Deputado denuncia despejo ilegal de lavradores em

O deputado Domingos Dutra (PT) denunciou hoje
(terça-feira, 23) uma ação
ilegal e bárbara praticada por jagunços e oficiais
de Justiça, respaldados
por uma batalhão de policiais militares, contra
lavradores que há mais de
100 anos habitam na comunidade quilombola Santa
Maria, conhecida por
Malaquias, em Vargem Grande. O despejo não poupou
nem um morto que estava
sendo  velado.


 De acordo com o parlamentar petista, no dia 19,
sexta-feira última, a
Polícia Militar garantiu o despejo de mais de 30
famílias por jagunços,
respaldada em uma ação de Interdito Proibitório
concedida pelo juiz Roberto
Oliveira em favor de Antonio Rodrigues Dias e Maria
Alice Rodrigues. Eles se
dizem proprietários da área ocupada por descendentes
de escravos.

 O despejo foi totalmente ilegal, segundo Domingos
Dutra, porque o  despacho
do juiz no Interdito Proibitório impetrado por
Antonio e Maria Rodrigues foi
apenas para que os réus deixassem de praticar
quaisquer atos que impedissem
o direito à posse da área pelos requerentes, sob
pena de multa diária no
valor de R$ 50.

 Além disso, ressalta, a ação foi movida apenas
contra 10 famílias de
lavradores de Malaquias e no despejo foram
atingidas mais de 30, entre
crianças, gestantes e idosos que estão desabrigados.
O que ocorreu em
Vargem Grande foi um verdadeiro massacre resultante
de uma ação policial sem
qualquer respaldo jurídico, esclareceu.

 Dutra acusou os dois oficiais de justiça de terem
agido sob o arrepio da
lei, solicitando a força policial e maquinários para
o despejo. Segundo ele,
o erro foi brutal por ser um Interdito Proibitório,
que não prevê  despejo,
e não ação de reintegração de posse. Mais grave,
ainda, é que foram
atingidas pessoas que não figuravam no pólo passivo
da ação.

 DESPEJO DE MORTO

 O deputado Domingos Dutra chegou a emocionar-se na
tribuna ao relatar que
em toda sua vida de advocacia nunca antes tinha
visto uma ação de despejo
tão violenta em que até mesmo um morto foi despejado
de seu casebre.

 O fato ocorreu com um dos lavradores requeridos que
foi picado por uma
cobra cascavel um dia antes do despejo. No momento
em que estava sendo
velado, seu corpo teve que ser retirado às pressas
do casebre que estava> sendo destruído pelos  
jagunços, com o respaldo da
polícia.

 Só mesmo no Maranhão é que fatos dessa natureza
ocorrem. Nem mesmo os
mortos são respeitados. A polícia desconhece um
casebre como um domicílio.
Para eles, domicílio é apenas casas de alvenaria, de
ricos, declarou Dutra.

 O parlamentar petista solicitou que a Assembléia
Legislativa auxilie na
intermediação das negociações, já que o clima no
município continua tenso,
com muitos jagunços espalhados na área. Disse que
sua assessoria jurídica
ingressará com representação contra os dois oficiais
de justiça que
determinaram o despejo sem respaldo legal, e contra
o Estado para que
indenize as  famílias despejadas que não figuravam
na ação.

 Além disso, Dutra argumenta que todas as famílias
devem retornar à sua
área, pois a ação de despejo foi ilegal, uma vez que
não houve reintegração
de posse. Não se trata de uma simples disputa de
posse de terra. É uma
comunidade quilombola que habita na área há mais de
100 anos. E a parte
contrária  não é fazendeiro, é apenas um grileiro de
terras devolutas,
advertiu.

 

 Publicada em: 24/05/2006
 Por: Jacqueline Heluy (Assecom)

Fonte:

Governo define prazo para que bancos diminuam juros dos empréstimos aos aposentados

Os ministros do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e da Previdência Social, Nelson Machado, se reuniram nesta quarta-feira, 24/5, com os representantes dos bancos credenciados pelo INSS, para negociarem a limitação das taxas de juros, consideradas altas para essa modalidade de crédito consignado, que tem garantia de pagamento com desconto em folha.

Na reunião ficou acertado o prazo até a próxima terça-feira, 30/5, para os bancos apresentarem uma proposta de consenso de auto-regulação que permita reduzir os custos dos empréstimos consignados a aposentados e pensionistas.

O ministro Nelson Machado alertou os representantes dos bancos que, caso essa proposta de auto-regulação não seja apresentada, o Conselho Nacional da Previdência Social, que se reunirá na próxima quarta-feira, 31/5, certamente tomará uma decisão que proteja aposentados e pensionistas dos abusos na prática de spread, que é a taxa que os bancos cobram para se garantirem de riscos.

O ministro Marinho ressaltou, por sua vez, que a intenção do governo não é a de tabelar juros. Ao contrário, disse ele, o governo quer estimular a concorrência por meio do estabelecimento de um teto máximo.

CRÉDITO CONSIGNADO – È um empréstimo com chancela da Previdência Social. O pagamento é garantido pelo Instituto Nacional da Seguridade Sociais (INSS), que providencia o desconto das parcelas contratadas diretamente nos proventos de aposentados e pensionistas. Os bancos para oferecerem esse produto precisam firmar convênio com a Previdência Social. Atualmente, há 31 bancos e instituições financeiras conveniadas.

Na sexta-feira da semana passada, os dois ministros, a pedido do presidente Lula, receberam os representantes das centrais sindicais que reclamaram das altas taxas cobradas pelos bancos conveniados.

Nelson Machado ressaltou que a posição do governo sempre será a de defender a posição dos aposentados e pensionistas. “Acho possível que consigamos um acordo com os bancos nessa linha da auto-regulação, que pode significar exatamente estabelecer um teto”, disse.

O vice-presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, admitiu haver taxas acima da média do mercado, lembrando que “há bancos fora da curva”, e adiantou que é justamente “em cima destas distorções que vamos trabalhar”.

A Previdência proibiu a cobrança da Taxa de Abertura de Crédito (TAC) pelos bancos, autorizados a concederem empréstimos consignados, publicando no Diário Oficial da União a Instrução Normativa nº 5 que referendou a Resolução nº 1.272, do Conselho Nacional da Previdência Social, publicada no último dia 15.

De dezembro de 2005 a março de 2006, por exemplo, a taxa do crédito consignado teve uma alta de 0,7% ao ano, conforme dados do Banco Central, uma trajetória inversa à taxa Selic, que registrou queda no mesmo período.

LEGISLAÇÃO – O programa de empréstimos a aposentados e pensionistas do INSS, com consignação em folha de pagamento, foi autorizado pela Lei nº 10.820, publicada no Diário Oficial da União em dezembro de 2003. As primeiras operações ocorrem em maio de 2004, com a participação da Caixa Econômica Federal.


O valor das parcelas é descontado diretamente do benefício previdenciário e não pode ultrapassar 30% do valor da aposentadoria ou pensão, incluído o limite do cartão de crédito fornecido por algumas instituições financeiras. O prazo máximo para quitação do empréstimo é de 36 meses.

Fonte: Agência DIAP

O drama de Valdirene – Funcionária da Seara Cargill fica inválida aos 35 anos

Por: Leonardo Wexell Severo


Desossadora de frango, funcionária exemplar, sem uma única falta ou afastamento temporário durante onze anos na mesma unidade, em Forquilhinha, no interior catarinense, Valdirene João Gonçalves da Silva, foi recompensada pela Seara Cargill pela sua contribuição ao crescimento exponencial da empresa com os lucros advindos da exportação: está inválida aos 35 anos.

Um dos sinônimos de forquilha, o sinal que se faz na orelha do gado, como marca, serve para refletir sobre a tragédia que se abate sobre inúmeros empregados desta multinacional, que tem selado tantos destinos de forma implacável com a intensidade do ritmo de trabalho e suas seqüelas: as lesões por esforço repetitivo.

Nas palavras do médico, que expôs o trágico diagnóstico de Valdirene munido do exame de ultrassom, “o braço está podre”. Agora, a dor é constante, aplacada apenas à base de morfina… A rotina da desossa das sete coxas por minuto, 420 por hora e sabe-se lá quantas mil por dia, “dependendo dos pedidos de exportação”, mudou completamente, e o ambiente do frigorífico foi substituído pelos cômodos da casa, nos estreitos limites entre a cama, o sofá e o banheiro. O problema só não é maior porque as crianças estão grandes e o marido, companheiro, colaboram.

Que as palavras de Valdirene ressoem como sinal de alerta e tonifiquem o movimento dos Sindicatos, Federações e da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação para que o ritmo desumano imposto pelas nóreas – as correias que transportam o frango na linha da desossa – seja reduzido com a implantação de tacógrafos e o aumento na fiscalização por parte do Ministério do Trabalho. O crescimento dos abusos amplia as lesões e também o questionamento sobre a atuação das multinacionais no setor, transformadas, cada vez mais, numa máquina de moer carne e esperanças…

É Valdirene quem fala: “Quando entrei na empresa, eram duas coxas e meia por minuto. Com o passar dos anos, o número foi aumentando, assim como o número de colegas com lesão. Há cinco anos comecei a sentir os tremores, um repuxo no braço, como se fossem muitos quilos. Procurava o médico que sempre dizia que era dor muscular. Sentia os dedos repuxando e muita dor à noite. Assim cheguei até novembro do ano passado, quando comecei a sentir que o braço estava podre pelo esforço repetitivo, que todos os meus colegas tanto reclamam, e têm medo porque a empresa costuma mandar embora. Foi então que o médico fez o ultrassom e disse: ‘é, o seu braço está podre mesmo’. Fiquei apavorada. Tirei férias para fazer fisioterapia, mas a dor não saía e tive que pegar mais 15 dias por que dois dos dedos nem abriam mais. O doutor Nilton me encaminhou para fazer o CAT (Comunicado por Acidente de Trabalho), para ir ao INSS porque o caso era mais complexo”.

PROPOSTA INDECENTE – “Fui até a direção da empresa, onde fiquei duas horas para ser recebida numa sala pelos diretores Marcos e Fabiano que perguntaram quanto tempo tinha de empresa e outras informações sobre o meu passado como funcionária. Falei que o que eles estavam me perguntando estava na minha ficha, na mão deles, e que nunca faltei um dia até então nem tive afastamento temporário. Perguntaram se eu não estava interessada em sair da empresa. Doente desse jeito? Perguntei. Disse que o remédio era muito forte e que não tinha como ir trabalhar. Aí me questionaram se eu não tinha interesse por algum cargo. Respondi que se em 11 anos de trabalho nunca haviam me dado uma promoção, apesar de eu ter estudado, completado o primeiro e o segundo graus, não iria ser agora. Que eu queria receber o tratamento para voltar ao meu trabalho produtivo. Aí me disseram que podia me encostar mas como auxílio-doença não como acidente de trabalho, pois a empresa perde muito. Perguntei o que eu iria fazer com R$ 300 por mês. Disseram que teríamos de conversar mais e chamaram o médico da empresa que falou em trocar os remédios por medicamentos mais fracos, para que eu tivesse condições de trabalho. Falei pro médico: mas o senhor não disse que teriam de ser aqueles e não esses. E ele respondeu que na empresa as coisas não eram como a gente quer. E nisso não queriam me deixar eu sair, forçando a situação. Eu falei que não estava numa prisão e fui embora”.

SINDICATO ATUANTE – “Procurei o Sindicato e os diretores me levaram num outro médico. Eu pergunto como uma empresa pode fazer isso com um funcionário? De lá pra cá já foram quatro anestesias gerais, duas para bloqueio do nervo, para ver se depois de um tempo ele se recupera e volta a funcionar, uma cirurgia de nervo e uma infiltração, sem resultado. Com a anestesia, o nervo fica paralisado e o braço todo também. Entrei no tratamento com três dedos paralisados e hoje estou sem movimentar os cinco dedos. Disseram que ia ficar seis meses sem sentir dor e tive de voltar a tomar morfina pois não tem remédio que alivie. Desde dezembro estou entre Florianópolis, o ortopedista em Criciúma e vários médicos. Além dos cinco dedos paralisados, o punho está afetado, encostando no ante braço e a dor é constante. Só levanto para tomar banho e ir ao banheiro porque a morfina me dá uma parada. Passei o Dia das Mães tomando morfina. A empresa está pagando o tratamento, mas e a dor? E os meus colegas que continuam lá. Isso precisa ter fim.”

TACÓGRAFOS – De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de Criciúma e Região, Célio Elias, “infelizmente, o caso de Valdirene não é um exemplo isolado, é o resultado do ritmo de produção intenso estabelecido pela Seara Cargill, onde os trabalhadores vêm sendo submetidos a um número abusivo de serviços de cortes de frango”. O sindicalista lembrou que, além da luta a nível federal para que exista uma legislação mais rígida e maior fiscalização quanto à velocidade das nóreas, por meio da colocação de tacógrafos nos frigoríficos, em Santa Catarina está havendo uma mobilização para que seja aprovado o projeto do deputado Dionei Walter da Silva.

MAIS INFORMAÇÕES – (48) 3463.1350

Fonte: CUT

CONVITE DO COMITÊ PELA REESTATIZAÇÃO DA VALE DO RIO DOCE

31 de maio de 2006 às 19:00h


Sindipetro/RJ


Avenida Passos, N.º 34 – Centro


 


“O MINÉRIO É NOSSO E A VALE É DO POVO BRASILEIRO”


 


Como é de conhecimento de todos a Companhia Vale do Rio doce foi privatizada em abril de 1997, após um processo praticamente sumario, em que muito rapidamente o governo federal pediu a uma empresa Estadunidense a avaliação do Patrimônio, e em seguida foi a Leilão.     Empresa foi comprada por apenas 3,4 bilhões de reais, pagos a vista pelo BRADESCO.


O Processo foi tão rápido e fraudulento, pois os técnicos da área desde aquela época analisavam que o patrimônio liquido da empresa, pelas reservas de minério valiam no mínimo 40 bilhões e por tanto não poderia ser vendida por apenas 3,4 bilhões.


A roubalheira foi tão grande, que já no segundo ano, o valor do lucro liquido foi superior ao que o Banco pagou pelo total. E apenas no ano passado, em 2005, o lucro liquido da empresa foi de nada menos do que 10 bilhões de reais.    Sem contar a valorização do patrimônio e os investimentos realizados.


Desde quando se iniciou o processo de privatização, que foi muito rápido, diversos setores nacionalistas, advogados, sindicatos e alguns deputados entraram com ações na justiça federal questionando e tentando impedir o Leilão. Foram ao todo nada menos do que 60 ações.


Mesmo que o processo de privatização se constituiu e porém dentro do ponto de vista legal, vários processos, embora tivessem perdido naquele momento por liminares, seguiram seu curso.


E somente no dia 16 de dezembro de 2005, numa decisão histórica, ao despachar sobre um dos processos uma plenária de juizes federais, do Tribunal federal de recursos- TFR de Brasília julgou o pedido procedente. A juíza presidente do relatório, queria apenas revisar o valor pago pelo leilão, que é frontalmente contrário ao levantamento do patrimônio que consta no processo. Mas os demais juizes votaram pela anulação do processo. Por tanto com essa decisão, agora se reabre, em Belém, o processo de privatização da vale.


Nesse sentido não podemos perder este momento histórico de lutar pela Reestatização da Vale do Rio Doce! Temos que nos organizar para que haja pressão popular, a fim respaldar a decisão judicial que revê a privatização da Companhia Vale do Rio Doce e, conseqüentemente, lutar pela anulação do leilão para que ela volte para administração pública!


 


Convidamos a todos os companheiros e companheiras a reunirmos para iniciarmos nosso processo de organização estadual pela campanha de reestatização da Vale.

Fonte:

PCC, o PT e o Santos – por Glauco Faria

A grande “novidade” postada no Blog de Josias de Souza
(Folha SP) hoje (24) é de que “mensagem do PCC prega
voto no PT contra PSDB”. De acordo com o próprio
jornalista, “nem o governo federal nem a administração
de São Paulo deram importância à parte política do
manuscrito. Num esforço para evitar a politização da
crise, ativeram-se aos trechos que fazem referência às
rebeliões nos presídios”. Mas, pelo jeito, o escriba
se importou bastante.

Alguns episódios da vida política do país acabam se
apagando no tempo, por conta da distância do fato ou
mesmo da conveniência. Em 1989, alguns dos
sequestradores de Abilio Diniz foram vestidos com
camisetas do PT e a imprensa não titubeou em culpar o
partido pelo crime. Um jornal de interior não teve
dúvidas e cravou na manchete: “PT sequestra Abilio
Diniz”.

Hoje, a “revelação” da tal mensagem é bastante
oportuna para alguns e reforça o caráter de alguns
panfletos apócrifos que circularam em São Paulo,
destacando “PT=PCC”. A mesma motivação guia o coerente
Olavo de Carvalho que em um artigo ressaltou que “o
presidente da República é pessoalmente responsável
pela presença, nas ruas, dos doze mil delinqüentes que
espalharam o terror e a morte entre a população
paulista”. Outros sites tucanos também lembram da
“ligação” entre PT, PCC, Farc e MST (?).

Além do escopo óbvio de alvejar o PT, esse tipo de
notícia só vem a desviar o foco do que realmente
importa. Primeiro, apurar como a situação da Segurança
Pública chegou a tal estágio. Depois, como encontrar
soluções não só repressivas, mas também preventivas em
relação ao problema. O governo do estado chegou a
comemorar a queda da criminalidade nos últimos anos,
mas ignorou os lugares onde ela aconteceu: parte da
periferia de São Paulo, onde diversos programas
sociais foram implantados; e em cidades como Diadema,
que combinaram medidas como Lei Seca e também ações na
área social. Enquanto isso, em boa parte do interior,
os números da violência aumentaram.

Mas a mídia prefere o espetáculo torpe de quem acusa
sem qualquer tipo de prova (o que não é um filme
particularmente inédito…). Se eu resolver escrever
um bilhete dizendo que o PT ajudou a promover a
rebelião e colocar alguns símbolos que identifiquem o
PCC, provavelmente ganharei mídia. O estranho mesmo é
que uma organização que dispõe de centrais telefônicas
espalhadas pelo estado e inúmeros celulares tenha que
recorrer a um texto manuscrito… recuperado intacto!

Espero que ninguém do PCC recomende que os outros
presos torçam pelo Santos Futebol Clube, senão
automaticamente estarei inscrito como membro da
facção. Mas talvez alguém possa se antecipar e fazer
essa associação com algum time rival. Só preciso
esperar a colaboração da mídia. Afinal, jornalismo é
versão e não fato.
_____________


Publicado na Revista Fórum

Fonte:

SAÚDE: A homeopatia chega ao SUS

A despeito do desconhecimento de seus métodos e de
contrariar interesses nem sempre científicos, a
homeopatia evolui com a ciência médica e já traz
avanços também ao sistema público de saúde

Por Cristina Judar e Miriam Sanger


——————————————————————————–
Barato e eficiente


Inúmeros trabalhos realizados dentro e fora do serviço
público de saúde demonstram que pacientes tratados com
homeopatia custam menos

——————————————————————————–
A utilização da homeopatia nos tratamentos de saúde
sempre foi assunto polêmico em todo o mundo.
Primeiramente por basear-se em fundamentos difíceis de
serem compreendidos: como aceitar uma corrente que
determina que a substância que induz a um certo
sintoma possa também curar a doença que o provoca?
Como compreender que extratos ínfimos de matérias
minerais, vegetais e animais possam ter o mesmo poder
de cura dos antibióticos? Mas não apenas isso. Por
trás da polêmica que gira em torno do assunto há
também interesses financeiros. Afinal, a medicina
tradicional ocidental está estabelecida há séculos – e
trazendo grandes lucros à potente indústria
farmacêutica internacional.

Frente a esse panorama, a inclusão oficial da medicina
homeopática no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro
foi considerada uma grande vitória por médicos,
entidades e pelos pacientes que a utilizam. A
aprovação da Política Nacional de Medicina Natural e
Práticas Complementares – que inclui a homeopatia –
pelo Conselho Nacional de Saúde, concluída em
fevereiro de 2006, possibilitará o atendimento
gratuito a um número muito maior de pacientes e trará
benefícios definitivos não só ao público – em especial
o de baixa renda, sem possibilidades de acesso à rede
privada de atendimento –, mas também ao governo.
“Inúmeros trabalhos realizados dentro e fora do
serviço público de saúde demonstram que pacientes
tratados com a homeopatia custam menos”, afirma a
farmacêutica Márcia Gutierrez, que atua há 20 anos na
área, é diretora do ICEH-Escola de Homeopatia e membro
da Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas.

Essa economia tem três motivadores principais: os
remédios são mais baratos, a média de atendimento
anual por paciente é reduzida e a homeopatia raramente
utiliza exames complementares para seus diagnósticos.
Segundo a cardiologista-homeopata Walcymar Estrela,
membro da Comissão de Saúde Pública da Associação
Médica Homeopática Brasileira e ex-chefe do
Departamento de Terapêuticas Não-Convencionais do SUS
de Juiz de Fora (MG), sua experiência com a utilização
da homeopatia na saúde pública comprova estas
afirmativas. “Em Juiz de Fora, gastamos, anualmente,
cerca de 18 reais com o tratamento homeopático de cada
paciente. Além disso, ele retorna menos – em média,
três vezes por ano – e raramente necessita de
atendimentos emergenciais, mesmo quando apresenta
problemas de saúde crônicos”, enumera Walcymar. Outro
fator de impacto no custo é a baixa utilização de
tecnologia instrumental. “De cada 100 pacientes
atendidos, apenas cinco são encaminhados para a
realização de exames”.  

Por tudo isso, a medida proporcionará uma redução
sensível nos gastos com saúde pública. “O custo da
medicina tradicional está cada vez mais alto,
tornando-se praticamente inviável ao Estado”, afirma
Márcio Armani, cirurgião infantil e vice-presidente da
Associação Paulista de Homeopatia. Mas existe um
aspecto que ainda precisa ser equacionado: o sistema
público terá de criar condições para atender ao número
crescente de pacientes.

“O exercício da homeopatia não é simples. Como o
processo é mais detalhado e a consulta leva mais
tempo, será necessário ajustar o atual padrão de
atendimento ambulatorial”, afirma.  

Jogo de interesses
Em alguns países, como a Índia, a homeopatia faz parte
das políticas de saúde pública. Outros a baniram: na
Argentina, por exemplo, ela é proibida em algumas
províncias. No Brasil, cerca de 9 milhões de pessoas
tratam-se com homeopatia. Com a inclusão no SUS, este
número certamente crescerá. Isso não quer dizer, no
entanto, que a polêmica em torno de sua eficiência se
esvaziará. De tempos em tempos, são publicadas
pesquisas – que muitas vezes não identificam a serviço
de quem foram produzidas – lançando novas informações
ao mercado.

Em agosto do ano passado, por exemplo, a revista
médica britânica The Lancet publicou uma delas,
realizada pela Universidade de Berna, na Suíça, que
apresentava a seguinte conclusão: os pacientes
tratados com remédios homeopáticos não tiveram
resultados diferentes dos obtidos por aqueles que
apenas ingeriram doses de placebo (substâncias que não
provocam efeito sobre o organismo). Conforme avaliaram
os estudiosos da instituição, os remédios homeopáticos
teriam apenas efeito psicológico.

“Essas pesquisas são subsidiadas por grandes
laboratórios e indústrias farmacêuticas, que,
anualmente, movimentam milhões com a patente de
medicamentos”, acredita Armani. “Mesmo que a
homeopatia não seja uma real ameaça a esses gigantes,
tirando deles apenas um pequeno percentual de lucro,
essas empresas são tão gananciosas que, sempre que
possível, utilizam a mídia para nos combater”.

A homeopatia apresenta, para uns, ares de “bruxaria”.
Para outros, é a solução para qualquer tipo de
problema de saúde – mesmo aqueles que, aparentemente,
surgem sem nenhuma causa. A professora de educação
infantil Ana Lúcia Jaen buscou o método para fugir de
um sintoma que parecia insolúvel. “Todos os dias, no
final do expediente, sentia dores de cabeça, e acabava
com elas com um comprimido de AAS (ácido
acetilsalicílico).”

Preocupada com os efeitos nocivos da ingestão diária
do medicamento, Ana resolveu procurar um homeopata.
“Após uma consulta de uma hora, o médico receitou que
eu tomasse duas ‘bolinhas’ em jejum e retornasse após
40 dias para uma nova consulta. Não acreditei que
fosse dar certo. Perguntei o que deveria fazer caso
tivesse dores durante esse período. Ele sorriu e disse
que, caso precisasse, poderia ligar para ele. E não
precisei ligar. As dores simplesmente desapareceram”,
conta Ana Lúcia. Atualmente, a professora – que também
já tratou com a homeopatia problemas de bursite e
sintomas de tensão pré-menstrual – passa por consultas
de acompanhamento a cada seis meses.

“Hoje sou muito mais tranqüila e equilibrada. Para a
homeopatia, a questão do equilíbrio é fundamental. Ela
ajuda a atingir esse estado de espírito e, com isso,
ficamos menos propensos a adoecer.”

Dominar o problema
A microempresária Ângela Amado considerou ter esgotado
as tentativas com a alopatia. Há cerca de 12 anos, seu
filho Ricardo, na época com 9 anos, sofria sérias
crises de bronquite, que eram solucionadas com visitas
ao pronto-socorro e emprego de inalações, antibióticos
e antiinflamatórios.

“Seguindo os conselhos de minha sogra e de uma amiga,
procurei a homeopatia, pensando que não ia obter
nenhuma melhora”, conta Ângela. Logo na primeira
crise, o médico receitou para seu filho algumas
medicações, que deveriam ser tomadas de hora em hora.
Passado um mês, Ricardo teve outra crise, da qual se
recuperou rapidamente. A partir daí, começou a tomar
os remédios em intervalos cada vez maiores e em
dosagens mais fracas.

“Surpreendentemente, três meses após o início do
tratamento as crises pararam. Hoje ele usa a
homeopatia para tudo, até para gripes”, revela Ângela.
“Tenho a impressão de que, depois do tratamento, ele
descobriu ser capaz de dominar o problema e hoje é uma
pessoa mais segura, confiante, saudável e feliz.”

Diversas especialidades médicas também estão
encontrando novos caminhos através das técnicas
homeopáticas, como a odontologia. A dentista-homeopata
Joyce Mattos é um desses exemplos. A médica atende a
pacientes especiais, em tratamento pré ou pós-câncer e
que são submetidos a quimioterapia ou radioterapia na
cabeça e no pescoço. “Os pacientes irradiados
apresentam secura na boca, ardência e inflamações na
mucosa bucal. Na alopatia, nem existe tratamento
eficaz para ardência. Com a homeopatia, posso fazer a
associação entre o emocional e o físico e tenho
sucesso em 90% dos casos. Em apenas uma semana, o
problema se reduz incrivelmente ou é curado por
completo”.

Joyce, que também realiza extrações e implantes
dentários, raramente faz uso de antibióticos. Antes e
depois do procedimento cirúrgico, ela costuma receitar
alguns remédios homeopáticos, capazes de deixar o
paciente mais calmo – o que faz com que, durante a
operação, ele salive pouco e sofra menos sangramento.
“Normalmente, os pontos levam cerca de uma semana para
serem retirados. Com a homeopatia, o pós-operatório é
muito melhor e a recuperação é mais rápida. Com isso,
a remoção dos pontos pode ser feita em um tempo
menor.”

Para saber mais

Associação Médica Homeopática Brasileira
(www.amhb.org.br/nuke)
Associação Paulista de Homeopatia(www.aph.org.br)  
Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (www.abfh.com.br)

Fonte:

Artigo: “Os Estados Unidos da tortura”

Neste artigo, o jornalista norte-americano Múmia Abu-Jamal preso, no corredor da morte, desde 1982, acusado falsamente de matar um policial branco da Filadélfia que espancava seu irmão, analisa “Os Estados Unidos da tortura”. Abu-Jamal teve um julgamento viciado, deformado pela fraude e a mentira, sendo sentenciado à morte por suas idéias políticas. Militou na organização revolucionária “Panteras Negras” na sua juventude. Trabalhou como jornalista em programas de rádio, onde ganhou dos ouvintes o nome de “a voz dos que não têm voz”, criticando o racismo e a brutalidade policial.


 


Mumia Abu-Jamal*


 


Durante vários anos, desde a ocupação dos Estados Unidos ao Iraque (e a instalação do governo títere iraquiano), o povo norte-americano tem escutado uma enormidade de promessas de paz. Eventos que serviriam supostamente para pacificar o povo como várias eleições, redação de uma “constituição”, prisão de Sadam Hussein, cada um supostamente para conduzir aos coros angelicais da paz e à igualmente celestial aparição da “democracia”.


 


De fato, estes atos têm levado a mais, não a menos, descontentamento; e a violência está estrangulando o país inteiro.


 


O comportamento do poder ocupante (os Estados Unidos) tem contribuído para chegar a esta situação aterradora, em grande parte devido à maneira como dezenas de milhares de iraquianos têm sido tratados quando caem nas garras dos norte-americanos.


 


Um recente livro sobre prisões dos Estados Unidos e – sim – sobre tortura no Iraque, Afeganistão e aqui, em casa, afirma que o governo norte-americano alimenta o nacionalismo e a resistência contra a ocupação com a sua ignorância, seu racismo e com a forma como trata os iraquianos detidos.


 


Basta só mencionar o tristemente célebre centro de tortura Abu Graib para, só com a menção desse nome, contar centenas de histórias. Mas o novo livro do escritor e ativista Kristian Williams, “Métodos Norte-americanos: Tortura e Lógica da Dominação”, (South End Press, Cambridge, MA., publicado nestes dias de maio de 2006), nos diz como outros povos foram tratados em outras partes desse país, em outros países, e aqui, nos Estados Unidos, para nos mostrar o quanto é central a tortura para o modo de vida norte-americano.


 


Naturalmente, se você é afro-americano ou nativo destas terras, esta idéia dificilmente lhe é nova. Mas, como a maioria dos olhos estão centrados na aterradora guerra contra o Iraque, Williams escreve: “Tortura é a técnica do império; o império é a estrutura ideológica e a infra-estrutura política da tortura.”


 


Williams sustenta que a tortura é um instrumento de dominação do estado e é usada para que, neste caso, os iraquianos saibam do poder absoluto dos Estados Unidos.


 


Ele menciona um relativamente pequeno, mas eloqüente, exemplo: a entrevista da revista “Guardian” com Huda Ala-zawi, mulher iraquiana que, com toda sua família, esteve presa em Abu Graib, onde trabalhou recolhendo lixo. Disse Huda Alazawi:


 


“Como eu podia falar um pouquinho de inglês, me deram o trabalho de limpar latas de lixo. Nunca havia comida suficiente para nós e um dia, encontrei uma mulher velha que tinha desmaiado de fome. Os norte-americanos sempre comiam muita comida quente. Achei algo para comer em um pacote jogado numa lata de lixo; o dei à velha mulher. Os americanos me descobriram e me jogaram, como castigo, numa cela de um metro quadrado. Durante quatro horas espalharam água fria em todo meu corpo.”


 


A senhora Alazawi esteve incomunicável por 157 dias.


 


Repito, este é um caso relativamente pequeno, mas reflete como são tratadas as pessoas comuns que caem nas mãos dos norte-americanos. Pessoas têm sido forçadas a fazer coisas muito desagradáveis, mataram pessoas a golpes, humilharam e violentaram sexualmente a outras.


 


Porém, se não houvesse fotografias, quem escreveria sobre isso na grande mídia?


 


A ocupação de um país é um assunto de poder, de violência massiva, e de terror do país ocupante contra o povo invadido.


 


Williams afirma que tortura, seja em Abu Graib, na Unidade 2 da Estação de Polícia de Chicago, ou em qualquer instituição do estado, é uma arma para criar terror; e silêncio.


 


Escreve Williams:


 


“Tortura … não é incidental ao poder do estado; é característica desse poder. A tortura não representa uma falha do sistema; tortura é o sistema.” [p. 3]


 


E, claro, esta forma de tratar as pessoas não ocorreu… simplesmente.


 


Veio dos escalões mais altos do governo – da Casa Branca, do chamado Departamento de Justiça, do Departamento de Defesa. Todos enviaram as mesmas mensagens à tropa: “tudo está permitido”, “façam o que têm que fazer”, etc., etc..


 


Que tudo isso, em verdade, nunca dá resultados positivos quase não tem importância.


 


Em dezembro de 2003, o Presidente George W. Bush (ou aqueles que escrevem seus discursos) proclamou, em mensagem à nação: “as câmaras de tortura e a polícia secreta desapareceram para sempre.” [p. 7]


 


Hoje, à sombra das lembranças de Abu Graib, encontramos prisões secretas mandadas pelo governo títere e muitos policiais controlando todas as cidades.


 


A tortura e o terror só trocaram de administrador. 


 


Site da campanha pela libertação de Mumia Abu-Jamal www.mumia.org/freedom.now


 

Fonte:

Após denunciar execuções, Ferréz é ameaçado de morte e deixa São Paulo

Na última quarta-feira (17), o escritor Ferréz, que nasceu e vive até hoje no Capão Redondo, um dos bairros mais violentos da periferia da capital paulista, fez um apelo aos leitores de seu blog – www.ferrez.blogspot.com.


 


Solicitou ajuda para denunciar a ação da polícia contra a população pobre que, visando responder aos ataques dos criminosos do PCC, o Primeiro Comando da Capital, estaria vitimando dezenas de inocentes.


 


Na sexta-feira, Ferréz concedeu uma entrevista à Carta Maior, onde afirmou que o governo estadual estava escondendo os corpos porque a maioria das pessoas teria sido executada por esquadrões formados por integrantes da polícia. Foi uma das reportagens de maior repercussão da história da agência.


 


No final de semana, o escritor teve que deixar o Estado junto com sua família, depois de receber ameaças de morte. As agressões começaram nos comentários postados no próprio blog de Ferréz.


 


Entre as declarações deixadas por seus leitores estavam frases como “São hipócritas como você que F… tudo. Pior que o povo alienado dá ouvidos a uma pessoa do seu tipo”; “Faça um texto atacando o PCC, se é que tem coragem, e começo a te respeitar”; “Como você tem coragem de intitular-se escritor, um retardado membro do PCC, é isso que você é”; “Ou você faz parte também desses vermes da sociedade ou tá querendo aparecer”; “Você é um defensor de bandidos!!”.


 


Não há informações de quando Ferréz retorna a São Paulo. Neste sábado (20), ele publicou em sua página um texto respondendo às críticas que recebeu. Confira abaixo a íntegra do texto:


 


Mudo, surdo e louco


 


É, nunca fui tão ofendido, mas tudo bem, a discussão avança, embora digam coisas que não foi escrita e sequer pensada.


 


Esse escritor que voz fala, que vendeu livro de mão em mão em Santo Amaro, e ainda vende por todo lugar que vai, nunca legitimou os ataques a Policia Militar, nem sequer deu voz a nenhuma facção.


 


Pena que defender a periferia seja covardemente confundido com defender bandido. Nem os de terno, nem os de revólver na mão.


 


Eu não estava assistindo pela tv, estava em meu comércio que também fechou antes das seis da tarde, eu não estava num apartamento como dito num post abaixo, eu estava no centro de toda essa guerra, só que como todo povo brasileiro eu não a provoquei.


 


É lamentável a verborragia de certos identificados como policiais, saibam que vida não se mede, assim como o ódio.


 


Os mais de 100 policiais não são menos nem mais seres humanos que os mais de 100 civis mortos. São todos vítimas, de um governo que abandonou a ambos para tentar outra candidatura.


 


E nunca falei no confronto, estou falando das chacinas, de uma minoria da policia.


 


Que ao propagar esses atos, legitima a mal fama de toda a corporação, ninguém nota, pelo amor de Deus, que ambos os lados estão abandonados? Não se tem interesse em informar o policial, ele é jogado na rua para o combate, e muita vezes seus superiores nem sabem quem é de fato o inimigo.


 


Agora, ser ameaçado, como acontece nesses posts, mostra uma ignorância para quem como todo os outros escritores, músicos, poetas etc, que na verdade sempre trazem cultura, e cultura não deixa a violência brotar, porque ela conscientiza.


 


Mais uma vez, um país melhor, sem intolerâncias, e com mais diálogo, desde que feito com respeito.


 


Mano não é ladrão, ladrão anda de carro importado hoje em dia, e quem tá morrendo tá de chinelo andando na perifa, ou conseguiu passar num concurso e recebeu uma farda, ambos somos vítimas, só que por motivos que as vezes nem sabemos, se há de fato algum motivo.


 


Ferréz”

Fonte: Agência Carta Maior

Banco tem de garantir segurança em caixa eletrônico

Cabe à instituição financeira garantir a segurança da área onde ficam localizados os caixas eletrônicos. A decisão é da 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Os desembargadores condenaram o Banco do Brasil a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais a uma consumidora que presenciou um assalto numa agência. O banco do Brasil já recorreu com Embargos Declaratórios.


 


Segundo os autos, a cliente estava na fila do caixa eletrônico quando um assaltante tomou como refém a pessoa que estava atrás dela. No processo, a autora disse que ficou em estado de choque depois do assalto e alegou que a contratação de uma empresa especializada em segurança não diminuiu a culpa do banco, já que todos os vigilantes estavam atrás da porta giratória, deixando a sala de auto-atendimento à mercê.


 


O banco, em sua defesa, alegou que o dano moral é inexistente, pois a autora não foi alvo dos assaltantes. O desembargador Jorge Alberto Schreiner Pestana, relator, não acolheu os argumentos do banco. “Em decorrência do trabalho exercido pela instituição financeira não se pode alegar a existência de caso fortuito, de força maior ou fato de terceiro para uma situação que é bem previsível, pois o risco de assalto faz parte da atividade bancária”, considerou.


 


Para o relator, o local onde ocorreu o assalto é de responsabilidade exclusiva do banco, que tem o dever legal de garantir a segurança de todas as pessoas que estão no estabelecimento.

Fonte: Revista Consultor Jurídico

Artigo: A Educação Não Cabe em um Vagão

Jô Portilho


 


A Governadora Rosinha age rapidamente quando a questão é criar um vagão para isolar as mulheres nos trens e metrôs, sem discutir com as organizações feministas ou com o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM), nem ao menos com os próprios usuários! Diante do desespero de mulheres que sofrem assédio sexual, furtos e outros danos físicos e morais nos vagões superlotados dos trens das concessionárias de transportes públicos, num primeiro momento tal medida parece “aliviante”.  Mas rapidamente, trabalhadoras e trabalhadores, que dependem deste meio de transporte, percebem que esta lei eleitoreira prejudica a ambos. Afinal de contas,  justa e necessária é a ampliação do número de composições para que todos os usuários sejam decentemente atendidos, independente do sexo. 


 


No entanto, esta medida diminuiria os lucros destas concessionárias, podendo provocar “embaraços” para a Governadora…


 


No caso da UERJ, a Governadora contava que promover cortes acima de 20% no orçamento, já defasado há anos, seria igualmente fácil. Afinal de contas, na universidade pública não há empresários que freiem seus atos.


 


O que a Sra. Rosinha esqueceu, como sempre, é que a UERJ ainda está de pé graças à dedicação de seus funcionários (corpo administrativo e professores) e alunos. E estes têm compromisso, de verdade, com o bem público, com a qualidade de ensino e com os projetos e pesquisas que servem à população.


 


Os alunos desta Universidade estão solidários com a greve e contam, ao menos desta vez, com uma atitude séria por parte da Sra. Rosinha Garotinho no sentido de solucionar os gravíssimos problemas por que passa a UERJ.


 


Para tanto, o primeiro passo deve ser a abertura imediata do diálogo com os legítimos representantes da Universidade – seus funcionários e alunos!


 


————————————————————————————-


 Jô Portilho é diretora do Sindicato do Rio e aluna do curso de Mestrado em Serviço Social da UERJ

Fonte: