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Bancos privados fecham 7 mil postos de trabalho em oito meses

Os bancos privados que operam no país fecharam 6.987 postos de trabalho entre janeiro e agosto de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 1,07 milhão de novos empregos no mesmo período. Além dos cortes, o sistema financeiro mantém a rotatividade de mão de obra alta, mecanismo que os bancos usam para reduzir custos.


 


É o que mostra a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta terça-feira 24 pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.


 


“Mesmo aumentando os lucros e mantendo a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam demitindo trabalhadores e empregando a rotatividade para reduzir os salários dos trabalhadores”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “Por isso a categoria incluiu a preservação do emprego, mais contratações e o fim da rotatividade como duas das principais reivindicações da Campanha Nacional de 2013.”


 


Segundo o Caged, os bancos brasileiros contrataram 26.940 bancários entre janeiro e agosto e desligaram 30.314. No total do sistema financeiro, foram fechados 3.374 postos de trabalho. O Caged não discrimina a evolução do emprego por empresa; apenas por setor. A Caixa Econômica Federal apresentou um saldo positivo de 3.357 empregos nos primeiros oito meses do ano. E como o Banco do Brasil manteve o quadro de funcionários estável, fica evidente que os cortes nos postos de trabalho se concentram nos bancos privados.


 


Veja aqui o estudo do Dieese sobre o saldo do emprego bancário.


 


Rotatividade reduz salário e concentra renda


 


A pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos entre janeiro e agosto foi de R$ 2.896,09, contra salário médio de R$ 4.550,64 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36,4 % inferior à dos que saem. Com isso, os bancos buscam reduzir suas despesas.


 


“Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2 % de aumento real no salário e 35,6 % de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto”, denuncia Carlos Cordeiro.


 


Em dezembro de 2011, último dado da Rais, o salário médio do bancário era 94,5 % do que valia em 2001. Veja aqui gráfico com o comparativo entre a evolução do PIB, do lucro líquido dos cinco maiores bancos e da remuneração média dos bancários.


 


Os 10 % mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10 % mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.


 


No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria receberam em 2012, em média, R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,8 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsaram R$ 5,62 milhões no ano passado, o que significa 119,2 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que pagou R$ 5,0 milhões no ano a seus executivos, a diferença é de 106,0 vezes.


 


Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o Caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos, o caixa do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos.


 


“A sociedade brasileira mostrou nas recentes manifestações de rua que quer mudança e certamente está de olho na prática dos bancos, de juros e tarifas escorchantes. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento econômico e social. Isso passa por melhoria de salário e mais emprego, o contrário do que os bancos estão fazendo”, comenta Carlos Cordeiro.


 

Fonte: Contraf-CUT

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Justiça do Trabalho de Macaé nega interdito proibitório do Itaú

Os bancários de Macaé e Região obtiveram importante vitória nesta quinta-feira. A Justiça do Trabalho negou pedido de liminar para interdito proibitório solicitado pelo Banco Itaú Unibanco. Conforme a decisão da Exma. Sra. Dra. Juíza do Trabalho da Comarca de Macaé, o próprio material reunido pelo banco no pedido de liminar demonstra que a greve transcorre dentro da legalidade, portanto, não justifica o interdito.

Cumpre informar que o departamento Jurídico do SEEB-MR, através do protocolo nº: 0100024 6394/2013, distribuiu um ofício ao Juízo competente, expressando quais eram as verdadeiras intenções dos Bancos: afogar o Poder Judiciário com processos (pois desistem da ação com o término da greve) e reprimir um movimento grevista sério e ordeiro.

Para o presidente do Sindicato, Wagner Figueiredo, esta é uma importante vitória de todos os bancários, reforçando a legalidade da greve, que é direito garantido por lei. “Estamos no nosso direito à livre manifestação. A greve é pacífica, ordeira. Se os bancários estão de braços cruzados é porque os banqueiros se negam a apresentar uma proposta decente, que reconheça o valor do trabalhador, o seu empenho, a sua participação nos lucros exorbitantes que os bancos alcançaram”, frisa.

