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Mística, ética e ecosofia

Frei Betto *


Há estreito vínculo entre religião e ecologia. Os calendários litúrgicos refletem os ciclos da natureza. Toda religião expressa o contexto ambiental que lhe deu origem.


Os hebreus e, em geral, os povos semitas, viviam em regiões inóspitas, desérticas, o que os levou a desenvolver o senso do sagrado centrado na transcendência. Onde a natureza é exuberante, como nos trópicos, se acentuou a imanência do sagrado. Todo o entorno geográfico e climático influi na relação religiosa que se tem com a natureza.


O cristianismo teve sua origem em áreas urbanas. Via a natureza à distância, como algo estranho e adverso. A palavra pagão, que englobava todos os não cristãos, significa etimologicamente “habitante do campo”.


Todas as tradições religiosas indígenas mantêm estreito vínculo com a natureza. São teocósmicas, o divino se manifesta no cosmo e em seus componentes, como a montanha (Pachamama).


Hinduísmo e taoísmo cultuam a natureza. Já o confucionismo e o budismo são tradições mais antropocêntricas, voltadas à consciência e às virtudes humanas.


O islamismo mantém uma relação singular com a natureza. É uma religião semítica, cultua a transcendência de Alá, mas conserva, como o judaísmo, estreito vínculo com o entorno ambiental, o que se reflete na distinção entre alimentos puros e impuros, jejum, cuidado com a higiene pessoal etc.


As religiões aborígenes (ab-origem = que estão na origem de todas as outras) não separam o humano da natureza. Há um forte sentido de equilíbrio e reciprocidade entre o ser humano e a Terra. O que dela se tira a ela deve ser devolvido.


Entre as grandes tradições religiosas é o hinduísmo que melhor cultiva essa harmonia. Toda a Índia respira veneração sagrada por rios, animais, árvores e montanhas. A veneração pelas vacas reflete esse senso de equilíbrio, pois se trata de um animal do qual se obtém muitos produtos, do leite e seus derivados ao esterco como fertilizante, e isso é mais importante do que comê-las.


Três grandes desafios, segundo o místico catalão Javier Melloni, estão inter-relacionados: a interioridade, a solidariedade e a sobriedade. A interioridade nos impele à via mística; a solidariedade, à ética; e a sobriedade à preservação ambiental.


Nossa civilização estará condenada à barbárie se as pessoas perderem a capacidade de interiorização, de fazer silêncio, de meditar, de modo a saber escutar as necessidades do próximo (solidariedade) e o grito agônico da Terra (sobriedade).


Urge submeter a ecologia à ecosofia, a sabedoria da Terra, na expressão de Raimon Panikkar. Não se trata de impor a razão humana sobre a natureza (eco-logos), mas sim de dar ouvidos à sabedoria da Terra, captar o que ela tem a nos dizer com seus ciclos, suas mudanças climáticas e até com suas catástrofes.


Embora haja avanços em nosso comportamento, graças ao crescimento da consciência ecológica (reciclagem, uso da água, produtos ecologicamente corretos etc), ainda estamos atrelados a um modelo civilizatório altamente nocivo à saúde de Gaia e dos seres humanos.


Continuamos a consumir combustíveis escassos e poluentes e, na contramão de todo o movimento ecológico, submergimos à onda consumista que produz, a cada dia, perdas significativas da biodiversidade e toneladas de lixo derivado de nosso luxo.


Três grandes mentiras precisam ser eliminadas de nossa cultura para que o futuro seja ecologicamente viável e economicamente sustentável: 1) Os recursos da Terra não são suficientes para todos; 2) Devo assegurar os meus recursos, ainda que outros careçam dos mesmos; 3) O sistema econômico que predomina no mundo, centrado na lógica do mercado, e o atual modelo civilizatório, de acumulação de bens, são imutáveis.


Nosso planeta produz, hoje, alimentos suficientes para 12 bilhões de pessoas, e é habitado por 7 bilhões. Portanto, não há excesso de bocas, há falta de justiça.


Não haverá futuro digno para a humanidade sem uma economia de partilha e uma ética da solidariedade.


