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Saúde Caixa: quarta-feira (1/11) tem reunião de negociação

Após as manifestações ocorridas na segunda-feira (30), em defesa do Saúde Caixa, a Caixa Econômica Federal atendeu pedido das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários e marcou reunião para retomada das negociações sobre o plano de saúde das empregadas e empregados da Caixa para esta quarta-feira (1/11), às 11h30. A reunião será presencial, em Brasília.

As negociações estão travadas, e as projeções da assessoria atuarial da Caixa apontam que o plano se torne inviável economicamente aos usuários, caso não haja a revogação do teto de custeio, pelo banco, de 6,5% da folha de pagamentos, que impede que a Caixa cubra os 70% dos custos do Saúde Caixa, como está previsto no acordo coletivo específico do plano.

“Se a gente não conseguir avançar nas negociações o plano se tornará inviável, porque colegas vão sair e quem ficar terá que suportar os aumentos dos custos. Precisamos destravar as negociações para conseguirmos avançar. Por isso, temos que manter a mobilização”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e do Grupo de Trabalho Saúde Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.

“O nosso debate, em mesa de negociação, precisa ir além do modelo de custeio. Precisamos falar sobre a melhoria da qualidade do plano e a descentralização para credenciamento de novos profissionais de saúde, clínicas e hospitais para atender os colegas de diversas cidades e regiões que não conseguem ter atendimento”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

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Trabalhadores voltam a protestar por queda na Selic nesta terça (31)

Nesta terça-feira, 31 de outubro, data em que o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central (BC) voltará a se reunir para decidir mudanças na alta taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), trabalhadores do movimento sindical voltam às ruas para pedir juros baixos.

Nas rede sociais, as ações serão concentradas das 11h às 12h, com a hashtag #JurosBaixosJá, e sempre marcando o Banco Central (@BancoCentralBR) nas postagens.

A economista da subseção do Dieese, na Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vivian Machado, a tendência é de mais uma queda de 0,5%. Com isso, a Selic passaria dos atuais 12,75% para 12,25%.

“Lembrando que essa será a terceira queda consecutiva da taxa Selic depois de o Banco Central ter praticado, durante três anos seguidos, um aumento do índice que alcançou seu ponto máximo, em mais de 20 anos, em agosto do ano passado (13,75%) e se manteve assim durante um ano. Isso fez com que o país passasse a ter o maior nível do mundo de juro real (que é o resultado da Selic menos a inflação), afetando negativamente a economia e a geração de emprego”, completou.

Pressão dos trabalhadores

A Contraf-CUT faz parte das entidades que estão articulando manifestações nas redes sociais e nas ruas, no próximo encontro do Copom. “No primeiro semestre do ano, iniciamos a campanha #JurosBaixosJá, chamando a atenção da sociedade, com vídeos e cards educativos, sobre o impacto dessa política de juros extorsivos praticada pelo Banco Central e que impedem a geração de emprego e que o trabalhador tenha recursos para comprar sua casa própria, seu carro”, destacou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.

“A redução da Selic é extremamente importante para a economia brasileira e para os trabalhadores, porque estimula o investimento produtivo e a geração de emprego e renda. Os juros definidos pelo Banco Central são repassados para os clientes de todo o sistema financeiro, além de tirar recursos do Estado que poderiam virar investimentos públicos. Então, com a Selic alta, fica mais alto o custo do crédito para as pessoas e para as empresas, significa pagar mais caro pela casa própria, pelo carro. Logo, o inverso também acontece: a Selic mais baixa dinamiza a economia e melhora a vida da população e do setor produtivo, com mais recurso para gastar e investir”, explicou Juvandia.

Selic razoável

O economista Ladislau Dowbor, professor da PUC São Paulo, calcula que uma taxa básica de juros razoável para o país seria de 6% a 5% (menos da metade da atual), o que daria em termos de juros reais 1,5% de lucro, como é praticada em países da Europa e pelos Estados Unidos. “Os rentistas, que são uma minoria, ganham aqui no Brasil 8,5% de juros sem fazer nada, sem produzir nada. É um escândalo”, alertou.

Já o economista Marcelo Manzano, professor da Unicamp, avalia que um patamar razoável para o juro real no país seria entre 3% e 5%. “Os países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que reúne 38 países de economias mais avançadas] trabalham com juros mais baixos, mas infelizmente temos uma moeda menos valorizada, e isso obriga o país a trabalhar com um juro maior. Se baixar demais pode ocorrer a fuga de capital financeiro, pois seria mais confortável para os investidores manterem o dinheiro no exterior. Ainda assim, a atual taxa praticada pelo BC é desproporcional”, explicou em entrevista ao site da CUT.