Fonte: Seeb-Macaé

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Itaú paga voo de helicóptero para bancários furarem greve



A contingência do Itaú durante a greve está sendo feita no prédio administrativo do Largo da Cancela, em São Cristóvão, com já aconteceu em outros anos. A novidade é que o transporte de funcionários está sendo feito por helicóptero, um serviço caro e arriscado, dependendo das condições de tempo.

As aeronaves fretadas decolam do heliponto da Lagoa, na Zona Sul, transportando quatro passageiros por vez, a um custo de R$ 3.450 por hora de voo. A saída dos funcionários ao final do expediente é feita pela portaria, já que o transporte aéreo é usado somente na ida, não na volta. O risco é haver problemas devido às condições do tempo. Na manhã desta quarta-feira, por exemplo, ventava muito. Na noite de terça-feira, o último voo não pôde ser feito, devido às más condições.

O piquete foi montado na noite de domingo e flagrou a chegada dos helicópteros em vários horários, já que há setores que funcionam em três turnos. Os voos trazem não só bancários, mas também malotes de documentos, uma vez que no prédio funcionam os setores de conferência de assinaturas e compensação. “Não tem pessoal de limpeza lá dentro e o restaurante que há no prédio não está funcionando. Pela portaria, não entrou ninguém. Não sabemos como estão as condições de trabalho dentro do prédio. É uma irresponsabilidade do Itaú trazer os bancários para cá usando um meio de transporte tão arriscado e mantê-los trabalhando nesta situação”, critica Vera Luiza, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Bancária é agredida no piquete em contingência do BB

A dirigente sindical Mariana Ribeiro foi agredida enquanto participava do piquete no prédio do Teleporto, na região da Cidade Nova, centro do Rio de Janeiro, onde o BB montou uma operação de contingência para burlar a greve. Enquanto faziam o convencimento dos colegas – que sofrem forte assédio moral para furar o movimento grevista – Mariana e mais dois sindicalistas foram abordados agressivamente por um funcionário de outra empresa que tem escritório no edifício. Ao ser interpelado, o homem reagiu, segurando a sindicalista pelos braços e a empurrando.

A confusão atraiu a atenção dos seguranças do prédio, que se envolveram. A polícia foi chamada e todos foram conduzidos à 6ª Delegacia de Polícia, que fica nas proximidades. Mariana registrou ocorrência de lesão corporal contra o homem que a agrediu. A bancária, que ficou com hematomas e arranhões nos braços, fez exame de corpo de delito no IML. “Vamos consultar o Jurídico do sindicato sobre a possibilidade de abrirmos processo contra o agressor”, informou Mariana.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Buraco no peito

Frei Betto *



Fome não se combate apenas com prato de comida. Digerida a esmola em forma de alimento, abre-se de novo o oco na barriga, buraco negro da cidadania. Não basta dar de comer ao faminto. Nem Bolsa Família. É preciso evitar que existam pessoas desprovidas dos bens essenciais à vida, capazes de prover o próprio sustento, como preconizava o Fome Zero.



Para que o direito à cidadania não fique restrito aos discursos políticos, o combate à fome exige, no mínimo, reforma agrária, distribuição de renda e escolarização compulsória de todas as crianças.



O mesmo se aplica à violência. Não é um fenômeno restrito a São Paulo e outras cidades populosas. Nova York é mais perigosa que a favela da Rocinha. Em Goiânia, Salvador ou Porto Alegre os assassinatos fazem parte do cotidiano.



O grave é quando os narcotraficantes infiltram-se nas malhas da polícia, corrompendo juízes e delegados, obtendo armas privativas das Forças Armadas e delimitando territórios sob o seu comando.



O traficante, como o político corrupto e o empresário especulador, é filho da impunidade. Porém, é preciso que não se cometa o erro de certo telejornalismo espúrio que já não distingue morador da favela de traficante. Não se pode aplicar às favelas o que recomendava o grande inquisidor: “Matemos todos, Deus saberá quem são os inocentes e quem são os culpados.” Medida, aliás, que Obama vem aplicando com seus drones no Afeganistão.



