SEM JUSTIÇA – Prisão de líderes do MST

Um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) de Pernambuco, José Bernardo Luna, foi preso no dia 2 de fevereiro, acusado de incitar o crime, invadir propriedade e danificar patrimônio particular da Usina Estreliana, na cidade de Gameleira (PE), durante uma manifestação. Outras quatro lideranças do estado também tiveram a prisão preventiva decretada, entre elas Jaime Amorim.

 

Em entrevista exclusiva à Rets, Amorim, principal cabeça do movimento na região Nordeste, afirma que a decisão do juiz Antônio Carlos dos Santos teve motivação política. “Como se não bastasse a violência da polícia, o poder judiciário vem agindo de forma parcial a favor do latifúndio, que é o maior inimigo do desenvolvimento econômico e social do Brasil”, critica o líder sem-terra.

 

Para Amorim, a usina tem sua história marcada pela utilização da violência e, segundo afirma, mantém uma prática de escravização do trabalhador e desrespeito à legislação trabalhista. “A violência é constante contra os sem-terra”, denuncia, referindo-se à decisão da Justiça Federal que autoriza a imissão de posse das terras da usina, posteriormente cancelada por um juiz de Recife (PE). Procurada pela reportagem da Rets, a direção da Usina Estreliana não mostrou interesse em responder às acusações. Seu advogado, Arnaldo Maranhão Filho, por sua vez, disse que “os sem-terra precisam saber que o Muro de Berlim já caiu”. Mas afirmou que não poderia falar pela usina.

 

Para pressionar as autoridades, organizações de direitos humanos elaboraram um manifesto contra as ordens de prisão e denunciaram a criminalização de integrantes do movimento em Pernambuco. No dia 8 de fevereiro, a juíza Dulceana Maciel revogou o pedido de prisão dos líderes do MST.

 

Rets – O que aconteceu exatamente nas terras ocupadas? Houve algum tipo de violência?

 

Jaime Amorim – A Usina Estreliana tem a história marcada pela violência contra seus trabalhadores e mantém uma prática de escravização do trabalhador e desrespeito à legislação trabalhista. Tentam permanentemente intimidar as famílias dos trabalhadores acampados, mesmo nas terras classificadas como improdutivas pelo Incra. A violência é constante contra os sem-terra. Principalmente após a imissão de posse concedida pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e posteriormente suspensa pelo poder judiciário, militantes e dirigentes do MST têm sofrido freqüentemente atentados e ameaças contra a vida.

 

O poder dos usineiros no Nordeste não permite que alguém ouse desacatá-los. Mesmo assim, depois de mais de quatro anos acampadas, as famílias continuam resistindo e aguardando a decisão judicial do Supremo Tribunal de Justiça sobre a desapropriação definitiva das terras e o assentamento das 150 famílias. Bem como aguardando com ansiedade a liberdade do companheiro que está preso [José Bernardo Luna] e de nós que estamos com prisão decretada [no dia 8 de fevereiro, a juíza Dulceana Maciel acatou o parecer do Ministério Público de Pernambuco e revogou o decreto de prisão preventiva das cinco lideranças].

 

Rets – Como está a situação legal hoje das cinco lideranças que tiveram a prisão preventiva decretada? José Bernardo Luna está preso ainda?

 

Jaime Amorim – Ontem [dia 8 de fevereiro], foi realizada uma audiência pública no Ministério Público de Pernambuco com a presença de várias organizações de direitos humanos e parlamentares, que foi coordenada pelo procurador-geral Francisco Sales e teve a participação de promotores do Ministério Público. Na ocasião, o promotor Valdir Mendonça apresentou seu parecer, em que considera absurda e estranha a atitude do juiz e do promotor que decretaram as prisões. Ele disse que as decisões foram extremamente subjetivas, ou seja, eles foram mal-intencionados.

 

O procurador-geral e o promotor Westey Conde aproveitaram a presença da imprensa no evento pra pedir que parassem de criminalizar o MST, o que causou mal-estar entre os jornalistas. Hoje, centenas de famílias estão reunidas em Gameleira pra comemorar a liberdade dos companheiros, que vão estar todos no ato, e ao mesmo tempo anunciar para a Usina Estreliana que as prisões não vão conter o objetivo dos trabalhadores de desapropriar todas as terras da usina.

 

Rets – Os promotores apontaram várias falhas jurídicas no processo. Você acha que isso pode indicar que houve motivação política por parte da Justiça?

 

Jaime Amorim – Toda a motivação e interesses envolvidos neste caso foram políticos. Há uma decisão dos usineiros de impedir a desapropriação das terras da usina e intimidar a organização do MST na região. Infelizmente, mais uma vez, o comportamento do delegado, do promotor público e do juiz seguiu a tradição de submissão aos interesses dos poderosos donos de usinas. Esta cultura colonialista de submissão do poder político e do poder judiciário se manifesta todas as vezes que os trabalhadores passam a se organizar e lutar pelos seus direitos. Para os usineiros, trabalhadores são considerados escravos, e escravos não têm direitos, muito menos direito a se organizar e questionar os poderes constituídos.

 

Rets – O Incra obteve na Justiça Federal decisão autorizando a imissão de posse da área da usina, mas ela foi cancelada por uma liminar concedida pelo juiz da 7ª Vara Federal de Recife. O senhor acha que há uma resistência do Judiciário em reconhecer a legitimidade e a importância desse tipo de decisão?

 

Jaime Amorim – O poder judiciário tem se transformado em um dos maiores inimigos da reforma agrária, o maior empecilho do Incra para a desapropriação de imóveis improdutivos. Da mesma forma que ocorreu aqui, está acontecendo em quase todos os estados do Brasil. O poder judiciário, a Justiça comum e a Justiça Federal têm se constituído em um grande aliado dos latifundiários. Primeiro a Justiça comum concede liminares de reintegração de posse em todas as áreas ocupadas, sem levar em consideração o cumprimento da função social da terra, nem a improdutividade.

 

A cada ocupação, há a reintegração de posse imediata, quase que automática, a favor dos usineiros. Conseqüentemente, há violência policial contra as famílias de sem-terra. E durante todo o processo de desapropriação, mesmo a terra sendo classificada como improdutiva pelo Incra, a Justiça Federal suspende o processo e acata normalmente todos os recursos impetrados pelos donos de terras. Se não bastasse a violência do latifúndio e a violência da polícia, temos o poder judiciário que de forma parcial tem agido a favor do latifúndio, que é o maior inimigo do desenvolvimento econômico e social do Brasil.

 

Rets – O manifesto das organizações de direitos humanos denuncia a criminalização do MST por parte da Justiça. Essa criminalização do movimento é comum em Pernambuco?

 

Jaime Amorim – A burguesia trabalha freqüentemente com a idéia da criminalizaçao da luta pela terra. E conta para isso, normalmente, com a grande imprensa, que tem trabalhado com a divulgação de uma imagem violenta do MST. Através da vinculação da luta pela terra à violência e à bandidagem, tenta confundir a opinião da sociedade em relação à questão da reforma agrária e do MST. Além disso, há a tentativa histórica de nos empurrar para a ilegalidade. Principalmente através de leis, como a Medida Provisória que impede a desapropriação das terras ocupadas, que impedem a livre organização e reivindicação dos trabalhadores sem-terra.

 

O processo brutal de tentativa de criminalização do movimento e a tentativa de nos empurrar para a ilegalidade têm como objetivo principal a desmobilização da luta pela reforma agrária e o isolamento do MST da sociedade e de organizações e entidades aliadas ao movimento.

 

Rets – Você acha que podemos dizer que é uma tendência em todo o Brasil?

 

Jaime Amorim – É uma tendência em todo o território nacional que vem sendo orquestrada desde o início do governo de Fernando Henrique Cardoso e se aprofundou durante o seu último mandato.

 

Rets – Algum representante do governo federal ou do Legislativo se manifestou em relação a esse documento enviado pelas entidades ligadas a movimentos de direitos humanos?

 

Jaime Amorim – Inicialmente, o governo federal é um dos prejudicados neste processo porque a atitude do poder judiciário tem se constituído um detonador de violência contra os sem-terra. Tem legitimado muitas das ações de latifundiários, além de aumentar os protestos e o descontentamento dos trabalhadores. Neste sentido, a Ouvidoria Agrária tem se demonstrado atenta ao processo e estamos aguardando em breve a vinda a Pernambuco do ouvidor agrário nacional [Gercino José da Silva Filho] e do ministro de Direitos Humanos [Paulo de Tarso Vannuchi, secretário-especial de Direitos Humanos].

 

Rets – Acusações como “incitar o crime” e “invadir propriedade” vêm sendo utilizadas freqüentemente pela Justiça, pela mídia e por proprietários de terra como referência a ações do MST. Você acha que existe uma certa intolerância em relação às ações do MST por parte da sociedade que legitima, de certa forma, atitudes como a do juiz que decretou a prisão das lideranças do MST?

 

Jaime Amorim – O poder do latifúndio vem de cinco séculos. Está enraizado nas elites e atravessa todas as classes, que, por falta de conhecimento, não vislumbram um país sem latifúndio nem sem miséria. A intolerância ao movimento é fruto de um conjunto de ações que as elites têm tomado para tornar o latifúndio e todo o seu aparato intocável. Fruto daqueles que não abrem mão dos seus poderes históricos e continuam produzindo e reproduzindo uma sociedade de explorados, excluídos e miseráveis. Intolerante e intransigente é todo o poder que impede que os trabalhadores possam ser considerados cidadãos brasileiros.

 

Rets – Você acha que o método de reivindicação e pressão usado pelo MST é o melhor caminho para alcançar a reforma agrária?

 

Jaime Amorim – Infelizmente, não temos outro caminho. Ou continuamos lutando e acreditando na nossa força ou seremos mais um vez derrotados e tratados pela burguesia como sempre trataram aqueles que ousaram se rebelar contra o poder constituído. Como fizeram com Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Sepé Tiaraju [cacique guarani que liderou a revolta de seu povo contra o exército colonial, no século XVIII], Antônio Conselheiro, com as Ligas Camponesas e todos que ousaram lutar. Sucumbiram.

 

A única ferramenta que temos é a nossa organização e a nossa decisão de continuar lutando. Melhor morrer lutando do que morrer de fome. Mais de 60 milhões de brasileiros passam fome no Brasil e não têm perspectiva para as gerações futuras.

 


(Por Luísa Gockel – em 10/fev)

 

 

Fonte:

CONSULTA PÚBLICA ABRE DISCUSSÃO SOBRE QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA

O NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República) e o Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) abriram uma consulta pública, por meio da Internet, para recolher subsídios destinados à elaboração de cenários futuros e permitir, conhecer o pensamento da sociedade acerca da qualidade de ensino da educação básica. O tema é considerado – de acordo com estudos e pesquisas do NAE – o mais relevante e estratégico para o País.


 


Para participar na busca de soluções para a melhoria de nossa educação básica, basta clicar no endereço www.nae.gov.br/qe. A pesquisa divide-se em duas rodadas: 1ª – de 6 a 26 de fevereiro; 2ª – de 13 a 26 de março de 2006.


 


Realizadas no âmbito do Projeto Brasil 3 Tempos (www.presidencia.gov.br/secom/nae), as pesquisas indicam que o tema estratégico qualidade do ensino foi considerado, por especialistas da área e por representantes da sociedade, como o mais prioritário para o País, dentre cinqüenta desafios apresentados. O universo das pesquisas alcançou mais de 5 mil participantes, ouvidos por instrumentos diversos, como consultas pela Internet, questionários e trabalhos de prospecção desenvolvidos pelo NAE.


 


Na percepção geral da sociedade, o conhecimento é o fator propulsor do desenvolvimento nacional e a melhoria na qualidade da educação básica é elemento chave para a construção do futuro no Brasil.


 


Em busca de soluções inovadoras


 


As pesquisas apontaram, também, que a conjuntura atual, de entraves para a melhoria da educação no País, exige um choque de qualidade. São necessárias, nesse caso, iniciativas inovadoras que indiquem uma efetiva ruptura nas tendências e nos processos normais em curso.


 


O Presidente da República, ao tomar conhecimento dos estudos, determinou que fosse atribuída prioridade máxima ao tema. A partir dessa decisão, NAE e Ministério da Educação/INEP uniram-se com a finalidade de apresentar uma proposta para a melhoria da qualidade do ensino, por meio de iniciativas que conduzam à reversão das tendências atuais.


 


Saiba mais:


 


O Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) é um órgão da Presidência da República e desde 2004, com o Projeto Brasil 3 Tempos, tem colocado à disposição do País, após amplo debate público, objetivos estratégicos para os marcos temporais de 2007, 2015 e 2022. Faz parte de suas atribuições articular especialistas, institutos e centros de excelência para prospecção, análise e simulação de temas estratégicos.


 


O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep – é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação – MEC – cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro.

 


(Fonte: Em Questão)

 

 

Fonte:

BRASIL NEGOCIA NOVAS CONCESSÕES DE ESTRANGEIROS SOBRE TV DIGITAL

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, admitiu hoje que o governo negocia novas contrapartidas na área industrial com quatro ou cinco empresas para a escolha do padrão tecnológico da TV digital.
 
As contrapartidas industriais não foram tratadas publicamente até agora, e serão mantidas em sigilo, segundo informou o ministro.
 
“Nós temos entendimentos sigilosos que já estão sendo mantidos com pelo menos quatro ou cinco indústrias relacionadas com a TV digital para grande desenvolvimento industrial”, disse Costa, ao comentar que essas negociações têm como objetivo “colocar o Brasil na dianteira da tecnologia da TV digital”.
 
Na semana passada, a indústria deixou claro para o governo a importância de que o Brasil viesse a conseguir atrair investimentos na fabricação de componentes para a TV digital no Brasil, principalmente relacionados à produção de TVs com monitores em LCD (cristal líquido).
 
Após ouvir as opiniões dos setores envolvidos mais diretamente na transição da TV analógica para a digital (teles fixas, teles móveis, indústria e hoje as emissoras de televisão) e de receber representantes dos três padrões tecnológicos em análise (japonês, europeu e americano), cada ministro integrante do Comitê Gestor da TV digital deverá apresentar seu relatório ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um parecer indicando o modelo que mais se adapta ao país do ponto de vista da sua área.
 
A expectativa de Costa é a de que logo após o Carnaval todos os relatórios fiquem prontos para que o presidente possa decidir até o dia 10 de março.
 
“O governo tem todas as informações técnicas, todas as informações do ponto de vista industrial e do ponto de vista comercial. Então de posse dessas informações”, resumiu o ministro, ao ressaltar, entretanto, que a decisão não será somente técnica, mas conjunta, envolvendo questões técnicas, industriais e comerciais.
 
Carga tributária
 
Em reunião com os representantes das TVs Globo, Bandeirantes, Record, Rede Vida, SBT e Rede TV, Hélio Costa voltou a defender redução da carga tributária para a implantação da infra-estrutura necessária para as transmissões digitais.
 
Segundo o ministro, os investimentos estimados para a implantação da TV digital no país ao longo de dez anos estão estimados em US$ 10 bilhões, dos quais, cerca de R$ 1 bilhão no primeiro ano.
 
A maioria dos equipamentos para essa transição ainda não são produzidos no Brasil, e sobre eles incidiria uma carga tributária de aproximadamente 30%, segundo o ministro.
 
Costa disse que já foi avisado pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de que não deverá ser possível zerar os impostos, mas que a área econômica já se comprometeu em avaliar a redução de alíquotas por um tempo determinado.
 
Questionado se a sociedade civil organizada não deveria ser ouvida também antes da escolha do padrão tecnológico da TV digital, o ministro reafirmou que as consultas nesse momento estão encerradas. “Entendo que todos esses setores tenham observações a fazer, mas nada impede que nós venhamos a dar o primeiro passo, que é a decisão sobre o sistema [de modulação]. Se nós não fizermos isso, nós não temos TV digital”, disse.
 
Segundo ele, na discussão sobre o modelo de negócios, sobre a programação, entre outros, haverá espaço para a ampliação do debate.
 
Relatório
 
Diferente do que informou na semana passada o representante da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), após reunião na Casa Civil, o relatório do CPqD (Fundação Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) não será divulgado.
 
Costa explicou hoje que apenas os relatórios preliminares, dos consórcios que realizaram a pesquisa serão publicados no site do ministério a partir desta quinta-feira.
 
Segundo o ministro, o documento do CPqD é um instrumento de informação para o presidente da República, que contém inclusive informações “privilegiadas” sobre a transição do sistema analógico para o digital, mas que não deverá apontar um padrão tecnológico.

 

(Por Patrícia Zimmermann – Folha Online, em Brasília)

 

 

Fonte:

ROLLING STONES NO BRASIL – POR SERGIO FARIAS

Em 1962, os jovens músicos ingleses Mick Jagger (26.07.43), os guitarristas Keith Richards (18.12.43) e Brian Jones (28.02.42), o baixista Billy Wyman (26.10.36) e o baterista Charlie Watts (02.06.41) fundavam a banda inglesa The Rolling Stones, muito influenciados pelo rythym’n’blues e o rock’n’roll americanos. A banda alcançou sucesso nacional com o primeiro compacto “Come On” e seu o primeiro álbum, lançado no início de 1964, cruzou o Atlântico com sucesso nos Estados Unidos. A dupla Jagger e Richards, emergia como grandes compositores no cenário pop dos anos 60, quando o disco “Satisfaction”, lançado em sete de julho de 1965, foi um êxito mundial.

 

Os Rolling Stones, entre 1964 e 1966, lançaram vários discos de sucesso e excursionaram pela América do Norte, Europa e Oceania, até o fatídico ano de 1967. quando Mick Jagger e Keith Richards, tiveram suas mansões revistadas pela polícia londrina, onde foram apreendidas uma pequena quantidade de drogas gerando um processo criminal, multas em dinheiro e previsão de penas pesadas para Micky e Keith. Até para um jornal conservador inglês como o Times, publicou em seu editorial que a condenação dos músicos era como “esmagar uma borboleta numa roda de tortura.” A comunidade musical logo se pôs em solidariedade a Micky e Keith: os Beatles, que na capa de seu famoso álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” fizeram uma saudação aos Rolling Stones na capa do disco. O grupo americano The Monkees, que estava em turnê pela Inglaterra durante o episodio do julgamento dos Stones, se apresentaram num concerto com tarjas pretas nas mangas em sinal de protesto a um julgamento que tinha um tom político, pois parte da polícia britânica queria cortar a simbiose entre a os Rolling Stones e a juventude inglesa.

 

Os advogados conseguiram reverter a situação e anular a sentença. Os Rolling Stones, durante o ano de 1967, continuaram a lançar hits e fazer shows pela Europa e Estados Unidos, mas ao final do ano queriam dar um tempo de toda aquela agitação. Cada membro da banda iria para um lugar “exótico”, como Marrocos, na África, o Caribe na América Central e Mick Jagger foi para um pais distante na América do Sul – o Brasil, era seis de janeiro de 1968, quando ele desembarcou com sua namorada a cantora Marianne Faithfull no Rio de Janeiro. Mick Jagger gostou tanto do Rio, que em 29 de dezembro de 1968, voltou a cidade carioca com Marianne, Keith Richards e esposa, onde chegaram até a Bahia.

 

A partir dos anos 70, com o fim dos Beatles, os Rolling Stones se tornaram a maior banda de rock’n’roll do planeta, tocando uma máquina milionária e continuado a gravar com muito sucesso (“Brown Sugar” (71), “Miss You” (78), “Start Up” (81), “Saint Of Me”(97), etc.) , e percorrendo o mundo com concertos extraordinários. Durante essa época o guitarrista Brian Jones, morria vítima de uma overdose, em 1969, sendo substituído por Mick Taylor que deixou a banda no final de 1974, quando Ron Wood assumiu o posto até hoje, e o baixista Bill Wyman se aposentou em 1993. O grupo sempre desejou incluir o Brasil na rota de suas turnês, mas somente Mick Jagger vinha ao Brasil em férias, com em 1975, e o baterista Charlie Watts em 1976. Finalmente em 1995 e 1998, os Rolling Stones vieram ao Brasil para tocar.

 


Hoje, os Rolling Stones, continuam cumprindo um papel muito importante na sociedade. Os outrora jovens nos anos 60, quando eram um dos arautos da liberdade e da rebeldia juvenil hoje, aos 60 anos, provam que é possível envelhecer com dignidade, charme e muita disposição.             Quem, há trinta anos atrás, imaginaria um senhor de 63 anos, dançando e tocando rock para uma legião de jovens?  Hoje eles não só continuam na crista da onda como também fogem da alienação como em sua última música “New Con”  (Novos Conservadores), onde com muita elegância criticam a nova geração de políticos conservadores no mundo. Com se vê as pedras ainda rolam…e muito!

 

 

Fonte:

CRÍTICA AO CONSERVADORISMO AMERICANO – FILME EM QUESTÃO: O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN

O segredo de Brokeback Mountain é o filme com maior número de indicações ao Oscar deste ano. São oito candidaturas – melhor filme, diretor, ator (Heath Ledger), ator (Jake Gyllenhaal) e atriz (Michelle Williams) coadjuvantes, fotografia, trilha sonora e roteiro adaptado. Deveria surpreender essa consagração pela Academia, que deve vir em 5 de março, na entrega do prêmio, coroando uma carreira que passou pelo Leão de Ouro em Veneza e por quatro Globos de Ouro (melhor filme entre eles). Afinal, a produção trata de um tema espinhoso (embora recorrente) para Hollywood: o amor entre (sexos) iguais. Ainda mais quando esses iguais montam cavalos e usam chapéus. O diretor taiwanense Ang Lee, há anos militando no cinema americano, uniu o universo dos caubóis ao drama existencial, ao contar a história de Ennis Del Mar (Ledger) e Jack Twist (Gyllenhaal), vaqueiros que se conhecem na Montanha Brokeback, no Oeste dos EUA, e se apaixonam. A película acompanha a história de ambos, que levam vidas convencionais (com casamentos que os aprisionam), mas que se encontram furtivamente.


 


Quando se pensa no novo filme de Ang Lee, O segredo de Brokeback Mountain, a primeira coisa que vem à mente é que se trata da história de um amor gay entre dois caubóis no Oeste americano. Embora isso seja o ponto de partida da narrativa, muitas outras questões surgem dessa premissa, não apenas em relação ao sentido do filme, como também à sua forma.


 


Os dois cáubois de Brokeback Mountain são típicos personagens dos filmes de faroeste, especialmente o Ennis Del Mar de Heath Ledger, um tipo sisudo e não muito hábil com as palavras, mas com punhos fortes prontos para resolver seus problemas de comunicação. O conflito retratado no filme, diferentemente dos de muitos do gênero, porém, não é a briga por terras, as disputas entre famílias ou a luta pelo poder em alguma cidadezinha perdida no Oeste. A questão é como dois jovens lidam com a sua sexualidade e quais as escolhas feitas ao longo da vida de modo a conciliar o amor que sentem um pelo outro e as obrigações como homens adultos com um papel bem definido na sociedade em que vivem: o de macho progenitor.


 


Essa premissa traz algumas dificuldades ao roteiro, uma vez que este precisa lidar com uma longa passagem de tempo. Retratar 20 anos em 135 minutos é tarefa árdua, que acaba por determinar o ritmo da narrativa. Ao longo do filme, as cenas são econômicas e os diálogos (ou silêncios) sempre têm uma função clara de levar a história adiante e melhor definir a personalidade dos protagonistas.


 


Ainda assim, dois tempos são perceptíveis: os dois meses que se passam nos primeiros 40 minutos, com um tempo mais lento que parece acompanhar a cadência das montanhas (um local idílico para a concretização de um amor impossível); já nos outros 95 minutos, no qual 20 anos se passam, o ritmo se intensifica, com cada seqüência tendo em média um minuto, sendo exceções as cenas em que Ennis e Jack estão juntos, quando o tempo volta a ser o da Montanha Brokeback.


 


Para que o espectador não perca o rumo, as cenas são sempre entrecortadas entre a vida de Ennis e a de Jake em momentos similares (Ação de Graças, casamentos, crises conjugais e afins) com marcações de tempo eficazes: gravidez, criança que nasce, criança que cresce, criança que vira adolescente. O que resolve o problema da pouca caracterização física em relação ao envelhecimento dos personagens, sobretudo de Jack.


 


Ao optar por transgredir um dos gênero mais sagrados do cinema americano, mexendo com a imagem mítica do caubói, Lee acaba fazendo uma crítica aos bolsões conservadores da sociedade dos EUA. E o que mais incomoda, para esses mesmos conservadores, é a estrutura clássica com que Ang Lee conduz a obra: para contar uma história pouco convencional, ele se utiliza de uma estrutura há muito estabelecida pelo cinema hollywoodiano.


 


Com isso, faz um filme comercial e não um trabalho destinado a virar cult. Isso se torna um mérito na medida em que atrai pessoas que talvez nem entrassem no cinema por causa da temática, mas que, ao longo da projeção, se encantam com os personagens por se identificarem com a história de amor e suas questões: fidelidade, descontentamento amoroso, função social preestabelecida e amor eterno, questões que ultrapassam o sexo de quem as vive.

 


(Por Moema Pombo – Jornal do Brasil – em 14/fev)

 

 

Fonte:

ESCLARECIMENTOS AO GOVERNO DO MT

O Fórum Estadual pela Erradicação do Trabalho Escravo em Mato Grosso, composto por representantes de entidades do movimento social e popular, divulgou uma Moção de Indignação (veja abaixo) em relação ao incidente envolvendo policiais militares e integrantes do Grupo Móvel de Fiscalização, ocorrido no último dia 8, no município de Nova Lacerda. Durante ação fiscalizatória na Fazenda Sankara, os integrantes do Grupo Móvel (composto por Auditores Fiscais do Trabalho, Procurador do Trabalho, Delegado da Polícia Federal e Agentes da Polícia Federal) foram surpreendidos por disparos de arma de fogo, desferidos por policiais militares e pelos proprietários da fazenda. Na ocasião os policiais alegaram estar atendendo à denuncia do fazendeiro de que sua propriedade estava sendo invadida e assaltada, inclusive com reféns. Na Moção divulgada, os integrantes expressam indignação com o fato e classificam as justificativas dos policiais como “frágeis e inconsistentes”, pelo fato de que os integrantes do Grupo Móvel sempre se identificam ao adentrarem os estabelecimentos, inclusive com o uso de coletes. Segundo a Moção “o procedimento adotado pelos policiais militares não coaduna com os procedimentos adotados em caso de ocorrência de reféns (como alegado pelos militares), geralmente precedido de intensas negociações, o que não ocorreu no caso.”

 

Diante da gravidade da situação o Fórum cobrará providências do Governador Blairo Maggi, no sentido de apurar o ocorrido e punir exemplarmente os responsáveis. Amanhã (15), as 9:30 horas, os integrantes do Fórum estarão no Palácio do Paiaguás para entregar um documento ao governador, exigindo as providências cabíveis.

 

Fórum Estadual pela Erradicação do Trabalho Escravo em Mato Grosso

 

MOÇÃO DE INDIGNAÇÃO

O Fórum Estadual pela Erradicação do Trabalho Escravo, reunido , em Cuiabá, externa veemente indignação ante ao gravíssimo incidente ocorrido no dia 08 de fevereiro, no município de Nova Lacerda, quando integrantes do Grupo Móvel de Fiscalização do Trabalho Escravo, composto por auditores fiscais do trabalho, um procurador do trabalho, agentes e um delegado da Polícia Federal, que inspecionavam a Fazenda Sankara, foram alvo de disparos de armas de fogo, efetuados por soldados da Polícia Militar e pelos proprietários da referida fazenda, colocando em risco a vida dos participantes da operação e de funcionários da fazenda.

 

Refutamos como frágeis e inconsistentes as justificativas apresentadas pelos militares que alegaram estar atendendo a um do proprietário da Fazenda, que afirmava ser vítima de invasão, roubo e seqüestro na sua propriedade, haja vista que os integrantes do Grupo Móvel sempre se identificam ao adentrarem os estabelecimentos, inclusive com o uso de coletes. Ademais, o procedimento adotado pelos policiais militares não coaduna com os procedimentos adotados em caso de ocorrência de reféns (como alegado pelos militares), geralmente precedido de intensas negociações, o que não ocorreu no caso.

 

O fato ocorrido não é isolado. A atividade de fiscalização do trabalho tem importado em risco de vida constante. É inaceitável que os servidores públicos precisem temer não apenas os infratores mas também outros servidores públicos, como se estivessem em campos opostos.

 

Ante a gravidade do fato, exigimos do Governador Blairo Maggi que determine apuração rigorosa dos fatos, em especial, a participação de policiais militares. É imperativo que este caso seja esclarecido e que os autores sejam responsabilizados para que a impunidade não prevaleça sobre o Estado de Direito.

 

Ao mesmo tempo, esse Fórum coloca-se a disposição do Governo Estadual no sentido de estabelecer ações conjuntas visando a erradicação da prática do trabalho escravo e/ou do desrespeito às normas trabalhistas.

 

Por último, externamos apoio e solidariedade a todos os integrantes do Grupo Móvel, vítimas do incidente, na certeza que esse tipo de reação de quem se julga acima do Estado não intimidarão os que lutam pela garantia da cidadania e dignidade da pessoa humana.

 

Cuiabá, MT, 10 de fevereiro de 2006.

 


(Fonte: MPT)

 

 

Fonte:

INCENTIVOS FISCAIS A EMPRESAS COM SELO DE QUALIDADE AMBIENTAL

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6262/05, que concede incentivos fiscais a empresas cujos produtos não degradem o meio ambiente. A proposta, do deputado Renato Casagrande (PSB-ES), cria o Selo de Qualidade Ambiental, a ser atribuído pelo Ministério do Meio Ambiente a produtos cuja fabricação e utilização não causem danos ambientais. Se a lei for aprovada, o produto que receber o selo ficará isento do pagamento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

 

Incentivo e punição

Para Casagrande, dar incentivos fiscais a empresas não poluidoras é mais eficiente do que adotar medidas puramente punitivas. “A melhor forma de obter a adesão voluntária das empresas a políticas de preservação do meio ambiente é a concessão de incentivos de natureza econômica”, afirma. O deputado enfatiza que não se deve deixar de punir as empresas que cometerem crime ambiental, mas que é também importante premiar as iniciativas positivas.

 

Tramitação

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 


(Fonte: Agência Câmara – www.camara.gov.br  – em 6/fev)

 

 

Fonte:

MULHER NO VOLANTE, PERIGO CONSTANTE?

Quem disse que mulher no volante é sinônimo de perigo
constante? Um estudo divulgado em 2005 por cientistas
da Universidade de Bradford, na Grã-Bretanha, afirma que
o hormônio feminino estrogênio pode explicar por que as
mulheres se envolvem em menos acidentes do que
homens quando estão ao volante. Além disso, ele ajuda a
enfraquecer tal senso comum sobre a competência
feminina na direção de um veículo.
 
O estrogênio permite que as mulheres mudem a atenção
de uma situação ou objeto para outro de forma mais rápida
e eficaz do que os homens. O hormônio influencia de forma
positiva na atividade neuronal dos lobos frontais, área do
cérebro estimulada por tarefas de atenção e aprendizado.
Os acidentes provocados por mulheres geralmente ocorrem
a uma velocidade baixa, enquanto os homens causam
acidentes mais graves pois dirigem em alta velocidade.
 
Segundo o ranking de infrações por excesso de velocidade
divulgado em 2005 pelo Detran do Rio de Janeiro, 100 mil
multas foram aplicadas para homens e cerca de 29 mil
para mulheres. Os homens também lideram as estatísticas
sobre as punições por avançar sinal vermelho: 100.290
multas, enquanto as mulheres receberam 32.400 multas.
Além disso, de acordo com as estatísticas levantadas pela
Indiana Segura em 2004, “mulheres na faixa etária de 24
anos batem 20% menos que homens da mesma idade,
com danos 15% menores comparados aos provocados
por homens na mesma faixa. As mulheres na faixa etária
de 33 anos batem 5% menos do que homens da mesma
idade, com danos 15% menores comparados aos provocados
por homens na mesma faixa. Contrariamente, as mulheres
na faixa etária de 42 anos batem 8% a mais do que homens
da mesma idade, com danos 20% menores aos comparados
provocados por homens na mesma faixa”.
 
Mas, por que as publicidades, em especial, não dão atenção
a esses números? Tente se lembrar de alguma propaganda
que apresenta a mulher ao volante e não apenas como
carona. Difícil, não? É mais fácil ver a presença da mulher
em anúncios apelativos, como os de cerveja, por exemplo.

 

(Por Lívia Cabral – em 13/fev)

 

 

Fonte:

OS NÚMEROS DE MACAÉ

* 75 mil habitantes em 1980 e, em 2005, mais de 156 mil.


* 16ª cidade no ranking da violência elaborado pelo Ministério da Saúde com base nos dados de mortalidade de 2004.


* Entre os anos de 1999 e 2002, os homicídios cresceram 15% na capital do estado e 22% no interior. Em Macaé o crescimento foi de 86%


* Pelas estimativas do próprio prefeito, Riverton Mussi (PSDB), só 40% da cidade tem esgoto e há quem fale em uma proporção ainda mais reduzida.


* Macaé está na 815ª posição do ranking nacional do Índice de desenvolvimento dos Municípios e na 17ª do estado.


* Crescimento de 600% na economia durante a última década


* O PIB per capita anual de R$ 95.625 é o sexto do estado do Rio de Janeiro.


* Entre 2001 e 2004, a quantidade de empregos formais em Macaé cresceu 24% (atingindo 63.600 postos), enquanto no estado o crescimento foi de apenas 9,2%


* Macaé recebeu em 2005 R$ 264.889.451,09 em royalties.


* Entre 1991 e 2000 a pobreza no estado do Rio caiu 18,2%, em Macaé a redução foi de 56,4%


* Entre 1998 e 2001, a escalada das receitas de royalties e participações especiais do município evoluiu 1.979,05%, saltando de R$ 3,8 milhões para R$ 79,9 milhões.


 


(Fonte: Revista Carta Capital, em 1º/fev)


 


 

Fonte:

FEBRABAN E ITS PROMOVEM PEQUENAS EMPRESAS DE TI

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o ITS (Instituto de Tecnologia de Softaware) promoverão empresas de tecnologia da informação iniciantes e com faturamento de até R$ 10 milhões, junto ao mercado financeiro. As entidades convocam estas empresas a participar do Projeto Inovação 2006, que ocorrerá durante congresso realizado pela Febraban em junho, em São Paulo.


As entidades distribuíram editais de participação para cerca de 200 incubadoras de empresas de tecnologia e para agentes Softex (Sociedade para Promoção da Excelência do Software Brasileiro) e a empresas associadas ao ITS. As incrições estão abertas e as propostas podem ser enviadas até 30 de março.


Segundo Descartes de Souza Teixeira, diretor executivo do ITS, os projetos devem contemplar soluções de TI aplicáveis ao setor financeiro. As propostas serão avaliadas por um comitê, composto por professores do meio acadêmico e especialistas da área. No total, 18 empresas participarão do Projeto Inovação durante o congresso da Febraban, vitrine para o mercado bancário do Brasil e da América Latina.


Carlos Eduardo Corrêa da Fonseca, diretor de TI da Febraban, destaca que uma das principais oportunidades para as pequenas empresas está na aproximação de parcerias com empresas de venture capital, para facilitar o acesso a financiamentos de bases públicas e privadas. A questão será amplamente promovida pela entidade durante o evento.


 


(Fonte: It Web – em 13/fev)


 


 

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