ES: Seis agências do Unibanco estão fechadas por falta de condições de trabalho

As agências do Unibanco localizadas na Reta da Penha, Enseada do Suá e Jerônimo Monteiro, em Vitória, e as unidades dos municípios de Vila Velha, Cariacica e Colatina estão paralisadas nesta quinta-feira, dia 14, em função da falta de condições de trabalho e atendimento ao público.


 


“Faltam portas de segurança e sobram entulhos e poeira nas agências. Isso demonstra a falta de respeito aos bancários e clientes. O banco deveria transferir o atendimento durante as obras, mas isso não está acontecendo. Essa é uma paralisação por melhores condições de trabalho”, afirma o secretário geral do Sindicato dos Bancários/ES, Carlos Pereira de Araújo (Carlão).


 


As reformas nas agências do Unibanco estão acontecendo em todo o país devido à fusão do banco com o Itaú. Trata-se da adequação ao desenho padrão das agências do Itaú. No Espírito Santo, ainda restam sete agências do Unibanco, sendo cinco na Grande Vitória, uma em Cachoeiro de Itapemirim e outra em Colatina. As demais já estão com a bandeira do Itaú.


 

Fonte: Seeb-ES

“Desinformação” não serve à democracia

 



Por: João Peres, Rede Brasil Atual 

 
“Vão pintar a saracura, como diria minha mãe. Mas é isso aí. Deixa pintar a saracura que nós ficamos em pé”, diz professora da USP (Foto: Filipe Chaves/UFMG)
São Paulo – Marilena Chauí pensa que a velha mídia está nos seus estertores. A filósofa e professora da Universidade de São Paulo (USP) entende que o surgimento da internet, o crescimento das alternativas e as atuais eleições delineiam o fim de um modelo.
A professora, que deixou de escrever e de falar para a velha mídia por não concordar com a postura de vários desses veículos, entende que a imprensa tem papel fundamental para a ausência de debate de temas-chave nas atuais eleições, alimentando questões que favorecem à candidatura de José Serra (PSDB).
Ela considera que não é possível falar de democracia quando se tem o poder da comunicação concentrado em poucas famílias, sem que a sociedade tenha a possibilidade de contestação. Após ato pró-Dilma Rousseff (PT), na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro da capital paulista, a filósofa manifestou à Rede Brasil Atual que os ruralistas e a classe média urbana são os setores que alimentam o ódio a Lula.
Marilena Chauí aponta, sempre em meio a muitos gestos e a uma fala enfática, que o presidente jamais será perdoado. O motivo? Combateu a desigualdade no país.
Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista.
Rede Brasil Atual – O único ponto aparente de consenso entre os institutos de pesquisa é quanto à aprovação do governo Lula. Que grupos estão entre os 4% da população que consideram ruim ou péssimo o desempenho do presidente?
Marilena Chauí – É um mistério para mim. Tudo que tenho ouvido, sobretudo no rádio, em entrevistas sobre os mais diversos temas, vai tudo muito bem. Os setores que eu imaginaria que diriam que o governo ruim não são. Surpreendentemente.
Mas há dois setores que são “pega pra capar”. Um é evidentemente a agroindústria, mas é assim desde o primeiro governo Lula. Eles formam esse mundo ruralista que o DEM representa. Não são nem adversários, são inimigos. Inimigos de classe.
“A classe média urbana, que está apavorada com a diminuição da desigualdade social e que apostou todas suas fichas na ideia de ascensão social e de recusa de qualquer possibilidade de cair na classe trabalhadora. Ao ver o contrário, que a classe trabalhadora ascende socialmente e que há uma distribuição efetiva de renda, se apavorou porque perdeu seu próprio diferencial. E seu medo, que era de cair na classe trabalhadora, mudou. Foram invadidos pela classe trabalhadora.” – Marilena Chauí


O segundo setor é a classe média urbana, que está apavorada com a diminuição da desigualdade social e que apostou todas suas fichas na ideia de ascensão social e de recusa de qualquer possibilidade de cair na classe trabalhadora. Ao ver o contrário, que a classe trabalhadora ascende socialmente e que há uma distribuição efetiva de renda, se apavorou porque perdeu seu próprio diferencial. E seu medo, que era de cair na classe trabalhadora, mudou. Foram invadidos pela classe trabalhadora.
Rede Brasil Atual – Os trabalhadores têm reconquistado direitos e, com isso, setores do empresariado reclamam que há risco de perda de competitividade pelo mercado brasileiro.
Marilena Chauí – Isso é uma conversa para a campanha eleitoral. É coisa da Folha, do Estadão, do Globo, da Veja, não é para levar a sério. E se você for lá e pedir para provar (que perderia competitividade), vão dizer que não falaram, que foi fruto das circunstâncias. Eles sabem que é uma piada isso que estão dizendo, não tem qualquer consistência.
Rede Brasil Atual – A senhora passou por uma situação parecida à da psicanalista Maria Rita Kehl, agora dispensada pelo Estadão por ter elogiado o governo Lula…
Marilena Chauí – Não foi parecida porque não fui demitida. Eu disse a eles que me recusava a escrever lá. Tanto no Estado quanto na Folha. Tomei a iniciativa de dizer a eles que não teriam minha colaboração.
Quando li o artigo da Maria Rita Kehl, pensei mesmo que poderia dar algum problema. Como é que o Estadão deixou o artigo sair? Era de se esperar que houvesse uma censura prévia.
Agora, se você tomar o que aconteceu nos últimos oito ou nove anos, vai ver que houve uma peneirada e uma parte das pessoas de esquerda simplesmente desistiu de qualquer relação com a mídia. Outras tiveram relação esporádica em momentos muito pontuais em que era preciso se expressar publicamente.
Houve, em um primeiro momento, um deslocamento das pessoas de esquerda para o Estadão, mas um deslocamento que não tinha como durar porque o jornal não tinha como abrigar esse tipo de pensamento.
Desapareceu para valer qualquer pretensão da mídia até mesmo de se oferecer sob uma perspectiva liberal. E sob uma perspectiva democrática. É formidável que no momento em que dizem que nós, do PT, ameaçamos a liberdade de imprensa, eles demitam a Maria Rita.
O que acho, com o segundo turno das eleições de Lula e as eleições da Dilma, é que há um estilo de mídia que está nos seus estertores. O fato de que haja internet e mídia alternativa que se espalha pelo Brasil inteiro muda completamente o padrão.
Passa-se de jornais que tinham função de noticiar para jornais que têm a função de opinar, o que é um contrassenso. A busca pela notícia faz com que não se vá mais em direção ao jornal, vá se buscar em outros lugares.
Rede Brasil Atual – Em períodos eleitorais, tem sido recorrente a associação entre mídia e partidos políticos. Qual a implicação disso na tentativa de consolidação da democracia?
Marilena Chauí – Isso é o que atrapalha a democracia do ponto de vista da liberdade do pensamento e de expressão. O que caracteriza uma sociedade democrática é o direito de produzir informação e de receber informação, de modo que possa circular, ser transformada. O que se tem é a ausência da informação, a manipulação da opinião e a mentira.
Acabo de ver em um site a resposta do Marco Aurélio Garcia (um dos coordenadores de campanha de Dilma) à manchete da Folha. Como é que a Folha dá manchete falando que Dilma vai tirar a questão do aborto do programa de governo se essa questão não está no programa? É dito qualquer coisa.
“Desapareceu o compromisso mínimo com a verdade, o compromisso mínimo com a informação. É uma coisa de partido, puramente ideológica, perversa, de produção da mentira. (…) A desinformação. Isso não serve para a democracia.” – Marilena Chauí


Desapareceu o compromisso mínimo com a verdade, o compromisso mínimo com a informação. É uma coisa de partido, puramente ideológica, perversa, de produção da mentira. Isso me lembra muito um ensaio que Hannah Arendt escreveu na época da Guerra do Vietnã. Ela comentava as mentiras que a TV, o rádio e os jornais apresentavam. Apresentavam a vitória no Vietnã, até o instante em que a mentira encontrou um limite tal nos próprios fatos que a verdade teve que aparecer. Ela chamou isso de crise da República, que é quando tem a mentira no lugar da informação. Ou seja, a desinformação. Isso não serve para a democracia.
Rede Brasil Atual – O governo Lula teve, internamente, a convivência de polos opostos. Talvez tenha sido o primeiro a ter, por exemplo, Ministério de Desenvolvimento Agrário voltado a agricultura familiar e dialogando com o MST e o Ministério da Agricultura, voltado para o agronegócio. O governo e o presidente se saíram bem na tarefa de fazer opostos conviverem?
Marilena Chauí – Sim. E isso é um talento peculiar que o presidente Lula tem, de ser um negociador nato. Como uma boa parte do trabalho do governo foi feita pela Casa Civil, podemos dizer que Dilma Rousseff tem a capacidade de fazer esse trânsito e essa negociação.
Rede Brasil Atual – Mas como explicar as reações provocadas?
Marilena Chauí – Duas coisas são muito importantes com relação ao atual governo. A primeira é que o governo Lula jamais será perdoado por ter enfrentado a questão da desigualdade social. Lula enfrentou a partir da própria figura dele. O fato de você ter um presidente operário, que tem o curso primário (Lula tem o ensino médio completo), significou a ruína da ideologia burguesa. Todos os critérios da ideologia burguesa para ocupar este posto (Presidência da República), que é ser da elite financeira, ter formação universitária, falar línguas estrangeiras, ter desempenho de gourmet… Enfim, foi descomposta uma série de atrativos que compõem a figura que a burguesia compôs para ocupar a Presidência. Ponto por ponto.
“Alguém tinha de vir das classes trabalhadoras para dizer o que precisa fazer no Brasil. Os governos anteriores sequer levavam em conta que isso (desigualdade social) existia.” – Marilena Chauí, professora de filosofia da USP
A burguesia brasileira e a classe média protofascista nunca vão perdoar isso ter acontecido. Imagine como eles se sentem. Houve (Nelson) Mandela, Lula, (Barack) Obama, (Hugo) Chávez. É muita coisa para a cabeça deles. É insuportável. É a sensação de fim de mundo.
Tudo que fosse possível fazer para destruir esse governo foi feito. Por que não caiu? Não caiu porque foi capaz de operar a negociação entre os polos contrários. Isso é uma novidade no caso do Brasil porque, normalmente, opera-se por exclusão. O que o governo fez foi operar por entendimento. E a possibilidade de corrigir uma coisa pela outra.
Agora, há milhares de problemas que o próximo governo vai ter de enfrentar. Não podemos cobrar de nós mesmos que façamos em oito ou em 16 anos o que não foi feito em 500. Mas quando se olha o que já foi feito, leva-se um susto. A redução da desigualdade, a inclusão no campo dos direitos de milhões de pessoas, o Luz para Todos, a casa (Minha Casa, Minha Vida), o Bolsa-Família, a (geração de empregos com) carteira assinada… É uma coisa nunca feita no Brasil.
Rede Brasil Atual – A sra. faz uma avaliação muito positiva do governo. Por que essas medidas não ocorreram antes?
Marilena Chauí – Alguém tinha de vir das classes trabalhadoras para dizer o que precisa fazer no Brasil. Os governos anteriores sequer levavam em conta que isso existia. O máximo que existia era o incômodo de ver essa gente pela rua, embaixo da ponte, fazendo greve, no ponto de ônibus, caindo pelas tabelas na condução pública. Era uma coisa assim que incomodava – (diziam:) “é meio feio, né? É antiestético”. O máximo de reação que a presença de classes populares causava era por serem antiestéticos. É a primeira vez que essa classe foi levada a sério.
Eles vão estrebuchar, vão gritar, vão xingar. Vão pintar a saracura, como diria minha mãe. Mas é isso aí. Deixa pintar a saracura que nós ficamos em pé.
(Foto originalmente publicada pela UFMG, em 2008)

Fonte: Rede Brasil Atual

Contraf-CUT garante não desconto do dia 14 para grevistas do BB e Caixa

A Contraf-CUT entrou em contato com as direções do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal na manhã desta quinta-feira 14, para negociar o não desconto deste dia para os bancários das localidades que optaram por manter a greve nas assembleias realizadas ontem. Os bancos concordaram desde que aprovem o final do movimento nas assembleias de hoje e voltem ao trabalho nesta sexta-feira, dia 15.


 


Desta forma, os bancos garantiram que o dia 14 não será descontado, sendo incluído na regra de compensação, cujo prazo inicia na data da assinatura da convenção coletiva com a Fenaban e termina no dia 15 de dezembro.


 


A regra acordada com os bancos prevê a compensação dos dias parados em função da greve, sem possibilidade de desconto. A compensação será feita por meio de prestação de jornada suplementar de trabalho, que não poderá ultrapassar duas horas diárias, nem ser realizada em fins de semana ou feriados. Além disso, as horas extras feitas antes da assinatura do acordo não poderão compensar os dias não trabalhados.

Fonte: Contraf/CUT

Franceses fazem mobilização histórica contra reforma neoliberal de Sarkozy

Embora o governo conservador do presidente Nicolas Sarkozy tenha afirmado que não dará o braço a torcer, os sindicatos franceses venceram nesta terça-feira (12) uma arriscada aposta na luta contra a reforma das aposentadorias. Com mobilização recorde em uma nova jornada de greves e protestos, o movimento anunciou a presença de 3,5 milhões de pessoas nas 244 manifestações convocadas em todo o país.


 


Já se trata de um momento histórico. “Foi a maior jornada de protestos” desde o começo da mobilização, disse Bernard Thibault, secretário-geral da CGT, maior sindicato da França. A mobilização supera as previsões anunciadas três jornadas de luta anteriores convocadas a partir de setembro – que iam de 2,5 milhões a 3 milhões.


 


O Ministério do Interior atribuiu a resposta da população nesta terça-feira à “forte presença de estudantes secundaristas” nas marchas. Mesmo acuado pelo povo, o governo Sarkozy diz descartar novas concessões nessa reforma, a principal da gestão, repleta de pontos mais polêmicos.


 


Uma das medidas inaceitáveis é aumentar de 60 para 62 anos a idade mínima legal para se aposentar e de 65 para 67 anos para a obtenção de uma aposentadoria completa. A reforma já foi aprovada no Senado por 174 votos contra 159.


 


O Executivo modificou alguns pontos do projeto inicial, ao conceder ajustes em favor das mães de três filhos, daqueles que começaram a trabalhar jovens ou que realizam trabalhos difíceis. Mas o governo declara que “está decidido a levar até o final” esta reforma supostamente “razoável, justa e indispensável”, conforme o despautério pronunciado nesta terça-feira pelo primeiro-ministro François Fillon aos deputados.


 


Trabalhadores ferroviários e funcionários públicos e do setor privado, assim como jovens professores e até bombeiros engrossavam a manifestação parisiense desta terça. O protesto partiu às 14 horas locais de Montparnasse em direção à Praça da Bastilha. Estavam presentes na marcha milhares de estudantes do ensino secundário – um fator de peso na mobilização social contra a reforma das aposentadorias.


 


“Se todo mundo se mobilizar, algo vai acontecer”, afirmou Louise, de 15 anos, estudante no famoso Liceu Victor Hugo. A alguns metros, Isabelle Reigner, professora de História de mais de 50 anos, disse acreditar que “esta mobilização mude alguma coisa. Espero a anulação da lei”.


 


Apoiadas por 69% dos franceses, segundo uma pesquisa do instituto CSA, as greves desta terça-feira tiveram uma adesão de 17% a 53% no setor público e foram prolongadas no transporte ferroviário, uma das categorias mais ativas. Para esta quarta-feira (13) estão previstas mais assembleias gerais, antes de uma nova jornada de manifestações no sábado.


 


No aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, 30% dos voos foram cancelados. Em Orly, são 50% cancelamentos, segundo a Direção Geral de Aviação Civil (DGAC). Em outras áreas estratégicas, 11 das 12 refinarias da França estão em greve, que também teve adesões importantes nos setores portuário, químico, energético e metalúrgico.


 


“Peço ao governo que mostre responsabilidade. Sua teimosia só leva ao risco de um confronto”, disse a primeira secretária do Partido Socialista, Martine Aubry, que voltou a pedir a retirada do projeto e a realização de negociações. O governo prevê que a reforma será aprovada definitivamente pelo Parlamento antes do final de outubro. Seu desenlace pode ser crucial para eventuais planos de reeleição de Sarkozy em 2012.

Fonte: Portal Vermelho

Cia. do Latão revisita teatro político





LUIZ FERNANDO RAMOS
CRÍTICO DA FOLHA


O teatro como campo da batalha ideológica. “Ópera dos Vivos – Estudo Teatral em 4 Atos” é a mais ambiciosa das realizações da Companhia do Latão.


Revisão crítica da cultura brasileira recente, confirma a inserção do grupo na tradição dialética do teatro de Bertolt Brecht (1898-1956).


O espetáculo fica no CCBB do Rio até o dia 7 de novembro e tem estreia prevista em SP para janeiro do ano que vem. Suas quatro partes distintas se articulam como uma unidade coerente, que é consubstanciada pelo talentoso grupo de atores e músicos, responsável por carrear um público atento através de vários espaços cênicos com formas teatrais distintas.


Se há um tema central é a ânsia do grupo por uma maior politização do teatro na perspectiva de uma arte resistente à mercantilização cultural. Para isso, revisita-se a experiência de artistas que, no passado, engajaram suas vidas e obras na luta política.


O primeiro ato –“Teatro”– remete ao final dos anos 1950, em Pernambuco, quando, a partir das “sociedades mortuárias” –associações criadas pelos lavradores para garantir-lhes caixões em seus enterros– emergiram as Ligas Camponesas. A forma da encenação emula os espetáculos do Centro Popular de Cultura da UNE e do Teatro de Arena com uma exposição didática dos mecanismos de opressão.











Lenise Pinheiro/Folhapress
Os atores Carlota Joaquina, Renan Rovida, Rodrigo Bolzan, Carlos Alberto Escher e Helena Albergaria, da Cia. do Latão
Carlota Joaquina, Renan Rovida, Rodrigo Bolzan, Carlos Alberto Escher e Helena Albergaria, da Cia. do Latão

Se uma das marcas do Latão, no seu início, era a recusa dessa forma canônica do teatro engajado, caracterizada por atores perfilados e de punhos cerrados olhando o público nos olhos e denunciando a exploração em canções tocantes, agora ela é assumida como exercício de estilo e homenagem, compondo o painel revisionista pretendido. Esboça-se a imagem do que morre de pé.


O segundo ato –“Cinema”– é, literalmente, um filme que dialoga com um dos clássicos do cinema novo, “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha. Os atores e os personagens que encarnaram antes se desdobram em um novo contexto temporal e no registro da alegoria próprio ao cinema glauberiano.


Invertendo-se a trama do filme original, o protagonista é um banqueiro que flerta com as ideias de esquerda e acaba assumindo a defesa de sua própria classe, a burguesia. Aqui o tempo está metaforicamente morto.


Fonte: Folha Online

Inflexibilidade presidencial

Por Cora Rónai




  


































Costumo dizer que escrevo de ouvido. Conhecimento de gramática infelizmente não é hereditário, e como não fui boa aluna de português, não tenho idéia (teórica) do que me faz por uma palavra antes da outra, ou do caminho das interjeições e advérbios. As palavras se encaixam no texto da forma que me parece mais fluida e bonita. É claro que ler dia e noite e estar cercada de pessoas que dominam a língua de trás pra frente me ajudou na formulação desses conceitos. Uma das conseqüências diretas de conviver com palavras bem arrumadas é, na medida da sua própria capacidade, arrumar bem as palavras.



Escrevo isso à guisa de disclaimer, aquele aviso legal muito comum nos países de língua inglesa, que informa ao público que não cabe responsabilidade ao autor da página, fabricante do produto, vendedor da mercadoria ou quem quer que seja pela interpretação indevida, uso idiota ou consumo inadequado de seja lá o que for. O meu disclaimer é necessário para que fique estabelecida desde já a minha inadequação como professora, especialista no idioma ou guardiã da sua norma culta. Sou apenas uma pessoa que ama a língua portuguesa e que, por acaso, dela tira o seu sustento, ainda que não a conheça em todas as suas minúcias.



E por que isso? Ora, porque desde que a campanha política começou, estou por aqui com a palavra “presidenta”, que acho feia, aberrante e sexista. Acrescento ao disclaimer lá de cima que esta é uma opinião pessoal, uma birra individual, uma cisma idiossincrática. A palavra existe e está nos dicionários, mas eu – novamente em caráter pessoal – acredito que nem toda palavra boa está nos dicionários, assim como neles estão centenas, talvez até milhares de palavras que, há tempos, já poderiam ter sido eliminadas do vocabulário.



Para mim parece óbvio que palavras terminadas em “e” funcionam perfeitamente bem para ambos os gêneros. Ou agora vamos começar a dizer gerenta, amanta, assistenta, estudanta, adolescenta? Faz algum sentido, isso? Não, não faz; mas, sabe-se lá por que, a igualmente incongruente palavra presidenta encontrou abrigo nas páginas dos pais-dos-burros. Até aqui, porém, estava lá como um daqueles tantos exemplos de curiosidade semântica que encontramos nos dicionários; não me lembro de ter ouvido ninguém chamando a presidente do Chile de presidenta Bachelet, ou as tantas presidentes de empresas de presidentas disso ou daquilo.



A palavra foi reinventada com a candidatura da Dilma, e agora Inês é morta: depois de tanto tempo de propaganda gratuita, depois de tantos debates e, sobretudo, depois do presidente Lula repetir tantas e tantas vezes a palavra presidenta, tudo indica que a palavra presidente só será usada em relação ao gênero masculino. Uma pena, porque para mim, pelo menos, presidenta está no mesmo nível de incongruência e ridículo que presidento.

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Tentei levar o assunto para o Twitter mas não fui bem sucedida. Recebi, de cara, uma Resposta Clássica: “Acho esta questão não apenas irrelevante como escrota”. Discutir com a dialética elegante do PT é difícil.



Coisa mais espantosa aconteceu no Facebook, onde uma moça amável e inteligente, escritora premiada ainda por cima, decidiu ditar o que eu devia (podia?) discutir ou não:



 “Cora, com todo respeito: a gente está elegendo presidente do Brasil ou presidente da Academia Brasileira de Letras? A Dilma está tentando discutir o que realmente importa para resolver problemas desse país, e comentários como esses seus continuam desviando o foco. Não acrescentam absolutamente nada.”



Sem querer, o meu comentário trivial sobre a palavra que me desagrada deu origem a uma das respostas mais políticas que recebi nos últimos tempos – e uma das mais reveladoras. Perto disso, a Resposta Clássica não foi nada, porque, além de não ser mesmo nada, partiu apenas de um ignorante.

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Fonte: InternETC

< < A S S E M B L E I A S > > Greve acaba em quase toda a base da Federação

Em 11 dos 13 sindicatos filiados à Federação as assembleias – algumas separadas, outras conjuntas – decidiram pela aceitação da proposta e encerramento da greve em todos os bancos. Em algumas bases, as plenárias foram realizadas no dia 11, em outras a consulta aos bancários foi feita no dia 13 pela manhã. Nestas, o funcionamento das agências foi normal já nesta quarta-feira. Houve decisões diferentes no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Veja o quadro:

 

Assembleias realizadas no dia 11 ou no dia 13 pela manhã decidiram o encerramento da greve e abertura de todas as unidades bancárias nesta quarta-feira em Campos, Itaperuna, Nova Friburgo e Teresópolis.

 

Em Angra dos Reis, as agências dos bancos privados funcionaram na quarta-feira, já que os bancários decidiram aceitar a proposta patronal em assembléia realizada pela manhã. Os trabalhadores do BB e CEF fizeram assembleia no dia 13 no final da tarde e decidiram retornar ao trabalho.

 

Na Baixada Fluminense tato a proposta da Fenaban quanto as específicas de BB e CEF foram aceitas nas assembleias realizadas na quarta-feira à noite. Todos os bancos voltaram a funcionar na manhã de quinta-feira.

 

Em Macaé as agências dos bancos privados e da CEF funcionaram nesta quarta-feira, mas o pessoal do BB só fez assembleia à noite, quando foi definida a aceitação da proposta.

 


Em Niterói, 310 bancários participaram das assembleias. No BB e na CEF a aprovação da proposta foi por ampla maioria e verificada por visualização. Mas no BB foi preciso contar os votos: 67 pela aprovação, 44 contra e 2 abstenções.


 


Em Petrópolis, 86 bancários participaram da assembleia conjunta. As propostas da Fenaban, BB e CEF foram aprovadas por ampla maioria, havendo apenas 3 votos contrários e 3 abstenções.

 

No Sul Fluminense as assembleias aprovaram a proposta da Fenaban e todos os bancários voltaram ao trabalho nesta quinta-feira.

 

Em Três Rios a greve nos privados foi encerrada com assembleia dia 13 pela manhã, mas os bancários do BB e CEF só tiveram plenária dia 14, também antes do início do expediente bancário, e resolveram aceitar as propostas e encerrar o movimento paredista.

 

 

No Rio, CEF continua em greve

 

Numa assembleia equilibrada, com a participação de cerca de 600 trabalhadores, os funcionários da CEF no município do Rio de Janeiro decidiram rejeitar a proposta de Acordo Aditivo colocada pelo banco e manter a greve. O placar foi apertado, com diferença de apenas 17 votos: 293 bancários votaram pela rejeição e 276, pela aprovação.

 

A assembleia do BB teve a participação de cerca de 750 funcionários do banco e o placar foi um pouco mais folgado: com 366 votos a favor da aprovação e 293 contra.

 

Nos bancos privados, dos cerca de 150 bancários presentes, somente um votou pela rejeição da proposta. Não houve abstenções.

 

 

No Espírito Santo, Unibanco continua fechado

 

OS bancários capixabas decidiram em assembleia aprovar a proposta patronal e encerrar a greve. Mas nas agências do Unibanco que estão em reformas a paralisação continua, em razão das péssimas condições de trabalho e atendimento.

 

No Banestes foi mantido o estado de greve, já que o banco sequer sentou-se à mesa para negociar com os sindicalistas o acordo aditivo.

 

A assembleia para discutir as questões específicas do Bandes será nesta quarta-feira, às 18h.

Fonte:

<< G R E V E >> Quadro de assembleias na base da Federação

 












































Angra dos Reis


Privados: aprovada em 13/10 pela manhã
BB e CEF: assembleia em 13/10 às 17h


Baixada Fluminense


Assembleias em 13/10 às 18:30


Campos


Aprovada para privados, BB e CEF
em 13/10 pela manhã


Espírito Santo


Assembleias em 13/10 às 18h


Itaperuna


Aprovada para privados, BB e CEF
em 13/10 pela manhã


Macaé


Privados e CEF: aprovada em 13/10 pela manhã
BB: assembleia 13/10 às 18h


Niterói


Assembleias em 13/10 às 18h


Nova Friburgo


Aprovada para privados, BB e CEF
em 13/10 pela manhã


Petrópolis


Assembleias em 13/10 às 18h


Rio de Janeiro


Assembleias em 13/10 às 18h


Sul Fluminense


Assembleias em 13/10 às 17:30


Teresópolis


Aprovada para privados, BB e CEF
em 13/10 pela manhã


Três Rios


Privados: aprovada em 13/10 pela manhã
BB e CEF: assembleias em 14/10 pela manhã

Fonte:

<< O R I E N T A Ç Ã O >> BB: Comando orienta aprovar proposta

Ao final do 21º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, em maio deste ano, os funcionários apontaram como principais itens a serem debatidos durante a campanha salarial a valorização do piso, PCCS, combate ao assédio moral, dentre outros itens importantes.


 


Ao final do processo de negociação da nossa pauta complementar, a proposta a ser avaliada pelas assembléias em todo o Brasil atende a essas reivindicações.


 


Piso – o Valor do VP (vencimento padrão) do E-1 passará a ser de R$1.600,00 (incluída a gratificação semestral de 25%), o que significa um reajuste de 12,99% no período, com aumento real de 8,34%. De 2004 até 2010, significa um aumento de 77,67%, ou seja, aumento real de 26,10% em relação ao INPC do mesmo período.


 


Essa correção do piso, incidindo sobre todos os níveis do PCS, ampliou o poder de compra dos salários para mais de 40 mil funcionários que recebem o VP ou cuja valorização tem impacto direto na remuneração, como caixas e funcionários que não recebem o CTVF.


 


O valor dos VRs (valor de referencia) serão corrigidos em 7,5%, conforme proposta da Fenaban, mas sem utilização do teto definido na mesa geral da categoria, desta forma garante-se que o plano de carreira não seja desestruturado.


 


PCCS – A implantação do PCR (plano de cargos e remuneração) inicia o processo de tornar realidade o que vem sendo debatido na mesa temática de remuneração. A carreira de mérito (M) é uma antiga reivindicação do funcionalismo, data do início da década de 1990. Com ela o funcionário irá incorporar parte das comissões que exerce, sendo que neste primeiro momento o tempo para aferição será retroativo a 2006. Nossa reivindicação é que seja considerada toda a carreira através da utilização do PADIC (pontos adicionais). Essa pauta continuará na mesa permanente de negociação com o banco.


 


Serão 25 níveis M, com valor de R$ 88,32 cada, adquirido a cada 1.095 pontos acumulados. O tempo máximo para acumular essa pontuação será de três anos para os cargos de menor complexidade.


 


A partir de agora também não poderá ser descomissionado o trabalhador sob o argumento de que sua GDC (gestão de desempenho e competências) ter sido negativa em um único ciclo. Serão necessárias, ao menos, três ciclos negativos na GDC para que o superior possa descomissionar sob esse argumento. O critério vale para todos os comissionados, exceto os AP 4 (gerente de divisão, assessor máster) ou acima e gerentes gerais de agências.


 


Saiba mais:
>> Carreira de Mérito já é uma conquista do PCCS no Banco do Brasil


 


 


 


Incorporados – o valor do VCP-I (vencimento em caráter pessoal – incorporados) passará a ser corrigido na mesma proporção dos VPs (vencimento padrão). Até aqui isso não estava garantido e poderia causar corrosão do valor da remuneração no médio e longo prazo.


 


Aos funcionários do extinto Banco Nossa Caixa será pago o equivalente a cinco valores de gratificação variável, conforme tabela própria de distribuição. Esse valor era devido sempre que o BNC apresentasse lucro, com o pagamento liquida-se esse passivo.


 


Para os trabalhadores das Centrais de Atendimento que ocupam cargos de atendente B e A, será garantido que a trava considerará o tempo total de exercício do cargo, ou seja, serão dois anos para o exercício dos dois cargos e não mais quatro anos para que possa concorrer a outro cargo.


 


Dias não trabalhados não serão descontados e poderão ser compensados a partir da assinatura do acordo e até o dia 15 de dezembro de 2010.


 


Além das propostas acima, foi mantido o modelo de PLR para distribuição dos valores referentes ao primeiro semestre 2010, e que é considerado como modelo para a categoria, sendo que o escriturário receberá o equivalente a 2,2 salários, ou seja, R$ 3.118,08.


 


Importante notar que para o primeiro semestre a quantidade de funcionários é 17 mil a mais que no primeiro semestre de 2009. Os parâmetros, incluindo o módulo bônus são os seguintes:


 


– NRF Especial – 3,0 salários


– NRF 01 e 02 – 3,0 salários


– NRF 3 – 2,3 salários


– Primeiros Gestores Rede – 1,85 salários


– Primeiros Gestores Demais – 1,85 salários


– Demais Gestores Rede – 1,57 salários


– Demais Gestores BB – 1,57 salários


– Analistas e Assessores NRF 04 – 1,57 salários


– Gerência Média Rede – 1,55 salários


– Demais Gerências Médias – 1,55 salários


– Analistas e Assessores NRF 05 e 06 – 1,50 salários


– Demais Comissionados – 1,47 salários


– Escriturários – R$ 3.118,08


– Caixas Executivos – R$ 3.434,99

Fonte: Contraf/CUT

<< O R I E N T A Ç Ã O >> Por que aprovar a proposta da Fenaban

Como resultado da maior greve realizada pela categoria nos últimos 20 anos, a Fenaban apresentou nesta segunda-feira 11 uma nova proposta, que inclui reajuste de 16,33% nos pisos (aumento real de 11,54%), reajuste de 7,5% (aumento real de 3,08%) para quem ganha até R$ 5.250 (o que engloba 85% da categoria) e em todas as verbas salariais, incremento na PLR e inclusão na Convenção Coletiva, pela primeira vez, de mecanismos para combater o assédio moral no trabalho e a falta de segurança nas agências.


 


O Comando Nacional dos Bancários considera que a proposta, arrancada da Fenaban pela força da greve, é a maior conquista da categoria nas últimas duas décadas. E por isso recomenda a sua aprovação nas assembleias que serão realizadas pelos sindicatos nesta quarta-feira 13 de outubro em todo o país.


 


Além das conquistas econômicas e sociais, a Campanha 2010 representa mais um passo importante na consolidação da estratégia de unidade nacional, que desde 2004 vem sendo construída pelos trabalhadores de bancos privados e públicos. Com sabedoria e organização, os bancários superaram as adversidades e conquistaram uma Convenção Coletiva de Trabalho válida para todos os bancos em todo o território nacional – é a única categoria profissional que conseguiu essa importante conquista.


 


Desde então, a categoria vem obtendo grandes avanços na Convenção Coletiva e nos acordos aditivos com os bancos públicos federais. Com grandes mobilizações nos últimos sete anos, os bancários dos bancos privados já conquistaram 26,3% de aumento real no piso e 12,3% de aumento real nos salários. Melhoram a PLR ano a ano e incorporaram outras conquistas, como o valor adicional da PLR, a cesta-alimentação e a 13ª cesta-alimentação, a ampliação da licença-maternidade para 180 dias etc.


 


A nova proposta da Fenaban


 


● Pisos – Escriturário: R$ 1.250,00 (após 90 dias), reajuste de 16,33% (aumento real de 11,54%). Caixa: R$ 1.709,05 (incluindo gratificação de caixa e outras verbas), reajuste de 13,82%, com aumento real de 9,15%.


 


● Reajuste de 7,5% (o que representa aumento real de 3,1%) para quem ganha até R$ 5.250.


 


● R$ 393,75 ou reajuste de 4,29% (inflação do período) para os salários superiores a R$ 5.250 – o que for mais vantajoso para os bancários. Apenas 5% dos comissionados, com salários mais altos, receberão apenas a reposição da inflação.


 


● PLR:


– Regra básica: 90% do salário mais R$ 1.100,80, com teto de R$ 7.181.


– Parcela adicional : 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 2.400,00.


– Isso significa que na regra básica o reajuste é de 7,5% e na parcela adicional de 14,28%. Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados até chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 15.798.


– Antecipação da PLR: 60% da regra básica mais 50% da parcela adicional até 10 dias corridos após a assinatura da Convenção Coletiva.


 


● Adicional tempo de serviço: R$ 17,83.


 


● Gratificação de compensador de cheques: R$ 101,56.


 


● Auxílio-refeição: R$ 18,15.


 


● Auxílio-cesta alimentação: R$ 311,08.


 


● 13ª cesta-alimentação: 311,08.


 


● Auxílio-creche/babá: Reajuste de 7,5%. A adequação à nova legislação sobre o ensino fundamental (6 anos de idade a partir de 2011) cria uma nova regra. Os valores que eram recebidos em seis anos e 11 meses serão recebidos em 5 anos e 11 meses. Já com a correção de 7,5%, o valor passará de R$ 207,95 para R$ 261,30 (aumento de 25,7%). Haverá uma regra de transição para quem já tem filhos acima de 5 anos e 11 meses.


 


● Auxílio-funeral: R$ 599,61.


 


● Ajuda deslocamento noturno: R$ 62,59.


 


● Indenização por morte/incapacidade decorrente de assalto: R$ 89.413,79.


 


● Requalificação profissional: R$ 893,63.


 


● Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, que inclui definição de mecanismos de combate ao assédio moral, a serem implementados mediante adesão voluntária dos sindicatos e dos bancos por meio de acordo aditivo.


 


● Compensação dos dias parados no prazo entre a data da assinatura da Convenção Coletiva e 15 de dezembro de 2010, nos mesmos moldes do ano passado.


 


● Segurança bancária:


– No caso de assalto, atendimento médico ou psicológico logo após o ocorrido.


– O banco registrará BO em caso de assalto, tentativa e sequestro.


– Possibilidade de realocação para outra agência ao bancário vítima de sequestro.


– Apresentação semestral de estatísticas nacionais sobre assaltos e ataques na Comissão Bipartite de Segurança Bancária.

Fonte: Contraf/CUT