O fato consumado da TV Digital

Os governos brasileiro e japonês assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) que prevê a adoção do padrão de modulação japonês (ISDB) na TV digital brasileira. O que isso significa de verdade? Em primeiro lugar, cabe lembrar que o MoU não sacramenta a decisão, embora seja um passo importante neste sentido. Ainda há, portanto, espaço para que a sociedade civil continue reivindicando um outro rumo para a TV digital brasileira.


Mas, vamos apenas supor que o MoU termine desaguando em um acordo oficial. Isso não significa o fim da batalha por uma TV digital mais democrática. E é preciso ter isso bem claro para não deixar o jornalismo-propaganda da Rede Globo influenciar a pauta da sociedade civil. Até porque, diante do poder político das emissoras de TV e da pouca vontade do governo Lula em enfrentar o oligopólio privado das comunicações, a sociedade civil tem se saído muito bem.


O ministro das Comunicações, Hélio Costa, desde o final do ano passado tem dito que o assunto estava encerrado a favor do padrão japonês (o preferido da Globo). Mas, pressionado por todos os lados, o governo adiou duas vezes a data-limite para tomar a decisão e simplesmente ignorou o fim do último prazo (10 de março). Agora, teve que encenar a farsa de uma fábrica de semi-condutores para poder justificar sua escolha. Ou seja, a sociedade civil demonstrou força e não há porque recuar agora.


Em primeiro lugar, caberia questionar judicialmente o acordo firmado entre os dois países. Isso porque ele desrespeita o Decreto Presidencial 4.901/03, que criou o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). O Decreto fala em “estimular a pesquisa e o desenvolvimento e propiciar a expansão de tecnologias brasileiras” e a adoção de uma tecnologia estrangeira quando existe similar nacional (o Sorcer, desenvolvido pela PUC-RS) não apenas desestimula a produção de ciência e tecnologia brasileiras como compromete o esforço por uma política industrial autônoma e desenvolvimentista.


Neste mesmo Decreto pode-se ler que o Comitê Consultivo, formado por representantes da sociedade civil, “tem por finalidade propor as ações e as diretrizes fundamentais relativas ao SBTVD”. Ocorre que o Comitê Consultivo foi desfeito pelo governo sem que as atuais decisões tivessem sido discutidas por seus representantes. Logo, o Comitê viu-se impedido de propor “ações e diretrizes”.


Já que o próprio governo desrespeitou o Decreto Presidencial, cabe a sociedade civil recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Ministério Público Federal (MPF) para resguardar a devida legalidade.


Em segundo lugar, cabe à sociedade civil esclarecer a farsa que se está montando a respeito da política industrial brasileira. A escolha de um padrão estrangeiro implicará no pagamento de royalties pelas patentes das tecnologias empregadas.


O governo também não esclareceu o que acontecerá com o parque industrial brasileiro de TVs e componentes, uma vez que apenas o Japão usa o ISDB em todo o planeta e aquele país não importa TVs. Pelo contrário, o Japão exporta equipamentos eletrônicos. Seremos, então, um importador cativo das tecnologias japonesas? Ou, no máximo, teremos algumas maquiladoras que farão a montagem dos kits importados?


Se o governo realmente deseja impulsionar o setor de semi-condutores no Brasil (e não no Japão), por que não apóia decididamente este tipo de pesquisa nas universidades? Por que o Brasil nem ao menos enriquece o silício que extrai (base dos semi-condutores)? Por que não apoiamos o setor de design de chips, que, cada vez mais, concentra o valor agregado da indústria de semi-condutores? Se é para ter uma fábrica de semi-condutores (chamadas de foundry), por que o governo não termina a foundry protótipo que ele próprio já possui no Rio Grande do Sul (Ceitec)?


Mesmo que venha a tal fábrica de semi-condutores (com a qual os japoneses não se comprometeram no MoU), isso não significa que haverá transferência de tecnologia. Mas, apenas, que seremos mercado cativo japonês.


E, ainda, é preciso que o governo esclareça o que pretende fazer com as tecnologias desenvolvidas no interior do SBTVD, com financiamento público. Depois de termos gastos cerca de R$ 30 milhões com pesquisas, vamos simplesmente desprezar os middlewares desenvolvidos pela PUC-Rio e UFPB? E também a modulação criada pela PUC-RS? E ainda uma série de outros avanços conseguidos por dezenas de universidades e centros de pesquisa? Tudo em nome da adoção de uma tecnologia importada?


O governo diz que o Brasil terá acento nos comitês que dirigem o ISDB. Qual o poder de fato que o Brasil terá nestes comitês? Como poderá influenciar o futuro desenvolvimento da tecnologia japonesa de forma a que esta possa beneficiar também o Brasil?


Nada disso consta no MoU e nem tem recebido respostas satisfatórias das autoridades envolvidas com a negociação. Portanto, mais uma vez, cabe à sociedade civil brasileira o papel de esclarecer a opinião pública, de cobrar estas definições por parte do governo e de denunciar, inclusive na Justiça, eventuais irregularidades.


Modelo de serviços


Um ponto deve ficar bem claro: a adoção do ISDB, ainda que seja trágica para o desenvolvimento de ciência e tecnologia nacionais, não determina absolutamente nada do que será o modelo de serviços da futura TV digital brasileira. Não há nenhum impedimento no ISDB para que se faça multiprogramação, impedindo que as emissoras atuais fiquem com todo o espectro de VHF e UHF para seu bel prazer.


Também não há impedimento para que se dote a TV digital de serviços interativos que até então estão confinados à Internet, como educação interativa à distância, tele-medicina, e-mail, e-bank, etc.


Por isso, é fundamental que a sociedade civil não permita que a suposta adoção do ISDB seja considerada o começo da TV digital brasileira. As emissoras não podem começar seus testes. Isso porque a legislação brasileira não contempla os novos serviços que vão surgir com a TV digital. O Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT), que regulamenta o rádio e a TV no Brasil, é de 1962 e está absolutamente incapaz de dar conta da digitalização da TV e do rádio.


Para que as emissoras comecem seus testes em digital elas terão que “ganhar” do governo um novo canal de TV, uma vez que durante muitos anos ainda manterão sua transmissão analógica nos canais atuais. Mas, a legislação atual prevê que novas transmissões precisam de novas outorgas.


O governo não pode simplesmente dar novos canais para quem já tem os antigos. A legislação atual também proíbe que um mesmo grupo tenha mais de uma outorga por região. Assim, as atuais emissoras não poderiam (mesmo com a devida licitação) ganhar novas outorgas.


Também não há amparo legal para que a TV aberta transmita os dados que são necessários para a criação de serviços interativos. TV, em 1962, era apenas a transmissão de sons e imagens.


O começo dos testes significa a criação criminosa de um fato consumado que tende a esconder que a introdução da TV digital no Brasil demanda uma nova lei para regular o rádio e a TV. E visa, principalmente, manter o status quo do oligopólio de mídia que controla as comunicações no Brasil.


Ocorre, contudo, que nada disso é garantido com a “simples” escolha do ISDB como padrão de modulação da TV digital aberta no Brasil. O que não podemos permitir é que, se esta escolha vier a acontecer, o passo seguinte (o início das transmissões de teste) seja dado. Temos que garantir que qualquer transmissão em digital só seja feita após a aprovação de uma Lei Geral das Comunicações.


A principal medida a ser tomada agora é debater com a sociedade o que realmente está envolvido na questão da TV digital. É denunciar à Justiça caso o governo venha a escolher oficialmente o ISDB como padrão de modulação da TV digital brasileira. É impedir qualquer tentativa de criar fatos consumados.

A escolha do ISDB não pode dar a partida nas transmissões de teste. Temos que ter uma lei, votada pelos representantes do povo, que diga o que pode e o que não pode ser feito nesta nova

Fonte: Indecs

Ciclo de Palestras “Pensando o Brasil – Alternativas Políticas”


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


“Pensando o Brasil” é um ciclo de palestras de renomadas personalidades da sociedade brasileira, que estão discutindo e refletindo sobre a ainda difícil conjuntura nacional, para gerar um conjunto de análises, proposições de políticas públicas e sugestões de mudanças institucionais capaz de transformar o Brasil em uma nação realmente  soberana, socialmente justa e com democracia de fato. As palestras serão entre os dias 19/04 a 14/09/2006. Confira programação no final do texto.


O Brasil teima em não ir ao encontro do seu destino, ou seja, tornar realidade as suas imensas oportunidades e potencialidades. Há 25 anos sofremos de anomalias que se combinam em baixas taxas de crescimento econômico; crescente exclusão e marginalização de significativos segmentos da população; frustração e descrédito com as instituições políticas; e o predomínio avassalador de valores e princípios que  acentuam um individualismo competitivo e predatório, enquanto padrão de comportamento de muitos.


Os organizadores e patrocinadores de “Pensando o Brasil” querem discutir com a sociedade a proposição de um Brasil diferente, que rompa os laços de dependência e subdesenvolvimento, de graves conseqüências políticas, econômicas, sociais e culturais.


Para tanto, “Pensando o Brasil” está reunindo renomados brasileiros para debater e elaborar propostas de mudanças políticas, em diferentes áreas estratégicas para o  desenvolvimento da Nação. As palestras ganharão um tempero especial, pois nesse ano o povo brasileiro terá mais uma vez a possibilidade de escolher novos representantes políticos no Congresso Nacional e um novo Presidente da República. Assim os palestrantes de “Pensando o Brasil” estarão contribuindo para uma intervenção de qualidade da sociedade brasileira no debate político nacional.


A sua participação é, por isso, extremamente importante. Ajude na divulgação desse evento e acima de tudo contribua com a sua presença.


 


 


Realização:


Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) e Centro de Estudos para o Desenvolvimento (CED).


Apoio:


Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (CORECON-RJ); Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES); Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ), Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo no Estado do Rio de Janeiro (SINDIPETRO-RJ); SINDIPETRO-Caxias; Federação Brasileira de Associações de Engenheiros (FEBRAE), Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (SENGE-RJ), e Sindicato dos Economistas do Rio de Janeiro.


Programação:


Dia 19/04: “DEMOCRACIA E REPÚBLICA”, com o Jurista Fábio Konder Comparato


Dia 27/04: “PROJETO NACIONAL E ORGANIZAÇÃO SOCIAL PRODUTIVA”, com o Decano da UFRJ, Professor Carlos Lessa


Dia 04/05: “EDUCAÇÃO”, com o Reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira


Dia 11/05: “CIÊNCIA E TECNOLOGIA”, com o Brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla


Dia 18/05: “PETRÓLEO E SOBERANIA NACIONAL”, com o Engenheiro Fernando Leite Siqueira


Dia 25/05: “PACTO FEDERATIVO”, com o Governador do Paraná, Roberto Requião (a confirmar)


Dia 01/06: “CULTURA”, com o Editor César Benjamin


Dia 08/06: “DEFESA NACIONAL”, com o General Luiz Gonzaga Schroeder Lessa


Dia 29/06: “MEIO AMBIENTE”, com o Ambientalista Jean Marc Van der Weid


Dia 06/07: “REFORMA AGRÁRIA”, com o Economista João Pedro Stédile


Dia 13/07: “SAÚDE PÚBLICA”, com o Médico José Noronha


Dia 20/07: “ECONOMIA POLÍTICA DO PLENO EMPREGO”, com o Economista José Carlos de Assis


Dia 27/07: “SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO”, com o Professor Luiz Pinguelli Rosa


Dia 03/08: “BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL”, com o Professor José Luiz Fiori


Dia 10/08: “UMA VISÃO DE LONGO PRAZO PARA O DESENVOLVIMENTO”, com o Professor João Paulo de Almeida Magalhães


Dia 17/08: “UMA MACROECONOMIA PARA O DESENVOLVIMENTO”, com o Economista João Sicsú


Dia 24/08: “VULNERABILIDADE EXTERNA E DESENVOLVIMENTO”, com o Economista Reinaldo Gonçalves


Dia 31/08: “FINANÇAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO E A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA”, com o Economista Carlos Eduardo Carvalho


Dia 14/09: “BALANÇO E CONCLUSÕES”, com o Economista João Paulo de Almeida Magalhães, com os Engenheiros Raymundo de Oliveira e Heitor Manoel Pereira, e o Jornalista Maurício Azêdo


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Todas as palestras ocorrerão no auditório principal da Associação Brasileira de Imprensa – ABI.


ABI: Rua Araújo Porto Alegre, nº 71, 9º andar, Centro, Rio de Janeiro-RJ.


Terão início sempre às 18:30 horas. A duração de cada palestra será de cerca de uma hora e, dependendo da disponibilidade de tempo do palestrante, poderá haver debate com o público após a palestra.


Entrada franca.

Fonte:

Nota dos Diretores de Unidades em Defesa da UERJ

Rio de Janeiro, 10 de Abril de 2006


Nós, diretores de unidades, reunidos em 07/04/2006, vimos a público manifestar nossa
tristeza e indignação em relação ao tratamento que a UERJ vem recebendo do Governo
Estadual.
Após inúmeras e infrutíferas tentativas de negociação com o governo do Estado para
estabelecer uma agenda de recomposição de salários e por melhores condições de trabalho, a comunidade da UERJ foi compelida à greve como alternativa legítima de reivindicação.
Cumpre esclarecer que a luta por melhores condições de trabalho se acirrou com o corte
nas fontes de financiamento de manutenção e atividades finalísticas anunciado, através do Decreto Nº 38.795, pela Governadora do Estado do Rio de Janeiro, no diário Oficial de 30 de março de 2006. Com a promulgação deste decreto o orçamento da UERJ sofrerá um corte linear drástico de 25% na verba de custeio mensal, esta verba que era R$2.938.696,00, em abril de 2006, passará a ser de R$2.204.022,00, a partir de maio.
É preciso deixar claro que não somos contra uma política austera de regularização das
contas do Estado. Mas somos contra uma política de renuncia fiscal eminentemente eleitoreira que traz prejuízos à população e agrava ainda mais a manutenção de atividades finalísticas de inúmeros órgãos da administração direta e indireta do Estado.
Todos nós sabemos que um orçamento de uma Instituição como a UERJ deveria ser
atualizado, corrigido e deflacionado, pois as despesas de custeio como luz, telefone, água e gás são corrigidas pelas concessionárias de serviços de utilidade pública de acordo com a variação dos índices inflacionários. A não correção do orçamento antes da promulgação do decreto acarretou um déficit de R$ 668.293,00, nos pagamentos dos serviços de utilidade pública e na prestação de serviços entre órgãos.
Neste contexto de incertezas, nossas preocupações estão centradas nos impactos previstos que a política de corte linear na verba de custeio mensal acarretará nas atividades finalísticas já precarizadas da UERJ, tais como:



  • Agravamento do déficit orçamentário no pagamento dos serviços de utilidade pública (CEG, Light, Telemar, EBCT, Embratel, etc.);

  • Redução na verba de auxilio a Estudantes, com implicações generalizadas, desde à não realização de trabalhos de campos à não concessão de bolsas (Estágio Interno, etc.);

  • Previsão de contingenciamento dos contratos administrativos para Professores Visitantes e Substitutos e apoio Técnico-administrativo;

  • Agravamento das dificuldades já antepostas ao desenvolvimento das atividades de ENSINO, PESQUISA e EXTENSÃO pela insuficência orçamentária existente, tanto nos Cursos de Graduação quanto nos de Pós-Graduação;

  • Precarização e redução dos contratos com segurança, mão-de-obra terceirizada, manutenção predial e manutenção de elevadores.

O limite do desinvestimento sistemático que a UERJ vem passando se revela através do sucateamento de suas instalações e mais recentemente no desabamento da marquise superior da passarela do 12º andar que liga os blocos A e B, na terça-feira do dia 31 de Janeiro. A precariedade das condições de infra-estrutura, em todas unidades acadêmicas da UERJ, passou a ser a marca principal do abandono impetrado pela atual gestão de governo.
Pelos motivos enunciados acima, conclamamos a comunidade acadêmica e toda a sociedade fluminense a se mobilizar e a se posicionar em defesa da UERJ.

Fonte:

Portador de deficiência: só 30% das empresas cumprem a lei

Fiscalização força ocupação de vagas no Rio. Em SP, taxa é de 29%


Apenas um terço das empresas dos estados do Rio e de São Paulo respeita a lei que estabelece cotas para a contratação de portadores de deficiência. Promulgada há 15 anos, a lei 8.213 determina um número determinado de vagas para estes profissionais, de acordo com o tamanho do quadro de pessoal das companhias, sob pena de aplicação de multa. Só nos últimos cinco anos, com a maior fiscalização das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs), as empresas intensificaram a procura por estes trabalhadores. E iniciativas públicas e particulares têm contribuído para diminuir a distância entre o mercado de trabalho e os profissionais, tenham eles nível fundamental ou superior.
No Rio, a estimativa é de que apenas 30% das empresas estejam cumprindo a lei. O dado é da Fundação municipal Lar Francisco de Paula (Funlar), que coordena, em parceria com a DRT-RJ, um programa de empregabilidade para a população de baixa renda portadora de deficiência. Em São Paulo, a quantidade de empresas que cumprem a lei é quase igual (29%), segundo dados da DRT-SP. A multa aplicada nas empresas varia de mil reais a R$103 mil por trabalhador não-contratado, de acordo com o porte da organização e fatores como reincidência.
Companhias com cem empregados têm cota
A presidente da Funlar, Leda de Azevedo, diz que a situação vem melhorando aos poucos:
— Temos trabalhado para desmistificar preconceitos no trabalho. E as organizações já descobriram que os portadores de deficiência são funcionários mais motivados. A rotatividade também é baixa — acentua ela, que só em 2005 ajudou 310 profissionais, a maioria com nível escolar fundamental ou médio, a encontrarem emprego em 28 lugares diferentes.
Hoje em dia, uma organização com mais de cem funcionários precisa preencher cota de 2% de empregados. As de 200, necessitam de 3% em seus quadros e as de 300, um total de 4%. As que têm um quadro de pessoal acima de 500 pessoas precisam preencher 5% de vagas com trabalhadores portadores de deficiências físicas ou mentais.
O problema que Leda ajuda a resolver entre a população com pouca escolaridade — inclusive implementando programas para que estudem — se repete nas empresas que precisam preencher cargos com nível superior. Na avaliação de Rodrigo Rosso, organizador da Reatech, feira voltada para o mercado de reabilitação e deficiência que terminou domingo passado em São Paulo, a questão é mais complicada nos cargos que exigem formação universitária:
— Às vezes, o profissional com nível superior que sofreu um acidente consegue uma pensão de R$700 a R$1,5 mil da Previdência Social. Só que para preencher a vaga na empresa, ele precisaria abdicar do benefício e fica em dúvida se quer abrir mão dessa segurança.
Para tentar desatar estes nós, 10% das 120 empresas que montaram estandes na feira tentavam recrutar potenciais funcionários entre o público de 30 mil pessoas. Eram cerca de três mil postos de trabalho disponíveis. Até as montadoras que vendiam produtos aproveitaram para procurar candidatos. Em setembro, a iniciativa vai se repetir no Rio de Janeiro: entre os dias 21 e 23, no Riocentro, será realizada uma versão reduzida da feira, a Reacess.
Rosso cita dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que indicam que há 24 milhões de pessoas portadoras de deficiência no Brasil. Destas, 46% estariam na faixa de renda A ou B. O organizador da feira diz que esta população movimenta um mercado de R$1 bilhão no país. Na Reatech, por exemplo, foram negociados 68 carros com alterações de fábrica e cerca de 40 adaptações de veículos.

Fonte: Fonte: Jornal O Globo – 16/04/2006

Comissão ouve presidente da Nossa Caixa na próxima terça sobre publicidade

O presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, e a gerente de Marketing do Banco, Marli Martins, serão ouvidos na próxima terça-feira, 25, às 14h15, pela Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa. Os dois foram convocados para esclarecer as denúncias de irregularidades e de favorecimento político com publicidade da Nossa Caixa. A convocação de Monteiro e de Martins foi proposta pelo deputado estadual Renato Simões (PT).


Na reunião também estarão na pauta o requerimento de auditoria especial do Tribunal de Contas do Estado nos contratos de publicidade da Nossa Caixa, a convocação do presidente da Comissão de Sindicância do banco, José Luiz Flório Buzo, e o convite para que também prestem esclarecimentos o filho do ex-governador Geraldo Alckmin, Thomaz Rodrigues, sua sócia Suellen Jou e o pai dela e responsável pela Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil, Jou Eel Jia.


A reunião da Comissão de Finanças e Orçamento será realizada no Plenário Tiradentes da Assembléia Legislativa, na próxima terça-feira, às 14h15.

Fonte: Fonte: Assessoria de Imprensa do deputado estadual Renato Simões (PT-SP)

Bancos brasileiros são os maiores das Américas

Pesquisa realizada pela consultoria Economática revelou que três bancos brasileiros – Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, nessa ordem – figuram entre os primeiros dos 20 maiores das Américas. A classificação foi feita por ativos totais e rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido médio em 2005. De acordo com a consultoria, os índices alcançados pelos brasileiros batem de longe os maiores bancos americanos. A rentabilidade do Itaú, por exemplo, ficou em 35,6%, enquanto a do Citigroup (maior banco do mundo em ativos) ficou na casa dos 22,2%. O que deveria ser motivo de comemoração, para a categoria bancária é a tradução de muito sacrifício com baixo retorno.
Sobre o lucro dos bancos, tem peso cada vez maior a receita com prestação de serviços. Resultado das tarifas que são cobradas por produtos e serviços, essa mudança na composição do lucro vem de uma alteração no papel dos bancos na sociedade. “Agências com poucos bancários obrigam os clientes a fazer o serviço, pelo qual pagam, nos caixas-eletrônicos, telefone, internet. Fica a cargo dos trabalhadores a tarefa de vender produtos caros que engordam a já obesa lucratividade dos bancos”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. Isso faz com que a receita advinda das tarifas cubra toda a folha de pagamentos dos bancos, com sobras. No caso do Itaú, o que o banco arrecada com as taxas cobradas dos clientes cobre 186% da folha de pagamento do banco.
“Por isso, é difícil para o brasileiro comemorar esse resultado. Ninguém gosta de banco: filas, altas taxas, juros abusivos. Quanto menor o saldo, pior o tratamento prestado”, diz o dirigente, lembrando o crescimento dos correspondentes bancários, responsáveis pelo atendimento à população não bancarizada ou de baixo poder aquisitivo. “Os bancos não querem abrir agências onde não há interesse financeiro. Então, contratam lojas para receber pagamentos, preencher proposta de abertura de contas, poupança etc. Assim, lucram muito, só que não geram mais empregos”, completa o dirigente.
Na década de 1980 havia 800 mil bancários no Brasil. Esse número caiu até os cerca de 400 mil atuais. Em 1994 havia em média 33 bancários por agência, dez anos depois não passam de 23. Cada um deles, responsável por 184 contas-correntes – em 1993, cada bancário era responsável por 67 contas.

Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Sindicato participa da 22ª Festa do Índio


Foto: Sérgio Cardoso



 


 


 


 


 


 


 


 


O Sindicato presenteou os indígenas com um álbum de fotos


O Sindicato dos Bancários participou neste dia 19 de abril, Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, de um grande ato nas aldeias Três Palmeiras, Caieiras Velha e Pau Brasil.


Pela manhã foi feito o lançamento do CD Mborai Retxa Kã Marae’y (Cantos da Sabedoria Sagrada Infinita) com músicas cantadas em tupi-guarani pelo coral mirim da Aldeia Três Palmeiras.O disco é o primeiro produzido pelos índios capixabas e conta com o apoio do Sindicato. A diretoria da entidade aproveito a oportunidade paa presentear a comunidade indígena local com um álbum de fotos das atividades realizadas em 2005.


A 22ª Festa do Índio – Terra: Luta, Sobrevivência e Liberdade, continua até o dia 23/04, incluindo atividades como jogos tradicionais indígenas, mostra cultural, exposição de vídeos e fotos, venda de artesanatos, comidas típicas, e apresentações artísticas e culturais.

Fonte: Sindicato dos Bancários do Espírito Santo

Programação do Seminário Internacional sobre Mídia e Democracia e novas formas de ativismo político

Dia 26 (quarta)


 


10h/13h – Midiocracia


Como a democracia se constitui em aliança, conflito e composição com os meios de Comunicação. Democracia pela mídia e governo dos meios de comunicação.


Palestrantes:


·      Wanderley Guilherme dos Santos – Cientista Político e Professor da UFRJ e da Universidade Cândido Mendes


·      José Dirceu – ex-ministro da Casa Civil


·      Paulo Henrique Amorin – Jornalista da TV Record


·      Ricardo Kotscho – Jornalista e representante da Rede Globo  do Projeto Globo/ Universidade


·      Giuseppe Cocco – Professor da UFRJ e representante da Rede Universidade Nômade


Mediador: Sérgio Sá Leitão – Secretário de Políticas Públcias do MinC


 


13h – Intervalo


 


14h – Apresentação de Projetos de Midiativismo:


Teatro do Oprimido, Apresentação de filmes e vídeos curtos sobre Mídia, Apresentação de Projetos de Comunicação


 


15h/18h – Midiativismo


Os novos intelectuais e atores políticos que utilizam a mídia e suas linguagens como forma de ativismo político e estético. A política do simbólico.


Palestrantes:


·  Franco Berardi – Professor da Universidade de Bolonha (Itália)


·  Raul Sanchez – Professor da Universidad Nomada de Madrid (Espanha)


·  Wallace Hermann – representante das Rádios Comunitárias e PontoComSaúde


·  Geo Brito – representante do Centro de Teatro do Oprimido e da Universidade Nômade


·  Giuliano Bonorandi –  representante da Ação Cultura Digital e Rádio Interferência


Mediadora: Tatiana Roque – representante da Rede Universidade Nômade e professora da UFRJ


 


Dia 27 (quinta)


 


10h/13h – A Mídia da Midia


Como a mídia vem cobrindo temas que afetam seu próprio negócio: a TV Digital, Ancinav, a Lei Geral de Comunicações, Softwares  Livres, etc.


Palestrantes:


·      Gabriel Priolli – Jornalista, Professor da PUC/ SP, Presidente da ABTU e Presidente da Televisão América Latina (TAL)


·      Diogo Moyses – representante da Rede Intervozes


·      Sérgio Amadeu-  Professor da Faculdade de Comunicação Cásper Líbero (SP)


·      Manoel Rangel – Diretor da Ancine


Mediador: Esther Hanburguer – Professora da USP e Jornalista da Folha de São Paulo


 


13h Intervalo


 


14h – Apresentação de Dossiês, materiais na internet, capas de revista, sobre a cobertura e imagens da mídia dos temas debatidos, emissões de Rádio


 


15h/18h – NegroAtivismo


Como a mídia vem cobrindo temas polêmicos como as cotas, a bolsa  família e as políticas de discriminação afirmativa. Mídia Negra


Palestrantes:


·      Alexandre Nascimento – representante do Pré-Vestibular para Negros e Carentes e da Rede Universidade Nômade


·      Júlio César Tavares – Professor da UFF


·      Marcio Alexandre – Jornalista da Revista Afirma


·      Jeferson De – Cineasta e representante do Movimento Dogma Feijoada


·      Edson Cardoso – Jornalista da Revista IROHÍN


Mediador: Márcio André -representante da Rede Universidade Nômade


 


Dia 28 (sexta)


 


10h/13h – Mídias de Resistência


Como os movimentos sociais, Ongs, terceiro setor e sociedade civil fazem mídia


Palestrantes:


·      Dojival Vieira – representante da Afropress


·      Joaquim Palhares – representante da Agência Carta Maior


·      Celso Hort – representante da CUT


·      Claudia Cardoso – representante do Movimento Midi@ética


·      Romano – representante da RadioAberta e da Rádio Madame Satã


·      Ericson Pires – representante da Hapax e da Rede Universidade Nômade


Mediador: Giuseppe Cocco – Professor da UFRJ e representante da Rede Universidade Nômade e da Revista Global


 


13h- Intervalo


 


14h – Intervenções estéticos-midiáticas, emissões de Rádio,video, etc.


Exibição de vídeos da CUFA, Afroreggae, Cia Etnica de Dança, clips-favelas


 


15h/18h – Comunicando as Favelas


As Imagens das favelas na mídia e a produção cultural, audiovisual, midiática dos movimentos saídos das favelas e periferias


Palestrantes:


·      Jailson de Souza – representante da Escola Crítica de Comunicação Popular da Maré


·      Carmem Luz – representante da Companhia Étnica de Dança


·      Nega Gizza – representante da Central Única das Favelas (CUFA) e do Movimento Hip Hop


·      Écio Salles – representante do grupo Afroreggae


·      Ivana Bentes – Diretora e Professora da ECO/UFRJ


·      Paulo Vaz – Professor e Coordenador da Pós-graduação da ECO/UFRJ


Mediadora: Ilana Strozenberg – Professora da ECO/UFRJ


 


18h – ENCERRAMENTO – Festa e Manifestos


 


Local:


Auditório do CFCH da UFRJ


Campus da Praia Vermelha


Av. Pasteur, 250 Rio de Janeiro


Informações: Tel. 021 38735067 e 021 22959449


[email protected]


Realização:


Escola de Comunicação da UFRJ e Rede Universidade Nômade


Organização:


Profa Ivana Bentes – Diretora da ECO/UFRJ


 


Apoio: MinC


Informação:


Elizabete de Cerqueira


Assessoria de Imprensa da ECO/UFRJ


[email protected]


[email protected]


[email protected]

Fonte:

Fórum de Conselheiros dos Fundos de Pensão do Itaú se reuniu ontem

(São Paulo) Foi realizada ontem, 19 de abril,uma reunião do Fórum de Conselheiros e Participantes dos Fundos de Pensão dos Bancos da Holding Itaú. Na reunião foi reafirmado o compromisso dos conselheiros assumidos durante a campanha eleitoral de lutar: pela inclusão do benefício da pensão no(s) plano(s) que ainda não a tenham; pela implantação do benefício mínimo; pela reabertura do PAC – Plano de Aposentadoria Complementar dos funcionários do Itaú; pela eleição de membro da diretoria executiva nas fundações enquanto representantes dos funcionários; pelo empréstimo para os participantes; pela revisão do índice de correção dos benefícios de aposentadoria dos funcionários que entraram no PAC após 1980.


Outras propostas discutidas no fórum são as seguintes: solicitar que os conselheiros juntos com uma assessoria especializada no assunto participem dos grupos de trabalho constituídos pelas fundações (Itaubanco e Funbep); buscar a uniformização de uma data mínima de envio das informações aos conselheiros eleitos, em pelo menos 10 dias úteis antes das reuniões; organização de seminários sobre previdência complementar para os dirigentes sindicais; retomar a confecção de materiais específicos para os participantes – em breve estará saindo um Itaunido Nacional; solicitar o detalhamento da política de investimentos para todos os participantes; realizar reuniões períodicas entre os conselheiros para discutir uma ação coordenada dos mesmos nas fundações.


A reunião do fórum foi importante no sentido de organização e retomada dos pontos que foram plataforma das eleições que elegeram representantes dos funcionários nos planos da Fundação Itaubanco e no Funbep. Além disso, o trabalho integrado entre todos os conselheiros permite que se tenha uma luta uniforme em todo o país na busca por melhorias dos benefícios dos planos de previdência complementar do Itaú. Também ficou como data indicativa para uma próxima reunião, o dia 13 de junho de 2006.


 


Plano de saúde


Na reunião foi levantado o problema do plano de saúde dos aposentados, onde ressaltou-se que este foi muito mal negociado pelas associações de aposentados, que admitiram a implantação de um plano individual para os aposentados. Tal questão, tem tornado muito dispendioso o plano de saúde dos aposentados e em breve a COE-ITAÚ estará pautando a discussão para buscar uma solução para o problema.

Fonte: CNB

Nota do presidente da CUT/SP, Edílson de Paula sobre a apreensão do jornal especial com balanço do governo do PSDB

“Respeitamos a decisão da Justiça, mas já recorremos informando ao Ministro do TSE que o nosso jornal especial sobre o balanço dos 12 anos do governo do PSDB não teve nenhum caráter eleitoral e nem partidário, pois não mencionamos “propaganda de ninguém”, apenas fizemos nosso balanço, que foi baseado em notícias e estatísticas amplamente divulgadas pelos meios de comunicação de massa.


Tudo o que foi divulgado não é novidade, até porque foi publicado pela grande imprensa. Apenas cumprimos o nosso papel que é zelar pela defesa dos direitos dos trabalhadores e pela transparência dos fatos – compromisso que assumimos há 23 anos, quando fundamos a nossa Central.

Se nos acusam de fazer campanha eleitoral e de induzir a população a não votar nos candidatos tucanos, então a imprensa faz o mesmo ao divulgar “Banco Estatal beneficiou aliados de Alckmin”; Assembléia investiga doações a Lu Alckmin; Ministério Público vai investigar denúncias contra Alckmin; MP investigará convênio do acupunturista do tucano entre outras notícias publicadas recentemente?

Assim como a grande imprensa tem toda a liberdade em investigar a vida pública das autoridades, nós temos o compromisso de alertar o trabalhador e mantê-lo consciente do que está acontecendo.  


Para resolver os diversos problemas enfrentados no Estado de São Paulo — como a onda de rebeliões e violência na Febem; o aumento da criminalidade; a matança de jovens nas periferias; a falta de médicos e materiais básicos nos hospitais; o analfabetismo funcional entre outros – é fundamental o diálogo e a transparência.


Há 12 anos, a CUT/SP e os sindicatos filiados do funcionalismo público estadual propõem ao ex-governador a instalação de uma mesa permanente de negociação, para se discutir e implementar políticas públicas que melhorem os serviços públicos, bem como a sua qualidade. No entanto, o governo do PSDB sequer atendeu as nossas solicitações, se fechando ao debate.


Já tomamos as medidas cabíveis e vamos aguardar a apreciação do TSE sobre a nossa defesa”.


 


Edílson de Paula é Presidente da CUT/SP

Fonte: CUT-SP