Entenda

  • O Copom, entidade do BC, se reúne por dois dias, a cada 45 dias, para definir a taxa básica de juros do país, chamada Selic. O próximo encontro será nos dias 31 de outubro e 1º de novembro.
  • A Selic mais alta aumenta o custo de vida do trabalhador, os empréstimos para pessoa física e empresas e também a dívida do Estado, pois impacta nos juros dos títulos públicos.
  • Os principais beneficiados com a Selic elevada são, portanto, os detentores dos títulos da dívida pública, que atualmente são as instituições financeiras.
  • Diante do quadro, movimentos sociais, incluindo o movimento sindical, realizam desde o início do ano manifestações e campanhas com o hashtag #JurosBaixosJá.
  • Em três anos, desde que Roberto Campos Neto assumiu a presidência do BC, a Selic passou de 2% ao ano, em janeiro de 2021, para 13,75% em agosto de 2022 – nível mantido até agosto deste ano quando, finalmente, o Copom reduziu em 0,50% o índice.
  • Na reunião seguinte, dos dias 19 e 20 de setembro, a entidade voltou a realizar um corte de 0,50 levando a taxa aos atuais 12,75% ao ano.
  • A expectativa do mercado na reunião de agora, entre 31 de outubro e 1º de novembro, é de um novo corte de 0,50% e que, continuando a tendência de corte, a Selic alcance 11,75% no final do ano.
  • Economistas de tendência desenvolvimentista, entretanto, avaliam que uma taxa básica de juros razoável deveria, pelo menos, estar no patamar de um dígito.

Manifestações

Os atos do dia 31 estão sendo convocados, na maioria dos locais, a partir das 10h (de Brasília), com concentração em frente dos prédios do Banco Central, nas cidades onde a entidade possui sede. Nas cidades onde o Banco Central não tem sede, os sindicatos devem chamar a concentração para locais de grande circulação.

Confira os endereços para manifestações em frente às sedes do Banco Central:

– Brasília (DF): Setor Bancário Sul (SBS), Quadra 3 Bloco B – Ed. Sede. Brasília;
– Belém (PA): Boulevard Castilhos França, 708 – Campina;
– Belo Horizonte (MG): Av. Álvares Cabral, 1.605 – Santo Agostinho;
– Curitiba (PR): Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro Cívico;
– Fortaleza (CE): Av. Heráclito Graça, 273 – Centro;
– Porto Alegre (RS): Rua 7 de Setembro, 586 – Centro;
– Rio de Janeiro (RJ): Av. Presidente Vargas, 730 – Centro;
– Salvador (BA): 1ª Avenida, 160 – Centro Administrativo da Bahia (CAB);
– São Paulo (SP): Av. Paulista, 1.804 – Bela Vista.

*com informações da Contraf-CUT

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Sindicatos realizam Dia Nacional de Luta em defesa do Saúde Caixa

Sindicatos da base da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), e de todo o país, realizaram atos nesta segunda-feira, 30 de outubro, para mostrar sua indignação com a falta de negociações pelo banco para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho específico do plano de saúde, o Saúde Caixa. O acordo tem vigência somente até o final deste ano.

As manifestações ocorreram em todo o Brasil, com agências e departamentos administrativos da Caixa amanhecendo sob protestos.

Tuitaço

Além dos protestos nas unidades da Caixa, também houve manifestações nas redes sociais. Os bancários vestiram branco e postaram fotos nas redes sociais com a hashtag #QueremosSaúdeCaixa

Dia histórico

O dia 30 foi escolhido para recordar o histórico 30 de outubro de 1985, data em que praticamente 100% dos empregados da Caixa paralisaram as atividades para reivindicação da jornada de seis horas e pelo direito à sindicalização. Estas conquistas são decorrentes desta manifestação.

Entenda

Em 2017, depois do golpe que tirou Dilma Rousseff da Presidência da República, a Caixa fez uma alteração em seu Estatuto Social, sem qualquer tipo de negociação com os empregados e sua representação sindical, e impôs um teto de custeio que limita os gastos da empresa com a saúde dos seus empregados em até 6,5% da folha de pagamento.

O ACT específico do Saúde Caixa define que a Caixa arque com 70% dos custos do plano de saúde. Mas o teto de 6,5%, imposto pelo Estatuto, limita os gastos da Caixa e a impede de cumprir o modelo de custeio 70/30 (70% de responsabilidade do banco e 30% dos empregados) definido no ACT.

Assim, as despesas que excedem os 6,5% são transferidas aos empregados, que acabam pagando mais do que os 30% definidos no acordo com o banco. Por enquanto, isso estava sendo coberto pelo fundo de reserva do plano, mas as projeções mostram que isso não será mais possível.

Nessas condições, as projeções realizadas pela Caixa apontam que o aumento médio das mensalidades dos empregados seria de 85% em 2023 e de 107% em 2024, e com isso voltam as pressões para que a Caixa adote a cobrança por faixa etária, que foi implementada nas demais estatais por força da CGPAR 23.

A cobrança por faixa etária não resolve o problema principal, que é a redução da participação da Caixa no custeio. Seu efeito, na verdade, seria a quebra dos princípios da solidariedade e do pacto intergeracional, instituídos desde a criação do plano para garantir o direito ao plano de saúde para todas as empregadas e empregados da ativa e aposentados, já que a constante transferência de custos para os empregados faria com que os sucessivos aumentos de mensalidade fossem bem superiores à inflação e o valor da mensalidade comprometeria a renda dos trabalhadores a um nível em que a permanência no plano ficaria insustentável, e estes usuários sairiam do plano (como ocorreu nas autogestões que implementaram a cobrança por faixa etária, como o plano dos Correios, que tinha 400 mil usuários e passou a 219 mil).

A alternativa para a sustentabilidade do Saúde Caixa, que foi concebido como uma política de assistência à saúde (e não meramente como um plano), passa pelo aumento da participação da Caixa no custeio e pela manutenção de seus princípios de solidariedade e do pacto intergeracional.

*confira mais fotos em nossas redes sociais

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Empregados farão manifestações em defesa do Saúde Caixa

Sindicatos de bancários de todo o país realizarão manifestações na segunda-feira (30) nas agências e departamentos administrativos da Caixa Econômica Federal, em protesto pela imobilidade do banco nas negociações para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Saúde Caixa, o plano de saúde das empregadas e empregados. O ACT tem efeito somente até o final do ano.

“Iniciamos as negociações para a renovação do acordo em junho. A Caixa vem endurecendo as negociações e não se posiciona quanto à exclusão do teto de custeio do plano pelo banco, definido no estatuto da Caixa em 6,5% da folha de pagamentos”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e do Grupo de Trabalho que discute soluções para o plano de saúde, Fabiana Uehara Proscholdt. “Pior do que isso, o banco não apresenta propostas para o Saúde Caixa e se nega a negociar outras pautas enquanto não há acerto para o acordo do plano de saúde”, criticou Fabiana, ao acrescentar que, apesar de não apresentar propostas, o banco apresentou projeções para o futuro do plano com pressões para o estabelecimento da cobrança por faixa etária.

“Isso é um ataque aos princípios da solidariedade e ao pacto intergeracional do Saúde Caixa, que foi criado de forma que todos possam ter acesso ao plano, desde o início da carreira até à aposentadoria. A cobrança por faixa etária transforma o Saúde Caixa em mais um plano de mercado, inacessível aos empregados com mais idade e aos aposentados”, explicou a coordenadora da CEE.

Visibilidade

Para dar visibilidade e identidade às manifestações, as empregadas e empregados foram orientados a usar roupas brancas, em referência à saúde. Para ampliar a visibilidade, todos devem fotografar e filmar sua participação e postar as imagens redes sociais (com preferência para o Twitter), entre 11h e 12h, sempre usando a hashtag #QueremosSaúdeCaixa e marcando a Contraf-CUT (@Contraf_CUT) e a Caixa (@Caixa).

Dia histórico

O dia 30 foi escolhido para recordar o histórico 30 de outubro de 1985, data em que praticamente 100% dos empregados da Caixa paralisaram as atividades para reivindicação da jornada de seis horas e pelo direito à sindicalização. Estas conquistas são decorrentes desta manifestação.

Entenda

Em 2017, depois do golpe que tirou Dilma Rousseff da Presidência da República, a Caixa fez uma alteração em seu Estatuto Social, sem qualquer tipo de negociação com os empregados e sua representação sindical, e impôs um teto de custeio que limita os gastos da empresa com a saúde dos seus empregados em até 6,5% da folha de pagamento.

O ACT específico do Saúde Caixa define que a Caixa arque com os 70% dos custos do plano de saúde. Mas o teto de 6,5%, imposto pelo Estatuto, limita os gastos da Caixa e a impede de cumprir o modelo de custeio 70/30 (70% de responsabilidade do banco e 30% dos empregados) definido no ACT.

Assim, as despesas que excedem os 6,5% são transferidas aos empregados, que acabam pagando mais do que os 30% definidos no acordo com o banco. Por enquanto, isso estava sendo coberto pelo fundo de reserva do plano, mas as projeções mostram que isso não será mais possível.

Nestas condições, as projeções realizadas pela Caixa apontam que o aumento médio das mensalidades dos empregados seria de 85% em 2023 e 107% em 2024, e com isso voltam as pressões para que a Caixa adote a cobrança por faixa etária, que foi implementada nas demais estatais por força da CGPAR 23.

A cobrança por faixa etária não resolve o problema principal que é a redução da participação da Caixa no custeio. Seu efeito, na verdade, seria a quebra dos princípios da solidariedade e do pacto intergeracional, instituídos desde a criação do plano para garantir o direito ao plano de saúde para todos as empregadas e empregados da ativa e aposentados, já que com a constante transferência de custos para os empregados faria com que os sucessivos aumentos de mensalidade fossem bem superiores à inflação, e o valor da mensalidade comprometeria a renda dos trabalhadores a um nível em que a permanência no plano ficaria insustentável e estes usuários sairiam do plano (como ocorreu nas autogestões que implementaram a cobrança por faixa etária, como o plano dos Correios, que tinha 400 mil usuários e passou a 219 mil).

A alternativa para a sustentabilidade do Saúde Caixa, que foi concebido como uma política de assistência à saúde (e não meramente como um plano), passa pelo aumento da participação da Caixa no custeio e pela manutenção de seus princípios de solidariedade e do pacto intergeracional. Apenas desta forma o plano será economicamente sustentável e financeiramente viável aos empregados.

Fonte: Contraf-CUT

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Audiência pública destaca adoecimento bancário no Senado

As condições de trabalho insalubres nos bancos e os altos índices de adoecimento da categoria bancária foram o tema de audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, nesta quinta-feira (26).

O debate foi pedido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) à senadora Augusta Brito (PT/CE). “É muito bom ter uma mulher senadora conduzindo essa audiência pública. Nos sentimos representadas. Somos 52% da população brasileira e no parlamento temos uma presença pequena ainda. Nós esperamos que essa realidade mude e que, de fato, todos os espaços representem o que é a sociedade brasileira”, afirmou Juvandia Moreira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT Nacional.

A senadora, por sua vez, lamentou o fato de algumas pautas prejudicarem mais as mulheres. “Ela [a mulher] é sempre julgada, em qualquer espaço que seja, e percebi que também entre os bancários isso acontece. Como ela se veste, como pinta o cabelo, se faze a unha, se fala alto, se fala baixo, como se comporta. Esse julgamento sobre nós, mulheres, e a nossa participação, seja em qual espaço for, é um fator que adoece, por ser uma grande violência contra nós”.

Augusta Brito disse que o debate foi muito importante para a construção de ações de combate à violência contra as mulheres dentro das instituições financeiras. “Assédio moral, assédio sexual acontece também, exatamente por essa construção do machismo, que obriga à mulher a ter sempre que provar mais do que o homem, provar que ela pode estar naquele espaço, que ela está ali porque ela realmente tem capacidade e competência para estar e não porque ela vai ser uma figura decorativa”.

Adoecimento mental

Para a presidenta da Contraf-CUT, “é importante debater nessa casa legislativa a situação da saúde do trabalhador e da trabalhadora, mesmo que olhando para o aspecto de uma categoria. Um debate que nos faça ver o todo e refletir sobre soluções, políticas públicas e avanços na legislação, nas próprias relações de trabalho e nas negociações coletivas”, completou.

Juvandia lembrou que os trabalhadores do ramo financeiro têm uma mesa única de negociação para debater a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que é complementada por reuniões temáticas para acompanhar a evolução dos problemas de saúde na categoria. “Nós já avançamos em algumas [dessas reuniões] e, em muitas outras estamos longe de avançar, principalmente no reconhecimento do adoecimento mental na categoria. É impossível que seja uma mera coincidência que a principal causa de afastamento dos bancos seja adoecimento mental”, apontou. “Não dá para culpar o mundo moderno, como é dito reiteradamente na mesa [de conversa com os bancos], onde dizem ‘não, o mundo moderno é assim, tem muita depressão’, mas na categoria temos muito mais casos de adoecimento mental, em comparação a outras categorias”.

Gestão dos bancos adoece

Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT, destacou a relevância do tema e a gravidade da situação de adoecimento que passa a categoria vivencia. “É um tema que não tem a visibilidade necessária, não só na nossa categoria, mas em toda a sociedade. Acidente de trabalho e doenças ocupacionais não têm a visibilidade necessária e mata mais do que outras doenças”, reforçou.

Mauro resgatou uma citação do Papa Francisco que, há algumas semanas, afirmou que “as tragédias no local de trabalho começam quando o foco não está mais no homem, mas na produtividade e o homem se transforma numa máquina de produção”. De acordo com ele, o Papa atribui a culpa dos acidentes de trabalho à procura excessiva por lucros e à idolatria ao mercado. “A reponsabilidade para com os trabalhadores é uma prioridade. A vida não pode ser negociada por qualquer motivo, especialmente se for a vida dos pobres, precários, frágeis. Somos seres humanos e não máquinas, somos pessoas únicas e não peças sobressalentes”.

O secretário justificou a citação por entender que o Papa resume bem que “o problema que nós tratamos não são os indivíduos, não é a pandemia, não é um problema individual do trabalhador. É [um problema] da gestão. A gestão dos bancos é um verdadeiro mecanismo adoecedor”, arrematou.

O que é assédio?

Rachel de Araújo Weber, diretora de Políticas Sociais da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), apresentou uma pesquisa realizada pela entidade e que mostra o agravamento da situação de saúde dos empregados da Caixa, entre 2018 e 2022.

“Lançamos uma campanha de conscientização do que é assédio, pois a percebemos que as pessoas nem sabem o que é assédio. Elas não sabem nem o que elas estão praticando. Porque, muitas vezes, é um processo silencioso, não é uma questão individual. Geralmente acontece como uma questão cíclica, institucional. É a forma como os bancos atuam e a forma como a gente aprende como cumprir as metas e dar aquele lucro necessário. E isso vai passando de cima para baixo”, explicou.

Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro, disse que “para muitos segmentos sociais, os bancários podem parecer trabalhadores privilegiados, na comparação com outros, que enfrentam perigos e insalubridade tradicionais. No entanto, estudos mostram que os trabalhadores do banco, ao longo dos últimos mais de 30 anos, são vítimas diretas de sistemas econômico-financeiros onipresentes em nossa sociedade, que também penalizam a maioria dos segmentos sociais”.

Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho

A procuradora do Trabalho Cirlene Luiza Zimmermann, representante da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), do Ministério Público do Trabalho (MPT), disse que “a saúde dos trabalhadores dessa categoria é algo que nos tem preocupado muito, especialmente num cenário em que o setor é ainda caracterizado com um grau de risco 1, mesmo sendo o oitavo setor com o maior número de afastamento acidentários pelo INSS”.

Cirlene revelou que os dados de adoecimento do setor estão fortemente retratados pelo Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, que traz informações que podem subsidiar políticas públicas em todo o Brasil. “É muito importante que a gente reforce que esses dados estão à disposição de todas as pessoas que têm interesse e, principalmente, de todos os gestores que queiram adotar políticas públicas e no que se a saúde dos trabalhadores. É importante que essa ferramenta seja difundida e utilizada”.

Assédio moral organizacional

A auditora-Fiscal do Trabalho Odete Reis, representante do Ministério do Trabalho e Emprego, disse que, até o ano passado, nunca tinha visto um programa de saúde e segurança do trabalho que abordasse fatores de risco psicossociais. “A partir deste ano, a gente começou a ver alguns programas, mas ainda de forma muito inadequada ou muito superficial, que não trazem nenhuma mudança”, lamentou. “Por isso, precisamos chamar atenção para o assédio moral organizacional, que é a forma de gestão adotada pela empresa, pautada por cobrança de metas abusivas e aspectos que geram adoecimento dos trabalhadores”.

Para Luciene de Aguiar Dias, coordenadora-geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde, todas as vezes que o trabalho for pauta de discussão, é muito importante que o Ministério da Saúde e o SUS tenham acento no debate. “A gente considera o trabalho como um determinante social da saúde”.

Luciene lamentou a falta de eficácia do método de trabalho para o controle de notificações de doenças dos trabalhadores nos últimos anos. “Para debater a questão do adoecimento dos trabalhadores do setor bancário, demanda uma abordagem muito maior do que a abordagem atual. Também é preciso fazer o reconhecimento de que a saúde no trabalho é um direito humano”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

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Santander lucra R$ 7,2 bi no Brasil em nove meses

O banco Santander obteve lucro líquido recorrente de R$ 7,2 bilhões nos nove primeiros meses de 2023, queda de 36% em relação ao mesmo período de 2022, e crescimento de 18,2% no trimestre, tendo em vista que o lucro líquido recorrente no 3º trimestre foi de R$ 2,7 bilhões, frente aos R$ 2,3 bilhões do trimestre imediatamente anterior. A apuração pelo lucro líquido recorrente exclui efeitos extraordinários.

A rentabilidade (retorno sobre o patrimônio do banco –ROE) ficou em 13,1%, o que representou decréscimo de 7,4 pontos percentuais (p.p.) em doze meses. O lucro obtido até setembro de 2023 na unidade brasileira do banco representou 17,5% do lucro global, que foi de € 8,143 bilhões, com alta de 11,3% em doze meses.

“A primeira observação é que o banco teve um lucro altíssimo de R$ 7,2 bilhões em nove meses. E esse lucro poderia ser ainda maior, mas o banco, mesmo com uma taxa de inadimplência de apenas 3% e em queda, optou por aumentar a provisão para créditos de liquidação duvidosa, a chamada PDD. E isso impacta negativamente no resultado”, explicou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa Queiros. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o Santander aumentou 23,8% a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD).

Maquiagem

Outro dado do balanço do banco que é questionado por Wanessa é com relação a criação de empregos. Segundo dados apresentados pelo Santander, a holding encerrou o 3º trimestre com 55.739 empregados, 4.525 postos de trabalho a mais do que tinha no final de setembro de 2022 e 568 a mais do que tinha em julho deste ano.

“É preciso observar que estes números se referem ao grupo Santander. Ou seja, inclui os bancários que trabalham nas outras empresas do grupo, que o banco insiste em falar que não são bancários. Mas, na hora do balanço, para dizer que está criando novas vagas, estes trabalhadores são incluídos no total. O banco deveria divulgar quem ele considera bancário separado de quem ele não considera bancário”, disse a coordenadora da COE. “Estes trabalhadores são precarizados e a Justiça vem dando decisões contra as terceirizações ilegais promovidas pelo Santander”, completou.

Lucro acima de tudo

“Apesar desse lucro astronômico, o Santander continua demitindo trabalhadores. Não podemos aceitar que o Santander coloque sua ganância por lucros cada vez maiores em prejuízo dos trabalhadores, que estão sobrecarregados e adoecidos devido à cobrança abusiva de metas inatingíveis que são impostas pelo banco”, disse a bancária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa. Os bancos estão investindo cada vez mais em tecnologia e ampliando as operações via internet, fechando agências de atendimento e reduzindo o quadro de pessoal.

Para a dirigente da Contraf-CUT, os avanços tecnológicos não podem ser usados apenas em benefício do banco, precisam também favorecer os trabalhadores e a sociedade. “Precisa haver uma contrapartida social das empresas, e neste caso do Santander, para a manutenção do emprego e da economia. A solução passa pela redução da jornada de trabalho, pela semana de quatro dias, enfim, o trabalhador e a sociedade também tem que usufruir dos benefícios dos avanços tecnológicos. Eles não podem ser apropriados apenas pelos donos do capital”, disse. “Mas, o Santander, ao invés de melhorar as condições de trabalho e valorizar seus funcionários, caminha no sentido contrário. Demite seus funcionários e os recontrata de forma terceirizada em outras empresas de sua holding, para poder pagar salários menores e reduzir os direitos que são garantidos pela CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da categoria bancária”, criticou Rita.

