossas atividades, por meio da redução do consumo total e da intensidade de insumos (como água e energia); reduzir emissões de gases de efeito estufa e mitigar seus efeitos já inevitáveis; investir no desenvolvimento de novas tecnologias, processos, produtos e modelos de negócio, pautados pelos princípios de sustentabilidade.

Propõe ainda o desenvolvimento territorial sustentável, contribuindo para erradicar a miséria e a pobreza; trabalhar por uma economia a serviço do desenvolvimento humano; implementar políticas e ações nas empresas e cadeias produtivas, visando ao desenvolvimento do capital humano e social, com ênfase equivalente à aplicada aos capitais econômico e financeiro, e a redução das desigualdades de oportunidades e remuneração em razão de origem social, racial, étnica, geracional ou de gênero.

Isso requer melhoria da governança e promoção da transparência e integridade, além do compromisso de trabalhar pela erradicação da corrupção e pelo estabelecimento de novas arquiteturas institucionais que prezem pela participação plural dos diversos atores sociais.

Há que enfatizar a importância do aperfeiçoamento dos mecanismos de promoção da integridade e da transparência dos processos de planejamento, decisão e operação, públicos e privados; e empenhar-se para o aperfeiçoamento do sistema político e da democracia.

É preciso também contribuir com conhecimentos e competências de modo a aprimorar as políticas públicas e fortalecer a gestão pública e dos mecanismos de controle e participação social, bem como exercer cidadania ativa e fiscalizadora, tanto nos processos eleitorais quanto durante os mandatos eletivos.

* Frei Betto é escritor, autor de “A obra do Artista, uma visão holística do Universo” (José Olympio), entre outros livros.

Fonte: Frei Betto

Campos: Sindicato faz pré-lançamento da Campanha Nacional

Diretores convocaram para assembléia de aprovação da minuta e
protestaram contra condições de trabalho e atendimento do Bradesco




Com um grande ato público que percorreu o centro e terminou no bairro elegante da cidade, os diretores do Sindicato dos Bancários de Campos fizeram, na manhã desta quarta-feira, dia 25, o pré-lançamento da Campanha Nacional dos Bancários 2012. Além da passeata, com muitas faixas, banda de música e carro de som, os dirigentes também fizeram visitas às agências, convocando os bancários para a assembléia do dia 27. A plenária tem como pauta a apreciação da minuta de reivindicações elaborada durante a 14ª Conferência Nacional dos Bancários e que deve ser aprovada pela categoria antes de ser entregue à Fenaban.


 


Os sindicalistas também retardaram em três horas a abertura de uma agência do Bradesco no centro da cidade em protesto contra a intransigência do banco nas negociações e as péssimas condições de atendimento.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

São Gonçalo também tem lei da fila

Foi publicada em Diário Oficial neste dia 25 a lei que limita a o tempo de espera por atendimento bancário em São Gonçalo a 15 minutos em dias normais e 30 minutos em dias de pico. As punições para as agências infratoras foram divididas em sete níveis, sendo a primeira uma advertência e a última a suspensão da licença de funcionamento da unidade.


 


A fiscalização ficará a cargo da prefeitura e os bancos terão noventa dias para se adequarem às exigências da nova lei. A nova legislação também obriga os bancos a disponiblizarem pelo menos 15 assentos para os clientes que têm direito a atendimento preferencial, além de bebedouros e banheiros para uso do público.


 


O projeto de lei foi apresentado à Câmara dos Vereadores de São Gonçalo pelo vereador Marlos Costa (PT).


 


 


Veja, abaixo, a íntegra do texto da lei já sancionada:


 





 


PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO 


ATOS OFICIAIS


 


 


Em, 25 de julho de 2012.


 


 


GABINETE DA PREFEITA


 


 


LEI Nº. 455/2012


 


 


EMENTA: DETERMINA AS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS OBRIGAÇÕES RELATIVAS AO ATENDIMENTO DOS USUÁRIOS DOS BANCOS SITUADOS NO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.


 


A PREFEITA DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO, no uso das suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e Eu sanciono a seguinte Lei:


 


Art. 1º – Os bancos com agências situadas no Município de São Gonçalo deverão efetuar atendimento em tempo razoável.


 


§1° – Para os fins desta Lei, entende-se como tempo razoável de atendimento, o prazo máximo de quinze minutos em dias normais e de trinta minutos em dias precedentes ou posteriores a feriados prolongados.


 


§2º – Nas agências de que trata o caput desta Lei, os bancos são obrigados a fornecer aos usuários senhas numéricas de atendimento que identifiquem a instituição bancária e a agência, registrem o horário de entrada e de efetivo atendimento, bem como disponibilizar em local visível a informação da escala de trabalho dos caixas e demais funcionários da agência.


