Santander é condenado por impedir entrada em agência

O Banco Santander terá que pagar R$ 3 mil a um cliente que foi impedido de entrar em uma de suas agências, no Rio Grande do Sul, por possuir uma placa de platina implantada no braço. Em 1999, ao tentar entrar na agência, o cliente foi barrado pela porta eletrônica acionada pelo segurança interno do banco.


Apesar de explicar que o braço, engessado em razão de cirurgia, abrigava uma placa de platina e mesmo tendo se identificado como cliente, o guarda e o gerente não permitiram a sua entrada na agência. O cliente foi obrigado a manter-se na calçada e só conseguiu pagar sua conta após passar o dinheiro ao gerente.


O Santander alegou que não praticou nenhum ato ilegal e que agiu em obediência às normas de segurança. O cliente ganhou a ação em primeira instância. O banco, então, apelou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que considerou inadmissível o recurso da instituição. No entanto, reduziu o valor da indenização, que havia sido fixada em 60 salários mínimos.

Fonte: Agência Estado

Delegacias e Tribunais Regionais do Trabalho firmam acordo de cooperação

As Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs) no estados e os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) estão firmando parceiras para promover intercâmbio de informações do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNAES) e do Sistema Integrado de Registro de Empresa de Trabalho Temporário (Sirett) das DRTs para o desenvolvimento de ações conjuntas.


 


Os tribunais terão acesso, por exemplo, às informações sobre organização sindical, registros e impugnações dessas entidades e contribuições sindical, assistencial e confederativa, além da situação de registro de empresas de trabalho temporário.


 

A cooperação entre os órgãos se tornou necessária após a publicação da Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004, que transferiu para a Justiça do Trabalho a atribuição de julgar as ações sobre representação sindical entre sindicatos, sindicatos e trabalhadores, e sindicatos e empregadores, antes uma atribuição da Justiça Federal.

Fonte: Agência DIAP

TST garante PLR para bancária do Meridional

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho confirmou, por unanimidade, o direito de uma bancária brasiliense ao pagamento da participação nos lucros do Banco Meridional S/A, com base no princípio constitucional da igualdade.


 


A decisão foi relatada pelo ministro Horácio Senna Pires e tomada após exame de recurso de revista interposto pela instituição financeira contra determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (Distrito Federal e Tocantins).


 


O Meridional, hoje sob controle do Grupo Santander, argumentou, no TST, que a participação nos lucros concedida à trabalhadora teve como base a 1ª cláusula (parágrafo quinto) da Convenção Coletiva de Trabalho de 1999-2000. Acrescentou, contudo, que o mesmo dispositivo condicionou o pagamento da parcela à obtenção de lucro operacional no ano de 1999, resultado que não foi alcançado.


 


O ministro relator observou, contudo, que a decisão regional não levou em consideração a previsão da norma coletiva isolada, mas o princípio constitucional da isonomia (artigo 5º, CF).


 


“Não obstante a inexistência de lucro no ano de 1999, bem como o conteúdo da norma coletiva estabelecida entre as partes, a prova testemunhal produzida pelo próprio empregador atestou o pagamento da participação nos lucros a certos funcionários do Banco”, registrou Horácio Pires ao reproduzir – em seu voto – trecho da decisão do TRT.


 

Também foi afastada a alegação do Meridional de violação ao artigo 7º, XXVI, da Constituição, que prevê o reconhecimento dos acordos e convenções coletivas de trabalho. “Na medida em que a decisão recorrida não pautou seu entendimento na negação de norma coletiva, mas na aplicação do princípio constitucional da isonomia, inviável o recurso”, concluiu o relator.

Fonte: TST

Compras de bancos já giraram neste ano o dobro do negociado em 2005

O ano começou agitado em aquisições no mercado financeiro. As operações já anunciadas envolvem o dobro do movimentado em todo o ano passado.


 


Mas os principais bancos privados não consideram que esteja em curso uma onda de consolidação no mercado financeiro. “O mercado está estreito atualmente. Só aparecem algumas aquisições pontuais”, disse Márcio Cypriano, o presidente do Bradesco, que comprou as operações do American Express no país em março, por cerca de R$ 1 bilhão. “São oportunidades que surgiram e não uma nova onda de consolidação”, afirmou Sílvio de Carvalho, diretor executivo de controladoria do Itaú, que adquiriu o BankBoston na semana passada, por R$ 4,5 bilhões.


 


Já foram divulgadas quatro compras, neste ano, envolvendo pouco mais de R$ 10 bilhões. A operação de maior porte foi a compra do Pactual pelo suíço UBS, anunciada ontem (09).


 


No ano passado, proliferaram as compras de carteira de crédito consignado e financiamento ao consumo dos bancos de pequeno porte e as parcerias com rede de varejo. As compras envolvendo mudança de controle totalizaram oito, movimentando pouco mais de R$ 4 bilhões. Entre elas estavam vendas do controle ou de parte de bancos estatais como o BEC e a Nossa Caixa.


 


Cypriano afirmou que um dos motores das aquisições realizadas neste ano é a falta de escala. O American Express e o BankBoston resolveram vender as operações no Brasil pela falta de escala. De certa forma, o UBS comprou o Pactual para constituir uma massa crítica no mercado brasileiro.


 


Os dois maiores bancos privados do país contam agora com ações valorizadas como moeda em eventuais aquisições e ambos se declaram dispostos a examinar as oportunidades que surgirem.


 


O Itaú vai pagar o Bank of America pela compra do BankBoston em participação acionária. E o diretor do Itaú comemorou o fato de o banco ter reassumido a liderança do mercado brasileiro em valor de mercado. Segundo Carvalho, o valor de mercado do Itaú atingiu do R$ 81,773 bilhões na segunda-feira, superando o Bradesco, que havia assumido a liderança no ano passado. Segundo Cypriano, o Bradesco estava sendo cotado no mercado a R$ 77 bilhões. O valor de mercado é calculado pela multiplicação do número de ações pela sua cotação em bolsa. O Itaú recuperou o posto com a valorização após a compra do BankBoston, disse Carvalho.

Fonte: Valor Econômico

Santander Banespa é cruel e desumano para com os trabalhadores brasileiros

Clique aqui e baixe o Manifesto dos Bancários do Grupo Santander

Fonte:

Bancos começam a mudar local das portas giratórias

A luta do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) pela colocação das portas giratórias de segurança na entrada das agências, de acordo com a lei municipal aprovada em 1994, mereceu reportagem na edição deste domingo, dia 7, do jornal Zero Hora. Vários bancos, diante da pressão sindical para instalar as portas em todos os acessos destinados ao público, estão aos poucos se adequando à legislação.


Enquanto o Itaú, o Banco da Amazônia, o Besc, a Caixa Econômica Federal, o Banrisul e o Banco do Brasil estão tomando medidas para cumprir a lei, que já foi julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, bancos como o Bradesco, Unibanco, Santander Banespa e HSBC seguem burlando a determinação legal, pois mantêm as portas giratórias depois da sala de auto-atendimento.


O SindBancários vai continuar denunciando as agências em situação irregular, pedindo a fiscalização da Prefeitura, através da SMOV. Bancários, vigilantes e clientes exigem segurança nos bancos.


Veja a íntegra da reportagem de Zero Hora:


BANCOS COMEÇAM A MUDAR LOCAL DE PORTAS


Ao colocar os terminais de auto-atendimento na entrada das agências, antes das portas giratórias, os bancos podem ter facilitado a vida dos clientes, mas também os colocaram em um espécie de vitrina: o setor é visível da rua e, em muitos casos, o acesso é liberado.


Na tentativa de oferecer maior segurança, alguns bancos estão adotando como estratégia instalar portas giratórias com detector de metais logo na fachada das agências.


Depois de algumas redes privadas adotarem a mudança, bancos públicos testam a medida. A Caixa Econômica Federal e o Banrisul implantaram a alteração em algumas agências da Capital, enquanto o Banco do Brasil estuda projeto semelhante. Por ser uma estratégia de segurança, as empresas do setor evitam detalhar as mudanças.


Maior rede bancária do Estado, o Banrisul informa que três agências da Capital inauguradas recentemente estão operando com a porta giratória na entrada. Se o funcionamento se mostrar satisfatório, a intenção é estender a novidade a todas. Entre outros fatores, será preciso avaliar a aceitação do público.


– Ainda há um preconceito grande contra as portas giratórias. As pessoas reclamam por ter de tirar objetos dos bolsos ou das bolsas, mesmo que seja para a sua segurança – avalia o responsável pela segurança patrimonial do Banrisul, que pediu para ter o nome preservado por razões de proteção pessoal.


Em Porto Alegre, a lei que determina a implantação das portas giratórias foi aprovada em 1994, quando os terminais de auto-atendimento ainda não haviam se disseminado. Hoje, conforme o Sindicato dos Bancários do Estado, apenas 20% das pessoas que vão a uma agência chegam a passar pela porta giratória. O restante realiza suas transações no auto-atendimento. Por isso, a entidade defende a colocação das portas giratórias na entrada externa de todas as agências, mesmo que isso gere reclamações.


– O auto-atendimento não oferece segurança satisfatória na maior parte dos locais – afirma o diretor de Comunicação do sindicato, Ademir Wiederkehr.

Fonte: SindBancários (Porto Alegre) com informações de Zero Hora

Comunicado Público da Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul


Frente à crise política que atravessa o Mercado Comum do Sul –Mercosul e a construção da Comunidade Sul-americana de Nações – CSN, a Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul – CCSCS, expressa publicamente sua posição sobre as seguintes questões:


1 – A crise entre os governos da Argentina e o  Uruguai  Preocupa-nos cada vez mais a agudização do conflito em torno à instalação das fábricas de celulose na beira do Rio Uruguai, os efeitos que, principalmente nos últimos três meses, vem tendo sobre o Mercosul, tomando rumos cada vez mais perigosos e de difícil retorno e fragilizando as instâncias e mecanismos de resolução dos problemas do bloco.


Neste sentido reafirmamos a posição que tornamos pública, há menos de um mês atrás, quando afirmamos que a dimensão que o conflito  alcançou é fruto de uma inadequada gestão do problema por parte dos dois governos e a debilidade das regras definidas e espaços de mediação na estrutura do Mercosul.


Seguimos defendendo que as riquezas naturais de nossos países são patrimônio do Mercosul e, tal como estamos fazendo com o Aquífero Guaraní, o tratamento dos conflitos que surjam devem ser tratados pelos órgãos que correspondam e as dissídios intra-região devem ser resolvidos pelo Tribunal do Mercosul.


2. A assinatura dos TLCs com Estados Unidos
Junto com os companheiros e companheiras do Conselho Consultivo Laboral Andino temos denunciado continuamente as conseqüências danosas que a assinatura de um Tratado de Livre Comércio -TLC com Estados Unidos pode ter para os povos de nossos países e para os projetos de construção de uma associação econômica, comercial e política na América do Sul.


Nos opomos firmemente à assinatura dos TLCs, com o formato imposto por Estados Unidos e, com esse, espírito, nos solidarizamos com a classe trabalhadora de Colômbia e Peru  e  apelamos ao Presidente Tabare Vásquez para que não de continuidade às pretendidas negociações de um TLC ou  formatos similares com Estados Unidos, seja pelas conseqüências nefastas que terá para o país, seja pelos efeitos desagregadores que terá sobre o Mercosul.


3. A crise entre Brasil e Bolívia
Apoiamos o povo boliviano em seu direito legítimo e soberano sobre a propriedade e uso racional da energia não renovável de seu país. Além disso, com o mesmo princípio de soberania, avalizamos e  compreendemos as decisões do Governo do Brasil para defender os interesses de sua empresa petroleira e os acordos comerciais comprometidos. Conclamamos os dois governos a estabelecer imediatamente a negociação de uma solução que seja satisfatória para ambos países, sem chegar a recorrer aos tribunais arbitrais internacionais, tal como está previsto nos acordos de proteção de inversões.


Acreditamos que esses temas, assim como as agressões  políticas inter-cambiadas entre os governos de Peru e Venezuela, devem resolver-se a curto prazo,  para não inviabilizar as decisões ja adotadas com o objetivo de promover a construção da Comunidade Sul-americana de Nações que permita a unidade de nossos povos.


Temos apoiado todos os esforços para promover a integração solidária e complementar entre nossos países e estamos seguros que isto somente será conseguido  se as negociações se desenvolverem com transparência, com o reconhecimento das desigualdades e assimetrias entre os países e, principalmente, se o objetivo primeiro for a promoção do desenvolvimento e mais justiça social em nossa região.


Somos conscientes que nosso continente, principalmente o Mercosul, vive um momento histórico e inédito, com a coexistência de governos de corte democrático e social, respaldados por amplos movimentos sociais. Acreditamos que este deveria ser o melhor momento para avançar na integração que nossos presidentes defenderam desde que foram eleitos e não podemos aceitar que estes governos, que deveriam exercer a vocação integracionista de nossos povos, sejam os “coveiros”  de um processo que sobreviveu à demolição neoliberal dos governos anteriores.


Neste sentido, reivindicamos aos governos do Mercosul a realização de uma reunião  presidencial, o mais breve possível e proponham aos demais membros da Comunidade Sul-americana de Nações a realização de uma cumbre presidencial para que possa ser recuperada a convivência solidária e que principalmente sejam utilizadas e fortalecidas as instâncias de negociação e decisão nos marcos já estabelecidos.


Da parte do mundo sindical nos dispomos a cooperar no que seja possível para que isto ocorra e insistimos em nosso posicionamento de que a construção de um bloco político e econômico deve ser democrático e transparente e, como tal, é fundamental considerar as opiniões e preocupações da sociedade civil, principalmente dos milhões de homens e mulheres que geram as riquezas de nossas nações e constituem os verdadeiros protagonistas da integração e não espectadores de batalhas diplomáticas distantes das aspirações de unidade de nossos cidadãos e cidadãs.  


Mercosul, 05 de maio de 2006


Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul – CCSCS
(CGT e CTA-Argentina; CUT, CGT e FS –Brasil; CUT-Chile; CUT- Paraguay; PIT/CNT-Uruguay)

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Contraf-CUT entrega dossiê ao Ministério da Previdência e Alta Programada é revogada

A Contraf-CUT entregou nesta sexta-feira um dossiê com várias denúncias contra o INSS ao secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Eduardo Gabas. O dossiê, que contêm aproximadamente 500 páginas, foi uma iniciativa do Coletivo de Saúde da Contraf e contou com a participação de quinze sindicatos de bancários de todo o país.


O documento foi entregue em reunião realizada na sede do INSS em São Paulo, que teve a presença, além do secretário-executivo, do presidente do INSS, Valdir Moisés Simão, e do Diretor de Benefícios do órgão, Benedito Adalberto Brunca. Ao todo, mais de 130 sindicalistas de diversas regiões do país acompanharam o evento.


Além do dossiê, a pressão e as críticas constantes do movimento sindical conseguiram derrubar a alta programada, conhecida como Cobertura Previdenciária Estimada (Copes). A revogação da ordem normativa que havia instituído a alta programada foi confirmada hoje (5 de maio) pelo Ministério da Previdência, durante a reunião entre sindicalistas e os representantes do Ministério.


A decisão de revogá-la será oficializada na próxima quinta-feira, mesmo dia em que novas regras para perícias médicas, debatidas previamente com o movimento sindical, entrarão em vigor.


A alta programada vigorou desde agosto de 2005. Nesse período, os trabalhadores atingidos por doenças ou acidentes de trabalho passavam por uma única perícia médica, e tinham seus períodos de afastamento estipulados a partir de uma estimativa de tempo necessário para a cura. Na maioria dos casos, os afastamentos chegavam a seis meses, no máximo. Apenas em casos considerados gravíssimos, o prazo poderia se estender por dois anos.


Enquanto a alta programada existiu, o trabalhador voltava automaticamente ao trabalho sem passar por perícia médica que atestasse sua recuperação. Mas, se quisesse passar por novo exame, era obrigado a entrar com um pedido de reconsideração da licença, cinco dias antes de findar o prazo. A partir desse pedido, era efetuada uma nova perícia, para confirmar se o trabalhador precisava ou não de mais tempo de recuperação.
Porém, devido a problemas estruturais crônicos da Previdência, a nova perícia só acontecia muito depois de cinco dias. E, caso o novo exame médico não atestasse a necessidade de prorrogação da licença, os dias de afastamento que ultrapassaram o período inicialmente previsto pela alta programada não eram pagos nem pela Previdência, nem pelo empregador. Além da insegurança emocional produzida por essa incerteza quanto à conclusão da perícia aguardada, havia prejuízo financeiro. Tudo isso era agravado pelo fato de o trabalhador ter direito a apenas um único pedido de reconsideração. “Ao criar a Copes, o ministério colocou um bode na sala”, define Plínio Pavão, secretário da Contraf-CUT.


Essa fórmula recebeu duras críticas, especialmente por tratar como iguais casos diferentes. Há situações para as quais a prática médica pode, de fato, estimar um tempo de cura, como um braço quebrado ou uma gripe. Porém, determinados males não podem obedecer a critérios de previsibilidade, como os sofrimentos de ordem mental e lesões por esforços repetitivos. E o trabalhador de licença que quisesse questionar esse modelo deveria enfrentar a via crucis descrita acima.


Com a saída de cena da alta programada, surgem novas regras. O prazo máximo de licença para a maioria dos casos passa a ser de um ano, e depende unicamente da avaliação do médico perito. Antes, o prazo máximo de 180 dias. Com a alteração o benefício pode ser concedido por até mais de um ano desde que homologado pelo supervisor do perito. O pedido de prorrogação pode ser feito a partir de 15 dias antes do fim da licença. Caso o perito não confirme a necessidade de prolongar o prazo, o trabalhador pode entrar com um pedido de reconsideração, solicitando exame com outro médico. Se, após a nova perícia, este pedido resultar em prorrogação da licença, ao final do novo prazo o trabalhador pode entrar com novo pedido de prorrogação que, se indeferido, dará direito a novo pedido de reconsideração. E mais outras vezes, indefinidamente, se necessário.


“Na minha opinião, essas mudanças solucionam de vez os problemas criados pela alta programada. Mas não há consenso sobre isso no movimento sindical”, diz Plínio Pavão.


Para ele, as razões para as divergências quanto às mudanças anunciadas nesta sexta devem-se ao fato de as pessoas atribuírem todos os problemas da Previdência à alta programada. “Houve muita confusão. A alta programada era um novo problema, mas não era a razão dos demais, que continuarão existindo até que questões estruturais e culturais da Previdência sejam superadas. Para Gabas, secretário-geral do ministério, essas mudanças continuarão sendo perseguidas. “A revogação da Copes é resultado do diálogo com o movimento sindical, que deve continuar nos pressionando. Nessa mesma lógica, outras mudanças podem ser conquistadas”.


Dossiê
A Contraf-CUT solicita no dossiê a revogação da Copes, a reestruturação dos centros de reabilitação profissional, a reciclagem para os antigos e treinamento para os novos peritos com base em princípios éticos e legais, a implementação imediata do Nexo Técnico Epidemiológico e do FAP (Fator Acidentário Previdenciário) e punição aos peritos e outros funcionários que desrespeitem deliberadamente as leis e normas internas.


O dossiê organizado pela Contraf-CUT foi composto por documentos enviados pelas seguintes entidades: Sindicatos dos Bancários da Bahia, Campinas, Horizontina, Limeira, Mato Grosso, Petrópolis, Pará e Amapá, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Santa Cruz do Sul, São Borja e Itaqui, São Paulo e Osasco, Taubaté, Vale do Paranhana e Zona da Mata e Sul de Minas. Também enviaram documentos o Sindicato dos Metalúrgicos de Itu, Boituva, Porto Feliz e Cabreúva, e a CUT de Santa Catarina.


Além das denúncias sobre a Copes, foram também relacionadas outras situações como descaracterização de nexo causal, negação de benefícios a trabalhadores adoecidos gravemente, recusa de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) emitida por sindicatos, entre outras irregularidades.


Com Isaías Dalle, da CUT

Fonte: CONTRAF-CUT

UBS anuncia compra do Banco Pactual por US$ 2,5 bilhões


ZURIQUE – O banco suíço UBS revelou nesta terça-feira decisão de comprar o banco de investimentos brasileiro Pactual por US$ 2,5 bilhões. O negócio representa uma grande aposta da instituição em um dos mercados financeiros que mais cresce no mundo.


A compra do Pactual, uma instituição de capital fechado detida por 33 sócios-executivos, vai dar ao UBS forte posição no nicho de banco de investimento do Brasil e tornar o banco suíço um importante fornecedor de serviços de gestão de ativos e riquezas na região.


“A entidade combinada vai ser o alicerce das operações do UBS no Brasil e um elemento-chave na estratégia de expansão do banco em mercados emergentes”, afirmou o UBS em comunicado.


A compra do Pactual é a maior aquisição do UBS desde a aquisição da corretora Paine Webber por US$ 11,8 bilhões, em 2000.


O UBS há anos segue política de fazer aquisições menores e menos ousadas, fortalecendo paulatinamente sua posição como maior gestor de fortunas privadas do mundo.


O acordo segue uma série de transações idealizadas para estender a presença do UBS em mercados em crescimento, como a decisão do ano passado de assumir o controle da Beijing Securities, tornando o UBS a primeira instituição estrangeira a comprar uma corretora chinesa.


Em 2004, o UBS também tinha avançado no mercado de bancos de investimento da Rússia com a compra do Brunswick e no mês passado pagou US$ 875 milhões pelas operações de varejo do banco de investimentos norte-americano Piper Jaffray .


Adicionando lucro
– Com este acordo, o UBS poderá reduzir sua relativamente fraca posição em alguns segmentos de banco de investimento –especialmente na área de renda fixa – frente à concorrência – disse o analista do banco ZKB, Andreas Venditte.


– Estamos muito otimistas sobre o acordo. A estrutura do negócio é muito positiva, com pagamentos de performance em cinco anos baseada em lucros – acrescentou o analista da Cheuvreux de Zurique, Christian Stark.


O UBS informou que o preço de compra corresponde de 11 a 14 vezes os lucros do Pactual, que analistas afirmaram ser de aproximadamente US$ 200 milhões anual.


O UBS informou ainda que o acordo com o Pactual, que deve ser finalizado no terceiro trimestre de 2006, deverá ser levemente positivo para o lucro de 2006 do banco e deve adicionar ganho a partir de 2007.


Um porta-voz do UBS disse que a transação não deve resultar em demissões.


O UBS declarou que o valor presente do negócio vale US$ 2,5 bilhões, o que inclui pagamento inicial de R$ 1 bilhão mais até US$ 1,6 bilhão ao longo de cinco anos, de acordo com critérios de performance.

Fonte: Reuters

Bradesco tem lucro recorde no primeiro trimestre

Aguinaldo Novo


SÃO PAULO.  O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 1,53 bilhão no primeiro trimestre deste ano, novo recorde para o período no setor financeiro, beneficiado pelo aumento dos empréstimos e pela manutenção de juros elevados. Divulgado ontem, o resultado representou um aumento de 27% em relação ao ganho no mesmo período de 2005. Com ativos totais de R$ 216,3 bilhões e patrimônio líquido de R$ 20,3 bilhões, a instituição apresentou ainda um retorno de 34,6%, contra 34,7% em março do ano passado.


Sem contar avais e fianças, a carteira de crédito do Bradesco chegou a R$ 84,426 bilhões, com aumento de 28% nos últimos 12 meses. Só neste primeiro trimestre, as novas operações de empréstimo somaram R$ 3,296 bilhões (variação de 4,1%). Mais uma vez, essa expansão foi puxada pelo segmento de pessoas físicas – que paga spreads médios de 43% ao ano – com variação de 50,6% desde março de 2005, contra 9% na carteira de grandes empresas e 22,9% das pequenas e médias.


Como resultado, as receitas com empréstimos passaram de R$ 3,793 bilhões para R$ 4,649 bilhões, um aumento de 22,6%. Em contrapartida, aumentou também o registro de inadimplência, o que levou o Bradesco a reforçar suas provisões contra os chamados devedores duvidosos. No trimestre, foram provisionados R$ 938 milhões, elevando o saldo total para R$ 5,315 bilhões – R$ 1,03 bilhão a mais do que o mínimo determinado pelo Banco Central.


– Fomos um pouco mais cautelosos, já que mudou o perfil da nossa carteira – disse o presidente do banco, Márcio Cypriano.
Em março de 2005, o segmento de pessoa física respondia por 36% da carteira total de crédito do banco (sem considerar fianças e avais), participação que chegou a 42,3% neste ano. Segundo Cypriano, o aumento da inadimplência era esperado já que o período concentra grande volume de pagamentos (como impostos e mensalidades escolares). O banco manteve a previsão de aumentar o volume de crédito no ano entre 23% e 25%.
Outra estratégia traçada para 2006 é ampliar a participação no segmento de cartões de crédito. O Bradesco espera alcançar a marca de três milhões de plásticos na associação feita com as Casas Bahia, com foco nos consumidores de baixa renda. Já a ofensiva nas faixas de renda mais altas passa pela American Express, cuja carteira foi adquirida pelo Bradesco em março por R$ 490 milhões.


O Bradesco tem atualmente 9,2 milhões de cartões, número que pode engordar em mais 1,2 milhão com os da Amex. A operação de incorporação ainda depende de aprovação do BC, mas o Bradesco já conta com uma decisão favorável até meados deste ano.


– O Amex tem uma carteira de aproximadamente 600 mil clientes. Destes, 500 mil não têm ainda qualquer relação comercial com o nosso banco, o que abre  perspectiva de novos negócios – afirmou Cypriano.

Fonte: O Globo