A violência do narcotráfico não é causa, é fruto da violência maior de uma elite que manteve este país amordaçado ao longo de 21 anos de ditadura militar, ceifando ideais e utopias. Esses filhos e netos nascidos durante ou logo após os anos de chumbo não tiveram a educação para a cidadania dos grêmios escolares e dos movimentos estudantis, das academias literárias e dos cineclubes.



Perdidos na noite, muitos buscam a luz na maconha e a onipotência na cocaína. Se o tráfico de drogas é tão bem organizado não é por causa dos assalariados que, quando perdem a cabeça, no máximo recorrem à cachaça. É graças ao sofisticado mercado de consumo que paga bem pela droga. E, na falta de dinheiro, apela para o crack.



Na espiral da violência, o garoto “avião” que conduz a droga, a “mula” que cobre os pontos de venda, o traficante que dirige e não mora em favela – tem casa com piscina e carro do ano – são o resultado da política equivocada do governo em relação aos direitos sociais. Não basta assegurar renda, encher o bolso, é preciso sobretudo encher a cabeça, dar acesso à cultura, de modo a que haja protagonismo empreendedor.



Tivesse a maioria do povo brasileiro terra para plantar, melhores salários e educação escolar de alta qualidade, não haveria favelas nem favelados. Contasse a nossa juventude com áreas de lazer, de esportes e de criatividade artística e cultural, não teríamos tantos mortos-vivos destruídos pelo crack e outras drogas.



“E se a TV decidisse fazer o bem?”, indagou um dia o jornalista Ricardo Gontijo. O que se pode esperar de crianças e jovens que passam horas diante das caixinhas de mágicas eletrônicas, embotados pelo entretenimento consumista, pela publicidade hedonista, encharcados de filmes, sites e programas que nada adicionam à formação de sua subjetividade e ao aprimoramento de sua cultura? Impelidos pelo desgoverno de si, na falta de quem lhes indique o caminho do Absoluto, eles buscam o do absurdo, sustentando o narcotráfico.



Quem são os ídolos dos jovens de hoje? Gente altruísta como Jesus, Gandhi, Luther King, Mandela e Che Guevara? Quais os valores mais perseguidos, hoje em dia, pela mocidade? Riqueza, beleza, fama e poder. Ora, quanto mais  ambição, maior o tombo. E o rombo no coração. O buraco no peito precisa ser compensatoriamente preenchido de alguma forma.



A sociedade se laicizou. Eis uma conquista da modernidade. O ser humano, no entanto, é sempre o mesmo, desde que foi expulso do Paraíso por ter se equivocado e querer ser Deus, quando sua vocação é ter Deus. Impregnar-se do Absoluto. Saciar-se no Poço de Jacó (Evangelho de João, cap. 4).



Acho no mínimo estranho quando, em cerimônias litúrgicas, observo crianças e jovens, acompanhados de pais e avós cristãos, que não sabem sequer rezar Ave Maria e Pai Nosso. O que esperar de uma geração desprovida de espiritualidade?


 


 


* Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros. 
www.freibetto.org      twitter: @freibetto


 





Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar divulgá-los, propomos assinar todos os artigos do escritor. Contato – MHGPAL – Agência Literária (
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Fonte: Frei Betto

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Trabalhadores do Rio fazem ato contra PL da terceirização




A CUT-RJ e o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro convocam todos os trabalhadores e sindicalistas do estado para uma grande caminhada pelo centro da capital contra o PL 4330 da terceirização. O ato será nesta terça-feira, dia 24, a partir das 17h.


 


 


Caminhada contra o PL 4330
24 de setembro – terça-feira
Concentração às 17h
Candelária

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Práticas antissindicais se alastram em Campos

Nos bancos privados, já é comum. Mas o BB de Campos passou a adotar práticas antissindicais que têm prejudicado o movimento grevista.

Este ano, mais de uma vez bancários do BB jogaram o carro contra sindicalistas para forçar a entrada na garagem do edifício onde funciona a principal agência do banco. O gestor da unidade chegou a chamar a polícia militar para tentar desmontar o piquete. Mas, quando a PM chegou, o gerente não quis descer e os policiais foram embora. Este gerente também chamou um oficial de cartório para registrar ata notarial relatando as atividades do piquete. “Se fosse nos bancos privados, nós nem acharíamos estranho, já estamos acostumados. Mas num banco público este tipo de atitude não tem cabimento”, critica Hugo Diniz, presidente do sindicato.

A prática de fazer registrar em cartório a atuação dos sindicalistas durante a greve já não é novidade em Campos. “No Bradesco, no Itaú, no Santander isso acontece sempre. Mas nunca tivemos problemas, porque nosso piquete não comete excessos. O oficial chega, relata que há sindicalistas fazendo convencimento, mas não há obstrução de entrada, e vai embora”, informa Diniz.

O assédio moral sobre os bancários é grande e o constrangimento para que os trabalhadores furem a greve é feito de várias formas, inclusive incitando-os contra a direção do sindicato. É preciso instruir os bancários a procurarem os sindicalistas para denunciar estas práticas.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Bancários fura-greve agridem piqueteira na Baixada

Uma militante do movimento estudantil que fazia o apoio num piquete na agência da Caixa em Duque de Caxias foi agredida na manhã desta quinta-feira, primeiro dia da greve dos bancários. A jovem universitária tentou argumentar com a gerente da agência e alguns comissionados que insistiram em furar a greve e pediu que aguardassem a chegada de diretores do sindicato que estavam numa agência próxima.

Mas os empregados não quiseram esperar e decidiram afastar a piqueteira do local à força. Enquanto ela falava com a gerente, outra mulher a segurou por trás e puxou seu braço, afastando-a. A jovem ficou com os braços arranhados e muito assustada.

A insistência em entrar para bater o ponto tem sido comum entre alguns funcionários de bancos públicos nos últimos anos, principalmente da área comercial. Eles ficam dentro da agência fazendo negócios, batendo metas, e não precisam compensar dias parados depois da greve. Mas as agências ficam fechadas e não há atendimento à população. “A Caixa e o BB são bancos públicos, sua principal função é prestar serviços ao povo. Principalmente a Caixa, que é o banco que faz os pagamentos dos programas do governo como FGTS, Seguro-Desemprego e Bolsa-Família. O funcionário que trabalha durante a greve fazendo negócios só atende o cliente de alta renda, enquanto a maioria fica sem o serviço. Se o bancário bate o ponto, mas não atende, o banco não é pressionado, mas a população é prejudicada”, pondera Luiz Ricardo Maggi, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE-Caixa.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Cultura segregacionista

 Frei Betto *


A segregação é uma cultura e impregna o instinto. A reação ao diferente é impulsiva, irracional. Como a do ianque que despreza muçulmano por identificar nele um terrorista em potencial; do judeu sionista em relação a árabes; do branco racista frente ao negro; do cristão homofóbico diante de um homossexual.

Essa cultura nefasta impregna também governos e instituições. Chega a ser atávica, inconsciente. A família diz não ser racista, até o dia em que a filha, branca, loura, de olhos claros, apresenta o namorado negro…

Caso recente foi a obstrução do voo de Evo Morales, de Moscou a La Paz, em julho deste ano. Supondo que viajava a bordo o jovem Edward Snowden, que revelou como os serviços secretos estadunidenses espionam o mundo, os EUA convenceram França, Itália, Portugal e Espanha a impedirem escala técnica em seus territórios, obrigando a aeronave a pousar em Viena, onde foi revistada.

