SÃO PAULO (Reuters) – O dólar acentuou a queda nesta segunda-feira por conta da ausência de uma atuação do Banco Central e encerrou no menor patamar desde o início de maio de 2001, a 2,251 reais. O cenário econômico positivo e alguns ingressos de recursos contribuíram para que a moeda norte-americana recuasse 0,66 por cento e fechasse na menor cotação do dia. “À medida que o BC não surge, o pessoal não segura os dólares na mão”, resumiu o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que pediu para não ser identificado, acrescentando que o mercado deve começar a testar o nível de 2,20 reais. Desde que o dólar retomou o nível abaixo de 2,30 reais na semana passada, aumentaram as expectativas entre os investidores de que o Banco Central poderia voltar a realizar os leilões de compra de dólares. Com isso, os investidores seguram um pouco a venda de dólares no começo da manhã, mas ingressam os recursos no mercado ao longo do dia, diante da constatação da ausência do BC. O fluxo positivo vem principalmente das recentes captações privadas realizadas, disseram analistas. “Não adianta, enquanto não tiver atuação do BC, o mercado vai continuar vendedor de dólar”, disse o operador de câmbio de uma corretora nacional. O gerente de câmbio do banco estrangeiro lembrou ainda que, mesmo que alguns exportadores reclamem da cotação baixa, a balança comercial segue registrando superávits. “Todos os indicadores são positivos”, disse. Dados desta manhã mostraram que a balança comercial acumulou saldo positivo de 858 milhões de dólares na quarta semana de setembro. De acordo com o diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel, o mercado pela manhã tentou acompanhar um pouco o cenário internacional, com o dólar atingindo o maior nível em 2 meses frente ao euro depois que o furacão Rita causou menos danos que o esperado. “Mas agora à tarde despencou de vez… está mantendo a tendência de queda”, afirmou ele. (Por Nathália Ferreira)
Fonte: Reuters