 


Art. 2º – O atendimento preferencial, aos maiores de sessenta e cinco anos, gestantes, pessoas portadoras de deficiência física e pessoas com crianças de colo, será realizado através de senhas numéricas preferenciais e oferta de no mínimo quinze assentos de correta ergometria.


 


Art. 3º – Os bancos deverão disponibilizar em todas as suas agências, pelo menos, um bebedouro de água e um banheiro para uso dos clientes.


 


Art. 4º – Os bancos deverão exibir em local visível nas suas agências as seguintes informações:


 


I – o número desta Lei;


 


II – o tempo máximo de espera para atendimento nos caixas;


 


III – o direito a senha numérica onde conste horário de entrada e de atendimento;


 


IV- o direito a no mínimo quinze assentos para uso preferencial de idosos, portadores de deficiência, gestantes e pessoas com crianças de colo e;


 


V – os locais do bebedouro e do banheiro para uso dos clientes.


 


Art. 5º – O não cumprimento desta Lei sujeitará o infrator às seguintes penalidades, aferidas relativamente a cada agência onde se verificar a infração:


 


I – advertência, com prazo de trinta dias para regularização;


 


II – multa de dez mil reais na primeira autuação;


 


III – multa de vinte mil reais na segunda autuação;


 


IV – multa de quarenta mil reais na terceira autuação;


 


V – multa de oitenta mil reais na quarta autuação;


 


VI – multa de cento e sessenta mil reais na quinta autuação;


 


VII – suspensão da licença de funcionamento da agência, por prazo indeterminado.


 


§1º – A suspensão da licença de funcionamento somente cessará mediante a regularização do atendimento nos moldes previstos nesta Lei.


 


§2º – O auto de infração será publicado no Diário Oficial do Município.


 


Art. 6º – O Município disponibilizará meios eficazes para o recebimento das denúncias e respectiva averiguação, bem como para a fiscalização do cumprimento desta Lei.


 


Art. 7º – Os Bancos terão o prazo máximo de noventa dias, a contar da data da publicação desta Lei, para adequarem o atendimento ao público nas agências situadas em território do Município de São Gonçalo ao disposto nesta Lei.


 


Art. 8º – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogam-se as disposições em contrário.


 


São Gonçalo, 23 de Julho de 2012.


 


APARECIDA PANISSET


Prefeita


 


 


Projeto de nº. 023/2012 do Vereador Marlos Costa (PT)

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Bancários fecham minuta de reivindicações

Índice reivindicado é de 10,25 % e PLR de 3 salários, mais R$ 4.961



Foto: Leandro Taques – Contraf-CUT


A fria cidade paranaense de Curitiba recebeu nos dias 20, 21 e 22 de julho 428 homens e 201 mulheres escolhidos como delegados, mais 43 observadores de todo o Brasil à 14ª Conferência Nacional dos Bancários. O evento foi marcado por discussões que levaram à elaboração da minuta de reivindicações que será entregue à Fenaban no próximo dia 1º e traz as demandas da categoria referentes a quatro eixos principais: Remuneração; Emprego; Sistema Financeiro Nacional; e Saúde, segurança e igualdade de oportunidades.


Entre as cláusulas econômicas, têm destaque o índice de 10,25 % , pela projeção de inflação para 1º de setembro, em torno de 5 % , mais um aumento real de mais 5 % . A PLR reivindicada altera o modelo atual e é de três salários, mais parcela fixa de R$ 4.961,25. Também encabeça a lista a reivindicação de elevação do piso salarial da categoria ao salário mínimo necessário calculado pelo Dieese, que está em R$ 2.416,38.


Uma bandeira política importante definida na conferência foi a luta pela realização da Conferência Nacional do Sistema Financeiro. O governo federal já organizou conferências da Comunicação, da Saúde, do Trabalho Decente e outras, e ficou faltando discutir, entre outros temas, o sistema financeiro, para que as regras de atuação e o papel dos bancos sejam discutidos socialmente.


Outro tema importante foi o do emprego. Com a política de demissões adotada por alguns dos maiores bancos que atuam no país, a altíssima rotatividade e a ameaça de liberação das terceirizações, os bancários temem por seus empregos e pelos postos de trabalho. Entre as reivindicações colocadas pelos bancários está a adoção do princípio da Convenção 158 da OIT, que proíbe a demissão imotivada.


A 14ª Conferência Nacional dos Bancários seguiu a linha adotada pela organização nacional dos bancários nos últimos anos: a da unidade. Trabalhadores de todo o país se reuniram em torno dos objetivos comuns, deixando em segundo plano suas divergências em prol do sucesso da Campanha Nacional. “Tivemos uma conferência de excelente qualidade tanto nas palestras realizadas, como nas discussões políticas, que contaram com a participação democrática de todas as forças”, avalia Nilton Damião Esperança, vice-presidente da Federação e delegado à 14ª Conferência Nacional. Para o dirigente, é importante que este espírito se mantenha ao longo dos próximos meses para que os bancários estejam fortes para enfrentar a já esperada intransigência patronal. “Devemos manter esta unidade durante todo o processo de negociação para conseguirmos, no final, uma campanha vitoriosa para toda nossa categoria”, recomenda o dirigente.



Veja abaixo as principais reivindicações definidas na 14ª Conferência Nacional dos Bancários:



  • Reajuste salarial de 10,25 % , o que significa 5 % de aumento real.

  • PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.

  • Piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38).

  • Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

  • Auxílio-educação para graduação e pós-graduação.

  • Auxílio-refeição e vale-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00).

  • Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e ampliação da inclusão bancária.

  • Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.

  • Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários.

  • Mais segurança nas agências e postos bancários.

  • Previdência complementar para todos os trabalhadores.

  • Contratação total da remuneração, o que inclui a parte variável da remuneração.

  • Igualdade de oportunidades.

 


Saiba mais sobre a 14ª Conferência Nacional no site da Contraf-CUT:


Bancários querem reajuste de 10,25 % , PLR e piso maiores e mais empregos

Grupo propõe novas cláusulas de remuneração e remete índice à plenária

Grupo de Emprego destaca combate à rotatividade e à terceirização

Grupo prioriza construção da Conferência Nacional do Sistema Financeiro

Grupo reforça luta por mais saúde, segurança e igualdade de oportunidades

Cientista político defende regulação do sistema financeiro nacional



Fonte: Feeb RJ/ES com Contraf-CUT

Santander pressiona em reuniões com bancários da rede

Banco baixa o tom da conversa diante dos dirigentes sindicais

Sindicalistas do Rio de Janeiro foram acionados na manhã desta quinta-feira para atender à denúncia feita por funcionários do Santander que estavam participando de reuniões com um executivo do banco enviado de São Paulo. O executivo espanhol – que não se identificou para os dirigentes – reunia grupos de, em média, seis pessoas e fazia preleções que considerava “motivacionais”. Mas o tom da conversa não era estimulante, e sim, intimidador.

As reuniões foram com funcionários da agência Rio Branco, a maior do estado, que fica no prédio da sede administrativa do banco no Rio de Janeiro, o edifício conhecido como Realzão. Mas já houve reuniões com empregados de outras regionais.

Alguns funcionários informaram que houve intimidação e exposição das pessoas cuja produtividade estava abaixo das metas definidas. “O executivo perguntava a produtividade dos funcionários e quando obtinha a informação, questionava o motivo quando os resultados eram baixos. Ele não fez o ranking da agência, mas apontou quem tinha produtividade abaixo do esperado. Dá no mesmo. E, na palestra, que ele chamou de motivacional, o tom era de intimidação. E isso é proibido pela nossa Convenção Coletiva”, relata Marcos Vicente, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. De acordo com os funcionários, a reunião foi mais leve com os bancários da área operacional, mas a pressão foi forte com o pessoal da área comercial.

Vendo que os sindicalistas não deixariam o local sem escutar o espanhol, o superintendente os convidou a participar. Depois de muito pressionar, o executivo desceu o tom na presença dos dirigentes sindicais. A reunião teve palavras menos incisivas, mas a cobrança se manteve, bem como o uso de conceitos de competitividade ferrenha e ambição sem limites, tão comuns no meio corporativo. O executivo repetia que quem almeja boa remuneração precisa crescer na empresa e, para isso, deve se preparar e dar tudo de si. “Ele citou as filhas e falou em felicidade e realização pessoal. Mas depois veio com a conversa do dinheiro, insinuando que quem ganha menos é menos feliz e tem menos segurança. Aí, depois que todo mundo estava seguindo seu raciocínio, veio falar que o bancário precisa estudar, se preparar, se esforçar, trabalhar duro, etc., para alcançar patamares mais altos dentro da empresa”, relata Fátima Guimarães, diretora do Seeb-Rio.

Além da pressão, as reuniões serviram para reforçar os conceitos que o mundo corporativo incute nas consciências dos trabalhadores para instigá-los a fazer o que é preciso para que a saúde da empresa esteja garantida. “Tudo o que o executivo falava parecia que era para o bem do trabalhador, para garantir seu crescimento, para que alcançasse seus objetivos pessoais. Mas, na verdade, toda essa conversa fiada de sucesso é para o bem do capital, do lucro exorbitante, do bem estar do patrão”, analisa Luiza Mendes, diretora da Federação.

Os sindicalistas ressaltam que a cláusula 35 da Convenção Coletiva dos Bancários proíbe a exposição pública dos resultados dos bancários. Lembram também que o Santander assinou o Acordo para Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho para proporcionar um ambiente de trabalho saudável para todos os trabalhadores. Estes instrumentos garantem que os bancários não podem ser alvo de assédio moral ou de pressão exagerada por parte de seus superiores. Qualquer atitude irregular dos gestores, superintendentes ou executivos deve ser denunciada ao sindicato.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Greve das universidades públicas

Frei Betto *

Eis que esbarro no aeroporto com um amigo, alto funcionário do governo federal. Fomos colegas de Planalto nos idos de 2004. Fui direto ao ponto:

– E quando o governo acabará com a greve dos professores das universidades públicas, que já dura mais de 60 dias? Ela paralisa 57 das 59 universidades federais e 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica. São 143 mil profissionais de ensino de braços cruzados.

– O governo? – reagiu surpreso. ¾ Eles é que decidiram parar de trabalhar. Já é hora de descruzarem os braços e aceitar nossa proposta apresentada na sexta, 13 de julho. A partir do ano que vem um professor titular com dedicação exclusiva poderá ter aumento de 45,1 % .

– Sexta-feira 13 não é um bom dia para negociar… Sei que o PT tem tido sorte com o 13. Mas, pelo que me disseram professores, a proposta do governo está aquém do que eles querem. E só favorece os professores que atingiram o topo da carreira, e não os iniciantes. Como é possível  um professor adjunto, com doutorado, ganhar R$ 4.300, e um policial rodoviário com nível superior R$ 5.782,11?

– O que pedem é acima do razoável. E se a greve prosseguir, nem por isso o país para.

– Você parece esquecer que o PT só chegou à Presidência da República porque o movimento grevista do ABC, liderado por Lula, encarou a ditadura, desmascarou as fraudes dos índices econômicos emitidos pelo ministério de Delfim Netto e exigiu reposição salarial.

O amigo me interrompeu:

– Aquilo foi diferente. Máquinas paradas atrasam o país.

– Este o erro do governo, meu caro. Não avaliar que escola fechada atrasa muito mais. Quem criará as máquinas ou, se quiser, trará ao país inovação tecnológica se os universitários não têm aulas? Quem estanca a fuga de cérebros do Brasil, com tantos cientistas, como Marcelo Gleiser, preferindo as condições de trabalho no exterior? A maior burrice do governo é não investir na inteligência. Já comparou o orçamento do Ministério da Cultura com os demais? É quase uma esmola. Como está difícil convencer o Planalto de que o Brasil só terá futuro se investir ao menos 10 % do PIB na educação.

Meu amigo tentou justificar:

– Mas o governo tem que controlar seus gastos. Se ceder aos professores, o rombo nas contas públicas será ainda maior.

– Como pode um professor universitário ganhar o mesmo que um encanador da Câmara Municipal de São Paulo? Um encanador, lotado no Departamento de Zeladoria daquela casa legislativa, ganha R$ 11 mil. Um professor universitário com dedicação exclusiva ganha R$ 11,8 mil. Agora o governo promete que, em três anos, ele terá salário de R$ 17,1 mil.

– O governo vai mudar o plano de carreira. Professores passarão a ganhar mais em menos tempo de trabalho.

– Ora, não me venha com falácias. Quando se trata do fundamental – saúde, educação, saneamento – o governo nunca tem recursos suficientes. Mas sobram fortunas para o Brasil sediar eventos esportivos internacionais protegidos por leis especiais e comprar jatos de combate para um país que já deveria estar desmilitarizado.

– Você não acha que é uma honra o Brasil sediar as Olimpíadas e a Copa do Mundo? Não é importante atualizar os equipamentos de nossa defesa bélica?

– Esses eventos esportivos estarão abertos ao nosso povo, ou apenas aos turistas e cambistas? E quanto à defesa bélica, há tempos o Brasil deveria ter adotado a postura de neutralidade da Suíça e abolir suas Forças Armadas, como fez a Costa Rica em 1949. Quem nos ameaça senão nós mesmos ao não promover a reforma agrária para reduzir a desigualdade social e manter a saúde e a educação sucateadas?

Meu amigo, ao se despedir, admitiu em voz baixa:

– O problema, companheiro, é que, por estar no governo, não posso criticá-lo. Mas você tem boa dose de razão.

 


* Frei Betto é escritor, autor de “A obra do Artista – uma visão holística do Universo” (José Olympio), entre outros livros. www.freibetto.org <http://www.freibetto.org>  Twitter:@freibetto.






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Fonte: Frei Betto

:: A G E N D A :: Dirigentes do Santander se reúnem

Os dirigentes sindicais do Santander se reúnem no dia 31 de julho, terça-feira, a partir das 11h, no auditório da Federação. Em pauta, o novo modelo do portal RH; o Acordo Aditivo dos funcionários do banco; e informes gerais.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES