Sindicatos da base protestam contra demissões no Itaú


A quarta-feira, 23, foi marcada por paralisações e manifestações em agências do Itaú nas bases dos sindicatos filiados à Federação no estado do Rio de Janeiro. As atividades foram realizadas em cumprimento ao calendário nacional que marcou para esta data um Dia Nacional de Luta contra as demissões. Somente na base da Federação, entre janeiro e maio, o número de bancários demitidos chega a 548.


Na Baixada Fluminense houve paralisação de 24 horas nas agências Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti; em Campos o sindicato retardou a abertura das três principais agências no banco no município-sede, com assembleia dos funcionários pela manhã. Ao longo do resto do dia, houve manifestação com o material produzido pela Contraf-CUT; o Sindicato dos Bancários de Niterói fez paralisação de 24 horas das agências do município de São Gonçalo; em Petrópolis houve manifestação na maior agência da cidade, onde ocorreu a maior parte das demissões. Um jogador de futebol foi contratado para fazer embaixadas durante a manifestação, numa referência à campanha publicitária “Vamos jogar bola”; no município do Rio de janeiro houve paralisação de 24 horas em sete agências na Avenida Rio Branco, centro financeiro da cidade; no Sul Fluminense a maior agência de Volta Redonda teve sua abertura retardada até as 13 horas. Depois da abertura da unidade os sindicalistas fizeram caravana pelas demais agências do município. Os sindicatos de Angra dos Reis, Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo, Teresópolis e Três Rios fizeram manifestação e caravanas pelas agências do município-sede, usando o boletim específico produzido pela Contraf-CUT.


Na rua


O número de dispensas no município do Rio de Janeiro é maior que o dobro das demissões homologadas no interior do estado e no Espírito Santo. Ao todo, 368 bancários dispensados entre 1º de janeiro e 15 de maio. O sindicato fez greve de 24 horas em sete agências do Itaú no centro da cidade não só para cumprir a agenda nacional. A paralisação também denunciou mais uma onda de demissões que ocorreu na semana anterior, deixando desempregados 17 bancários. Dos demitidos, 14 ocupavam o cargo de Chefe de Serviço e três eram Gerentes Operacionais.


No interior do estado, o número de demissões chegou a 170. O segundo lugar ficou com a Baixada Fluminense, com 58 dispensas, seguido de Niterói, com 53. Em Macaé chegou a


 


haver uma demissão por justa causa, do total de cinco dispensas no período. Na base de Petrópolis, das 08 demissões, uma foi irregular – já que o bancário é portador de doença ocupacional – e está sendo contestada pelo sindicato. No Espírito Santo, 10 bancários foram demitidos e outros cinco pediram demissão. Somente na base do sindicato de Teresópolis não foi registrada nenhuma demissão no Itaú em 2012.


Menos funções


As demissões de chefes de serviço têm acontecido porque o banco está extinguindo a função. As mudanças começaram com a extinção do AG – Assistente de Gerência do


Unibanco, com promoção a gerente ou a chefe de serviço. A figura do tesoureiro já não existe mais no banco. “Entre o caixa e o Gerente Operacional, a única função intermediária é a de supervisor operacional, mas este cargo só existe em algumas agências de maior porte”, informa Leonice Costa, diretora da Federação e funcionária do Itaú, oriunda do Unibanco.


Enquanto o banco enxuga o quadro de pessoal, é mais que comum o desvio de função, com GOs e supervisores operacionais abrindo guichês de caixa. Esta situação não acontece somente nos dias de pico, mas cotidianamente, já que em muitas unidades o movimento é grande durante a maior parte do mês. E ainda há a pressão imposta pelo uso da famigerada “papeleta” ou “pasta”, que é entregue aos clientes com o horário de entrada na agência e apresentada ao caixa no instante do atendimento. Este recurso é usado para medir o tempo de fila e obriga estes profissionais a assumirem os guichês. “A papeleta deveria ser usada para verificar se as agências conseguem cumprir as leis da fila que existem em vários municípios de nossa base. O que defendemos é que unidades que não cumprem a legislação contratem mais bancários para melhorar o atendimento. Mas o controle de fila é mais uma maneira de pressionar os bancários para que atendam cada vez mais rápido”, pondera Leonice.


Veja, abaixo, os números das demissões no Itaú:




























































Angra dos Reis:

05

Baixada Fluminense:

58

Campos dos Goytacazes:

13

Espírito Santo:

10

   (+ 5 a pedido)
Itaperuna:

03


 

Macaé:

05

   (sendo1 por justa causa)
 Niterói:

 53

Nova Fribrugo:

06

Petrópolis:

08

   (uma irregular)
Rio de Janeiro:

368

Sul Fluminense:

14

Teresópolis

Três Rios

05

TOTAL

548

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

NOTAS FÚNEBRES

Faleceu no sábado, 19 de maio, Osmar Bento Torres, pai de Iomar Torres, diretor do Sindicato dos Bancários de Petrópolis. A família informa que a missa de 7º dia será no dia 24 de maio, quinta-feira, na igreja de Santo Antônio, no Alto da Serra.


D. Yolanda Fumax, mãe de Celso Fumax, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, foi sepultada no dia 21 de maio, no cemitério de Inhaúma.


A diretoria e os funcionários da Federação enviam suas condolências às famílias dos dois companheiros.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Santander: dirigentes realizaram reunião sobre condições de trabalho

Em reunião realizada na tarde da última quinta-feira, dirigentes do Santander decidiram publicar uma cartilha para explicar aos empregados do banco alguns detalhes sobre o Acordo Aditivo de Trabalho do banco. A decisão surgiu a partir do relato dos sindicalistas, que costumam ser abordados pelos trabalhadores com perguntas sobre os direitos garantidos pelo documento.



A reunião foi marcada para discutir problemas relativos às condições de trabalho nas agências. Entre as questões discutidas, o assédio moral foi um dos problemas relatados. “O banco continua colocando no sistema o desempenho individual de empregados da área comercial. Antes, até o nome era divulgado, mas o movimento sindical reclamou e agora somente a agência e o cargo estão disponíveis. Mas isso não garante sigilo, já que muitos sabem quem são as pessoas. Entendemos que o correto seria divulgar somente os resultados de cada unidade, não os individuais”, relata Paulo Garcez, dirigente da Federação.
Outro problema relatado foi a escassez de funcionários, que tem levado ao excesso de jornada e ao desvio de função. “Os sindicatos têm relatado que os coordenadores de caixa e os gerentes de atendimento estão trabalhando nos guichês. Mas eles não recebem a quebra de caixa, e isso é um problema”, argumenta Garcez. A preocupação dos sindicalistas é com as eventuais diferenças de caixa, já que estes funcionários teriam que tirar do próprio bolso para repor os valores.



Também foi relatado que a limpeza das unidades não está sendo feita da maneira correta. Os produtos usados para a higienização são insuficientes e inadequados, segundo informações dos empregados. “Há também o problema dos trabalhadores da firma que presta serviços de limpeza, que não têm recebido seus salários e tickets regularmente”, informa Garcez.



Participaram da reunião dirigentes da Federação e dos sindicatos da Baixada Fluminense, Niterói, Petrópolis e Rio de Janeiro.


 


Tiragem


 


A cartilha sobre o Acordo Aditivo será produzida com base no material elaborado pelo sindicato de São Paulo, mas com as informações específicas da nossa base. Os sindicatos têm até a próxima segunda-feira, dia 21, para informar a tiragem necessária para cobrir sua base.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Previdência em debate

A Federação promove no próximo dia 30, quarta-feira, às 10h, um debate sobre previdência. O evento, que terá a participação de Newton Carneiro (Diretor eleito da Petros e ex diretor da Anapar), e Francisco Antonio de Oliveira (coordenador da Anapar Rio de Janeiro), vai discutir a reforma da previdência e assuntos gerais relativos ao sistema previdenciário brasileiro. O debate terá a mediação de Sérgio Farias, diretor da Federação e conselheiro deliberativo da Anapar.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Encontros estaduais do BB e da Caixa

Está marcado para o próximo dia 26, sábado, a partir das 09h da manhã, o Encontro Estadual dos Funcionários do BB do RJ. O evento acontece no auditório da Federação e servirá para discutir as questões do funcionalismo fluminense que serão levadas ao Encontro Nacional. Também nesta ocasião serão eleitos os delegados que vão representar o estado no evento nacional.

Já o Encontro Estadual dos Funcionários da Caixa será realizado no dia 09 de junho, em local e horário a ser confirmado, no Centro do Rio. Além da tirada de delegados ao Conecef, o encontro será também o momento de preparar os representantes fluminenses para o evento nacional, apresentando os problemas e discutindo as propostas do funcionalismo da Caixa no estado.

A programação dos dois eventos ainda não está definida e será informada logo após a confirmação. Mais informações com o diretor para Bancos Federais, Ricardo Maggi, pelo número 7905-0707.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Entrevista: Jean Wyllys, deputado federal

Deputado do PSOL diz que Congresso é conservador e impede igualdade de direitos



Pouco antes de sua palestra, em 10 de maio, último dia do seminário sobre Visibilidade LGBT no Mundo do Trabalho, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) concedeu esta entrevista ao Jornal Bancário. Nela, trata de vários assuntos ligados ao tema e denuncia o caráter conservador do Congresso Nacional que impede a aprovação de leis voltadas para a justiça social e a igualdade de direitos.


Como o senhor analisa o fato da homofobia persistir em pleno século XXI?


Acho que persiste, principalmente porque continua sendo reproduzida pelos diversos aparelhos ideológicos de Estado, entre eles a escola, as Igrejas, as religiões cristãs, a publicidade, os meios de comunicação de massa. A persistência da homofobia está ligada à ausência de enfrentamento a estes aparatos de reprodução conceitual e à falta de políticas públicas de educação eficazes, que transformassem as escolas em espaços de formação de humanistas, de cidadãos, as próximas gerações. Se isto fosse feito, a médio e longo prazos, a homofobia não desapareceria de todo, mas seria arrefecida, da mesma maneira que aconteceu com o racismo e o antissemitismo. E por que arrefeceu? Porque houve um enfrentamento sério destes espaços onde o imaginário racista é reproduzido.


Foi positivo para reduzir o racismo a criminalização deste comportamento. Como está o projeto de lei que criminaliza a homofobia?


Sabe o que acho que foi eficaz no enfrentamento e na diminuição da força do racismo nas relações sociais? Foi o casamento interracial, muito mais que a lei que equipara o racismo ao antissemitismo. Essa conquista teve um impacto profundo, além de assegurar o estado de direito, os direitos civis para todos, o princípio da igualdade. E isso aconteceu porque os filhos miscigenados, O Estado não pode fazer distinção. E esses filhos passaram a frequentar espaços que antes eram exclusivos dos brancos. A lei que criminaliza a homofobia pode até ser boa, mas eu não acho que seja a melhor forma de enfrentar a homofobia. A melhor forma é o casamento igualitário, é garantir o direito do casamento também a homossexuais. É isto o que vai produzir uma modificação na legislação infraconstitucional produzindo uma verdadeira transformação cultural. As pessoas não são obrigadas a gostar dos homossexuais, mas têm que compreender que eles não podem ser destituídos de direitos por serem diferentes.


Você apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional para garantir este direito.


Sim, em parceria com a deputada Érika Kokay (PT-DF). Para que a PEC seja protocolada precisa de 171 assinaturas, eu já consegui 110. Mas para fortalecer o debate na sociedade e provocar uma pressão de fora para dentro sobre o Congresso Nacional, que é bastante conservador, iniciamos uma campanha pelo casamento igualitário, que vem contando com o apoio da sociedade civil. A ela aderiram grandes nomes ligados às artes, ao teatro, à pintura, à música, ao cinema, à teledramaturgia. Numa segunda fase vão entrar políticos, lideranças religiosas, intelectuais e, numa terceira fase, vamos chamar os cidadãos comuns a se engajarem, com depoimentos, na campanha pela coleta de assinaturas e pela aprovação, que precisa de 308 votos em dois turnos.


Há muitas dificuldade na aprovação de projetos como esse?


Hoje a nossa  briga é muito mais para garantir direitos da Constituição de 1988 do que para avançar. O Congresso Nacional é formado por uma maioria conservadora: a bancada evangélica, fundamentalista; a bancada católica; a bancada dos ruralistas; a bancada ligada aos banqueiros. Eles são maioria e impedem qualquer avanço no sentido de promover justiça social e igualdade de direitos. Há uma série de projetos para retroceder os direitos, no que diz respeito às terras dos povos indígenas e quilombolas; a redução das reservas florestais, através do Código Florestal; e a tentativa de criminalizar todas as formas de aborto, inclusive as decorrentes de estupro.


Qual a sua opinião sobre o projeto de decreto legislativo da bancada evangélica da Câmara dos Deputados que altera norma do Conselho Federal de Psicologia, permitindo que psicólogos tratem gays para que passem a ser heterossexuais?


É uma estupidez, reflexo de uma força política hoje muito bem articulada e com muito poder econômico que são as igrejas neopetencostais, na verdade, empresas neopetencostais. Elas não são tributadas, a Constituição garante a elas a isenção fiscal, que não é acompanhada de fiscalização por parte do Ministério da Fazenda. Elas não prestam contas à sociedade do dinheiro que arrecadam, o que abre brecha para que estas igrejas se transformem em pontos de lavagem de dinheiro. Tudo isto se converte numa máquina eleitoral. Eles elegeram uma quantidade muito grande de deputados. A ousadia de propor uma alteração no Código de Ética de um conselho é um abuso de um parlamentar que se acha com poderes pra contrariar um ponto pacífico na comunidade científica internacional, que é a certeza de que a homossexualidade não é uma doença, fazendo com que o Brasil altere acordos internacionais de direitos humanos.


Ainda é muito grande a violência contra homossexuais no Brasil?


É. Em 2011, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia, foram assassinados 360 gays no Brasil. Uma das características deste crime de ódio é que a pessoa não se contenta em tirar a vida, arranca os órgãos, fura os olhos, corta e enfia o pênis na boca.


Apesar de toda esta situação, vemos cada vez mais a sociedade se manifestar em favor da liberdade homoafetiva, com a participação cada vez maior de famílias inteiras, inclusive de crianças, nas marchas do orgulho gay. Esta é uma mostra de que a visão em relação aos homossexuais mudou?


Esta presença pode ser pela maior compreensão da pluralidade, da diversidade entre os homens, mas também as pessoas vão pra ver o espetáculo. Mesmo assim as paradas são positivas porque dão visibilidade a algo que antes era escondido debaixo do tapete.


Você sofre discriminação por parte dos outros parlamentares no Congresso Nacional?


Não uma discriminação evidente, mas velada, que está presente na maneira como eles tratam o tema da homossexualidade, como se articulam para se contrapor a minhas proposições legislativas que dizem respeito a este assunto. Nunca houve discriminação direta, porque, se houver, eu vou reagir, botando a pessoa no lugar dela. Por isso é que não há. Se estas pessoas reproduzem o discurso de que a homossexualidade é uma desgraça para a vida de qualquer pessoa e você tem lá um homossexual que é orgulhoso de sua condição e é bem-sucedido ao ponto de estar no Congresso Nacional, as pessoas não aceitam. Mas há conservadorismo, não apenas na direita, mas também, na esquerda, principalmente no movimento sindical, que é profundamente machista, sexista e homofóbico.


Que avanços o movimento LGBT conquistou até aqui?


Todos os avanços no Legislativo são no sentido de construir uma pauta, de abrir na esfera pública, no Congresso Nacional, um espaço para discutir esse tema. Não houve conquista legislativa. De 1995, quando a (senadora) Marta Suplicy (PT-SP) propôs o projeto de parceria civil entre pessoa do mesmo sexo, a 2012, quando propus a PEC do casamento civil, de lá para cá não houve nenhuma conquista. Mesmos nos dois mandatos de Lula, governo popular, democrático, não houve qualquer avanço em termos de aprovação de lei. Mas temos avanços no Judiciário, no STF, que deu sentença favorável à união estável, em políticas públicas de governos estaduais e municipais.


Bancárias e bancários homossexuais enfrentam discriminação e muitas vezes têm que esconder que são homossexuais. Ás vezes chegando a ser demitidos quando, por exemplo, tentam colocar seu companheiro ou companheira no plano de saúde, como foi o caso da bancária Márcia Líbano, do Itaú.


Aconselho que as pessoas saiam do armário. Têm que enfrentar (o preconceito), por mais doloroso que seja. Porque, fazendo isso, ele recompõe a vida afetiva e passa a viver sem medo. Se articula com organizações que podem ajudá-lo, inclusive na defesa do direito dele, para ser reintegrado, ou ir para outro trabalho. A dica que eu dou é: saia do armário. Nenhum banco vai suportar uma série de processos por homofobia. Ele vai ter que reverter a sua política.


Como você analisa esta questão da bancária Márcia Líbano, demitida pelo Itaú por ser homossexual?


O caso da Márcia não é o único, mas é paradigmático e pode ser convertido numa grande bandeira pelo fim da discriminação nas relações trabalhistas. Os sindicatos têm que abrir a sua pauta para isto. Vai ter que entrar a política de acesso a empresa. O trabalhador precisa, também, de políticas que assegurem o direito dele de escolher a maneira de amar, de incluir no plano de saúde, o direito de juntar sua renda com a do seu companheiro ou companheira para financiamentos. Tudo isso compõe a dignidade da pessoa humana. Abrir a pauta também para a questão racial, da acessibilidade, da terceira idade.


Como a Convenção Coletiva dos Bancários poderia ajudar a acabar com a discriminação?


A Convenção poderia ter uma cláusula proibindo perseguição a bancários e bancárias homoafetivos, prevendo punições a superiores hierárquicos que se utilizem deste expediente, como foi o caso do gerente da Márcia. E, também, cobrar das entidades que representam os bancos uma parceria para produzir uma cultura de respeito à diversidade, seja através de cursos ou de campanhas internas. E que as entidades sindicais, como está fazendo o Sindicato dos Bancários e a CUT, tomem a iniciativa de abrir esta discussão com a categoria.


Você vai desistir de concorrer à Câmara dos Deputados na próxima eleição?


Ainda não sei. A função de político é desgastante, no meu caso mais ainda, porque sou o único a tocar esta temática no Congresso Nacional. Ao mesmo tempo eu sei do valor que tem a minha presença lá dentro para a comunidade LGBT

Fonte: Seeb-Rio

Entrevista: Marcel Barros, candidato a Diretor de Seguridade da Previ

As eleições para a diretoria e os conselhos da Previ estão movimentando o funcionalismo do BB. A Previ é o maior fundo de pensão da América Latina e também o mais antigo do Brasil, anterior até mesmo à criação da previdência pública oficial. O estatuto do fundo prevê a eleição de representantes dos funcionários do banco – os associados – para os cargos de Diretor Executivo de Seguridade e titular e suplente para os conselhos Deliberativo, Fiscal, Consultivo do Plano 1 e Consultivo do Previ Futuro. Marcel Barros, ex-coordenador da COE-BB e ex-secretário-geral da Contraf-CUT, encabeça a Chapa 6 – Unidade na Previ, que tem apoio da Federação. Ele esteve no Rio de Janeiro no último dia 14 e concedeu à nossa reportagem a seguinte entrevista:



Quais são as propostas da Chapa 6 para a Previ?

Continuar administrando com responsabilidade e competência e aprimorando a gestão em favor dos associados.


 


No que diz respeito ao plano entendemos que devemos continuar usando os recursos do superávit para transformar em beneficio para os associados. Assim temos feito nos últimos anos, quando diminuímos a parcela previ em 2005, quando aumentamos o teto dos benefícios, de 70 % para 90 % do salário de contribuição. E também em 2010, quando criamos o BET – Beneficio Especial Temporário que acrescenta 20 % ao benefício dos associados e, para os que estão na ativa, criou uma conta que vai aportando 20 % do beneficio projetado, mês a mês, que o associado vai poder sacar quando se aposentar.


 


Neste caso do plano 1 é importante atentar para uma proposta que a gente pretende, com a utilização do superávit, que deve ocorrer este ano – fechando uma série de três superávits tem que abrir negociação para utilização destes recursos – nós estamos propondo diminuir a Parcela Previ. Isso é diferente do que algumas chapas propõem que é extinguir a Parcela Previ. Nós estamos alertando associados e associadas de que extinguir a Parcela Previ é prejudicial. Porque a Parcela Previ não é um redutor, é um fator que substitui o benefício do INSS. O objetivo da Parcela Previ é complementar o beneficio do INSS de forma que o aposentado receba uma remuneração similar à que recebia quando estava na ativa. Com a Parcela Previ, a pessoa pode até receber um pouco mais, porque ela não considera o beneficio do INSS. A Parcela Previ é R$ 2.100 e a grande maioria dos associados já ganha do INSS mais do que isso. Se acabar com a Parcela Previ, o valor do benefício do INSS entra no lugar. Como ela é maior, a Previ tem que complementar menos. Então, o que interessa, é manter a Parcela Previ e diminuir o valor, mas ela tem que continuar existindo. Traduzindo: alguém que tem salário de R$ 5 mil, a Parcela Previ sendo de R$ 2 mil, vai recebe R$ 3 mil da Previ. Se receber R$ 2.300 do INSS, vai receber da Previ os mesmos R$ 3 mil. A Parcela Previ serve para definir previamente qual vai ser o valor da complementação do salário, não pergunta quanto o INSS vai pagar. Se acabar com a Parcela Previ, também teremos que rediscutir a aposentadoria antecipada, porque não haverá o parâmetro para definir isso. As informações que a Previ passou são de que a grande maioria dos associados já recebe do INSS um valor maior que o da Parcela Previ e que a média também já é maior. Hoje a Parcela Previ é de R$ 2.100 e a média dos benefícios do INSS chega a R$ 2.200. Além disso, se acabar o Fator Previdenciário, praticamente todos vão receber mais que a Parcela Previ. Portanto, não compensa extinguir.


 


Com a utilização do Superávit, a gente quer reduzir a Parcela Previ, incorporar o BET e aumentar o teto do benefício de 90 % para 100 % do salário de contribuição.

Para o Previ Futuro há também propostas. O Previ Futuro, que é o plano de quem entrou no banco depois de 1998, não existe superávit, toda a rentabilidade é do plano. Quem fala em juntar os planos não sabe do que está falando. Não é viável e pioraria para todo mundo. No Previ Futuro, o que rende vai para o associado. Nossa proposta é diminuir taxa de administração, melhorar as condições do empréstimo simples e do financiamento imobiliário.

A crise da Europa afeta a Previ?

A crise na Europa tem repercussão direta em algumas empresas em que a Previ tem participação, como a Embraer e a Vale. A Vale tem como grande comprador a China, que produz muito para Europa e EUA. Se diminuir a demanda para estes países, consequentemente a Vale vai vender menos. Mas é uma empresa. A Embraer teve alguns pedidos suspensos logo que começou a crise, em 2008, mas já se estabilizou. E mesmo o Brasil tem comprado mais da Embraer. Então, não há um impacto significativo nas contas. Tudo fica, meio, andando de lado, mas não significa perda, porque nada foi realizado. A Previ não vendeu estes ativos de renda variável, somente parou de fazer negócios. E na contabilidade, muitas coisas são contabilizadas a valor de mercado e, então, ficaram estagnadas.

O que muda com a saída de Ricardo Flores?

Para nós, não impacta em nada. Qualquer pessoa que venha para o lugar dele será alguém que vai representar o banco. Seja lá quem for, vai trazer a proposta do banco para dentro da Previ. Então, para nós, associados, e para quem for representar os associados, é indiferente. Será alguém que vai chegar trazendo a proposta do banco. É importante que quem estiver representando os associados tenha firmeza e tenha o respaldo das entidades – sindicatos, associações de aposentados, AABBs – para fazer o embate diário com a representação do banco.







A Eleição



  • A votação vai de 18 a 29 de maio.
  • Funcionários da ativa votam pelo SisBB. Aposentados votam pelo telefone 0800-729-0808 ou pelo site da Previ (http://www.previ.comm.br), usando a mesma senha de seis dígitos usada para acessar o autoatendimento da Previ.
  • O mandato é de 04 anos e começa em 1º de junho.



 

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

AGENDA: Reunião dos dirigentes do Santander

Acontece no próximo dia 17, quinta-feira, às 14h, no auditório da Federação, a reunião da Comissão Interestadual do RJ e ES dos dirigentes sindicais do Santander. O objetivo é discutir as condições de trabalho nas agências do banco. Mais informações com Paulo Garcez, pelo telefone 8220-1680.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Entrevista: Miriam Fochi, diretora eleita de Planos de Saúde e Relacionamento com os Clientes da Cassi

A escolha dos representantes dos usuários na gestão da Cassi movimentou os funcionários da ativa e aposentados do BB na primeira quinzena de abril. A Chapa 1 – Cuidando da Cassi, apoiada pela Contraf-CUT e pela Federação, foi vitoriosa. A posse está marcada para o dia 1º de junho, em Brasília. A cabeça da chapa, a bancária Miriam Fochi, concedeu, por e-mail, a seguinte entrevistas.



1. Como foi a disputa eleitoral com quatro chapas?


Quando o processo é democrático é natural que haja mais chapas inscritas. A disputa é mais difícil, é claro, mas os associados têm a oportunidade de conhecer as propostas de cada chapa e assim fazer a escolha que julgam melhor. Nessa eleição, tivemos algumas novidades proporcionadas pelo projeto “ANABB NAS ELEIÇÕES”, que permitiu a publicação de entrevista, bem como debate ao vivo o que, sem dúvida, permitiu igual oportunidade a todas as chapas.


A disputa ficou polarizada entre três chapas, mas, além da história de luta em defesa do funcionalismo do BB, a nossa Chapa também tinha um programa que vem ao encontro dos anseios dos associados da CASSI.


2. A diretoria de Planos de Saúde e Relacionamento com os Clientes é onde chegam os maiores problemas dos usuários. Qual o maior desafio que esta diretoria representa?


São muitos os desafios mas entendo que o maior desafio está no dilema de ter que formar uma rede que atenda aos associados em sua plenitude e, ao mesmo tempo, respeitar as limitações financeiras da nossa caixa.


3. Sai Denise Lopes Vianna, entra Mirian Fochi. O olhar feminino é um diferencial para este cargo?


Sim, acredito que o olhar feminino apresenta maior sensibilidade. Mas, mais importante que o olhar feminino é a vontade política de buscar soluções para as demandas, bem como contar com o apoio de entidades representativas do funcionalismo. Digo isto pois a nossa chapa contou com o apoio de mais de cem sindicatos cutistas em todo o pais, bem como da FENABB e aproximadamente 500 AABB’s, além de dirigentes de boa parte das Associações de Aposentados. E este apoio fortalece a luta para melhorar a nossa CASSI e implementar nossas propostas.


4. A Cassi teve períodos recentes de crise, com o atendimento prejudicado em razão do relacionamento difícil com os profissionais e estabelecimentos credenciados. Como está a situação da Cassi hoje com relação aos credenciamentos?


Existem dois pontos a serem abordados nessa questão. O primeiro diz respeito aos problemas estruturais – tecnologia, processos, treinamentos – vividos pela Cassi em um passado recente, mas que hoje se encontra numa situação um pouco melhor. Por outro lado, a falta de um acompanhamento mais próximo dos prestadores durante este período, deixou sequelas, principalmente no tocante ao relacionamento. Pretendemos estreitar essa relação por meio de um atendimento mais personalizado e utilizar o Banco, os conselhos de usuários, os sindicatos e ECOAs, como parte de um grupamento que ajude a CASSI a melhorar a sua rede.



5. Os demais integrantes da Chapa 1 vão assumir cargos nos conselhos Deliberativo e Fiscal. Qual a marca que os representantes do funcionalismo pretendem imprimir à gestão da Cassi?


Uma gestão voltada para os associados, cujas principais marcas sejam o cuidado, a agilidade, a desburocratização, a responsabilidade, a ética e a transparência.


6. Há algum tempo se cogita dentro da Cassi a criação de um plano de saúde voltado para o mercado. Caso isso venha a se concretizar, que impactos causaria para os funcionários do BB e seus dependentes?


Os principais impactos seriam o alto custo, menos benefícios, a não participação na gestão e, principalmente, a possibilidade de ser “excluido” do plano quando o associado começar a demandar muito por saúde.


7. O que espera realizar durante sua gestão?


Nosso foco será voltar a gestão para os associados, agilizando processos e autorizações, melhorando o atendimento e prestando correta e tempestivamente as orientações de que precisam.


Queremos investir em saúde preventiva e, com isso melhorar a qualidade de vida dos associados e reduzir custos para os próprios associados e também para a CASSI, fechando os ralos por onde o dinheiro está saindo por falta de controle.


Também trabalharemos intensivamente para aumentar os credenciamentos, desenvolvendo uma política de relacionamento com os prestadores de forma a fidelizá-los e, com isso, dar mais tranquilidade aos nossos associados. Vamos lutar para melhorar e agilizar o atendimento a todos os credenciados e, assim, estabelecer uma parceria duradoura.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Trabalho doméstico no Brasil: quase oito milhões na invisibilidade

O tempo passa, a sociedade hoje está globalizada, interligada, os meios de comunicação, de ação social e sindical são outros, são muito mais eficientes que há 20 anos. Contudo, não caminhamos e nem avançamos tanto assim. Ainda existe escravidão no Brasil, mais de 20 mil trabalhadores, dentre eles, muitos homens, mulheres e até crianças submetidas à condição análoga a de escravos. Uma vergonha, uma chaga que precisamos por fim.  A grande maioria em áreas rurais, mas existem vários casos de trabalho escravo urbano. É nosso dever libertar esses trabalhadores do horror e do sofrimento.

A nossa história está impregnada, permeada e cheia de ranço da escravidão. O trabalho doméstico é outro que traz essa reflexão. Ele é executado por cerca de oito milhões de trabalhadores, destes, 95 % são mulheres, a maioria negras. E ainda temos mais de 300 mil crianças, na sua maioria meninas, executando a tarefa de trabalhadoras domésticas. Meninas em busca de uma vida melhor, mas tiveram a infância roubada, muitas trabalhando em troca de casa e comida. Estão fora da escola, excluídas da sociedade e são tratadas como mercadoria.

Apenas 20 % das trabalhadoras domésticas têm carteira assinada. As demais não tem esse direito mínimo garantido. Trabalham de forma precária, muitas são assediadas moralmente e sexualmente, vivem em completa invisibilidade social. O trabalho doméstico está muito longe do trabalho decente, de garantir a dignidade humana às pessoas que o executam. Trabalho desvalorizado, baixa remuneração, é como se as trabalhadoras vivessem, muitas delas, em regime de servidão.


 


Se o trabalho doméstico é fundamental para o funcionamento e fortalecimento da economia, deveria ser reconhecido como profissão e ter todos os direitos garantidos. Não podemos falar do empoderamento das mulheres, quando tantas outras mulheres são invisibilizadas, discriminalizadas e exploradas pela sociedade patriarcal, machista e capitalista.

Ratificar a Convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho é garantir à igualdade de direitos e proteção às trabalhadoras domésticas no Brasil. É necessário que pelo menos dois países ratifiquem a Convenção para que ela entre em vigor.

Clamamos tanto por uma sociedade mais justa, igualitária e desenvolvida, porém, parece que estamos cegos, ou não queremos enxergar o óbvio: o desenvolvimento não se dá através da exploração de pessoas, principalmente quando a maioria delas são mulheres, negras, com pouco estudo. Esta reflexão deve ser feita por todo o movimento sindical, mas também por toda a classe trabalhadora do país que deve ser solidária e agir, buscando mecanismos de pressão junto ao poder público para garantir a ratificação da Convenção 189 da OIT.

O desenvolvimento se constrói com trabalho doméstico digno, com o fim da invisibilidade e o reconhecimento total de direitos. Não podemos mais tolerar desigualdade.




*Virgínia Berriel é secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RJ


 

Fonte: Por Virgínia Berriel