A 18 de agosto, David Miranda, companheiro do jornalista Glenn Greenwald, que mora no Rio e divulgou as denúncias de Snowden, ficou 9 horas retido no aeroporto de Londres, onde faria uma escala de duas horas ao viajar de Berlim ao Rio. Confiscaram seus equipamentos eletrônicos, incluindo celular, computador, câmera, cartões de memória, DVDs e jogos.

O objetivo da polícia britânica, monitorada pelos EUA, era obrigar Miranda a revelar senhas e códigos do material que trazia de Berlim, onde havia se encontrado com a documentarista Laura Poitras, para dar prosseguimento ao documentário que Glenn Greenwald está fazendo sobre as informações da NSA, reveladas por Snowden sobre como os EUA espionam o planeta.


 


Eis a lógica do poder: pune-se quem denuncia o crime e não quem o comete.

O pior é como a grande mídia dá pouca importância a tais atos segregacionistas. Aconselhados por Paulo Freire, façamos o exercício contrário e coloquemos o opressor no lugar do oprimido. Como reagiria a mídia se o avião de Obama fosse interceptado por caças de um país africano? Qual seria o impacto se a filha de George W. Bush fosse detida, ao desembarcar no Brasil, por ter um pai que defende a tortura de supostos terroristas, crime considerado inafiançável por nossas leis?

Nossa cultura segregacionista reduz a pessoa à sua função, origem, cor, condição social. Quem de nós indaga o nome do garçom que lhe serve?

Em julho, a atriz estadunidense Oprah Winfrey entrou em uma loja de Zurique, na Suíça, e pediu para ver uma bolsa que custava o equivalente a R$ 90 mil. A lojista se recusou, supondo que, por ser negra, a consumidora não tinha como pagar aquele preço.

Um amigo que pesquisa o tema fez, há pouco, um teste em um restaurante de luxo de São Paulo. Vestiu duas mulheres e um homem, todos brancos, com jeans esfarrapados, como dita a moda, e enviou-os ao restaurante. Foram acolhidos com derramadas cortesias.

Uma semana depois, um trio de negros chegou ao mesmo restaurante vestindo a mesmas roupas do trio de brancos. O porteiro encarou-os como se fossem mendigos, chamou o maitre, que chamou o gerente, que chamou o dono. O ingresso foi permitido, mas o clima segregacionista perdurou no ambiente.

* Frei Betto é escritor, autor de “Aldeia do Silêncio” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org     twitter: @freibetto.




Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar divulgá-los, propomos assinar todos os artigos do escritor. Contato – MHGPAL – Agência Literária (
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Fonte: Frei Betto

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Sergio Cabral se compromete com projeto de lei sobre Previ Banerj

O Projeto de Lei 3213/2010, dos deputados estaduais Gilberto Palmares (PT-RJ) e Edson Albertassi (PMDB-RJ) prevê que os antigos funcionários do Banerj, que sacaram suas reservas de poupança, possam recuperar seus direitos previdenciários, mediante a devolução com a devida correção monetária dos recursos recebidos.


 


De 2010 para cá, muitas gestões foram feitas em busca de apoio para que o projeto vire lei. Durante o ato público realizado em frente ao Palácio Guanabara um grupo formado por entidades do setor bancário como o Sindicato, Fetraf , Contraf, Abanerj e Afber, encaminhou um pedido de audiência com o governador Sérgio Cabral, para tratar do PL 3213/2010. O ofício foi entregue ao chefe do gabinete da Casa Civil, Artur Bastos e a audiência, enfim, foi realizada na quarta-feira (18).


 


Na presença dos sindicalistas Ronald Carvalhosa e Vera Luiza (Sindicato), Antonio Leite (Fetraf), Germínio Ribeiro Filho (Abanaerj), Deyse Rêgo (Afber) e o deputado Gilberto Palmares, o governador Sérgio Cabral considerou que o projeto atende aos princípios de razoabilidade e faz justiça aos trabalhadores aos quais se refere.


 


O governador disse também que vai dar seu parecer favorável ao projeto e encaminhá-lo imediatamente para a análise técnica e jurídica da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Fonte: Seeb-Rio