A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES) lançou uma carta aberta à população, onde alerta sobre os riscos dos empréstimos consignados vinculados ao Auxilio Brasil, regulamentado pelo governo federal e oferecido, exclusivamente, pela Caixa Econômica Federal. Além disso, se solidarizou com aos clientes e funcionários do banco.
Confira na íntegra:
“O governo federal regulamentou os empréstimos consignados vinculados ao Auxilio Brasil. Embora exista uma vertente de economistas que alerte sobre os riscos para quem contrate esse crédito consignado, já que o benefício assistencial é basicamente destinado para combater a fome, é importante ressaltar que os encargos financeiros para amortização do principal e os juros, poderá agravar o endividamento de famílias que já se encontram em situação de vulnerabilidade.
Por isso é que no cenário atual, onde 78% das famílias brasileiras possuem dívidas, e que 29% não conseguem pagar as contas em dia, as instituições financeiras estão reticentes a conceder o crédito. Bradesco, Santander e Itaú, os maiores bancos privados do país, e o Banco do Brasil não operaram o empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Assim, restou apenas a CEF, o único banco público a oferecer a modalidade, porém sem os insumos necessários no atendimento aos clientes.
Paralelamente, ao aumento da demanda pelo empréstimo consignado do Auxílio Emergencial, a Caixa Econômica Federal tem lançado diversos outros produtos, e por consequência aumentado a procura pelos serviços. Para piorar a Caixa cortou os recursos para melhor atender aos clientes, tendo gerado revolta com o tempo de espera para atendimento que em média tem durado mais de três horas. Os funcionários, já totalmente sobrecarregados, e trabalhando em condições precárias têm sido agredidos injustamente. Importante lembrar que desde a pandemia de COVID 19 não há novas contratações. Bom que se saiba, que são os próprios empregados que colocam dinheiro do bolso para comprar café, açúcar, grampos de papel e até papel higiênico. Somos conscientes da gravidade da situação econômica do nosso país, tão pouco estamos aqui para julgar a situação de desespero das famílias mais humildes, e nem fazer uso político disso. Achamos justa a reclamação da população, mas clamamos para que compreendam que a precariedade do atendimento não é de responsabilidade dos funcionários, e sim da direção do banco.
A Caixa Econômica falha em sua responsabilidade social no que diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações das empresas com a sociedade em geral. Pedimos encarecidamente para que os clientes
usem os meios institucionais para registrarem sua insatisfação, e jamais a agressão física ou verbal, que em nada contribui para um mundo melhor.
Nossa solidariedade aos clientes e funcionários da CEF.
Nilton Damião Esperança
Presidente da FETRAF RJ/ES”