Veja abaixo a tabela resumo ou, se preferir leia a íntegra do documento de análise do balanço do banco elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Fonte: Contraf-CUT

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VII Fórum pela Visibilidade Negra inclui especialistas militantes da luta antirracismo

A Secretaria de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro divulgou o programa completo das atividades do VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, que será realizado em Porto Alegre (RS), nos dias 10 e 11 de novembro de 2023.

O secretário da pasta, Almir Aguiar, avalia que “a programação do evento tem palestrantes da maior competência e notório saber nas políticas antirracista, cada um dentro de sua área de atuação”.

Almir, entende que esse grupo de especialistas e militantes da luta antirracista, “com certeza, abrilhantará o Fórum, ao promover debates de grande densidade sobre temas fundamentais para a luta contra a discriminação no sistema financeiro e no Brasil de uma forma geral”.

Confira, a seguir, o programa completo do evento.

VII FÓRUM NACIONAL PELA VISIBILIDADE NEGRA NO SISTEMA FINANCEIRO

10 e 11 de novembro de 2023

Porto Alegre (RS)

Local: Auditório do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre

Rua General Câmara, 424 – Centro, Porto Alegre – RS

Programação

10 de novembro

9h – Credenciamento

9h30 – Abertura

ANÁLISE DE CONJUNTURA HISTÓRICA DAS RELAÇÕES DE TRABALHO E RACIAIS NO BRASIL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA VIDA DA POPULAÇÃO NEGRA

10h10 – Mário Theodoro

Doutor em Economia pela Université Paris 1 – Sorbonne, foi diretor da área internacional do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). É autor do livro A Sociedade Desigual.

11h – Tamires Sampaio

Advogada, mestra em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, assessora especial do Ministério da Justiça e Segurança Pública e coordenadora do PRONASCI 2.

11h30 – Debate

12h30 – Almoço

PARTICIPAÇÃO DOS NEGROS E NEGRAS NO MERCADO DE TRABALHO E POLÍTICAS DE COMBATE AO RACISMO

14h – Vivian Machado

Economista, mestra em Economia Política pela PUC-SP, técnica da subseção do Dieese na Contraf-CUT e pesquisadora do Observatório Conjuscs, da Universidade de São Caetano do Sul.

14h30 – Bruna Rodrigues

Deputada estadual do Rio Grande do Sul pelo PCdoB, integrante da primeira Bancada Negra da história do legislativo gaúcho, é presidenta do Comitê Municipal do PCdoB em Porto Alegre e estudante de Administração Pública e Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

15h – André Brandão

Professor titular da Universidade Federal Fluminense, no Programa de Estudos Pós-Graduados em Política Social, é doutor em Ciências Sociais com vários estudos publicados na área de avaliação de políticas sociais.

15h20 – Debate

Intervalo para o café

EMPODERAMENTO DA MULHER NEGRA NA POLÍTICA NO TRABALHO E NA VIDA

16h – Mônica Alexandre

Secretária-geral adjunta da Seccional da OAB/RJ, é presidenta da Associação Carioca dos Advogados Trabalhistas do Rio de Janeiro e membro da Comissão de Direito Sindical Seccional Rio de Janeiro da OAB/RJ.

16h30 – Carol Dartora

Deputada federal pelo estado do Paraná, foi vereadora de Curitiba. É professora de História, mestra em Educação pela UFPR e doutoranda em Tecnologia e Sociedade pela UTFPR. Atuou no segundo maior sindicato de profissionais da educação da América Latina, a APP Sindicato.

17h – Kelly Quirino

Doutora e mestra em Comunicação, bacharel em Jornalismo. Atualmente é representante dos funcionários no Conselho de Administração do BB. É pesquisadora de gênero e relações raciais e professora da Universidade de Brasília e da Universidade Católica de Brasília.

17h30 – Debate

18h – Encerramento

20h – Confraternização

11 de novembro

O SISTEMA ECONÔMICO BRASILEIRO COMO POLÍTICAS DE INCLUSÃO DE NEGRAS E NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO E REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS

9h30 – Rodrigo Monteiro

Economista, servidor do Banco Central há 28 anos, pós-graduado em Contabilidade e Auditoria e em Normas Internacionais de Contabilidade. Atualmente trabalha na área de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias.

10h – Debate

10h30 – Combate à discriminação racial:  A categoria bancária e suas experiências no combate ao racismo

11h – Desafios e compromissos das entidades envolvidas

12h – Encerramento

Fonte: Contraf-CUT

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Ministério da Mulher lança programa de combate ao ódio contra mulheres

O Ministério da Mulher lançou, nesta quarta-feira (25), em Brasília, o programa Brasil sem Misoginia, definido pela pasta como um chamado a todos os setores brasileiros – governos, empresas, sociedade civil, ONGs, times de futebol e torcidas organizadas, universidades, grupos religiosos, entre outros – com o objetivo de estimular o debate sobre o tema no país e a execução de ações diversas de enfrentamento à misoginia.

“Eu poderia passar horas listando motivos para apoiar a iniciativa Brasil sem Misoginia, mas o primeiro é prevenir feminicídios, a violência doméstica e a violência sexual. Porque, segundo o Anuário de Segurança Pública, no ano passado, 2022, foram 1.400 mulheres brasileiras mortas pelo fato de serem mulheres”, disse a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, durante o evento de lançamento da proposta.

Ainda segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número total de feminicídios registrados no país, em 2022, representa alta de 6,1% em relação ao ano anterior. Entre as vítimas de feminicídios, 61,1% eram negras e 71,9% tinham entre 18 e 44 anos. A cada dez dessas mulheres, sete perderam a vida dentro de casa, 53,6% delas assassinadas pelo parceiro íntimo, 19,4% por ex-parceiro e 10,7% por algum familiar.

“O segundo grande motivo [do programa] é o de apoiar mulheres no espaço de poder, pois, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, apesar de representarmos 53% do eleitorado, ocupamos apenas 17,7% da Câmara dos Deputados, 12,3% do Senado e em 958 cidades não tivemos nenhuma vereadora eleita em 2020. Segundo o Censo de Prefeitas, feito pelo Instituto Alziras, 58% das prefeitas com mandatos de 2021 a 2024 sofreram assédio ou violência política de gênero”, prosseguiu a ministra.

Contraf e CUT aderem à campanha

O lançamento da iniciativa contou com a participação de influencers, lideranças políticas e diversos outros atores envolvidos com a pauta. A proposta também foi assinada pelas entidades Central Única dos Trabalhadores (CUT), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e ONU Mulheres.

“Misoginia significa ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres e meninas”, explicou Fernanda Lopes, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) que participou do evento de lançamento. “Esse tipo de preconceito se manifesta de diversas formas, no dia a dia da mulher. Um exemplo disso é a cultura do assédio constante, ao qual as mulheres são submetidas nas ruas, espaços públicos ou privados. Sofremos também com a diferença salarial entre homens e mulheres (aqui no Brasil, mulheres recebem cerca de 20% menos que os homens que ocupam cargos iguais), além da sub-representação das mulheres na política, já destacada hoje pela ministra”, completou.

Em outras palavras, a misoginia é uma visão que coloca as mulheres em posição subordinada e com acesso limitado ao poder e locais de tomada de decisão.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontou também que, no Brasil, os registros de assédio sexual, em 2022, subiram 49,7% e totalizaram 6.114 casos. A importunação sexual teve um crescimento de 37%, com 27.530 casos. Todos os indicadores de violência doméstica tiveram aumento: foram 245.713 agressões violentas (alta de 2,9%) e 613.529 ameaças (mais 7,2%).

Contribuição da categoria bancária

Em agosto de 2021, a Contraf-CUT lançou, nacionalmente, o projeto de assessoria jurídica para mulheres em situação de violência doméstica e familiar: “Basta! Não Irão Nos Calar!”. “As bancárias contam com 12 canais para acolhimento e assistência jurídica especializada. São 298 cidades atendidas, nas cinco regiões do país”, destacou Phamela Godoy, advogada e assessora jurídica da Contraf-CUT.

Phamela explicou que o papel da Contraf-CUT é apoiar a implementação do Basta nas federações e sindicatos da categoria bancária, onde são estabelecidos os canais para mulheres em situação de violência doméstica contatarem a assessoria jurídica especializada, que inclui desde orientações para a procura dos canais e serviços públicos, até questões relacionadas à guarda de filhos.

Até julho deste ano, os canais do Basta! haviam atendido 383 mulheres e dois homens, parentes de mulheres em situação de violência doméstica ou familiar. Do total de atendimentos, foram geradas 343 ações judiciais, sendo 199 pedidos de medida protetiva de urgência obtidos com base na Lei Maria da Penha.

Fonte: Contraf-CUT

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COE se reúne com Santander para debater metas

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reúne com representantes do banco espanhol, em um Grupo de Trabalho (GT) de saúde, no dia 13 de novembro, para debater todos os programas de metas nas agências e departamentos.

O objetivo é reportar as demandas e reclamações dos trabalhadores sobre cobranças excessivas para o cumprimento de metas, especialmente em relação aos aceleradores, cujo objetivo é antecipar a entrega de mais resultados antes do fim do mês.

O banco estabelece as metas mensais, bimestrais e semestrais, mas com os aceleradores, os gestores cobram além das metas determinadas. Isto tem gerado diversos impactos negativos na saúde mental dos empregados, resultando em doenças como transtorno de ansiedade, depressão, síndrome do pânico e síndrome de burnout, o que tem levado ao uso contínuo de remédios controlados.

“Os objetivos do GT de saúde são a apresentação, por parte do banco, dos programas de metas; reforçar as denúncias dos problemas relatados por bancários aos sindicatos; e reivindicar que não ocorram alterações e aumento das metas já estabelecidas, visando melhores condições de trabalho, para evitar adoecimentos nos trabalhadores”, diz Wanessa de Queiroz, coordenadora da COE Santander.

Na reunião, o movimento sindical também irá conhecer a nova vice-presidenta de RH do Santander.

Fonte: Contraf-CUT

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Senado debate adoecimento relacionado ao trabalho nos bancos

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal realiza na nesta quinta-feira (26) audiência pública para tratar das condições de trabalho insalubres nos bancos e os altos índices de adoecimento da categoria bancária. O evento é resultado de pedido feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em ofício enviado para a senadora Augusta Brito (PT/CE).

Para Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, é a chance de furar a bolha da categoria. “Precisamos acabar com os geradores do adoecimento que, sabemos, está ligado ao assédio moral e à cobrança abusiva de cumprimento de metas inatingíveis. Para isso, é fundamental que a população também conheça essa realidade dos bancos e os pressione a mudar”.

Além de representantes da Contraf-CUT, participam do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Ministério da Previdência Social (INSS), Ministério da Saúde, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), além de outras entidades sindicais.

Para Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT, a audiência pública é um importante espaço para que sejam apresentadas e debatidas as evidências dos ambientes de trabalho como causa de adoecimento, físico e mental, dos bancários em âmbito nacional. “Nossa categoria enfrenta problemas gravíssimos de saúde, com nível de adoecimento muito elevado. Dentro das agências envidraçadas com layout bem cuidado os bancários vivem dramas cotidianos. Os dados disponíveis, mesmo com a notória a subnotificação no Brasil, é alarmante e é mais elevado que a média das demais categorias”, lamenta.

O secretário aponta a pressão por resultados constantes, metas abusivas impostas com ameaças e o assédio moral como parte do cotidiano da categoria. “Isto tem gerado sofrimento e adoecimento. O adoecimento psíquico tornou-se epidêmico”.

“A Contraf-CUT, ao longo do tempo, vem provocando importantes e necessários debates através de audiências públicas no Congresso Nacional. Essas audiências têm por finalidade acumular conhecimentos, construir soluções e instruir encaminhamentos relativos aos temas que afligem não só a categoria bancária, mas toda a classe trabalhadora”, disse o secretários de Relações do Trabalho e responsável da Contraf-CUT pelo acompanhamento dos projetos e temas de interesse da classe trabalhadora no Congresso Nacional, Jeferson Meira, o Jefão.

Adoecimento bancário

Apesar de representar 1% do emprego formal no Brasil, a categoria bancária representa 24% dos afastamentos acidentários (B91) por doenças mentais e comportamentais no país. Em 2012, esse percentual era de 12%.

Nos últimos 5 anos o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto no geral a variação foi de 15,4%, ou seja, entre os bancários a variação foi 1,7 vezes maior do que na média dos outros setores.

Nos afastamentos Acidentários (B91) as doenças mentais e comportamentais saíram de 30% em 2012 para 55% em 2021 e as doenças nervosas saíram de 9% para 16%. De 1996 a 2005 ocorreram um suicídio a cada vinte dias entre os bancários. Em muitas situações nos próprios locais de trabalho. Mauro Salles cita o psiquiatra francês Christophe Dejours, “o facto de as pessoas irem suicidar-se no local de trabalho tem obviamente um significado. Os suicídios nos locais de trabalho são reveladores de profunda degradação da vida e da solidariedade, fato que não pode ser banalizado. É uma mensagem extremamente brutal e aponta ligação com as situações de trabalho”.

O secretário de Saúde lembra das ações judiciais individuais e coletivas que têm condenado os bancos em relação à pressão exacerbada por resultados, sendo o assédio moral ferramenta de gestão, comprovando a triste realidade que os bancários estão passando onde o adoecimento tem clara relação com as metas abusivas e o assédio moral.

“Quando o trabalhador adoece os bancos dificultam o tratamento, discriminado, descomissionando e demitindo. O ato de trabalhar tem gerado sofrimento e mortes, caracterizando um grave problema de saúde pública, mas que não tem a visibilidade necessária. Quando não conseguem mais aguentar e têm uma doença, vivenciam a plenitude do desamparo. Os médicos das empresas buscam descaracterizar ou minimizar o problema, desqualificando uma relação médico/paciente e trabalhando na lógica mercantil das empresas”.

Para agravar a situação, quando os trabalhadores necessitam do acesso à Previdência Social para tratamento, são maltratados. O INSS cria inúmeros empecilhos para o acesso aos direitos. “O momento exige que o INSS cumpra seu papel legal de proteção da saúde do trabalhador e da trabalhadora. E os bancos precisam cumprir a lei e garantir condições dignas de trabalho. Caso o trabalhador necessite recorrer às instituições do Estado as dificuldades persistem. Houve um verdadeiro desmonte das estruturas do estado responsáveis pela seguridade social”, aponta.

Na Previdência Social, de acordo com ele, persiste uma cultura que vem de longe. “O martírio é desumano, com situações de humilhação, constrangimentos e desrespeito durante a perícia médica. Não atua e não se interessa pela prevenção e pelo controle dos acidentes de trabalho. Agindo apenas na ‘reparação’ dos danos, não se integrou ao modelo de seguridade social previsto na Constituição de 1988. Prioriza o corte de benefícios, numa lógica econômica e atuarial, não levando em conta a saúde dos trabalhadores”.

Fonte: Contraf-CUT