Durante milênios povos indígenas e tribos desenvolveram formas de convivência baseada na sustentabilidade, na harmonia com a natureza e com os semelhantes. Como considerar ideal um modelo civilizatório que, dos 7 bilhões de habitantes do planeta, condena 4 bilhões a viverem na pobreza ou em função de suas necessidades animais, como se alimentar, abrigar-se das intempéries e educar as crias?



* Frei Betto é escritor, autor do romance “Aldeia do Silêncio”, que a Editora Rocco faz chegar às livrarias este mês.
www.freibetto.org     twitter:@freibetto.






Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])


 

Fonte: Frei Betto

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Ataque sem precedentes ao sindicalismo nas Américas

Por Artur Henrique *


Não e só na Europa que o Estado de Bem-Estar social, os sindicatos e os direitos dos trabalhadores vêm sendo atacados. Em recente viagem por vários países das Américas pudemos ver de perto a difícil situação dos sindicatos progressistas e democráticos, atacados sistematicamente por governos de direita e empresas.


Nos EUA, em diversos estados governados pela direita, ou no Canadá, que tem um governo conservador, assistimos uma campanha contra a existência dos sindicatos. A mudança que vem sendo proposta na legislação sindical daqueles países tem como tema: “O Direito ao Trabalho”.


À primeira vista, para nós brasileiros, ler essa frase pode nos fazer acreditar que se trata de uma campanha para fortalecer a luta dos trabalhadores (as). Mas se trata na verdade da mais bem orquestrada campanha já realizada contra a existência dos sindicatos. E com o apoio institucional de governos, e com o uso de ferramentas de marketing e publicidade. Ou seja, uma campanha aberta, nada velada.


A campanha tem como objetivo reforçar o individualismo dos trabalhadores e atacar o papel dos sindicatos e das negociações coletivas. O tal “direito ao trabalho” quer dizer: você tem direito a trabalhar sem a “interferência” de um sindicato; você tem o direito de trabalhar quanto tempo você quiser, sem precisar cumprir uma jornada máxima; você tem o direito de “trabalhar” durante suas férias sem ser pago por isso; você tem o “direito” de trabalhar logo depois de ter um (a) filho (a), se esta for a “sua vontade”, e por aí vai. Ou seja, a mensagem é de que o sindicato atrapalha, não devia existir. A negociação coletiva e os direitos dos trabalhadores deveriam ser decididos por você, individualmente. “Nós” não precisamos “deles”, dos sindicatos, vamos acabar com “eles”. Em se tratando de uma nação em que a legislação trabalhista é totalmente precária – lá não existe, por exemplo, licença-maternidade –, isso configura um escândalo, no mínimo.


O mesmo ataque acontece no México e na Nicarágua, de uma forma um pouco diferente – com toques de filme de gângster – mas com o mesmo objetivo. Nesses países, ouvimos em todos os lugares o conceito de “acordos de proteção”. Mais uma vez, somos levados a imaginar que poderia ser uma campanha em favor dos trabalhadores.


Mas não é nada disso. Trata-se de “proteção” para as empresas contra os sindicatos livres, democráticos e representativos. Se você for um empresário que tem interesse em instalar uma fabrica ou comercio nesses países, pode procurar antecipadamente um “protetor” e fazer um acordo em troca de dinheiro ou outros favores.


Esse “protetor” pode ser um advogado, um escritório, ou mesmo um sindicato fantasma, pelego, que vai “te proteger”, inclusive de forma física e armada, se for o caso, do “perigo” dos sindicatos combativos. De forma fictícia, antes de as operações comerciais terem início, a futura empresa fecha acordos ditos coletivos, a portas fechadas, com esses “protetores”, o que inviabiliza qualquer ação sindical real quando o empreendimento começar a funcionar.  Isso significa falta de direitos, de proteção, de salários dignos.


No México, alguns casos são históricos e simbólicos desse ataque:


No caso dos eletricitários, existia um acordo coletivo para os 40 mil trabalhadores da empresa estatal de energia firmado com o sindicato nacional da categoria, um dos mais importantes do país. O governo então resolveu mudar o nome da empresa (com isso a empresa nova deixa de ter sindicato), demitir todos os trabalhadores e passar a fazer o serviço com outras empresas, com o único e claro objetivo de destruir o sindicato, que continua na luta jurídica e política para recuperar seus direitos.


Já no sindicato dos mineiros, a postura de empresas e governos conservadores e de direita levou à morte de quatro dirigentes sindicais e a expulsão do país do presidente da entidade, que há sete anos vive no Canadá. A denúncia está ainda aguardando encaminhamento na Comissão de Direitos Humanos da OEA e, portanto, a luta continua.


Em todos esses países, centrais sindicais como a UNT-Mexico, a CLC do Canadá, a AFL-CIO dos EUA, filiados à CSA (Confederação Sindical das Américas) e sindicatos independentes vêm se mobilizando para contra-atacar, construir unidade e fortalecer a luta dos trabalhadores e de seus sindicatos. São campanhas publicitárias, pressão sobre deputados e senadores nas suas bases eleitorais, mobilizações de rua, etc.


Para além da solidariedade internacional, que é fundamental nessa luta, a CUT, através do IC-CUT (Instituto de Cooperação da CUT) propôs, em todos os encontros que tivemos com nossos parceiros nesses países, que devemos realizar uma grande campanha continental em defesa da liberdade de organização sindical.


Devemos construir uma grande unidade em torno dessa bandeira, da mesma forma que por razões diferentes nos juntamos na luta vitoriosa contra a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas).


Atuar juntos na OIT, na Comissão de Direitos Humanos da OEA, nas reuniões do G-20, nos encontros internacionais de ministros do Trabalho, de presidentes dos nossos países, criar tribunais internacionais independentes, denunciar empresas e fazer uma lista “suja” daquelas que atacam os direitos dos trabalhadores em todo o mundo.


É uma luta em defesa da democracia e da liberdade. Afinal, todo trabalhador tem direito de se organizar livremente em um sindicato e ter direito à negociação coletiva para melhorar as condições de trabalho e de vida, conforme disposto na Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).


Temos que praticar a solidariedade internacional e reafirmar que enquanto um trabalhador e seu sindicato estiverem sendo atacado no mundo, não descansaremos e estaremos juntos na luta para defendê-lo.


 


* Artur Henrique é secretário-adjunto de Relações Internacionais da CUT, presidente do IC-CUT e vice-presidente da CSA

Fonte: Artur Henrique

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Bancos querem controlar encaminhamentos de benefícios previdenciários


Durante reunião da mesa temática de saúde do trabalhador entre a Contraf e a Fenaban, os banqueiros apresentaram a proposta do chamado projeto Prisma, que permite centralizar o encaminhamento de pedidos ao INSS. Cada empresa teria uma espécie de posto avançado da Previdência para “facilitar” o encaminhamento de pedidos de benefício. Mas esta agilidade teria um preço muito alto para os bancários.


O temor do representante da Federação na mesa, Edilson Cerqueira, é que os bancos passem não só a controlar o processo, mas a influenciar as concessões de benefício. “Isso já existiu antes e causou danos, porque os trabalhadores tinham muita dificuldade de obter o reconhecimento de acidente de trabalho. Além disso, houve muitos casos de médicos peritos que também trabalhavam para os bancos. Era a raposa tomando conta do galinheiro. Foi a ação de sindicatos de vários estados que derrubou esta parceria entre os bancos e o INSS”, lembra o sindicalista. Segundo Edilson, a Fenaban já fechou acordo com o INSS para esta parceria e busca somente a concordância do movimento sindical para colocar o projeto Prisma em prática. A justificativa dos banqueiros para implantar o projeto é que ele permitiria evitar atrasos nos pagamentos.


Outro risco desta centralização diz respeito ao acesso às informações. “o perito verifica a situação e o trabalhador e o sindicato não têm acesso aos laudos. Essa situação também dificulta a caracterização do nexo epidemiológico. Desde que foi instituído o nexo, a concessão de benefícios acidentários aumentou. Sem esta caracterização, pode haver retrocesso e podemos ter até mesmo um aumento dos indeferimentos”, ressalta Edilson.


Outros pontos


O projeto Prisma foi um ponto de pauta apresentado pelos banqueiros. Os dirigentes sindicais reivindicaram que fossem discutidos cinco temas: PCMSO, SIPAT, atestados médicos, pausa de 10 minutos e metas abusivas.


Quanto aos dois últimos, os banqueiros nem quiseram entrar na discussão. As SIPATs, que os bancários reivindicam que sejam realizadas regularmente por todos os bancos, serão alvo de discussão mais específica. As mudanças no PCMSO também serão discutidas. “Os bancários reclamam muito de como são tratados pelos médicos e que os exames são superficiais, não servindo para verificar a real situação da saúde do trabalhador”, relata Edilson.


Outro ponto discutido foi a questão dos atestados médicos. “Hoje, na maioria dos bancos, o trabalhador doente é obrigado a se deslocar até a sede administrativa da empresa para entregar um simples documento. Se o gestor da agência é responsável por várias tarefas de RH, como validação de férias, qual a dificuldade de receber um atestado para abono de falta e encaminhá-lo ao setor responsável?”, questiona Edilson. Os banqueiros ouviram a reivindicação, mas não deram nenhuma resposta.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Bancos querem controlar encaminhamentos de benefícios previdenciários


Durante reunião da mesa temática de saúde do trabalhador entre a Contraf e a Fenaban, os banqueiros apresentaram a proposta do chamado projeto Prisma, que permite centralizar o encaminhamento de pedidos ao INSS. Cada empresa teria uma espécie de posto avançado da Previdência para “facilitar” o encaminhamento de pedidos de benefício. Mas esta agilidade teria um preço muito alto para os bancários.


O temor do representante da Federação na mesa, Edilson Cerqueira, é que os bancos passem não só a controlar o processo, mas a influenciar as concessões de benefício. “Isso já existiu antes e causou danos, porque os trabalhadores tinham muita dificuldade de obter o reconhecimento de acidente de trabalho. Além disso, houve muitos casos de médicos peritos que também trabalhavam para os bancos. Era a raposa tomando conta do galinheiro. Foi a ação de sindicatos de vários estados que derrubou esta parceria entre os bancos e o INSS”, lembra o sindicalista. Segundo Edilson, a Fenaban já fechou acordo com o INSS para esta parceria e busca somente a concordância do movimento sindical para colocar o projeto Prisma em prática. A justificativa dos banqueiros para implantar o projeto é que ele permitiria evitar atrasos nos pagamentos.


Outro risco desta centralização diz respeito ao acesso às informações. “o perito verifica a situação e o trabalhador e o sindicato não têm acesso aos laudos. Essa situação também dificulta a caracterização do nexo epidemiológico. Desde que foi instituído o nexo, a concessão de benefícios acidentários aumentou. Sem esta caracterização, pode haver retrocesso e podemos ter até mesmo um aumento dos indeferimentos”, ressalta Edilson.


Outros pontos


O projeto Prisma foi um ponto de pauta apresentado pelos banqueiros. Os dirigentes sindicais reivindicaram que fossem discutidos cinco temas: PCMSO, SIPAT, atestados médicos, pausa de 10 minutos e metas abusivas.


Quanto aos dois últimos, os banqueiros nem quiseram entrar na discussão. As SIPATs, que os bancários reivindicam que sejam realizadas regularmente por todos os bancos, serão alvo de discussão mais específica. As mudanças no PCMSO também serão discutidas. “Os bancários reclamam muito de como são tratados pelos médicos e que os exames são superficiais, não servindo para verificar a real situação da saúde do trabalhador”, relata Edilson.


Outro ponto discutido foi a questão dos atestados médicos. “Hoje, na maioria dos bancos, o trabalhador doente é obrigado a se deslocar até a sede administrativa da empresa para entregar um simples documento. Se o gestor da agência é responsável por várias tarefas de RH, como validação de férias, qual a dificuldade de receber um atestado para abono de falta e encaminhá-lo ao setor responsável?”, questiona Edilson. Os banqueiros ouviram a reivindicação, mas não deram nenhuma resposta.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Santander tenta escapar de responsabilidade solidária por terceirizados

Em audiência realizada na manhã desta terça-feira na Justiça Trabalhista, o Santander tentou se eximir da responsabilidade sobre as irregularidades praticadas pela Qualy, terceirizada de serviços de limpeza e manutenção. A empresa atrasou salários, não depositou INSS e FGTS dos trabalhadores, não pagou regularmente os tíquetes refeição e o vale-transporte e, ao final de vários meses de problemas, teve seu contrato com o banco rescindido. Pelo princípio da responsabilidade solidária, o Ministério Público do Trabalho incluiu o banco na Ação Civil Pública ajuizada contra a Qualy, a partir de denúncia encaminhada pela Federação.


Durante a audiência, a advogada que representou o banco pediu que o juizado oficiasse a Junta Comercial para encaminhar os nomes dos sócios da Qualy, que deveriam ser responsabilizados pelo pagamento das verbas devidas. O objetivo era fazer os donos responderem como pessoas físicas pelas verbas não pagas pela empresa. Mas o procurador Cássio Casagrande, responsável pelo processo, não concordou. “Quem define se aceita ou não são os credores, que são os trabalhadores, representados pelo MPT. Não concordamos porque entendemos que o Santander tem capacidade financeira para arcar com estas despesas, mas não sabemos se os sócios da Qualy têm patrimônio”, esclareceu o procurador.


Sentença


A audiência de sentença está marcada para o próximo dia 12 de abril. “Nossa expectativa é de que a juíza Patrícia Lampert determine que o Santander, como tomador do serviço, assuma sua responsabilidade solidária e pague as verbas devidas aos trabalhadores. Esta não seria uma decisão inédita, já há jurisprudência a respeito deste tipo de situação”, avalia Ana Luiza Palmisciano, assessora jurídica da Federação.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Instabilidade do sistema superlota agência do Itaú em Três Rios

Os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Três Rios já estão acostumados a ouvir reclamações de clientes e usuários do Itaú sempre que vão às ruas para alguma atividade sindical. A população se queixa da superlotação de uma agência, em razão de problemas constantes no sistema operacional da outra unidade do banco. Com uma agência fora do ar, a outra, que é menor, fica congestionada e as filas ocupam a calçada mesmo fora dos dias de pico.


Mesmo não tendo representatividade legal para falar pelos clientes, a direção do sindicato procurou o banco para pedir solução para o problema. Foi enviada uma carta à administração do banco no estado informando da situação e cobrando solução. “As pessoas ficam horas nas filas, expostas ao sol e à chuva. Nem as pessoas idosas, com deficiência e grávidas são poupadas. Apesar de não ser um problema relacionado com o sindicato, temos recebido muitas reclamações e gostaríamos de poder dar uma satisfação aos clientes e usuários”, relata Nilton Damião Esperança, presidente do sindicato.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Bradesco inaugura agência e sindicato distribui cachorro-quente


O cachorro quente que simboliza a “cachorrada” dos bancos foi servido em frente às novas instalações da agência 026-4. A unidade funcionava na Rua 1º de Março e foi transferida para a quadra seguinte, na Rua Buenos Aires, no centro do Rio. Mas a nova sede não está adequada ao funcionamento de uma agência bancária – não cumpre exigências. A mudança também levou a gerente da unidade a despedir duas estagiárias e transferir pra outo endereço dois dirigentes sindicais.


Para começar, a agências só tem guichês de caixa no subsolo, cujo acesso é feito por escada. “É comum que os bancos com os caixas em outros andares mantenham um guichê para atendimento especial no térreo. Mas o Bradesco não está seguindo esta regra. Idosos, deficientes, pessoas com dificuldades de locomoção têm que enfrentar as escadas. Isso é proibido, há leis que garantem a facilidade de acesso aos guichês para as pessoas que têm direito a atendimento preferencial”, destaca Geraldo Palermo, diretor do Seeb-Rio. Outro problema estrutural é a falta de ventilação nas áreas internas da unidade. “Na copa, o ambiente é muito abafado, porque não há ventilação. Isso não é condição para uma pessoa almoçar ou lanchar”, pondera o dirigente.


Como se não bastassem as instalações inadequadas do novo local, a gerência da unidade aproveitou para fazer uma redução no pessoal. Duas estagiárias foram demitidas, sob alegação de que faltavam muito – embora todas as ausências das duas tenham sido justificadas pela apresentação de atestados médicos. E dois dirigentes sindicais foram transferidos para outras unidades. “Transferir por que? Não havia motivo. A gerência está limpando a agência, afastando os dirigentes, que escancaram as irregularidades. Um dos dirigentes foi para a agência nova sem ter sequer função definida, tarefas. Vai ficar num cantinho sem ter o que fazer. Onde está a igualdade de oportunidades?”, questiona Palermo.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Sindicato denuncia bancos que recusam pagamento de contas


A prática dos bancos em não receber contas como água, luz, telefone, impostos e outros títulos resultou num manifesto de repúdio e esclarecimento à população realizado pela direção do Sindicato dos Bancários de Niterói e região. A atividade foi realizada nesta segunda-feira, 01, em alusão ao dia da mentira, onde os dirigentes sindicais demonstraram aos clientes e usuários a obrigação dos bancos em receber os pagamentos. O ato aconteceu em frente a agência 0059 do Itaú, na Avenida Amaral Peixoto,363, no centro de Niterói.


Durante a manifestação uma carta aberta foi entregue à população explicando o porquê que os bancos são obrigados a receber os pagamentos de contas. O material também disponibilizou canais para denúncias como PROCON, Banco Central e ouvidorias dos bancos.


Entenda o caso


Uma triagem acontece antes mesmo de o cliente chegar ao caixa de atendimento do banco. Um funcionário aborda o usuário que é obrigado a informar que tipo de serviço pretende no caixa de atendimento. Daí se iniciam as proibições e a recusa em receber pagamentos de boletos de concessionárias de serviços públicos e outros títulos. Alguns bancos verificam ainda, no momento do pente-fino, se o usuário é correntista da unidade para liberar o atendimento. Caso não seja, a intenção de pagar suas contas naquela agência é totalmente rechaçada.


O que diz a lei


A medida provoca um esvaziamento das agências ferindo Resolução do Banco Central e o Código de Defesa do Consumidor. Segundo o Código de Defesa do Consumidor (art. 39, inc.IX), é considerada prática abusiva “a recusa da venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento”.


A Resolução do Banco Central, diz o seguinte: Os bancos têm liberdade para criar convênios referentes a pagamentos de serviços básicos, como água, luz, gás e telefone. Uma vez estabelecido o convênio, não pode haver discriminação entre os clientes e não clientes, além de não estabelecer local e horário de atendimento diferentes daqueles previstos para as demais atividades executadas pela instituição – (Resolução nº 1.865/1991 do BC).


Outra prova de que os bancos estão ferindo a lei é a Resolução 2.878 do BC que diz:


Art. 15º Às instituições referidas no art. 1º é vedado negar ou restringir, aos clientes e ao público usuário, atendimento pelos meios convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de atendimento alternativo ou eletrônico (Consolidação das Resoluções 2.878, de 26/07/2001, 2.892, de 27/09/2001, e da Circular 3.058, de 05/09/2001 do Banco Central do Brasil).


Embora sejam concessões públicas, os bancos não estão cumprindo seu papel. Em vez de ampliar o número de agências, para melhorar o atendimento à população com boas condições de segurança, estão empurrando sua responsabilidade para terceiros, com a abertura indiscriminada de correspondentes bancários (supermercados, lojas, lotéricas, drogarias etc.). Em dezembro de 2010, já havia 165.228 correspondentes no país, contra 19.813 agências bancárias.


Ao contrário da propaganda do sistema financeiro de que está aumentando a bancarização com a abertura indiscriminada de correspondentes, o que de fato acontece é a elitização dos serviços e a expulsão das agências das camadas mais pobres da população – além de ser uma estratégia para reduzir custos.


Antônio Pires, 91 anos, aposentado, tentou atendimento nesta segunda-feira, mas sem sucesso. “Sou correntista de uma agência do Itaú há anos e várias vezes não consegui pagar minhas contas. Hoje também não consegui. Queria pagar minha luz e o IPTU e o caixa não quis receber. Me mandaram usar o caixa eletrônico, mas não sei como mexer na máquina. Vou para a lotérica e enfrentar mais uma fila. Sai de casa cedo e não consegui pagar nenhuma conta. Quem fica prejudicado é a gente”, desabafa o aposentado.


Os correspondentes bancários


Esses correspondentes frequentemente funcionam ao lado ou em frente às agências. É para lá que os bancos estão empurrando a clientela de baixa renda e até mesmo idosos, reservando as agências tradicionais para os correntistas mais abastados e criando os pontos de atendimento mais exclusivos para a elite da elite. E se nas agências bancárias a violência já é grande, com três mortes em média por mês, nos correspondentes bancários a falta de segurança é ainda maior.


Estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que os correspondentes representam para as instituições financeiras 25 % da folha salarial dos bancários. É mais uma forma de os bancos aumentarem os lucros reduzindo custos e precarizando as relações de trabalho.


Já está clara a intenção dos banqueiros em diminuir o número de agências com atendimento pessoal. Os avanços da informática e as políticas adotadas pelas instituições financeiras de estimular o uso dos meios eletrônicos para realização de pagamentos revelam uma preocupação para todo o setor bancário. Os bancos já deram inúmeras provas de que este caminho é o que mais lhe agrada: depender menos do trabalho manual de seus funcionários.


“Não adianta justificar que essa é a tendência mundial. Nada justifica substituir o trabalho do bancário pelo atendimento interpessoal e virtual, prejudicando milhares de famílias que dependem dos empregos e também os clientes/usuários que ficam a mercê das políticas de segregação dos bancos. Os bancos precarizam o serviços, esvaziam as agências, demitem funcionários e se tornam apenas casas de negócios para empréstimos e vendas de seus papéis”, alertaram os dirigentes sindicais.


Em meados da década de 1990 eram mais de um milhão de bancários. Hoje, a categoria é composta de apenas 400 mil trabalhadores em todo país. Uma redução de 60 % no quadro de funcionários.


“É certo afirmar que o banco não pode se recusar a receber pagamento em dinheiro no caixa de contas não vencidas. A escolha sobre o canal de atendimento deve ser do consumidor. Estas instituições vêm enganando o consumidor indevidamente, além de por em risco o trabalho dos bancários, pois, tal ato reduz, e muito, o fluxo nas agências.


Assim, os bancos tentam justificar suas demissões em massa colocando em risco os empregos de milhares de bancários”, afirma o Presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói e da Federação dos Bancários dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Fabiano Júnior.


Denuncie! Procon Niterói:(21) 2719-5177 / Banco Central: 0800 979 2345 / Ouvidorias dos Bancos: Itaú: 0800 570 0011 / Bradesco: 0800 7279933 / Santander: 0800 726 0322 / HSBC: 0800 701 3904 / Caixa: 0800 725 7474 / BB: 0800 729 0722.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Niterói

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CCV no BB é rejeitada em assembleia

Na terça-feira (26/03) os funcionários do BB na base do Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis se reuniram em assembleia  e rejeitaram por maioria a adesão à CCV (Comissão de Conciliação Voluntária) do Banco do Brasil para discutir as questões relativas ao novo Plano de Funções Gratificadas.  O debate foi antecedido por uma reunião na agência de Itaguaí (21/03), onde também a CCV foi rejeitada, e por envio de Boletins para as demais agências da base.


Tal decisão, reforça as ações que o Sindicato impetrou na Justiça do Trabalho relativa a 7ª e 8ª horas. Na vara do Trabalho de Angra a 1ª audiência acontecerá no dia 17/04. 


A Diretoria do Sindicato acompanhará atentamente todo o processo de negociação que começará no dia 09/04 com o Banco do Brasil em Brasília e manterá os Trabalhadores do banco do Brasil devidamente informados e se necessário novas assembleias serão convocadas.

Fonte: Seeb-Angra

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Seeb Rio malha o Judas de 2013

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES