Programação da Semana Estadual de Saúde do Trabalhador

28 de abril


Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho


 


Em todo o mundo, a data lembra o outro lado do trabalho: o que acidenta, incapacita e mata. No Brasil, os números apontam para uma guerra invisível em que morrem todos os anos, três mil trabalhadores – uma morte a cada duas horas de trabalho – e outros 300 mil se acidentam – três acidentes a cada minuto trabalhado


 


Governo, entidades sindicais e movimentos sociais realizam, no dia 28 de abril – sexta-feira, na escadaria do Teatro Municipal, às 13 horas – o Ato Público em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, que integra uma série de manifestações que começam no dia 24 de abril e seguem até o dia 2 de maio – Dia Nacional de Luta contra o Assédio Moral no Trabalho – para lembrar os acidentes e mortes que acontecem a cada minuto entre os trabalhadores brasileiros.


 


Na Capital, estão sendo organizadas exposições em estações do Metrô, seminários, leituras em peças de teatro, exibição de filmes sobre o tema, além de audiência pública e video-conferência a partir da Assembléia Legislativa abrangendo dez Estados, com o objetivo de dar visibilidade a esse grave problema de saúde pública e sensibilizar os meios de comunicação e a sociedade civil para que coloquem os temas relacionados à Saúde do Trabalhador na sua agenda diária.


 


Dados da Dataprev indicam, em 2004, 7.405 amputações de mãos entre os cerca de 23 milhões de segurados do Seguro de Acidentes do Trabalho que representam menos de um terço da população economicamente ativa, estimada hoje em 83 milhões de trabalhadores. Os números de acidentes e doenças, portanto, são muito maiores do que apresentam os dados oficiais.


 


E a conta de tudo isto quem paga somos todos nós. São R$ 32,8 bilhões gastos por ano, segundo dados da Previdência Social, com benefícios por incapacidade temporária ou permanente, considerando-se que parte majoritária da assistência é prestada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que os benefícios por incapacidade temporária ou permanente são arcados pelo Ministério da Previdência Social e que parcela dos trabalhadores passa a ser beneficiária da Assistência Social.


 


Por que 28 de abril?


 


Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho – OIT – adotou o 28 de abril como o dia oficial da segurança e saúde nos locais de trabalho. O movimento começou no Canadá e espalhou-se por diversos países organizado por sindicatos, federações, confederações locais e internacionais, entre elas a Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres – CIOLS – e o Conselho Sindical da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – TUAC/OCDE.


 


Em maio de 2005, foi instituído o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, a ser celebrado em 28 de abril a cada ano, pela Lei nº 11.121/2005 (PL nº 856/2003, do Deputado Roberto Gouveia – PT/SP).


 


Segundo estimativas da OIT, ocorrem anualmente no mundo, cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Em um terço  desses casos, cada acidente ou doença representa a perda de quatro dias de trabalho.


 


Dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média, cinco mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.


 


Semana Estadual de Saúde do Trabalhador


 


Programação


 



































































































Data/ período


Evento


Local e hora

24, 26 e 28 de abril

IV Semana Municipal de Prevenção ao Acidente de Trabalho (evento intersetorial)

Auditório do Centro de Educação Profissionalizante de Campinas “Antonio da Costa Santos” – Praça dos Expedicionários 145 – Campinas/ SP, das * h 30 min às 13 h . Contato: [email protected]

24 a 27 de abril

III Seminário O Trabalho em Debate: Retratos do Trabalho no Brasil

Anfiteatro “Lucien Lison” – Campus da USP – Ribeirão Preto – Contato: [email protected]

 

24 de abril

Seminário de Discussão do Relatório da Pesquisa “O Trabalho dos Monitores da FEBEM” (evento intersetorial)

Fundacentro – São Paulo / SP – Rua Capote Valente, 710

das 13h30 às 18h30

Contato: 11- 3066-6127 / 11- 3066-6323  ou e-mail: [email protected]

www.fundacentro.gov.br

 

25 de abril

Seminário Intersetorial sobre O Trabalho e a Saúde do Trabalhador do Corte de Cana

(evento intersetorial)

Auditório SENAC Araraquara, Rua João Gurgel, 1935 – Araraquara, 8 h 30 min

Contato: [email protected]

 

25 de abril

Exibição do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin

CEU Navegantes – Ria Maria Moassab Barbour, s/n – Pq Res. Cocaia – Grajaú, 20 h

Contato: [email protected]

[email protected] ou 11-5976-5533 com Chadia Hamze

[email protected]

 

26 de abril

Seminário no Ministério Público do Trabalho: Comemoração ao Dia do Meio Ambiente: Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

Ministério Público do Trabalho – Rua Aurora, 955 – São Paulo / SP

das 9h30 às 13h

Contato: 11-2166-8900

11- 2172-7900

26 de abril

Ato em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

Manhã, no Congresso da CONTRAF. Público restrito aos delegados.

26 de abril

Audiência Pública: Condições de Trabalho dos Cortadores de Cana

Assembléia Legislativa de São Paulo – 15 horas.

Contato: Deputado Ítalo Cardoso [email protected] ou 11-3886-6687

 

26 de abril

Exibição do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin


CEU São Mateus, Rua Curumatim, 201 – Pq. Boa Esperança / Iguatemi, 19 h 30 min

Contato: [email protected] ou 11-: 6732-8159 / 11- 6732-8154 / 57

[email protected]

 

27 de abril

Debate: Papel do Estado no Adoecimento no Trabalho Bancário/ Relação da Assistência com a Previdência

FETEC/CUT, Praça da República, 468 – São Paulo /SP

8 h 30 min

Contato: [email protected] ou 11- 3361-4545

27 de abril

Exibição do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin

CEU Paz, Rua da Paz, s/n – Jd Vista Alegre/ Brasilândia, 19 h 30 min

Contato: [email protected] ou 11-3986-3450/ 11-3986-4405, com Rosângela ou Isabel Cristina

[email protected]

 

27 de abril

Exibição do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin

CEU Perus, Rua Bernardo José de Lorena, s/n – Vila Malvina/ Perus, 20 h

Contato: [email protected] ou 11-3915-8746 / 11-3917-8753, com Carla ou Marta

[email protected]

 

27 de abril

Debate: Subnotificação de AT, FAP, Mortalidade dos cortadores de cana, responsabilidade civil por AT


Sindicato dos Advogados de SP, 18 h 30 min, Rua da Glória 246 – 3º andar – SP/SP.Contato:


11- 3105-2516


11- 3104-9605


11- 3104-0159


[email protected]

 

28 de abril

Ato e caminhada da Força Sindical para o Ato Intersetorial na escadaria do Teatro Municipal


FEQUIMFAR, Rua Tamandaré, 121 – Liberdade – SP/ SP

9 horas

www.fsindical.org.br

 

28 de abril

Concentração e caminhada da CUT para o Ato Intersetorial na escadaria do Teatro Municipal

Praça da Sé – Centro- SP/SP

11 horas

www.cut.org.br

 

28 de abril

Ato Público Intersetorial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

Escadaria do Teatro Municipal

13 horas

www.fundacentro.gov.br

www.saude.sp.gov.br

 

28 de abril

Atividades de panfletagem na Feira Livre de Amparo

Município de Amparo / SP

[email protected]

 

28 de abril

Cerimônia no Simpósio sobre Asbestos para Países da América Latina

Conselho Regional de Química, Rua Oscar Freire, 2039 – São Paulo / SP

16h50

Contato: [email protected]

www.fundacentro.gov.br

 

28 de abril

Exibição do filme Tempos Modernos e discussão (evento intersetorial)

Auditório SENAC de Piracicaba, 19 h 30 min

CEREST Piracicaba: 19-3434-6337 e 19-3433-0166

SENAC Piracicaba: 19-3434-9700

28 de abril

Exibição do filme Tempos Modernos


CEU São Mateus, Rua Curumatim, 201 – Pq. Boa Esperança / Iguatemi, 19 h 30 min

Contato: [email protected] ou 11-: 6732-8159 / 11- 6732-8154 / 57
[email protected]

 

28 de abril

3º Seminário de Saúde do Trabalhador: De quem é essa responsabilidade?


Auditório SENAC de Franca, Rua Alfredo Lopes Pinto, 1345 – Franca – SP, 7 h 30 min


Contato: [email protected]


 

29 de abril

Exibição do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin

CEU Jambeiro, Rua Av. Flores do Jambeiro , s/n – Jd. Moreno / Lajeado – São Paulo / SP

14 horas. Contato: [email protected] ou 11-6960-2055/ 11- 6960-2057 – Bruno ou Julio

[email protected]

 

01 de maio

Dia Internacional do Trabalho

Comissão de Direitos Humanos vistoria delegacia em Niterói

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Geraldo Moreira (PMN), fará inspeção nesta quarta-feira (26/04), às 9h30, na 76ª Delegacia Policial , em Niterói (Avenida Amaral Peixoto, 577). Moreira, que estará acompanhado de representantes da OAB, do Ministério Público, da Defensoria Pública e da várias ONGs, disse que tem recebido denúncias de superlotação e maus-tratos naquela delegacia. Ele adiantou que, diante da gravidade da situação, poderá pedir a interdição da carceragem.

Fonte: Departamento de Comunicação Social da Alerj

Juro do cheque especial cede para 146,4% ao ano

BRASÍLIA – Os bancos diminuíram em 0,4 ponto percentual a taxa média de juros cobrada sobre cheque especial para pessoa física em março, passando para 146,4% ante os 146,8% ao ano em fevereiro. O spread (ganho com a diferença entre o custo de aplicação e o custo de captação) cobrado pelos bancos nessa operação foi reduzido de 131,2% em fevereiro para 131,1% ao ano no mês seguinte.


Com isso, o juro cobrado no cheque especial voltou ao patamar de fevereiro do ano passado, quando também estava em 146,4%.


Houve elevação nas taxas de empréstimos cobradas para aquisição de bens variados como, por exemplo, eletroeletrônicos, de 2,5 pontos percentuais. O juro médio cobrado nessas operações saiu de 54,4% em fevereiro para 56,9% em março.


Nas demais modalidades de crédito para pessoa física, o custo do dinheiro diminuiu no mês. O juro do crédito pessoal declinou 0,8 ponto percentual, para 67,8%, em relação aos 68,6% do segundo mês de 2006.

Para aquisição de veículos, o custo médio do empréstimo também diminuiu em 0,8 ponto, ficando em 34,4% ante os 35,2% ao ano em fevereiro. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC).

Fonte: Valor Online

Presidenta da Caixa recebe demandas dos empregados

(Brasília) A nova presidenta da Caixa, Maria Fernanda Coelho, recebeu nesta quinta-feira, dia 20, representantes de sindicatos de bancários e de entidades dos empregados, inclusive a Fenae, para tratar das demandas dos trabalhadores e das pendências nas negociações entre as partes.


“A presidenta demonstrou interesse na retomada das negociações e na buscas de solução para as questões apresentados pelas representações dos bancários”, afirmou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados, Plínio Pavão.


Dentre os pontos tratados no encontro estão a Convenção Nacional dos Bancários firmada em 2006, o RH 008, a questão do número de caixas executivos e o Sipon.


Foi solicitado pelos representantes do empregados que a Caixa seja signatária da Convenção Nacional e que o Acordo Coletivo 2006 firmado com a empresa seja colocado como aditivo à mesma.


Quanto aos caixas executivos, os representantes ressaltaram que os aproximadamente 6.800 cargos criados ainda são insuficientes e lembram que as negociações previam 7.600 provimentos. Sobre esta questão, foi pedido agilidade na busca de uma solução, uma vez que o número de caixas tem se mostrado insuficiente para atender à demanda nas agências.


Os representantes dos empregados destacaram ainda a necessidade de se retomar o debate sobre Plano de Cargos e Salários.


Maria Fernanda informou que a Comissão da Caixa responsável pelas negociações com os representações dos empregados está sendo recomposta e que em breve as entidades serão contatadas para a retomada das discussões.

Fonte: Fenae

Negros são minoria nas grandes empresas

Pesquisa feita nas maiores companhias do Brasil mostra que pretos e pardos são 3% dos diretores e 26% dos subordinados


Talita Bedinelli


Os negros são minoria em todas os níveis do quadro de funcionários das maiores empresas do Brasil, e sua presença diminui quanto maior for a posição na hierarquia, aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos e pelo IBOPE Opinião, lançada nesta terça-feira, em São Paulo. Embora formem 46% da população brasileira economicamente ativa, pessoas de cor preta ou parda são apenas 3,4% dos funcionários em cargos executivos, 9% dos gerentes, 13,5% dos supervisores e 26,4% no restante das ocupações, mostra o estudo. Os dados, coletados no ano passado, abrangem uma amostra de 119 das 500 companhias de maior faturamento no país.
O levantamento demonstra que houve pouca mudança nos últimos anos. No topo das empresas, os negros eram 2,6% em 2001 e 1,8% em 2003. “A oscilação no quadro da diretoria não permite concluir que haja, como é desejável, uma tendência de crescimento no topo da escala”, afirma o relatório, intitulado Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas. Para os outros níveis hierárquicos há apenas dados de 2003 e 2005. A tendência é a mesma: pequena oscilação. Entre os gerentes, os pretos e pardos eram 8,8% em 2003 e 9% no ano passado. Entre os supervisores, a porcentagem ficou estagnada em 13,5%. A mudança foi um pouco mais expressiva entre os cargos que não são de chefia: de 23,4% para 26,4%.
 As mulheres viram uma dupla tendência: a participação delas no alto escalão das grandes empresas aumentou, mas no restante, caiu. Elas ocupavam 6% dos cargos de diretoria em 2001, 9% em 2003 e 10,6% em 2005. Na gerência, eram 18% em 2003 e 31% em 2005. Mas na supervisão as mulheres ficavam com 28% das vagas em 2003 e 27% em 2005; entre os funcionários de outros cargos, elas eram 35% em 2003 e 32,6% em 2005.
Os portadores de deficiência só são em menor proporção na gerência (0,4%, contra 3,7% em 2003). Estagnaram na diretoria (1%), mas ganharam participação entre os supervisores (de 1,6% para 4,7%) e, sobretudo, no restante do quadro funcional (de 3,5% para 13,6%, porcentagem quase equivalente à de população brasileira nessa condição — 14,5%).
Os projetos e campanhas desenvolvidos dentro das empresas em prol das mulheres e dos portadores de deficiência foram essenciais para o crescimento da inserção dos dois grupos no mercado de trabalho, afirma o diretor-executivo do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi. De acordo com ele, essas ações não foram numerosas em benefício dos negros pois existe “um medo de abordar o assunto”. “É uma questão cultural. Percebe-se que as empresas estão agindo em relação a isso, mas com muita dificuldade. As empresas nem levantam informações sobre raça, com medo de parecerem discriminatórias”, diz.
O “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas” foi desenvolvido em parceria com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e o UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher). Participaram do estudo 1.906 executivos, 27.762 gerentes, 37.098 supervisores e 559.408 funcionários de outras posições hierárquicas.
Os dados do levantamento anterior do Instituto Ethos foram usados no Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2005 — Racismo, pobreza e violência, divulgado pelo PNUD em novembro do ano passado.

Fonte: Prima Pagina

A Chávez, queixas contra Lula

CURITIBA. Descontente com o não-cumprimento das metas de assentamento no Brasil, o Movimento dos Sem Terra (MST) fez ontem ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, queixas contra o governo Lula. Segundo o movimento, a meta inicial do governo para a reforma agrária não foi cumprida. Em resposta, Chávez defendeu o governo Lula.


 


— É preciso reflexão dos movimentos sociais. Não tem alternativa, Lula tem que governar o Brasil por outros quatro anos. Precisamos de Lula como precisamos de Evo (Morales, presidente da Bolívia), Néstor (Kirchner, presidente da Argentina) e Tabaré (Vázquez, presidente do Uruguai) e para impedir que outros partidos assumam o poder e voltem a implantar o modelo neoliberal.


 


O presidente venezuelano reuniu-se com dois mil militantes da Via Campesina, composta por entidades de trabalhadores rurais da América Latina, incluindo o MST.


 


À noite, Chávez se reuniu com Lula, em Brasília, para tratar da reunião entre os dois e o argentino Nestor Kirchner, na próxima semana, sobre parcerias na viabilização do uso do gás natural como alternativa energética na América Latina.

Fonte: O Globo

O fato consumado da TV Digital

Os governos brasileiro e japonês assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) que prevê a adoção do padrão de modulação japonês (ISDB) na TV digital brasileira. O que isso significa de verdade? Em primeiro lugar, cabe lembrar que o MoU não sacramenta a decisão, embora seja um passo importante neste sentido. Ainda há, portanto, espaço para que a sociedade civil continue reivindicando um outro rumo para a TV digital brasileira.


Mas, vamos apenas supor que o MoU termine desaguando em um acordo oficial. Isso não significa o fim da batalha por uma TV digital mais democrática. E é preciso ter isso bem claro para não deixar o jornalismo-propaganda da Rede Globo influenciar a pauta da sociedade civil. Até porque, diante do poder político das emissoras de TV e da pouca vontade do governo Lula em enfrentar o oligopólio privado das comunicações, a sociedade civil tem se saído muito bem.


O ministro das Comunicações, Hélio Costa, desde o final do ano passado tem dito que o assunto estava encerrado a favor do padrão japonês (o preferido da Globo). Mas, pressionado por todos os lados, o governo adiou duas vezes a data-limite para tomar a decisão e simplesmente ignorou o fim do último prazo (10 de março). Agora, teve que encenar a farsa de uma fábrica de semi-condutores para poder justificar sua escolha. Ou seja, a sociedade civil demonstrou força e não há porque recuar agora.


Em primeiro lugar, caberia questionar judicialmente o acordo firmado entre os dois países. Isso porque ele desrespeita o Decreto Presidencial 4.901/03, que criou o Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). O Decreto fala em “estimular a pesquisa e o desenvolvimento e propiciar a expansão de tecnologias brasileiras” e a adoção de uma tecnologia estrangeira quando existe similar nacional (o Sorcer, desenvolvido pela PUC-RS) não apenas desestimula a produção de ciência e tecnologia brasileiras como compromete o esforço por uma política industrial autônoma e desenvolvimentista.


Neste mesmo Decreto pode-se ler que o Comitê Consultivo, formado por representantes da sociedade civil, “tem por finalidade propor as ações e as diretrizes fundamentais relativas ao SBTVD”. Ocorre que o Comitê Consultivo foi desfeito pelo governo sem que as atuais decisões tivessem sido discutidas por seus representantes. Logo, o Comitê viu-se impedido de propor “ações e diretrizes”.


Já que o próprio governo desrespeitou o Decreto Presidencial, cabe a sociedade civil recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Ministério Público Federal (MPF) para resguardar a devida legalidade.


Em segundo lugar, cabe à sociedade civil esclarecer a farsa que se está montando a respeito da política industrial brasileira. A escolha de um padrão estrangeiro implicará no pagamento de royalties pelas patentes das tecnologias empregadas.


O governo também não esclareceu o que acontecerá com o parque industrial brasileiro de TVs e componentes, uma vez que apenas o Japão usa o ISDB em todo o planeta e aquele país não importa TVs. Pelo contrário, o Japão exporta equipamentos eletrônicos. Seremos, então, um importador cativo das tecnologias japonesas? Ou, no máximo, teremos algumas maquiladoras que farão a montagem dos kits importados?


Se o governo realmente deseja impulsionar o setor de semi-condutores no Brasil (e não no Japão), por que não apóia decididamente este tipo de pesquisa nas universidades? Por que o Brasil nem ao menos enriquece o silício que extrai (base dos semi-condutores)? Por que não apoiamos o setor de design de chips, que, cada vez mais, concentra o valor agregado da indústria de semi-condutores? Se é para ter uma fábrica de semi-condutores (chamadas de foundry), por que o governo não termina a foundry protótipo que ele próprio já possui no Rio Grande do Sul (Ceitec)?


Mesmo que venha a tal fábrica de semi-condutores (com a qual os japoneses não se comprometeram no MoU), isso não significa que haverá transferência de tecnologia. Mas, apenas, que seremos mercado cativo japonês.


E, ainda, é preciso que o governo esclareça o que pretende fazer com as tecnologias desenvolvidas no interior do SBTVD, com financiamento público. Depois de termos gastos cerca de R$ 30 milhões com pesquisas, vamos simplesmente desprezar os middlewares desenvolvidos pela PUC-Rio e UFPB? E também a modulação criada pela PUC-RS? E ainda uma série de outros avanços conseguidos por dezenas de universidades e centros de pesquisa? Tudo em nome da adoção de uma tecnologia importada?


O governo diz que o Brasil terá acento nos comitês que dirigem o ISDB. Qual o poder de fato que o Brasil terá nestes comitês? Como poderá influenciar o futuro desenvolvimento da tecnologia japonesa de forma a que esta possa beneficiar também o Brasil?


Nada disso consta no MoU e nem tem recebido respostas satisfatórias das autoridades envolvidas com a negociação. Portanto, mais uma vez, cabe à sociedade civil brasileira o papel de esclarecer a opinião pública, de cobrar estas definições por parte do governo e de denunciar, inclusive na Justiça, eventuais irregularidades.


Modelo de serviços


Um ponto deve ficar bem claro: a adoção do ISDB, ainda que seja trágica para o desenvolvimento de ciência e tecnologia nacionais, não determina absolutamente nada do que será o modelo de serviços da futura TV digital brasileira. Não há nenhum impedimento no ISDB para que se faça multiprogramação, impedindo que as emissoras atuais fiquem com todo o espectro de VHF e UHF para seu bel prazer.


Também não há impedimento para que se dote a TV digital de serviços interativos que até então estão confinados à Internet, como educação interativa à distância, tele-medicina, e-mail, e-bank, etc.


Por isso, é fundamental que a sociedade civil não permita que a suposta adoção do ISDB seja considerada o começo da TV digital brasileira. As emissoras não podem começar seus testes. Isso porque a legislação brasileira não contempla os novos serviços que vão surgir com a TV digital. O Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT), que regulamenta o rádio e a TV no Brasil, é de 1962 e está absolutamente incapaz de dar conta da digitalização da TV e do rádio.


Para que as emissoras comecem seus testes em digital elas terão que “ganhar” do governo um novo canal de TV, uma vez que durante muitos anos ainda manterão sua transmissão analógica nos canais atuais. Mas, a legislação atual prevê que novas transmissões precisam de novas outorgas.


O governo não pode simplesmente dar novos canais para quem já tem os antigos. A legislação atual também proíbe que um mesmo grupo tenha mais de uma outorga por região. Assim, as atuais emissoras não poderiam (mesmo com a devida licitação) ganhar novas outorgas.


Também não há amparo legal para que a TV aberta transmita os dados que são necessários para a criação de serviços interativos. TV, em 1962, era apenas a transmissão de sons e imagens.


O começo dos testes significa a criação criminosa de um fato consumado que tende a esconder que a introdução da TV digital no Brasil demanda uma nova lei para regular o rádio e a TV. E visa, principalmente, manter o status quo do oligopólio de mídia que controla as comunicações no Brasil.


Ocorre, contudo, que nada disso é garantido com a “simples” escolha do ISDB como padrão de modulação da TV digital aberta no Brasil. O que não podemos permitir é que, se esta escolha vier a acontecer, o passo seguinte (o início das transmissões de teste) seja dado. Temos que garantir que qualquer transmissão em digital só seja feita após a aprovação de uma Lei Geral das Comunicações.


A principal medida a ser tomada agora é debater com a sociedade o que realmente está envolvido na questão da TV digital. É denunciar à Justiça caso o governo venha a escolher oficialmente o ISDB como padrão de modulação da TV digital brasileira. É impedir qualquer tentativa de criar fatos consumados.

A escolha do ISDB não pode dar a partida nas transmissões de teste. Temos que ter uma lei, votada pelos representantes do povo, que diga o que pode e o que não pode ser feito nesta nova

Fonte: Indecs

Ciclo de Palestras “Pensando o Brasil – Alternativas Políticas”


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


“Pensando o Brasil” é um ciclo de palestras de renomadas personalidades da sociedade brasileira, que estão discutindo e refletindo sobre a ainda difícil conjuntura nacional, para gerar um conjunto de análises, proposições de políticas públicas e sugestões de mudanças institucionais capaz de transformar o Brasil em uma nação realmente  soberana, socialmente justa e com democracia de fato. As palestras serão entre os dias 19/04 a 14/09/2006. Confira programação no final do texto.


O Brasil teima em não ir ao encontro do seu destino, ou seja, tornar realidade as suas imensas oportunidades e potencialidades. Há 25 anos sofremos de anomalias que se combinam em baixas taxas de crescimento econômico; crescente exclusão e marginalização de significativos segmentos da população; frustração e descrédito com as instituições políticas; e o predomínio avassalador de valores e princípios que  acentuam um individualismo competitivo e predatório, enquanto padrão de comportamento de muitos.


Os organizadores e patrocinadores de “Pensando o Brasil” querem discutir com a sociedade a proposição de um Brasil diferente, que rompa os laços de dependência e subdesenvolvimento, de graves conseqüências políticas, econômicas, sociais e culturais.


Para tanto, “Pensando o Brasil” está reunindo renomados brasileiros para debater e elaborar propostas de mudanças políticas, em diferentes áreas estratégicas para o  desenvolvimento da Nação. As palestras ganharão um tempero especial, pois nesse ano o povo brasileiro terá mais uma vez a possibilidade de escolher novos representantes políticos no Congresso Nacional e um novo Presidente da República. Assim os palestrantes de “Pensando o Brasil” estarão contribuindo para uma intervenção de qualidade da sociedade brasileira no debate político nacional.


A sua participação é, por isso, extremamente importante. Ajude na divulgação desse evento e acima de tudo contribua com a sua presença.


 


 


Realização:


Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) e Centro de Estudos para o Desenvolvimento (CED).


Apoio:


Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (CORECON-RJ); Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES); Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ), Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo no Estado do Rio de Janeiro (SINDIPETRO-RJ); SINDIPETRO-Caxias; Federação Brasileira de Associações de Engenheiros (FEBRAE), Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (SENGE-RJ), e Sindicato dos Economistas do Rio de Janeiro.


Programação:


Dia 19/04: “DEMOCRACIA E REPÚBLICA”, com o Jurista Fábio Konder Comparato


Dia 27/04: “PROJETO NACIONAL E ORGANIZAÇÃO SOCIAL PRODUTIVA”, com o Decano da UFRJ, Professor Carlos Lessa


Dia 04/05: “EDUCAÇÃO”, com o Reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira


Dia 11/05: “CIÊNCIA E TECNOLOGIA”, com o Brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla


Dia 18/05: “PETRÓLEO E SOBERANIA NACIONAL”, com o Engenheiro Fernando Leite Siqueira


Dia 25/05: “PACTO FEDERATIVO”, com o Governador do Paraná, Roberto Requião (a confirmar)


Dia 01/06: “CULTURA”, com o Editor César Benjamin


Dia 08/06: “DEFESA NACIONAL”, com o General Luiz Gonzaga Schroeder Lessa


Dia 29/06: “MEIO AMBIENTE”, com o Ambientalista Jean Marc Van der Weid


Dia 06/07: “REFORMA AGRÁRIA”, com o Economista João Pedro Stédile


Dia 13/07: “SAÚDE PÚBLICA”, com o Médico José Noronha


Dia 20/07: “ECONOMIA POLÍTICA DO PLENO EMPREGO”, com o Economista José Carlos de Assis


Dia 27/07: “SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO”, com o Professor Luiz Pinguelli Rosa


Dia 03/08: “BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL”, com o Professor José Luiz Fiori


Dia 10/08: “UMA VISÃO DE LONGO PRAZO PARA O DESENVOLVIMENTO”, com o Professor João Paulo de Almeida Magalhães


Dia 17/08: “UMA MACROECONOMIA PARA O DESENVOLVIMENTO”, com o Economista João Sicsú


Dia 24/08: “VULNERABILIDADE EXTERNA E DESENVOLVIMENTO”, com o Economista Reinaldo Gonçalves


Dia 31/08: “FINANÇAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO E A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA”, com o Economista Carlos Eduardo Carvalho


Dia 14/09: “BALANÇO E CONCLUSÕES”, com o Economista João Paulo de Almeida Magalhães, com os Engenheiros Raymundo de Oliveira e Heitor Manoel Pereira, e o Jornalista Maurício Azêdo


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Todas as palestras ocorrerão no auditório principal da Associação Brasileira de Imprensa – ABI.


ABI: Rua Araújo Porto Alegre, nº 71, 9º andar, Centro, Rio de Janeiro-RJ.


Terão início sempre às 18:30 horas. A duração de cada palestra será de cerca de uma hora e, dependendo da disponibilidade de tempo do palestrante, poderá haver debate com o público após a palestra.


Entrada franca.

Fonte:

Nota dos Diretores de Unidades em Defesa da UERJ

Rio de Janeiro, 10 de Abril de 2006


Nós, diretores de unidades, reunidos em 07/04/2006, vimos a público manifestar nossa
tristeza e indignação em relação ao tratamento que a UERJ vem recebendo do Governo
Estadual.
Após inúmeras e infrutíferas tentativas de negociação com o governo do Estado para
estabelecer uma agenda de recomposição de salários e por melhores condições de trabalho, a comunidade da UERJ foi compelida à greve como alternativa legítima de reivindicação.
Cumpre esclarecer que a luta por melhores condições de trabalho se acirrou com o corte
nas fontes de financiamento de manutenção e atividades finalísticas anunciado, através do Decreto Nº 38.795, pela Governadora do Estado do Rio de Janeiro, no diário Oficial de 30 de março de 2006. Com a promulgação deste decreto o orçamento da UERJ sofrerá um corte linear drástico de 25% na verba de custeio mensal, esta verba que era R$2.938.696,00, em abril de 2006, passará a ser de R$2.204.022,00, a partir de maio.
É preciso deixar claro que não somos contra uma política austera de regularização das
contas do Estado. Mas somos contra uma política de renuncia fiscal eminentemente eleitoreira que traz prejuízos à população e agrava ainda mais a manutenção de atividades finalísticas de inúmeros órgãos da administração direta e indireta do Estado.
Todos nós sabemos que um orçamento de uma Instituição como a UERJ deveria ser
atualizado, corrigido e deflacionado, pois as despesas de custeio como luz, telefone, água e gás são corrigidas pelas concessionárias de serviços de utilidade pública de acordo com a variação dos índices inflacionários. A não correção do orçamento antes da promulgação do decreto acarretou um déficit de R$ 668.293,00, nos pagamentos dos serviços de utilidade pública e na prestação de serviços entre órgãos.
Neste contexto de incertezas, nossas preocupações estão centradas nos impactos previstos que a política de corte linear na verba de custeio mensal acarretará nas atividades finalísticas já precarizadas da UERJ, tais como:



  • Agravamento do déficit orçamentário no pagamento dos serviços de utilidade pública (CEG, Light, Telemar, EBCT, Embratel, etc.);

  • Redução na verba de auxilio a Estudantes, com implicações generalizadas, desde à não realização de trabalhos de campos à não concessão de bolsas (Estágio Interno, etc.);

  • Previsão de contingenciamento dos contratos administrativos para Professores Visitantes e Substitutos e apoio Técnico-administrativo;

  • Agravamento das dificuldades já antepostas ao desenvolvimento das atividades de ENSINO, PESQUISA e EXTENSÃO pela insuficência orçamentária existente, tanto nos Cursos de Graduação quanto nos de Pós-Graduação;

  • Precarização e redução dos contratos com segurança, mão-de-obra terceirizada, manutenção predial e manutenção de elevadores.

O limite do desinvestimento sistemático que a UERJ vem passando se revela através do sucateamento de suas instalações e mais recentemente no desabamento da marquise superior da passarela do 12º andar que liga os blocos A e B, na terça-feira do dia 31 de Janeiro. A precariedade das condições de infra-estrutura, em todas unidades acadêmicas da UERJ, passou a ser a marca principal do abandono impetrado pela atual gestão de governo.
Pelos motivos enunciados acima, conclamamos a comunidade acadêmica e toda a sociedade fluminense a se mobilizar e a se posicionar em defesa da UERJ.

Fonte:

Portador de deficiência: só 30% das empresas cumprem a lei

Fiscalização força ocupação de vagas no Rio. Em SP, taxa é de 29%


Apenas um terço das empresas dos estados do Rio e de São Paulo respeita a lei que estabelece cotas para a contratação de portadores de deficiência. Promulgada há 15 anos, a lei 8.213 determina um número determinado de vagas para estes profissionais, de acordo com o tamanho do quadro de pessoal das companhias, sob pena de aplicação de multa. Só nos últimos cinco anos, com a maior fiscalização das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs), as empresas intensificaram a procura por estes trabalhadores. E iniciativas públicas e particulares têm contribuído para diminuir a distância entre o mercado de trabalho e os profissionais, tenham eles nível fundamental ou superior.
No Rio, a estimativa é de que apenas 30% das empresas estejam cumprindo a lei. O dado é da Fundação municipal Lar Francisco de Paula (Funlar), que coordena, em parceria com a DRT-RJ, um programa de empregabilidade para a população de baixa renda portadora de deficiência. Em São Paulo, a quantidade de empresas que cumprem a lei é quase igual (29%), segundo dados da DRT-SP. A multa aplicada nas empresas varia de mil reais a R$103 mil por trabalhador não-contratado, de acordo com o porte da organização e fatores como reincidência.
Companhias com cem empregados têm cota
A presidente da Funlar, Leda de Azevedo, diz que a situação vem melhorando aos poucos:
— Temos trabalhado para desmistificar preconceitos no trabalho. E as organizações já descobriram que os portadores de deficiência são funcionários mais motivados. A rotatividade também é baixa — acentua ela, que só em 2005 ajudou 310 profissionais, a maioria com nível escolar fundamental ou médio, a encontrarem emprego em 28 lugares diferentes.
Hoje em dia, uma organização com mais de cem funcionários precisa preencher cota de 2% de empregados. As de 200, necessitam de 3% em seus quadros e as de 300, um total de 4%. As que têm um quadro de pessoal acima de 500 pessoas precisam preencher 5% de vagas com trabalhadores portadores de deficiências físicas ou mentais.
O problema que Leda ajuda a resolver entre a população com pouca escolaridade — inclusive implementando programas para que estudem — se repete nas empresas que precisam preencher cargos com nível superior. Na avaliação de Rodrigo Rosso, organizador da Reatech, feira voltada para o mercado de reabilitação e deficiência que terminou domingo passado em São Paulo, a questão é mais complicada nos cargos que exigem formação universitária:
— Às vezes, o profissional com nível superior que sofreu um acidente consegue uma pensão de R$700 a R$1,5 mil da Previdência Social. Só que para preencher a vaga na empresa, ele precisaria abdicar do benefício e fica em dúvida se quer abrir mão dessa segurança.
Para tentar desatar estes nós, 10% das 120 empresas que montaram estandes na feira tentavam recrutar potenciais funcionários entre o público de 30 mil pessoas. Eram cerca de três mil postos de trabalho disponíveis. Até as montadoras que vendiam produtos aproveitaram para procurar candidatos. Em setembro, a iniciativa vai se repetir no Rio de Janeiro: entre os dias 21 e 23, no Riocentro, será realizada uma versão reduzida da feira, a Reacess.
Rosso cita dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que indicam que há 24 milhões de pessoas portadoras de deficiência no Brasil. Destas, 46% estariam na faixa de renda A ou B. O organizador da feira diz que esta população movimenta um mercado de R$1 bilhão no país. Na Reatech, por exemplo, foram negociados 68 carros com alterações de fábrica e cerca de 40 adaptações de veículos.

Fonte: Fonte: Jornal O Globo – 16/04/2006