PAÍS É ACUSADO DE MALTRATAR MENORES

Ciça Guedes


O caderno especial sobre direitos das crianças e a Convenção dos Direitos das Crianças da ONU, publicado na edição desta semana da revista “The Lancet”, uma das mais importantes publicações de pesquisa médica do mundo, traz um artigo sobre os centros de detenção de menores infratores no Brasil que acusa o país de não dar sequer os cuidados básicos de saúde e higiene aos jovens, além de não investigar os casos de denúncias de maus-tratos e de espancamento.
Escrito por Michael Bochenek, do Human Rights Watch, e Fernando Delgado, do programa de direitos humanos da Faculdade de Direito de Harvard (EUA), o artigo, que aparece ao lado de outros seis ensaios, afirma que “15 anos após a adoção pelo Brasil de um das leis mais progressistas da América Latina para a juventude, que refletia substancialmente as garantias contidas na Convenção dos Direitos das Crianças da ONU, os centros de detenção de jovens continuam grosseiramente deficientes. Com recursos em queda, sujos e perigosamente superlotados, falharam até em prover os cuidados básicos de saúde e higiene.”
O Human Rights Watch inspecionou 23 centros de detenção de menores no Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro e Rondônia, além de usar dados de pesquisa prévia feita em São Paulo.
– Já publicamos três relatórios sobre as condições dos centros de detenção no Brasil, com recomendações de mudança. Em outubro, apresentamos nossas conclusões ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, que as incluiu, de uma forma resumida e geral, em suas observações finais. Também apresentamos à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A recomendação mais importante que fazemos é um efetivo controle independente, que o governo poderia implementar imediatamente, sem a necessidade de se envolver com mecanismos regionais ou internacionais — afirmou Michael Bochenek ao GLOBO por e-mail.
Além de ser uma das revistas com maior índice de leitura entre os médicos de todo o mundo, “The Lancet”, editada nos Estados Unidos, é também lida por jornalistas especializados que a acessam por meio de sites de divulgação científica.

Fonte: O Globo

MARINA: BANCOS DEVEM ADOTAR CRITÉRIO AMBIENTAL

(Rio) O governo federal quer estender aos bancos privados o veto à liberação de financiamentos para empreendimentos que não tenham licença ambiental. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, informou que essa é exigência feita por bancos públicos e que a ampliação do critério às instituições particulares “é fundamental para garantir a qualidade ambiental dos projetos de qualquer setor”.


Segundo a ministra, a questão está em estudos na Casa Civil, nos ministérios do Meio Ambiente, Planejamento e Fazenda e, também, com representantes dos bancos particulares, que, segundo ela, demonstraram interesse em se adequar à legislação.


“Os bancos públicos já têm isso como obrigação e nós estamos estudando a possibilidade que outros bancos privados também possam fazê-lo. Dessa forma você está ligando a dinâmica do financiamento ao cumprimento da legislação, o que vai garantir a sustentabilidade ambiental”, acrescentou a ministra.


Ao participar hoje da reunião do Conselho Internacional do Instituto Ethos, uma organização não-governamental (ONG) de fomentar à responsabilidade social na iniciativa privada, Marina Silva reconheceu um avanço significativo no número de empresas no Brasil que, além de respeitar a legislação trabalhista, são responsáveis com a legislação ambiental.


Marina Silva destacou como desafio do seu ministério fazer com que o uso sustentável dos recursos naturais seja compatível com a legislação ambiental.


“Um exemplo é a determinação do governo, no âmbito do plano de combate ao desmatamento, de fazer um programa para o aproveitamento de projetos abandonados em uma área de 160 mil quilômetros quadrados na Amazônia, ao invés de promover o desmatamento em outras áreas para novos projetos”, citou a ministra.


O Instituto Ethos tem 1.100 empresas associadas em todo o país: 40% delas são de grande porte e 60% são médias e pequenas.

Fonte: Agência Brasil

PROFESSOR DA PUC RECUSA TURMA DE DEMITIDOS

A volta às aulas na PUC-SP, marcada para 2 de março após adiamento por conta da crise que atinge a universidade -uma das mais tradicionais do país-, vai ocorrer em clima de protesto. Em assembléia de professores e funcionários realizada ontem à tarde, os docentes decidiram não assumir nenhuma disciplina ou atividade que era ministrada por seus colegas demitidos nem realizar processos de contratação de outros docentes.

 

Assim, como o número de professores demitidos já chega a 472 desde dezembro, segundo a associação de docentes da PUC, os estudantes deixarão de ter dezenas de matérias previstas nas grades curriculares.

 

“Nossa deliberação foi para que nenhum professor assuma as atividades dos docentes que foram demitidos e que nenhum departamento faça a substituição dos profissionais”, afirma a presidente da Associação de Professores da PUC, Priscilla Cornalbas. “A aula ficará vaga e, então, veremos o que acontece.” Até o ano passado, os novos docentes eram contratados pelos departamentos em que trabalhariam.

 

A proposta de greve não foi votada, já que ficou decidido que estudantes, professores e funcionários farão assembléias específicas e, no dia 8 ou 9 de março, realizarão uma reunião conjunta para definir o encaminhamento do movimento. “Aprovamos apenas o indicativo de greve e, quando o calendário escolar tiver início, poderemos decidir melhor o que fazer”, diz Cornalbas.

 

 

“Mercantilização”

 

Devido à crise financeira, também já foram demitidos 413 funcionários. A universidade justifica-se afirmando que os cortes ocorreram porque a instituição vinha registrando um déficit mensal de R$ 4 milhões.

 

Estudantes presentes na assembléia de ontem prometem fazer manifestações nos primeiros dias de aula contra o que chamam de “mercantilização” da instituição. Eles acreditam que a PUC perderá sua visão humanista de ensino e passará a se preocupar apenas com o lucro.

 

Para tentar reverter as demissões, a assembléia também votou pela formação de um grupo jurídico que, até amanhã, analisará o instrumento mais pertinente e, então, entrará com processos na Justiça comum e na do Trabalho tentando reverter as decisões da universidade.

 

 

Abaixo-assinado

 

Outra ação aprovada por unanimidade foi a ampliação da circulação de um abaixo-assinado feito pelo departamento de psicologia, que está colhendo o apoio de intelectuais que não são ligados à PUC e políticos. Já assinaram o documento Marilena Chaui, Ruth Cardoso, Luiza Erundina e Eduardo Suplicy, entre outros.

 

“Vamos continuar brigando por manter a qualidade desta instituição e tentar trazer de volta os colegas demitidos”, disse Márcia Paixão, professora de serviços sociais. “A PUC tem de conseguir manter sua tradição.”

 

No início da noite de ontem, a Folha tentou contato com algum representante da reitoria da PUC-SP, mas ninguém foi encontrado.

 


(Por Daniela Tófoli – em 21/fev)

 

 

Fonte:

NOTA OFICIAL – FENAJ SE SOLIDARIZA COM JORNALISTA AGREDIDO E DEMITIDO

A FENAJ vem a público manifestar desagravo e solidariedade
com o repórter-fotográfico Cláudio Silva, vítima da truculência
 de policiais militares e dos dirigentes do Diário Catarinense
(grupo RBS), de Florianópolis. 
 
Não bastassem os baixos salários e toda a exploração a que
são submetidos milhares de jornalistas em todo o país, uma
nova era, profundamente infeliz, parece ter sido inaugurada: a
da execração pública dos profissionais de comunicação nos
 próprios veículos em que atuam. Mais grave, ainda, quando a
ação parte do Grupo RBS, cujo presidente, Nelson Sirotsky, é
também presidente da Associação Nacional dos Jornais – ANJ.
 
Cláudio Silva fotografava, na quinta passada, 16, ironicamente
dia do repórter, o conflito entre seguranças particulares, polícia
militar e estudantes que protestavam contra o valor da tarifa
implantada no transporte público da capital catarinense,
quando teve o seu equipamento fotográfico arrancado das
 mãos por policiais. Protestou e recebeu voz de prisão. Com
as mãos algemadas, foi covardemente espancado.
 
Diante de toda essa brutalidade, o que fez a direção da RBS?
Calou-se em relação ao arbítrio e aos excessos da polícia e
preferiu mencionar, em reportagem publicada no Diário
Catarinense no dia seguinte, que o fotógrafo estava
“tecnicamente alcoolizado”. E demitiu-o por justa causa, sem
 qualquer direito, expondo-o ao constrangimento público. 
 
Há, neste episódio, mais uma tentativa de um veículo de
 comunicação em distorcer os fatos ou criar uma falsa
realidade. O fotógrafo produziu fotos “tecnicamente falhas”?
Não. Colocou a vida de alguém em risco? Não. Foi demitido
porque protestou contra mais uma arbitrariedade da força
policial, conivente com a ação ilegal e truculenta de
seguranças particulares das empresas de ônibus. 
 
A FENAJ repudia a postura inaceitável da Empresa, denuncia
as atitudes autoritárias dos órgãos de segurança pública do
Estado de Santa Catarina, solidarizando-se integralmente
com o jornalista Cláudio Silva, premiado repórter-fotográfico
que, sob risco, cumpriu mais uma vez com a sua função, que
é registrar os fatos que interessam à sociedade, e o fez com
a habitual competência. Se havia algo para a RBS lamentar e
condenar é o fato de governos e dirigentes políticos
continuarem a tratar movimentos sociais com brutalidade e
protestos do povo como se fossem crimes. 
 
Brasília, 20 de fevereiro de 2006.
 
A Diretoria
 
Valci Zuculoto – Diretora de Relações Institucionais da FENAJ
[email protected] – (61) 3244 06 50 – (48) 99 81 80 92
 
 

Fonte:

CARTA DA EMBAIXADA DA VENEZUELA À REVISTA VEJA

Sr. Roberto Civita

Editor

Revista VEJA

 

Senhor Civita, permita-me iniciar esta carta com o reconhecimento à tenacidade com que seus colunistas se dedicam à tarefa de impor a verdade da mídia. Nisto, tenho certeza, seriam a inveja do mesmo Joseph Goebbels. Não obstante, permita-me também lhe aconselhar que diminua o esforço para o bem da saúde mental de seus escreventes, uma vez que o mundo que lê VEJA está convencido de sua ária pureza jornalística, de que vocês, dentro do mais tradicional esquema de jornalismo conservador – tanto na técnica como no conteúdo – se sentem donos da verdade. Já sabemos, senhor Civita, que dentro de VEJA transita o dogma e a fortaleza própria do invulnerável, que qualquer coisa que esteja fora de sua linha ou do seu âmbito ideológico é errada, que vocês estão convencidos – e são capazes de morrer por isso – de que nada diferente do que escrevem pode existir fora de suas linhas.

 

É óbvio, senhor Civita, que VEJA é mais que uma simples revista. VEJA é um templo sem sacerdotes, ali só há deuses, pois somente os deuses geram verdades inquestionáveis. Esta condição divina é notória, por exemplo, nas fotografias que acompanham as colunas.

 

Veja o senhor, repare bem, na postura esnobe de Tales Alvarenga, ou no olhar onipotente de Diogo Mainardi. Coitado de quem entrar no âmbito de sua ira! Será condenado para sempre ao inferno!

 

Ou não é verdade que somente eles conhecem aquilo que adoece o mundo e são capazes de condená-lo?

 

É, senhor Civita, também sabemos. Sabemos que a VEJA condena sem julgar, porque a verdade da mídia não requer trâmites desta índole, nem está aí para isso, não é? Digo, para julgar, porque o jornalismo – segundo ensina a filosofia da comunicação e todos os códigos da ética – não está projetado para ser juiz, senão para se dedicar à tarefa de mostrar os diversos ângulos da realidade que é apresentada ao mundo e deixar que sejam outros os que julguem.

 

Mesmo assim, devo confessar-lhe que também não acredito muito nisto e que estou mais próximo de admirar um jornalismo menos frio e objetivo, a um jornalismo que não transforme os fatos humanos em simples coisas de tipografia, tinta e papel. Devo confessar-lhe que, igualmente a no meu país, prefiro um jornalismo mais combativo, distante dessa ficção que denominam “objetividade jornalística” e próximo àquela pro atividade ética que já indicava John Dos Passos na sua novela Paralelo 42 -que acredito que o senhor tenha lido alguma vez-: “o anelo de todo jornalista era desentranhar o significado exato de toda mudança operada na realidade”.

 

Vê, senhor Civita, Dos Passos escreve “o significado exato”, nós nos perguntamos de imediato de que se trata isso? E ficaríamos órfãos de entendimento a respeito se não tivéssemos a capacidade de relacioná-lo com essa maravilhosa palavra que é “desentranhar”, que significa, dentre outras cosas, averiguar, penetrar o mais difícil e escondido de uma matéria.

 

Cobra uma melhor e mais digna dimensão profissional e ética com isto a tarefa jornalística, não é assim, senhor Civita? Veja, o jornalista é uma pessoa que se submerge na realidade dos fatos, esquadrinha as suas entranhas, examina os detalhes, se desliza com sigilo entre as aristas, observa atento seus diversos ângulos e os traz todos até a superfície, para dar a oportunidade de que qualquer um que passe perto de suas bordas possa senti-las e armá-las como uma realidade mais ou menos objetiva, mas principalmente humana.

 

E eis aqui um dos significados da palavra “desentranhar” de que mais gosto, aquele que a apresenta como um ato voluntário de desapropriação. Nada mais humano do que desapropriar-se de tudo que se tem e se conhece para entregar ao outro com a vontade ética, social e humana que possa ajudá-lo a compreender.

 

Lástima, senhor Civita, mas não vejo isto no olhar dos seus colunistas, pelo menos nesse que mostram as fotografias que acompanham suas colunas.

 

O que é bem certo é que VEJA também não crê nem pratica o contra-sentido da objetividade jornalística. O terrível é que também não responde a isto com sentido ético, porque para VEJA o mundo adoece de um mal universal: tudo o que é sensivelmente humano fede.

 

É por isso que entendemos esse afã por listar nomes que, repito, desde sua ária pureza jornalística, são indesejáveis, imprescindíveis, tolos, tiranos e vagabundos que devem ser exterminados para o bem do mundo que VEJA representa, um mundo uníssono, que avança na direção de um cenário globalizado de conseqüências únicas, perfeitas e sem objeção, onde uma nova religião começa a concretizar-se com rezas e acordos de compra e venda. É por isso que para vocês nosso presidente Hugo Chávez leva uma lista longa de qualificativos indesejáveis, como tirano, ditador, assassino, populista, palhaço, louco, etc, e Bush, George W. Bush, o mesmo da guerra no Iraque, é apenas um homem preocupado pela harmonia e a paz do mundo. Pois bem, senhor Civita, nesta nova carta que agora lhe envio – e que sei que não será publicada na VEJA -, além de expressar-lhe os sentimentos acima descritos quero também aproveitar para fechar com duas coisas importantes.

 

A primeira é a formulação de uma queixa oficial contra sua empregada Daniela Pinheiro, quem entre a grande quantidade de mentiras que escreve no seu artigo “Com dinheiro do povo”, edição N° 1941 de 01 de fevereiro de 2006, assegura que “o embaixador da Venezuela admitiu na semana passada que é possível que Chávez assista ao desfile da Marquês de Sapucaí”, quando na realidade o que foi dito foi que era pouco provável que o presidente assistisse – mas é claro, tudo vale quando se trata de jornalistas que não se apegam à objetividade, mas sim à interpretação jornalística pouco desapropriada de interesses… serão econômicos ou ideológicos? Pode o senhor sanar esta dúvida, senhor Civita?

 

A segunda é uma simples recomendação, e a inicio com uma pergunta: ouviu o senhor alguma vez Alfredo Bryce Echenique quando se refere à posição humana do homem diante da vida e da realidade? Repare, ele disse a respeito, que “na vida, a única objetividade possível é a subjetividade bem intencionada”. Nós cremos o mesmo do jornalismo, cremos que este é o sentido exato que deve praticar-se nesta profissão frente a esse contra-sentido da objetividade a secas. Por quê? Simples. Porque o jornalismo não é um templo de deuses, mas uma praça de vizinhança.

 


Julio García Montoya


Embaixador de La República Bolivariana de Venezuela


En La República Federativa do Brasil


 


Brasilia, 06 de fevereiro de 2006.

 

 

Fonte:

IMPLANTE DE CHIPS EM FUNCIONÁRIOS GERA POLÊMICA NOS EUA

O crescente uso de microchips de identificação implantados no corpo humano, que servem tanto para o controle de funcionários como para ter acesso ao histórico médico de seus portadores, tem gerado polêmica nos Estados Unidos. Várias associações de direitos civis protestaram contra o que consideram um passo adiante na invasão de privacidade dos trabalhadores, enquanto seus fabricantes insistem tratar-se de uma tecnologia avançada e de usos múltiplos.

 

A empresa de vídeo-vigilância Citywatcher.com, de Cincinnati, nos EUA, é a primeira a utilizar os chips para controlar o acesso de seus empregados às áreas de segurança restritas da companhia. Seu presidente, Sean Darks, disse à EFE como ele mesmo e dois de seus funcionários, que se apresentaram como voluntários, receberam um chip de silício que tem o tamanho de um grão de arroz, é inserido dentro da pele e funciona como um cartão de acesso às áreas protegidas. “A implantação dos chips foi e continuará sendo completamente voluntária, portanto não danifica em absoluto o aspecto privado de nossa vida. Para nós, é uma medida de segurança muito eficaz”, defendeu Darks.

 

Os microchips foram criados pela empresa VeriChip, filial da Applied Digital Solutions, de Palm Beach (Flórida), que em outubro de 2004 recebeu o consentimento da Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) para comercializar o produto.

 

John Procter, porta-voz da VeriChip, explicou que a companhia trabalha fundamentalmente com duas aplicações desta tecnologia: a identificação, como no caso da Citywatcher.com, e a utilização em hospitais. “É um aparelho muito útil em pacientes com dificuldades para se comunicar, como no caso de doentes de Alzheimer. Através de um scanner, é possível ter acesso a seu histórico médico”, disse Procter.

 

A cápsula, que se insere sob a pele do braço ou sobre a mão através de uma seringa, contém um número de 16 dígitos que permite o acesso ao histórico médico do portador. Este chip, segundo seus defensores, permitirá a hospitais, médicos e pacientes evitar erros ao fornecer informação precisa sobre cada paciente e sua condição de saúde.

 

 

Outras aplicações

 

Além dessas aplicações, Procter lembrou que a Secretaria de Justiça mexicana já utiliza esse tipo de tecnologia para identificar seus funcionários. O chip também possui outros fins. Uma discoteca de Barcelona, por exemplo, utiliza esses chips em seus clientes VIP. Os dispositivos servem como identificação na entrada e para que possam pagar suas contas através de uma conta especial.

 

A empresa calcula que aproximadamente 200 pessoas no mundo todo já têm esses chips implantados em seu corpo. Entretanto, essa tecnologia futurista, mais parecida com a literatura do escritor George Orwell, também provocou forte oposição.

 

Entre os que protestam, está o grupo “Profissionais da tecnologia pela responsabilidade social”, uma ONG situada em Palo Alto, Califórnia, que ataca o que considera uma “péssima iniciativa”. Lisa Smith, integrante da ONG, disse que “só a idéia de ter algo implantado no corpo, que não se pode retirar, é uma invasão total de privacidade”.

 

“Existem outras formas de identificação menos invasivas que também são adequadas, por mais voluntário que isto seja”, disse Smith. Esta ativista também fez uma reflexão sobre os caminhos opostos que a tecnologia toma. “Por um lado, as inovações permitem uma vulnerabilidade cada vez maior da privacidade, mas por outro, dão aos cidadãos mais ferramentas para poder defendê-la”.

 

Tanto a VeriChip como a Citywatcher.com destacam o caráter voluntário dos implantes para rejeitar qualquer acusação. Procter assegura que isso dá “mais discrição e mais segurança às companhias”, enquanto Darks argumenta que jamais pediria a seus funcionários algo que ele mesmo não estivesse disposto a fazer.

 


(Fonte: www.tecnologia.terra.com.br – em 20/fev)

 

 

Fonte:

PÉROLAS RESGATADAS DO SERTÃO

A Kuarup reedita discos que os fãs de Elomar Figueira Mello e seu melhor intéprete Eugênio Avelino (vulgo Xangai) davam como relegados à poeira do tempo em seus respectivos vinis. Mas eis que o velho e rabugento “Bodão” do sertão baiano, um dos maiores compositores do Brasil profundo, negociou direitos e a gravadora carioca remasterizou e está relançando três pérolas perdidas dele e outras três do conterrâneo, amigo e intérprete Xangai. “Na Quadrada das Águas Perdidas”(1979), “Cartas Catingueiras” (1982) e “Árias Sertânicas” (1991) formam uma tríade ímpar da criação erudita-popular de Elomar. Xangai tem o pacote de seus três primeiros álbuns retratados digitalmente: “Qué Qui Tu Tem Canário” (1981), “Eugênio Avelino – Xangai” (1990) e “Dos Labutos (1991).

 

Os discos ganharam uma remasterização cuidadosa, limpando ruídos e chiados das cópias originais mantendo a ambientação natural das captações. Para isso, a gravadora buscou ajuda de Luigi Hoffner, um dos precursores da digitalização da música no Brasil. Os encartes reproduzem a riqueza de informações dos LP originais, incluindo os textos explicativos e o glossário do dialeto “elomariano”, escrito por ele mesmo, por exemplo, em “Cartas Catingeiras”, um verdadeiro compêndio desfiado ao violão e voz em 18 faixas (leia sobre os discos abaixo). Segundo Mário de Aratanha, diretor da Kuarup, o acerto entre ele e Elomar (sempre arredio com a edição de suas obras) prevê a possibilidade não inteiramente confirmada ainda da gravação de um DVD do cantador e a reedição de mais três álbuns, dois dos quais já lançados pela gravadaora (“Elomar em Concerto” e “Cantoria 3”). O terceiro disco é outras das pérolas do baú de Elomar: “Fantasia Leiga Para Um Rio Seco”, LP de 1981 ainda em poder da editora dele (Rio Gavião).

 

 

ELOMAR FIGUEIRA MELLO

 

Cantador, violeiro, 68 anos, é um compositor orginalíssimo . Nascido em Vitória da Conquista (BA), foi criado entre violeiros e cantadores do sertão, leu muitos romances de cavalaria, ouviu os seresteiros do rádio brasileiro. Estudou arquitetura e música em Salvador (foi aluno de Walter Smetak, Koellreuter, entre outros compositores de concerto, mas experimentalistas). Essa mistura inspirou-lhe a criação de canções épico-populares como “Clariô”, “O Violeiro”, “Arrumação”, entre outras que se tornaram clássicos entre um público que não cresceu, apesar da grandiosidade da criação. Mas ele, uma espécie de Policarpo Quaresma da música, crítico mordaz da massificação cultural, segue dando de ombros à sua pouca popularização. “Eu continuo o mesmo, minha música não é deglutível pelo populacho, eu componho para quem nasce com alma, não componho para o chucro”, respondeu em conversa com Carta Maior por telefone de casa, no sertão baiano.

 

Elomar diz que parou de criar bodes (“virou onda e eu não sou surfista”, ralha desviando-se, por certo, de motivos de mercado) e continua afastado da música popular, compondo óperas que, no entanto, devem continuar passíveis de serem ouvidas como canções, como sempre foram na discografia dele (que soma 14 títulos). Fala com raiva do fim de um projeto que ele acalentou há anos com afinco e que durou apenas um ano. Elomar montou em Lagoa Azul, um diminuto município da região da Chapada Diamantina, uma escola de música que pretendia ser um centro estudioso e executante da “música culta brasileira”, como ele trata gente como Alberto Nepomuceno, Luiz de Aquino, Camargo Guarnieri, Villa-Lobos, Carlos Gomes, Francisco Mignone e que tais. A escola iria, num segundo momento, voltar-se a compositores de concerto da América Latina. Por que acabou? “Acabou porque o terceiro mundo só existe para copiar o norte-americano, aqui só presta o que a mídia dita”, voltou a maldizer o velho Elomar informando que funcionou a escola enquanto agüentou, “na tora”.

 

Sobre os relançamentos, Elomar diz que só fez porque seu público sempre pedia as reedições e por ser com a Kuarup, gravadora que lançou os discos que o tornaram mais conhecidos. O empurrão final nas negociações aconteceu quando ele soube que suas músicas ganharam compilações piratas. Ele bufa, engraçado, ao comentar. “Teve um viado de São Paulo que botou 18 músicas minhas num CD aí com esse tal de MP3, 18 intérpretes, com gente até do Chile… até que o nome não ficou de todo ruim, ‘Elomariando’… é uma estultice”, disse entre pausas mitigadas numa conversa dura, mas cortês. A produção, conta, não pára, nunca parou, mas mostra-se reticente em botar as boas novas em disco. Diz ter 18 horas de música pronta para gravar, apenas em partituras, a maioria óperas. “Acho que vou ter que pirografar minhas óperas, tô pondo em partituras para um monolito para as próximas gerações”, diz em tom de galhofa.

 

Parte dessa produção é escoada nos poucos e raros shows que Elomar faz Brasil afora. Leva sempre o filho João Omar, talentoso arranjador que ajuda a organizar a obra do pai. Algumas das primeiras peças recuperadas nos novos discos, diz Elomar, são relidas nesses shows, às vezes com novos arranjos. O projeto escolar de Elomar minguou, mas não o apreço dele pela educação musical das crianças do sertão que o cerca. Ele volta a sorrir ao falar da formação de um coro infantil que organiza agora em Lagoa dos Patos, outra das cidadezinhas incrustadas no sertão baiano de onde Elomar nunca saiu. “É o Puela Domini, uma beleza”, derrete-se sobre o corinho o “velho bode”, inspirador de dois famosos grafismos de Henfil (Graúna e o velho Francisco Orelhana).

 

 

OS DISCOS DE ELOMAR

 

“Na Quadrada das Águas Perdidas”

Primeiro disco independente de Elomar, condensa toda a força de sua poética discursiva. É só ele cantando acompanhado do próprio violão arpejante e concertista (em algumas há o apoio de percussão e flauta). Gravado em 1979 na Bahia e lançado em São Paulo com apoio de Marcus Pereira, saiu como álbum duplo. Estão nele clássicas canções como “Arrumação”, “Campo Branco”, “Curvas do Rio” e as árias que integram as seminais óperas populares dele, como “Auto da Catingueira” e as agruras do “Tropeiro Gonsalim”. São 20 faixas compiladas dos dois LPs originais que trazem o encarte completo e as belas pinturas dos artistas Orlando Celino e Juracy Doréa. Xangai e Dércio Marques dividem vozes com Elomar em algumas faixas.

 

“Cartas Catingueiras”

Outro dos duplos independentes lançados por Elomar, este disco foi gravado em São Paulo em 1982 e descreve, de novo ao violão e voz, o périplo retirante de um “cantingueiro” numa megalópole. São 13 canções e cinco peças de violão-solo. Junta outras peças importantíssimas do repertório do menestrel como “Faviela”, “O Peão na Amarração”, “Corban”, “Cantiga do Estradar” e “Seresta Sertaneza”. No livreto, voltam as cartas que descrevem o contexto de cada música. No texto de apresentação, a professora Jerusa Pires Ferreira, doutora em Sociologia da Literatura pela USP, explica como Elomar “alinhava” carta de novela medieval (as “Cartas Catinngveiras”) com a literatura de cordel e o falar sertanejo brasileiro.

 

“Arias Sertânicas”

No início dos aos 90, quando se concentrava mais em suas óperas, Elomar gravou este álbum, totalmente dedicado a estas peças. São dez faixas registradas apenas com o filho João Omar ao segundo violão e segunda voz. Juntos, pai e filho, refazem momentos especiais das óperas “A Carta” (sete faixas), “O Retirante” (duas faixas) e “Casa das Bonecas” (uma faixa). Soam como moderníssimas peças de câmera com um sotaque barroco. No livreto, voltam as explicações de praxe e as maravilhas de pinturas de Orlando Celino. O site da gravadora mostra este disco já esgotado, mas a assessoria diz que novas tiragens estão a caminho.

 

Preço médio de cada CD: R$ 28,00).

 

 

OS DISCOS DE XANGAI

 

“Qué Qui Tu Tem Canário”

Xangai é um dos melhores cantores da música popular nordestina. Provou isso desde esse primeiro disco independente, lançado em 1981. Cercado de grandes instrumentistas e compositores, Xangai gravou 10 faixas que homenageiam as belezas naturais do sertão nordestino (quiçá de qualquer dos nossos sertões). “Cantoria do Galo”, por exemplo, tem o ponteio das violas caipiras de Almir Sater e Zé Ramalho, mais o violoncelo de Jacques Morelenbaum. Mostra também destreza na composição, feitas em parcerias com Capinam, Hélio Contreiras, Jatobá (do clássico “Matança”) e Ivanildo Villanova (grande cordelista do nordeste). De Elomar, Xangai gravou ao violão próprio e o cello de Morelenbaum “Curvas do Rio” e musicou (com Hélio Contreiras) um poema de Cecília Meireles (“Os Carneirinhos”).

 

“Eugênio Avelino – Xangai”

Segundo disco independente de Xangai, gravado em Salvador entre 1989 e 1990, retomou muitos de seus parceiros do primeiro álbum e expandiu outras. O pai João Rodrgues (Jany) abre e fecha o disco com uma sanfoninha pé de bode (oito baixos) em curtos temas instrumentais. São 12 faixas e Xangai gravou o goiano Juraildes da Cruz pela primeira vez aqui. Em companhia do próprio “Jura” no forrõ “Fuzuê na Taboca”. Com novos parceiros, Xangai fez música com Kátia de França e Ismael Clemente (“Djaniras”), Antonio Carlos Marques (“Fé na Santa Sagrada Escritura”) e Salgado Maranhão (“Mistura” e “Punhos da Serpente”). É neste disco que Xangai gravou também uma raridade na carreira de Elomar, “O Samba do Jurema”, um partido alto no capricho. Dentre os músicos convidados, de novo feras como Jacques Morelenbaum, Paulo Moura, Armandinho e Oswaldinho do Acordeon.

 

“Dos Labutos”

Produzido um ano depois de Eugenio Avelino – Xangai, este é o terceiro disco independente de Xangai e ele volta incrementar seu som com a inclusão de naipes de sopros, inexistentes no anterior. A música expande também para o samba-tradição com “Bahia de Calça Curta” (de Hélio Contreiras), mas a temática de Xangai segue intocável nas coisas do Brasil (natureza, gente, costumes). Neste disco, Xangai volta a encontrar Juraildes da Cruz em duas músicas: uma delas feita a quatro mãos, na canção “Imbuzeiro dos Duendes “(a outra é “Pela Luz dos Dias”, só de “Jura”). De mansinho, Xangai foi se revelando também o melhor intérprete de Juraildes. A faixa-título é outra das grandes “árias” do “Auto da Catingueira” de Elomar. José Carlos Capinam assina a apresentação do CD e diz que Xangai tem “canto e voz que parecem ter estudo que não tiveram. Foi ouvindo rádio e auto-falante, aboios, riachos e acauãs que ficou com esse afino de voz”. Preço médio de cada CD: R$ 20,00.

 


(Por Edson Wander – Acorde – agenciacartamaior.com.br)

 

 

Fonte:

MONSANTO COBRA ROYALTIES TAMBÉM DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

A multinacional Monsanto, que começou distribuindo
gratuitamente as primeiras sementes de soja transgênica
plantadas na Argentina, na década de 90, está movendo
diversas ações judiciais contra empresas européias que
importam o produto argentino em forma de grão, farinha, óleo,
farelo e outros subprodutos.
 
Até agora os países mais prejudicados pela multinacional,
além da própria Argentina, são a Dinamarca e a Holanda. A
Monsanto quer receber royalties sobre os produtos
industrializados e exportados, além daqueles cobrados dos
produtores sobre a semente transgênica, utilizada em 90%
das lavouras argentinas.
 
Como não consegue cobrar os royalties diretamente na
Argentina em função da legislação local que não permitiu o
patenteamento da semente transgênica e da decisão do
governo em apoiar os produtores na luta contra a multinacional,
a Monsanto pressiona os países que importam dos argentinos.
A Argentina exporta aproximadamente US$ 2,5 bilhões ao ano
 em soja em grão, farinha e pellets.
 
Diante dos prejuízos causados pela multinacional, o governo
argentino contratou um escritório jurídico da Europa,
especializado em patentes e está se apresentando como
parte (litisconsorte) nos processos que a Monsanto tem
ajuizado contra os importadores de soja e derivados da
Argentina.
 
O ministro da Agricultura, Miguel Campos, procurou a União
Européia no início do mês, para reclamar da ação nefasta da
Monsanto na Argentina, onde a lei garante que as sementes
plantadas podem ser replantadas livremente pelos produtores.
Agora, o ministro pretende viajar a Washington (EUA), em
novembro, na companhia de representantes de empresas
norte-americanas radicadas na Argentina e que trabalham na
industrialização da soja. A comitiva vai tentar convencer o
ministro da Agricultura dos Estados Unidos, Mike Johanns, a
trabalhar para que a Monsanto desista dos royalties sobre os
produtos industrializados, colocando um ponto final em suas
ações judiciais contra as empresas européias.
 
Os produtores brasileiros que optaram pelo plantio de soja
transgênicas aguardam com expectativa o desenrolar dos
acontecimentos, porque temem que a Monsanto venha a
adotar a mesma medida em relação aos produtos
industrializados exportados pelo Brasil. A posição da
Monsanto pode trazer graves conseqüências ao Brasil, não só
junto aos produtores de soja, que terão custo adicional na sua
produção, mas também junto a toda a cadeia da soja, afetando
as empresas processadoras de derivados e os exportadores do
produto.
 
Rejeição – A comprovação da baixa produtividade da soja
transgênica em relação ao grão convencional e a comprovação
agora concreta de que os produtores, processadores e
 importadores ficarão na dependência da Monsanto, que
poderá arbitrariamente estabelecer o preço que desejar pela
sua tecnologia e elevar os custos dos royalties,
desestimularam os produtores paranaenses de soja pela
opção do grão geneticamente modificado. Informações
colhidas nas regiões produtoras indicam que é grande a
rejeição ao produto transgênico, com muitos registros de
“encalhes” de sementes transgênicas. Ao mesmo tempo,
cresce junto aos consumidores a rejeição a produtos
processados com soja transgênica.
 
(Fonte: AEN – www.agenciadenoticias.pr.gov.br)

 

 

Fonte:

MINC FALA SOBRE RÁDIO DIGITAL


 


 


 


 


 

UNIDADE Informativo – Qual é a importância da Audiência Pública sobre Rádio Digital?

 

Carlos Minc- Nós defendemos as rádios e TVs comunitárias como uma forma de democratização da mídia, de participação das pessoas. Nós criamos aqui na Assembléia [Legislativa], há cerca de um ano e meio, um Fórum Estadual de Defesa das Rádios e TVs Comunitárias.


Fizemos três audiências, com uma média de cem, cento e vinte rádios comunitárias presentes; apresentamos quatro projetos de leis, para garantir, por exemplo, o Conselho Estadual de Comunicações, um percentual da propaganda oficial para rádios e TVs comunitárias, que as rádios e TVs não paguem imposto (como algumas igrejas e grupos culturais), em suma, projetos para reforçar; e participamos de audiências com o ministro da Justiça, [Márcio] Thomas Bastos, com o chefe da polícia, Lacerda, para tentar diminuir a prática de fechar rádios comunitárias, o que em alguns casos foi bem sucedido e em outros não, porque a Anatel continua fechando.

Também ajudamos a organizar um ato muito bonito, com todas as rádios comunitárias, onde lacramos a Anatel, ela foi simbolicamente lacrada e foi feito um cartaz com as razões para o fechamento, que eram os pontos da Constituição federal que a Anatel estava descumprindo. Por exemplo, o que proíbe a censura, o que garante diversidade cultural, o que garante a livre-expressão regional, então, por essas razões, a Anatel, aqui na Praça XV, foi lacrada, pra ver o que é bom para a tosse.


Então, essa reunião já vai ser a quarta do Fórum e é uma reunião específica sobre a questão da implantação do Sistema de Rádio Digital IBOC, que é o que parece que será implantado, e, se for esse (que não é o único), vai trazer um grande prejuízo para as rádios comunitárias, praticamente vai inviabilizar as rádios de baixa potência, então vai ser uma espécie de “cala-a-boca tecnológico”. As pessoas não se dão conta de que há várias opções tecnológicas e nem todas têm esse efeito.


O nome dessa audiência vai ser “Tire o Dedo do Meu Digital” e será uma audiência política e técnica, da qual vão participar representantes do Ministério das Comunicações, da Casa Civil, do Ministério Público, da ABI, dos Comunicativistas, do Viva Favela, do Intervozes, de rádios comunitárias e especialistas em rádio digital.


 


Então, os objetivos serão:


à Informar as pessoas, pois, como essa é uma discussão técnica relativamente complexa, a maioria das pessoas não está informada de que tem vários sistemas e que esse, que está recebendo tantos incentivos que mais um tempo e não terá como não ser implantado, representa esse “cala-a-boca tecnológico” nas rádios;


à Pressionar o Governo a não tomar logo essa decisão e, muito menos, tomar sem ouvir esse setor, ou tomar à revelia ou contrariando esse setor tão grande em nosso país, com milhares de rádios, milhões de ouvintes (tem vários bairros e municípios onde a rádio comunitária é a única forma de expressão autônoma dessa população, então calar a voz das rádios é calar a voz de uma população que revela valores locais, cantores, fala das ações dos locais, produz uma série de notícias locais que não entram em um jornal nacional, estadual, por exemplo);


à Resistir e apontar uma continuidade.


 


Nós queremos preservar e ampliar o espaço das rádios e TVs comunitárias e não andar para trás, com o pretexto de que é uma boa tecnologia.


 


 


U.I. – Se existem outros sistemas que não causam tantos danos às rádios, por que esse é o escolhido?


 


C.M. – É exatamente esse o objetivo da audiência, mostrar que existem outros sistemas, mostrar que sistemas são esses e pressionar o governo nessa escolha.


 


 

U.I. – O representante da Casa Civil, disse no ano passado (no
Seminário Internacional de Educação à Distância da UFF) que
o projeto governamental de digitalização da TV teve que ser
alterado devido à pressão das emissoras. No caso das rádios
digitais, não houve nenhuma alteração até agora no projeto, já
que existem três rádios funcionando experimentalmente. Como
o senhor vê a participação da sociedade civil na discussão, já
que o Ministro Hélio Costa disse que não pode parar o projeto
para discuti-lo? Qual a melhor forma de intervir nessa
discussão além da Audiência Pública?

 


C.M. – A forma de intervir, a partir da audiência, serão manifestações públicas, audiências em Brasília, a reativação de uma Frente Parlamentar em defesa das rádios e TVs comunitárias e contra a tecnologia digital da IBOC (mostrando que há alternativas) e forçar uma audiência com o próprio presidente da República, que sempre disse apoiar as rádios comunitárias. Eu não acredito que ele vá manter uma decisão que signifique a morte dessas rádios, que são a base da democratização dos meios de comunicação.


 


 


U.I.Qual o futuro da comunicação alternativa no Brasil? Hoje

temos 1% das rádios controladas por universidades, e todo o

restante dividido em rádios comerciais e religiosas. Rádios

comunitárias autênticas, legalizadas, tem uma no Rio (Irajá) e

uma em Niterói (Núcleo Barreto). As rádios Bicuda (Rio) e

Popgoiaba (Niterói) sequer tiveram seus equipamentos

devolvidos pela Polícia Federal. Haverá cultura e educação

após a digitalização do rádio?

 


C.M. – Haverá, desde que a digitalização não seja feita em moldes de inviabilizar as rádios de baixa potência, e que as rádios comunitárias (que hoje representam milhões de ouvintes em todo o Brasil), tenham oportunidade de interferir nesse processo. Eu tenho a certeza que esse movimento político, parlamentar, sindical, popular, alternativo, vai sensibilizar o presidente Lula e que ele não vai permitir uma solução tecnológica que mate as rádios comunitárias.

 

 


 

Fonte:

POLÍCIA INTERROGA ATORES DE FILME SOBRE GUANTÁNAMO

Os atores interpretam prisioneiros britânicos no campo de detenção americano em Cuba.


 


Um deles, Rizwan Ahmed, disse que um policial lhe perguntou se pretendia fazer outros “filmes políticos”.


 


Os atores foram interrogados e liberados no aeroporto de Luton. O filme ganhou o Urso de Prata no festival.


 


 


Versão


 


De acordo com um porta-voz da polícia, “seis pessoas foram interrogadas sob o Ato de Terrorismo”. “Isto acontece o tempo todo obviamente em aeroportos e estações de trem.”


 


“O estado de alerta de segurança é alto desde a explosão de bombas em Londres e a segurança do público está acima de tudo,” disse o porta-voz.


 


O ator Farhad Harun foi interrogado juntamente com Shafiq Rusul e Rhuhel Ahmed, os homens cuja detenção em Guantánamo é mostrada no filme.

 


Ahmed teria sofrido abusos verbais de um policial e tido seu celular apreendido por um curto período.


 


Ele também teria dito que a polícia ameaçou mantê-lo sob custódia por 48 horas sem acesso a um advogado.


 


A organização Reprieve, de defesa de direitos humanos, que falou em nome de Ahmed, disse que o incidente foi uma “farsa” e pediu um inquérito.


 


Uma das produtoras do filme, Melissa Parmenter, disse que a detenção foi um absurdo.


 


 


História


 


Estrada para Guantánamo conta a história de três detentos britânicos, que ficaram conhecidos como Tipton Three.


 


Os três foram combinar um casamento no Paquistão e acabaram presos em Guantánamo.


 


Eles foram presos no Afeganistão, como suspeitos de atos terroristas, e libertados em 2004, em Guantánamo, sem nunca terem sido processados.

 


(Fonte: www.bbcbrasil.com – em 21/fev)

 

 

Fonte: