Em ato simbólico na Ilha de Gorée, CUT lança cartilha “Igualdade faz a Diferença”

por: Leonardo Severo, de Dakar-Senegal

 

Da Ilha de Gorée, a pouco mais de três quilômetros de Dakar, capital do Senegal, saíram entre 15 a 20 milhões de africanos para servir de mão de obra escrava em toda costa oeste dos Estados Unidos, no Brasil e no Haiti. Calcula-se que, destes, seis milhões não tenham desembarcado com vida do outro lado do Atlântico. Ou seja, sequer chegaram ao destino – previamente traçado pelos senhores do mundo de então – cerca de 40% dos seres humanos amontoados como animais nos muitos navios de bandeira européia. A mesma Europa, por sinal, que hoje dominada pela lógica da exclusão, nega direitos aos trabalhadores migrantes e renega os mais elementares valores humanos.

 

Durante quase 400 anos, entre os séculos XV e XIX, o local – onde hoje está localizada Dakar, que sedia até o próximo domingo o Fórum Social Mundial – foi o maior centro de tráfico negreiro para a América. Por ser o ponto localizado mais a oeste do continente africano, era também o mais próximo para a travessia da carne humana. E dali (daqui), separados de seus entes queridos, partiram em duplas e com grilhões nos pés, homens, mulheres e crianças. Vidas desfeitas que vitaminaram, a suor e sangue, a riqueza das metrópoles. Vidas sugadas pelo açoite em intermináveis jornadas nas plantações, seja de cana de açúcar, algodão ou outro produto qualquer que o interesse do cifrão elegesse como prioritário.

 

Classificada como Patrimônio da Humanidade, a Ilha de Gorée voltou à cena do planeta nesta segunda-feira. Não mais como campo de concentração e anúncio de extermínio, não mais como centro de estupro ou aniquilação, mas de irmandade, congraçamento e solidariedade entre todos os povos, de todas as raças.

 

No Fórum Social Mundial, que reúne até a próxima sexta-feira milhares de pessoas de mais de 120 países, a Central Única dos Trabalhadores, com apoio da Confederação Sindical Internacional (CSI-África) e da CGIL-Itália, transformou a Mansão dos Escravos, circo de horrores construído pelos holandeses em 1776, atualmente transformada em museu, em palco para o lançamento da Cartilha “Igualdade faz a Diferença, Políticas para a Igualdade Racial e Combate à Discriminação”.

 

Na casa de dois pavimentos, visitada pelo Papa João Paulo II e por Nelson Mandela – que chorou ao ver os estreitos buracos onde eram trancafiados os escravos –, a história emana das grossas paredes, faz brotar lágrimas e jorrar rios de reflexão. Ela ganha vida com a lembrança das meninas violentadas, dos jovens rebeldes jogados aos tubarões, das famílias dilaceradas pela separação, das tribos dizimadas, dos homens tratados como gado de engorda pelos senhores a fim de que pudessem enfrentar a dureza do percurso.

 

A longa e dura viagem até a incertidão era feita em barcos para 250 pessoas, que abarrotavam 400. Conforme o cálculo do “ajuste fiscal” de então, se previa a perda de 40% da “carga”, que deveria então ser lançada ao mar. A despedida da África era feita na “porta da viagem sem volta”, localizada embaixo da casa, ao centro, onde se pode ver e sentir junto à imensidão do mar, a profundidade da dor dos que por ali passaram.

 

“Este é um ato cheio de simbolismo, de uma emoção que carrega a intensidade das vidas ceifadas pela escravidão no passado, mas também no presente. Afinal, o neoliberalismo e o neocolonialismo mantêm a mesma lógica perversa de exploração, particularmente sobre os países e povos da África”, denunciou Maria Júlia Nogueira, secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT. O assalto das transnacionais aos recursos naturais do continente e a super exploração da mão de obra dos trabalhadores migrantes, com a negação de direitos básicos, alertou Júlia, são algumas das formas em que o passado continua contaminando e amaldiçoando o presente. “Comprometidos com a reparação desta injustiça histórica, temos apoiado as ações do governo brasileiro em benefício do povo africano, fortalecendo a integração e a solidariedade com maior presença do Estado no fomento a iniciativas que contribuam para a melhoria das condições de vida da sua população, como é a ação da Embrapa no continente”, apontou.

 

Em relação à negritude brasileira, frisou Maria Júlia Nogueira, “a CUT está empenhada em debater e consolidar ações afirmativas que diminuam as desigualdades e potencializem o protagonismo dos negros e negras, o que é essencial para a construção de uma nova realidade e de uma nova sociedade, justa e igualitária”.

 

A fim de que o debate sobre o continente africano ganhe maior projeção, assim como as bandeiras reivindicadas pelo movimento negro, a CUT do Estado de São Paulo vai promover um Primeiro de Maio focado no tema. Presente ao Fórum, o líder metalúrgico e presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima está dialogando – e convidando – os sindicalistas africanos para que participem do evento. “Nosso sentimento, reforçado no dia de hoje com a visita à Ilha de Gorée, é que a história da África, que tanto nos diz respeito, continua esquecida, adormecida, e é preciso um gesto de despertar. Por isso o nosso objetivo é fazer do Dia do Trabalhador em São Paulo um espaço para diminuir as distâncias que ainda nos separam do povo africano, que está na nossa origem. É hora de valorizar sua contribuição para a construção da nossa identidade. Será uma comemoração que, assim como neste lançamento da nossa cartilha, a classe trabalhadora celebrará a valorização da vida, relembrando as suas raízes”, ressaltou Adi.

 

De acordo com o secretário de Políticas Sociais da CUT Nacional, Expedito Solaney, o lançamento da cartilha durante o Fórum Social Mundial dialoga com a necessidade de fazer um contraponto à ideologia reacionária e racista que move a globalização neoliberal, que representa a negação de direitos básicos a expressivas parcelas da população, particularmente no continente africano. Mas também no nosso país, declarou Solaney, “precisamos estar atentos ao combate à desigualdade, que necessita de políticas afirmativas para que a população negra tenha emprego digno e salário justo”. Lembrando que “o sistema capitalista ainda é uma forma de escravidão”, Solaney destacou que é preciso aumentar o nível de organização e consciência da classe trabalhadora para a sua superação.

 

Solaney lembrou que do ponto de vista mais imediato, a CUT tem estado à frente da luta pela erradicação do trabalho escravo, apoiando as ações do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho, que tem libertado em média 25 mil dos 40 mil trabalhadores e trabalhadoras anualmente submetidos a tão pusilânimes relações. “É necessário ampliar os investimentos para erradicarmos definitivamente esta mazela que ainda existe em nosso país, penalizando brancos e negros, particularmente em estados como o Maranhão e o Piauí”. Para acabar com esta chaga, destacou, “defendemos que o governo federal coloque em pauta, com o máximo de urgência, a PEC 438, expropriando as propriedades rurais onde forem encontrados trabalhadores em condições análogas à de escravidão”. “Não podemos e não vamos permitir que seres humanos sejam tratados como coisas, como objetos descartáveis, como dejeto”, enfatizou.

 

Como jovem, mulher e negra, Rosana Souza, secretária nacional de Juventude da CUT falou sobre a emoção de participar da cerimônia na Mansão dos Escravos, contando com o apoio e a solidariedade de companheiros e companheiras de vários países como Bélgica, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França e Itália. “É duro falar sobre a intensidade desta sensação. Difícil entender tamanha crueldade contra crianças, jovens e mulheres que eram trocados ou vendidos a preço de nada. Também foi triste ver um local que carrega tanto sofrimento. Mais difícil ainda é pensar no abuso sexual a que eram submetidas as mulheres negras que, infelizmente, continuam carregando o peso da discriminação e do preconceito em nossos países, sendo vistas muitas vezes apenas como objeto de prazer”, acrescentou Rosana.

 

Também participaram do evento a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti; o secretário de Relações do Trabalho da CUT Nacional, Manoel Messias, lideranças da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Apeoesp.

Fonte: CUT Nacional

CUT-RJ lança coletivo de comunicação

No próximo dia 17 de fevereiro, às 17h, será lançado o Coletivo de Comunicação da CUT-RJ. A ideia é pensar a comunicação da central de forma integrada, criando mecanismos de interação entre as estruturas de comunicação dos sindicatos cutistas e a imprensa da CUT-RJ.

 

Também estarão em discussão propostas e ações voltadas para a utilização plena das redes sociais e das novas mídias. Os próximos passos da luta pela democratização da comunicação no Brasil e em nosso estado é outro tema a ser tratado pela reunião de lançamento do coletivo da CUT-RJ.

 

Estão convidados os profissionais e diretores de imprensa e comunicação das entidades filiadas à Central Única dos Trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro.

 

Anote na agenda: a reunião acontece dia 17 de fevereiro, às 17h, no auditório da CUT-RJ (Av. Presidente Vargas, 502/15º andar, Centro, Rio de Janeiro).

Fonte: CUT-RJ

Contra o desmonte da TV Cultura

 


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo que acompanha desde o início o processo de reformulação da Fundação Padre Anchieta (Rádio e TV Cultura) – que contou com demissões, extinção de programas e quebra de contratos – divulga carta em defesa dos trabalhadores e contra o desmonte da TV pública. Leia a íntegra do documento.


 


TV Cultura persegue representação dos trabalhadores


A proposta da atual gestão da Fundação Padre Anchieta, presidida pelo economista João Sayad, é reduzir o quadro de funcionários e cortar parte das produções próprias reduzindo ao máximo o custo de manutenção da emissora. Estas informações são de conhecimento público e, no momento, os trabalhadores estão intimidados e vivem um verdadeiro clima de terror e insegurança.


 


Mas é sonegado ao cidadão quais os verdadeiros interesses que levam ao sucateamento do patrimônio público e o fato de que alguns dos cortes não tiveram o objetivo de aliviar os cofres da Fundação Padre Anchieta. Na verdade, o desmonte da TV Cultura não é feito apenas para alterar a grade da programação, o que é grave pois ameaça a função pública, educativa e cultural da emissora, mas tem também o objetivo político de eliminar as representações diretas dos trabalhadores nas instâncias internas da Fundação Padre Anchieta. A proposta é acabar com qualquer possibilidade de reação ou de organização interna que possa questionar a proposta de sucateamento da emissora.


 


Em fevereiro não foi renovado o contrato com a TV Assembléia, o que representou a dispensa de 78 profissionais (absorvidos pela Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação – Fundac, contratada pela Assembléia Legislativa para manter a TV no ar) além da demissão de mais 150 funcionários da TV e Rádio Cultura.


 


Dentre os demitidos, além de profissionais com mais de vinte anos de casa, estão dois jornalistas (um da rádio e outro da TV) eleitos pelos colegas para representá-los na Comissão interna criada pela própria presidência, exatamente para acompanhar todo o processo de reestruturação. Essa Comissão foi resultado de reunião entre os Sindicatos dos Jornalistas, dos Radialistas e a diretoria da fundação no final de 2010 e implantada no que parecia um processo saudável de diálogo. Agora, com a confiança quebrada, a Comissão desmontada sem qualquer possibilidade de negociação a situação fica mais dramática.


 


Também foi demitido o segundo candidato mais votado entre os funcionários para ocupar a vaga dos trabalhadores no Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta e que era abertamente defendido pelos colegas para se recandidatar na próxima eleição. Aliás, o representante anterior dos funcionários no Conselho Curador também foi demitido, restando apenas o atual que está gozando a estabilidade do mandato, pois, o estatuto da fundação obriga a TV Cultura a manter essa vaga.


 


Existe uma clara manobra para impedir que os trabalhadores da Fundação Padre Anchieta, profissionais dedicados a fazer da Rádio e TV Cultura emissoras diferenciadas, possam questionar as decisões imperiais impostas pela atual direção.


A Rádio e TV Cultura é uma alternativa à mediocridade da programação que domina as TVs comerciais, tem a missão de divulgar cultura, informação e lazer de qualidade e é um patrimônio da população. Não podemos permitir que a administração estadual destrua aquela que já foi a melhor TV pública do Brasil e modelo para as emissoras culturais e educativas de todos os estados do País. A população vai reagir a esse descalabro!


 


Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo

Fonte: CUT

Liminares suspendem eleição no SantanderPrevi

Por força de liminares concedidas em ações movidas por sindicalistas a eleição para representantes dos participantes do SantanderPrevi foram suspensas  até segunda ordem. A diretora da Federação Luíza Mendes, funcionária do extinto Real e participante do fundo, acionou judicialmente o SantanderPrevi e o banco Santander pleiteando o cancelamento do processo eleitoral e obteve antecipação de tutela no último dia 04. O juiz Ricardo Felício Scaf, da 8ª Vara Cível de São Paulo (Capital), entendeu que o cancelamento era uma medida extrema, mas percebeu os vícios da eleição. Decidiu, portanto, conceder antecipação de tutela em favor da sindicalista para a interrupção de todo o processo eleitoral. Embora Luiza viva no Rio de Janeiro, a ação foi ajuizada em São Paulo em razão da cidade ser a sede do fundo de pensão.

 

Esta foi a segunda liminar que impediu que as eleições no SantanderPrevi prosseguissem. A primeira foi concedida em 03 de fevereiro pelo juiz Sérgio da Costa, da 33ª Vara Cível de São Paulo, em ação proposta pelo sindicalista Orlando Puccetti Júnior, também participante do SantanderPrevi e diretor do Sindicato dos Bancários do ABC Paulista.

 

Os dois magistrados perceberam, pelas provas apresentadas pelos sindicalistas, que o processo eleitoral do fundo de pensão estava cheio de problemas. As iniciais dos dois processos demonstravam que a eleição só foi anunciada depois de já estar em andamento e que, no início, não havia sequer um regimento (saiba mais). Além disso, os candidatos a representar os participantes eram todos da alta administração do banco, não tendo sido aberta a possibilidade de outras candidaturas.

 

Embora o banco ainda possa recorrer da liminar, já é uma vitória, porque impede que a eleição seja validada. “A legislação obriga os fundos de pensão a reservarem 1/3 das vagas nos conselhos a representantes dos participantes e o SantanderPrevi não cumpria esta lei. A exigência legal, mais as cobranças do movimento sindical forçaram o banco a convocar as eleições, mas todo o processo foi feito sem negociação com a representação dos empregados”, destaca Luíza Mendes. Esta atitude do banco contraria o que foi combinado numa reunião em 18 de maio do ano passado. Na ocasião, os representantes do banco se comprometeram a abrir o processo eleitoral, com participação dos sindicalistas, e a dar ampla divulgação ao processo. “Este compromisso consta da ata da reunião, mas o Santander o ignorou e fez a eleição sem nenhuma transparência e sem convidar o movimento sindical para participar”, completa a sindicalista.

 

Quando descobriu que o processo eleitoral estava em curso, o movimento sindical questionou o banco sobre o descumprimento do compromisso e solicitou uma reunião para discutir o problema, mas nenhum encontro foi marcado. Diante da intransigência do banco, Luiza e Orlando, por conta própria, decidiram acionar o fundo e o banco para tentar impedir que a eleição fosse realizada. Agora que a liminar foi obtida, o movimento sindical espera que o banco mude de postura e cumpra o prometido, convocando novas eleições e convidando a representação dos empregados para participar, discutindo o regimento eleitoral, dando vagas aos sindicalistas na comissão eleitoral, permitindo a candidatura de qualquer participante elegível e dando a devida divulgação. “Desde o HolandaPrevi tivemos dificuldades em nos fazer representar nos conselhos. Quando o Banco Real foi comprado e o fundo foi modificado, passando a ser chamado de SantanderPrevi, pensamos que a caixa preta seria aberta, mas não foi o que aconteceu. Queremos eleições de verdade, não esta farsa montada somente para cumprir a legislação”, declara Luíza.

Fonte: Da Redação – FEEB RJ/ES

CEF: Tesoureiros tiveram aumento de trabalho e redução de salário

A implantação do Novo PFG – Plano de Funções Gratificadas na CEF gerou prejuízos a muitos tesoureiros do banco. Eles tiveram redução salarial significativa – cerca da R$ 800 – em consequencia da diminuição de sua jornada, mas estão sobrecarregados, já que assumiram as tarefas dos Gerentes de Retaguarda, função que foi extinta. Os antigos gerentes passaram à função de Supervisores de Atendimento, assumindo outras tarefas e deixando as antigas para os tesoureiros. Com isso, estes bancários passaram a responder por todo o trabalho do setor de retaguarda e a redução da jornada não se concretizou.

 

Em alguns casos, o excedente de jornada chega a quatro horas – duas além do permitido por lei. Antes da implantação do novo PFG os tesoureiros tinham jornada de oito horas e faziam jornada extraordinária com muita freqüência, em razão do excesso de trabalho. Com o novo PFG a função passou a ser de seis horas, mas, na prática, estes bancários estão permanecendo nas agências durante o mesmo período. Como é proibido trabalhar mais de duas horas além da jornada, o que acontece é que os tesoureiros trabalham sem receber. Estes empregados batem o ponto após o período regulamentar, fazem duas horas extras, batem o ponto e voltam a trabalhar. “Eles ficam depois do horário sem nenhuma restrição, usando o sistema. Antes, o ponto eletrônico bloqueava o acesso do funcionário depois do registro de saída. Agora não é mais assim e os tesoureiros trabalham normalmente, mesmo já tendo batido o ponto”, informa Ricardo Maggi, diretor de Bancos Públicos da Federação e representante da entidade na CEE/CEF. O sindicalista informa que já solicitou junto à coordenação da Comissão de Empresa o agendamento de reunião com a direção do banco para discutir o problema.

 

Além de tudo isso, a nomenclatura da função já mudou novamente, voltando a ser TOR – Técnico de Operações de Retaguarda, o que gerou mais uma redução salarial. O novo PFG foi implantado no final de 2010 e estes problemas já começam a acontecer.

 

Todos os problemas atuais foram gerados pela reação da CEF às ações ajuizadas em todo o país pelo reconhecimento da 7ª e 8ª horas como extraordinárias. Tesoureiros, avaliadores de penhor, analistas e outros empregados contestavam a jornada de oito horas imposta pelo banco e pleiteavam que as horas além da 6ª fossem pagas como extras. O novo Plano de Funções Gratificadas, que veio para corrigir as distorções, modificou a jornada praticada pelo banco para estas funções e gerou os ajustes. Mas, além da redução de salário para alguns empregados, o PFG também trouxe redistribuição dos funcionários, o que vem provocando distorções como a sobrecarga dos tesoureiros. “A Caixa criou o problema quando impôs as oito horas e, agora, em vez de corrigir a distorção, gera mais complicações. Não é aceitável que o funcionário que teve redução salarial tenha que trabalhar mais, ainda por cima de graça. Isto é uma ilegalidade e pode gerar problemas ainda mais graves para o banco no futuro”, adianta Ricardo Maggi.

Fonte: Da Redação – FEEB RJ/ES

“A história não acabou e o Consenso de Washington fracassou”

 


No discurso proferido no Fórum Social Mundial 2011, em Dakar, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva destacou que, nos últimos dez anos, muitos dogmas foram quebrados. “Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento irresistível dessa história que acreditavam morta. É o que se vê na América do Sul, na África, mas sobretudo nas ruas de Túnis e do Cairo e de tantas outras cidades africanas onde renasce a esperança de um mundo novo”. No mundo todo, acrescentou Lula, é cada vez mais forte a consciência de que fracassou o chamado “Consenso de Washington”.



Publicamos a seguir a íntegra do discurso do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, proferido dia 7 de fevereiro, em Dakar, no Fórum Social Mundial 2011:

É com grande emoção que venho ao Senegal para participar, uma vez mais, do Fórum Social Mundial. Nessas reuniões, que congregam ativistas e militantes sociais de todo o planeta, marcamos nosso encontro com utopias, que muitos pensavam acabadas. No Fórum nos juntamos para reafirmar que um novo mundo é necessário e possível. Esse foi o sonho que acalentamos pela primeira vez em Porto Alegre há quase dez anos. Esse é sonho que não vamos abandonar nunca.

Trago a Dacar a mensagem amiga de quem foi, por oito anos, presidente de um país que possui a segunda maior comunidade negra do mundo, depois da Nigéria. Somos quase 80 milhões de afrodescendentes.

Trago a Dacar a palavra franca de um profundo admirador desse continente extraordinário, berço da humanidade, e que está presente na forma de sentir e de agir de brasileiros, latino-americanos, caribenhos, norte-americanos, europeus e asiáticos.

Nos 29 países africanos que visitei como Presidente, comprovei a vitalidade com que esse continente irmão se afirma como senhor de seu destino, respeitando a diversidade e a pluralidade étnica e cultural de seus membros.

Sem ingerências externas, a África pode construir seu desenvolvimento econômico e social, sua democracia e sua inserção soberana no mundo.
Com seus 800 milhões de habitantes e seu imenso e rico território, a África tem um futuro extraordinário.

Esse futuro não é uma miragem. Ele está chegando nos dias de hoje. No entanto, pode e deve ser acelerado.

A história não terminou

Nos últimos dez anos muitos dogmas foram quebrados. Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento irresistível dessa história que acreditavam morta. É o que se vê na América do Sul, na África, mas sobretudo nas ruas de Tunis e do Cairo e de tantas outras cidades africanas onde renasce a esperança de um mundo novo.

Milhões de homens e mulheres se puseram em movimento. Contra a pobreza a que são submetidos. Contra a dominação dos tiranos. Contra a submissão de seus países à política das grandes potências. Contra a tentativa de marginalizá-los por sua condição étnica, por seus valores nacionais, por suas opções religiosas.

Em meu continente e no mundo todo é cada vez mais forte a consciência de que fracassou o chamado “Consenso de Washington”. Aqueles que, com arrogância, nos davam lições sobre como gerir nossas economias não foram capazes de evitar a crise que atingiu seus próprios países e o conjunto da humanidade.

Durante muito tempo, os países ricos nos viram apenas como uma periferia distante, problemática, quando não perigosa. Hoje somos parte essencial, incontornável, da solução da maior crise econômica das últimas décadas. Uma crise que não criamos. Que nasceu no centro do capitalismo mundial, por obra da anarquia dos mercados e da irresponsabilidade de governantes que não souberam ou não quiseram regulá-los.

Com a quebra de bancos, financeiras e empresas ruíram também dogmas que por muitos anos eram aceitos e propalados passivamente por nossas elites. Ao contrário do que se difundia, a pobreza e a exclusão não são inerentes às sociedades humanas. Tampouco são inevitáveis.

Até recentemente predominava a tese – nem sempre de forma explicita – de que o desenvolvimento só era possível para uma parcela da população.
Os que estavam alijados da produção, do mercado e da cidadania eram vistos como empecilhos ao crescimento econômico, como elementos disfuncionais. Qualquer esforço para enfrentar a pobreza e a desigualdade era visto – e até hoje o é por alguns – como “assistencialismo” ou “populismo”.

Milhões de homens e mulheres eram tidos como um estorvo e não como importante ativo para construir nações prósperas, livres, democráticas e soberanas.

A história está se encarregando de desmentir essas falsas teorias.

O mercado já não é uma panacéia

Felizmente já não vigoram as teses do Estado mínimo, sem presença reguladora forte. O mercado já não é uma panacéia.

Mas ao buscar alternativas políticas e ideológicas para o momento em que vivemos, não podemos sucumbir à tentação de substituir o neoliberalismo falido por um nacionalismo primitivo, conservador e autoritário.

Essa é a agenda da direita européia e norte-americana, que utiliza os imigrantes como bodes expiatórios, corrói o Estado de bem-estar e investe contra os direitos dos trabalhadores.

Temos que atuar de maneira distinta. O momento é propício para resgatar as melhores tradições revolucionárias e humanistas dos grandes líderes da libertação africana, que formaram gerações de intelectuais e ativistas políticos.

Digo isso não apenas por convicção moral e política, mas também com base na vitoriosa experiência pratica do Brasil nos últimos 8 anos. De um país que não tem a pretensão de ditar modelos para ninguém – e que sempre deseja aprender com a dignidade e a sabedoria dos povos irmãos. Nosso êxito pode servir de estimulo à construção de um caminho alternativo para outras nações, na busca do desenvolvimento sustentável com igualdade social.

A partir de 2003, o Brasil resgatou sua soberania política e econômica, afastou-se com determinação do neoliberalismo e adotou um novo projeto de desenvolvimento, que nos permitiu dar um verdadeiro salto histórico, distribuindo renda, conhecimento e poder. Nesse período, tiramos 28 milhões de pessoas da linha da pobreza e elevamos outras 38 milhões à classe média, no maior processo de mobilidade social de nossa história.

Saldamos grande parte da nossa dívida social e, ao mesmo tempo, pavimentamos o caminho do país rumo ao futuro, inclusive em termos científico e tecnológico. Basta dizer, a título de exemplo, que geramos 15 milhões de novos empregos formais, alcançamos o maior salário mínimo dos últimos 40 anos, levamos energia elétrica às populações mais longínquas do país, promovemos uma verdadeira revolução produtiva na agricultura familiar, garantimos o acesso de quase 1 milhão de jovens pobres ao ensino superior, dobramos o número de vagas nas universidades públicas, e tudo isso acompanhado de uma sólida política ambiental que criou 74% das novas florestas protegidas do planeta na década passada.

Crescer com inclusão social e distribuição de renda

Provamos, na prática, que não só é possível crescer com inclusão social e distribuição de renda, mas que esta é a maneira mais consistente e duradoura de crescer.

E o que é mais importante: nesses 8 anos, a democracia brasileira se fortaleceu e é cada vez mais participativa, com as conferências nacionais, os conselhos de políticas publicas e as mesas de negociação com a sociedade civil organizada, que teve papel decisivo nessas grandes transformações.

Tenho certeza que o governo liderado pela companheira Dilma Rousseff, além de consolidar as nossas conquistas, poderá fazer mais e melhor.

Companheiras e companheiros, as forças democráticas e populares estão diante de uma gigantesca tarefa histórica em escala global.

Precisamos aprofundar o debate sobre a crise e construir alternativas. Temos que fazer dos ideais de igualdade e justiça uma agenda progressista capaz de ser realizada.

Uma atitude de independência intelectual e política é necessária para que a África tome consciência de sua força e da necessidade de construir um projeto de desenvolvimento próprio.

A solidariedade é fundamental entre os estados africanos. Nenhum país é grande ou poderoso o suficiente para isolar-se dos demais.

É hora de colocar o tema do desenvolvimento e da democracia no centro da agenda africana e internacional.

A ordem econômica mundial não será mais moldada por algumas poucas economias dominantes. Sem os países em desenvolvimento não será possível a abertura de um novo ciclo de expansão mundial, que combine crescimento, combate à fome e à pobreza, redução das desigualdades sociais e preservação ambiental, com ampliação das liberdades.

É urgente incorporar à cidadania milhões de africanos pobres, o que será também um poderoso instrumento para superação da crise internacional.

A África precisa forjar sua independência

Mas a África precisa, sobretudo, forjar sua independência em matéria de produção de alimentos. Este continente precisa cortar, de uma vez por todas, os laços de dependência com as antigas e novas potências coloniais. Não há soberania efetiva sem segurança alimentar.

Sem transposição de modelos, estou convencido de que a África tem todas as condições de trilhar um caminho análogo ao do Brasil, promovendo uma revolução em sua agricultura. A savana africana se espalha por mais de 25 países com condições ideais para alimentar a população deste continente e de permitir que muitos de seus países se tornem importantes atores no mercado agrícola internacional. Atualmente, dos 400 milhões de hectares da savana africana apenas 10% são cultivados. Mesmo assim, sustenta um quarto de todos dos agricultores do continente. Imaginem a geração de trabalho e renda se esse potencial fosse melhor aproveitado.

Até os anos 70, o cerrado brasileiro era considerado um verdadeiro “deserto verde”, sem condições de sustentar uma agricultura produtiva. Graças à atuação do Estado brasileiro no fomento à pesquisa agropecuária e na criação de políticas agrícolas voltadas para a agricultura, estas e outras regiões brasileiras se transformaram não apenas num grande celeiro para o mundo, mas, sobretudo, viabilizou a política de erradicação da fome no país.

Os recursos necessários para superar a fome e a pobreza no mundo não são pequenos. Mas são muito menores do que o total utilizado para resgatar bancos e instituições financeiras falidas na recente crise financeira internacional.

Inexplicavelmente, o combate à fome continua à margem da ação coletiva dos governos. É como se a fome fosse invisível.

O sistema multilateral de comércio precisa livrar-se dos vergonhosos subsídios agrícolas dos países ricos. Eles sabotam a incipiente agricultura dos países mais pobres. Cancelam suas esperanças de fazer dela uma ponte para o desenvolvimento.

O mundo não terá êxito no combate à fome se não mudarmos radicalmente os padrões da cooperação internacional. É preciso virar a página dos modelos impostos de fora.

Não faz sentido que o FMI e o Banco Mundial imponham ajustes estruturais que inviabilizem as políticas públicas de estímulo à agricultura dos países mais pobres.

Não podemos desperdiçar as experiências acumuladas nos próprios países beneficiários. Mais do que de ajuda, a África precisa é de oportunidades para crescer e distribuir renda. Este continente tem vasto potencial natural e humano e instituições regionais sólidas, como a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD) e o Programa Abrangente paro Desenvolvimento Agrícola Africano (CAADP).

Minhas amigas e meus amigos, a segurança internacional tampouco poderá ser tratada como atribuição exclusiva de um punhado de grandes potências.

Conhecemos os horrores e os sofrimentos produzidos por todas as guerras. Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana.
É inadmissível invocar o nome de Deus para justificá-los.

É inaceitável justificar a agressão como medida preventiva.

É intolerável transformar a diferença entre as civilizações em motivo de conflitos.

A promoção de uma cultura de paz é um dever de todos nós. Construí-la requer persistência e vigilância. Exige mais do que dar um adeus às armas. Não haverá paz verdadeira enquanto não forem enfrentadas as raízes profundas dos conflitos, enquanto houver fome, desigualdade, desemprego. Mas também enquanto persistir a intolerância étnica, religiosa, cultural e ideológica. Enquanto a maioria dos povos do sul do mundo for cotidianamente humilhada.

Os problemas africanos — embora mereçam a atenção de toda a comunidade internacional – devem ser resolvidos essencialmente nos foros regionais africanos, dissociados de interesses das antigas metrópoles. Foi a dominação colonial passada que gerou grande parte desses conflitos.
A paz no plano doméstico é tão importante quanto a ausência de guerras entre as nações. Com livre e intensa participação da sociedade civil, é fundamental levar adiante um conjunto de políticas voltadas para os setores menos favorecidos.

A falência da política externa das grandes potências

Os eventos que sacodem o norte da África mostram como sociedades até há pouco sem esperança e sem futuro, onde vicejavam a pobreza e a exclusão social, alimentaram grandes movimentos de transformação social e política.

Puseram a nu, igualmente, a falência da política externa das grandes potências para a região.

A solução para a crise no Oriente Médio, cujos efeitos incidem diretamente sobre toda a África, requer novas políticas.

É fundamental avançar rapidamente na criação de um Estado palestino que seja economicamente viável, socialmente integrado e que possa conviver em Paz com Israel. A experiência brasileira de abrigar grandes comunidades árabe e judaica em convivência harmoniosa desmente as teses conservadoras e racistas sobre a inevitabilidade do “choque de civilizações”.

Tenho a convicção de que, no momento em que se está gestando um sistema internacional mais justo e solidário, a África e o mundo em desenvolvimento têm mais relevância do que nunca.

Este é o momento para que a comunidade internacional escolha. De um lado, está a ampliação dos conflitos, o aprofundamento das desigualdades e a erosão do Estado de Direito. De outro, a possibilidade de renovar as instituições multilaterais dedicadas à promoção da paz, da prosperidade e dos direitos humanos.

Sempre que os países em desenvolvimento estiveram unidos, com forte apoio dos trabalhadores e movimentos sociais e populares, trilhamos o caminho da vitória.

Minhas amigas e meus amigos, tenho bem viva na memória a visita que fiz ao Senegal em 2005. Recordo o impacto que me causou a visita à Ilha de Gorée. Dalí saíram muitos africanos, escravizados, rumo ao Brasil. Durante quatro séculos, esses imigrantes forçados e seus descendentes imprimiram sua marca no modo de ser dos brasileiros, ajudando a construir a rica diversidade de meu país.

Já pedi, em nome do povo brasileiro, perdão aos africanos por essa dívida histórica. A melhor maneira de repará-la é lutar para que a África tenha verdadeiras oportunidades de desenvolvimento, fazendo deste continente um dos mais prósperos e justos do século XXI.

Muito obrigado.

Fonte: Carta Maior

Menino fica 17 horas nas mãos de assaltantes de banco

O filho do tesoureiro da agência Porto Real do Bradesco foi mantido refém pelos bandidos enquanto o pai se dirigia até a unidade para retirar o dinheiro. Os assaltantes entraram na casa da família por volta das 21h do dia último dia 03 e tomaram como reféns a esposa e os três filhos do bancário, que não havia ainda chegado à casa e só foi aprisionado mais tarde. Os cinco ficaram sob a mira de revólveres, recebendo ameaças de morte, até por volta das 04h do dia 04, sexta-feira. Os bandidos deram orientações à família sobre como pegar o dinheiro e levaram o menino de 12 anos e o celular da mãe, prometendo soltar a criança quando o pai pagasse o resgate. O bancário e sua esposa foram envolvidos na operação de pegar e entregar o dinheiro. O adolescente só foi libertado na tarde do dia 04.

 

A ação foi motivada pela informação de que uma indústria da região, cliente do banco, depositaria R$ 1 milhão para cobrir os salários dos empregados, que seriam pagos no dia seguinte. Mas o montante foi dividido em dois e o tesoureiro só conseguiu tirar uma parte deste valor, cerca de R$ 450 mil, fruto do primeiro depósito. Como não havia mais dinheiro na agência os assaltantes decidiram encerrar a ação e libertar o refém após a entrega do dinheiro.

 

Mas a solução não foi rápida. O bancário pegou o resgate por volta do meio-dia e deveria deixar o dinheiro num local definido pelos bandidos, que ficava na cidade vizinha de Barra Mansa. Os malotes foram entregues e a mãe do menino foi orientada a buscá-lo num posto de gasolina, mas, ao chegar lá, não encontrou o filho e se descontrolou. O choro da mulher chamou a atenção das pessoas e a polícia acabou sendo envolvida, passando a acompanhar o sequestro. Os policiais foram avisados de que havia um garoto com a descrição dos seqüestrado num outro posto de gasolina e a mãe reencontrou o filho, que recebeu dos bandidos um cartão telefônico e R$ 100 no bolso.

 

Quatro assaltantes tiveram contato com a família, mas a polícia suspeita de que o número de criminosos envolvidos na ação seja maior.

 

Na manhã de segunda-feira diretores do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, que abrange Porto Real, estiveram na agência. Os sindicalistas Jones Rachid Dias e João Batista Eugênio Jardim exigiram do gestor da unidade que o banco providencie tratamento psicológico para o bancário e sua família e a emissão da CAT. O gerente se comprometeu a emitir o documento.

Fonte: Da Redação – FEEB RJ/ES

Bancos fechados em Campos por falta de ar condicionado

 



“O inferno é aqui” foi a frase escrita que marcou as manifestações realizadas em três agências bancárias de Campos na manhã desta terça-feira, dia 08. As unidades do BB 13 de Maio, CEF Centro e Santander Boulevard estão sem ar condicionado e o ambiente nas três é péssimo. “As altas temperaturas em nossa região, que nesta época do ano chegam perto dos 40 graus, tornam o atendimento dentro das agências impraticável, causando desconforto físico e mental, já que constantemente funcionários e clientes passam mal”, informou o Presidente do Sindicato dos Bancários de Campos, Rafanele Pereira. A entidade retardou a abertura das três agências, que só foram abertas após o reparo dos aparelhos de refrigeração. O apoio dos funcionários, clientes e usuários foi total.


O sindicato informa que continuará fazendo visitas às agências bancárias da base para verificar as condições de trabalho e atendimento. A operação deverá durar mais algumas semanas, enquanto durar a época de altas temperaturas. “Caso seja constatada alguma irregularidade, estas agências serão interditadas e não funcionarão”, adianta Rafanele.


Fonte: Da redação – Feeb RJ/ES

::DIÁRIO DO FSM 2011:: Dia Um: 08/02

Bonjour, bom dia,


 


Chegamos bem, embora a viagem tenha sido muito cansativa, mas tivemos uma infeliz surpresa na chegada ao hotel: nossa reserva tinha sido cancelada. Depois de muita discussão, conseguimos um quarto, usando o cartão do Niltinho como garantia. Mas, durante o dia, conseguimos resolver o problema.


 


Assim que nos instalamos, seguimos para a passeata de abertura do FSM. Na manifestação destacava-se a participação de pessoas do próprio continente africano, com destaque para os jovens do Senegal. Havia também muitos marroquinos, italianos, franceses, americanos, portugueses e um grande número de brasileiros. Certamente estas são as principais e maiores delegações.


 


Infelizmente não pudemos fazer nosso credenciamento, devido a dificuldades de infraestrutura. Os computadores, todos da década de 90, obsoletos, são doados. A universidade daqui parece uma escola municipal do Brasil. Nossos nomes não foram encontrados, nem da nossa Federação. Infelizmente muitas pessoas de outras delegações também tiveram o mesmo problema.


 


Aqui não se fala Português, somente o Francês, o Inglês e muito pouco Espanhol. A língua oficial é o Francês, já que o Senegal foi colônia francesa.


 


O povo do Senegal é muito simpático e sorridente. Os senegaleses gostam muito do Brasil e dos brasileiros por causa do futebol e também por causa do nosso ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. A imagem de Lula se tornou uma marca e uma referencia muito positiva da política de abertura de mercado.


 


Saudações sindicais cutistas,


Au revoir,


Fabiano Júnior

Fonte:

FSM: Lula diz que países ricos não são sensíveis à pobreza e à fome

 

 
Sul21
Jorge Seadi

O ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva criticou os países ricos nesta segunda-feira (7) em discurso no Fórum Social Mundial. “Eu participei de reuniões do G20 e vi que eles não têm sensibilidade para o problema da fome, para a pobreza no mundo”. Lula disse ainda que os países emergentes só foram chamados a participar de reuniões porque os países ricos estão em crise “e precisavam da nossa ajuda”.

Ao falar no 11º Fórum Social Mundial, em Dacar, o ex-presidente do Brasil foi destaque ao abordar o tema “As Crises do Sistema e das Civilizações”. Essas reuniões, disse Lula, “são nossos encontros com as ideologias que diziam estar perdidas. No Fórum nos reunimos para para dizer que um outro mundo é possível e necessário. Esse é um sonho que não vamos abandonar nunca”.

Lula condenou a especulação dos preços e matéria prima e acusou os Estados Unidos de não permitir que a Rodada de Doha tivesse um fim, em 2008. Lembrou que esta não é uma briga apenas de presidentes, mas também de ativistas que participam de encontros como o Fórum Social.

O ex-presidente brasileiro fez questão de lembrar os avanços de seu governo “com o maior salário mínimo dos últimos 40 anos e a criação de 15 milhões de empregos formais, com carteira assinada”. A fala de Lula foi totalmente direcionada para África, local de realização do Fórum, Um de seus objetivos pessoais, de agora em diante, é de ajudar na implantação de programas sociais que fizeram sucesso em seus oito anos como presidente do Brasil. Lula lembrou que o mundo precisa de mais países emergentes para sair da crise e uma das medidas que devem ser tomadas é “incorporar os cidadãos da África neste processo”.

Depois de falar sobre os protestos que atingem os países árabes, Lula pediu a criação de um estado palestino independente e foi muito aplaudido. O ex-presidente do Brasil enfatizou que tem que ser um estado viável economicamente e que viva em paz com Israel.

Esta é a primeira viagem internacional de Lula depois que deixou a Presidência da República, em 1ºde janeiro. Mesmo não fazendo parte da delegação oficial do Brasil, Lula teve status privilegiado no evento. Em 2010, em Porto Alegre, o ex-presidente do Brasil anunciou que estaria em Dacar. Cumpriu a promessa. (Com informações do Estado de S.Paulo)

Fonte: Estadão