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CURSO DE MESTRADO PARA SINDICALISTAS EM “POLÍTICAS TRABALHISTAS E GLOBALIZAÇÃO”

A experiência de Jô Portilho no curso na Alemanha não foi fácil. Ela faz questão de alertar as pessoas que pretendem se inscrever no curso de mestrado para as dificuldades das aulas e trabalhos a serem realizados em inglês e o alto nível de exigência das universidades alemãs. O curso é composto por dois semestres de aulas intercalados por cinco semanas de estágio, que acontece em diferentes países. O estágio de Jô foi na CIOSL – Confederacao Internacional de Organizacoes Sindicais Livres, onde ela tambem pôde acompanhar todas as reuniões do Conselho de Representantes da OIT, sempre orientada por Anna Biondi, diretora responsável pela CIOSL Genebra. Nesta oportunidade Jô pode constatar que, embora os padrões laborais defendidos pela OIT sejam muito bons, acabam não sendo implementados de fato por falta de fiscalização dos países signatários das convenções.

Os trabalhos realizados durante o curso têm muito a acrescentar aos dirigentes sindicais, tanto no que diz respeito ao conteúdo, quanto sobre a forma de expressá-los. Jô lembra que o formato de uma das disciplinas (com dois textos sendo apresentados pelos alunos a cada aula, em 5 ou 10 minutos) é muito útil no aprendizado da objetividade. O aluno tem apenas aqueles minutos e tem que saber focar no essencial, deixando de lado todas as informações secundárias do texto, o que é bastante útil para evitar textos e intervenções extremamente longos, mas que não chegam nunca ao objetivo principal.

Todas as matérias do curso contam com uma parte visual importante. Além dos textos (que, segundo Jô, são muitos!), tem filmes e visitas a fábricas, sindicatos e entidades ligadas a governança da globalização, como a sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt, para ver na prática o que está sendo abordado na sala de aula. O uso da internet e de programas como o Power Point é fundamental para as apresentações de textos e seminários, normalmente frequentados também por outros professores, mestrandos e doutorandos da Universdade.

A tese de mestrado defendida por Jô Portilho foi sobre a formação sindical no Brasil. Seu objetivo era avaliar se os dirigentes vêm sendo preparados para enfrentar os novos desafios impostos pela globalização. O tema é de grande interesse principalmente para os bancários, já que a abertura dos fluxos do sistema financeiro mundial é uma das principais determinantes do atual processo de globalização.

Jo Portilho também aproveitou a oportunidade para estender por mais 3 meses sua experiência sindical na Alemanha (com autorização da executiva de seu sindicato), realizando um estágio extra de dois meses com o Dr. Jürgen Eckl, especialista em Ameéica Latina, no Departamento de Relações Internacionais da DGB (única central sindical alemã) e mais cinco semanas na DGB Bildungswerk (Centro de Formação Sindical e Projetos de Cooperação Internacional – leia mais em www.nordsuednetz.de), desta vez atendendo a um convite de Manfred Brinkmann, coordenador internacional da Rede Norte-Sul, responsável pelo financiamento de diversos projetos da CUT no Brasil, entre eles “Juventude, Sindicalismo e Inclusão Social”, “Projeto Amazônia” e “Projeto de Saúde do Trabalhador”, com o INST-CUT.

Na avaliação da sindicalista, a experiência foi extraordinária e o fato de trabalhar com companheiros do movimento sindical internacional foi muito mais do que um excelente aprendizado, foi uma grande honra!

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ENTREVISTA DE MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES À REVISTA CARTA CAPITAL

Carta Capital – O governo fechará o ano com a antecipação do pagamento de US$ 15 bilhões ao FMI. Por que os brasileiros, além dos economistas, devem comemorar esse resultado?

Maria da Conceição Tavares – Ao pagarmos o Fundo Monetário chegaremos a uma relação “dívida externa e PIB” que, finalmente, apagou o que o governo do Fernando Henrique fez. Isso é espantoso: é a melhor relação dívida externa versus Produto Interno Bruto dos últimos 40 ou 50 anos. Conseguimos sair do atoleiro, da fragilidade da crise cambial. Ou seja, crise cambial mata. A crise fiscal, no entanto, esfola.

 

CC – E os juros? Por que está todo mundo indignado com a taxa?

MCT – Tem muita gente ganhando com a taxa alta. As grandes empresas protegem-se com aplicações financeiras.

 

CC – Então, por que a reclamação?


MCT – Porque não há investimento público. Isso quer dizer que vários dos grupos tradicionais de poder não levam nada. A classe média não leva nada. Quem tem levado é o pessoal “de baixo”. Mesmo em 2003, o ano de crescimento zero, tivemos um aumento do mínimo acima do PIB per capita. Em 2004, aconteceu o mesmo e esse ano também. Seguramente, em 2006 será assim. É a primeira vez que, de uma maneira contínua, um governo sobe o salário mínimo com regras. Regras a favor do mínimo. É a primeira vez, também, que se faz um esforço de formalização do mercado de trabalho, depois de mais uma década de informalização, terceirização etc. Há três boas notícias trazidas pela PNAD: a reversão do salário dos “de baixo”; a reversão do desemprego e da renda também dos “de baixo”.

 


CC – À custa dos ricos, acusam…

MCT – Os ricos somos nós, a classe média. À custa da classe média que, aliás, mantinha uma frente grande dos salários menores. Em resumo, é a distribuição melhor dos salários, que no Brasil ainda é pérfida. Então, agora, pagou a turma de cima. E reclamam que o emprego gerado foi para os “de baixo” e não para os filhos da classe média alta. Alguém esperava que o governo Lula fosse gerar prioritariamente emprego para o pessoal da classe média alta dos Jardins em São Paulo? Estão brincando, não? Os “de baixo” nunca levaram colher de chá. Os empregos de agora foram gerados para assalariados que ganham em torno de um salário mínimo ou que têm o salário mínimo como referência. Isso é fundamental para melhorar a pirâmide dos salários.

 


CC – Qual a diferença do que foi feito no governo FHC?

MCT – Aquele era populismo cambial porque com aquele câmbio ele conseguia dar uma cesta mais barata. Arrebentou, por isso, com a agricultura de exportação, arrebentou com a indústria. Enfim, arrebentou com a estrutura produtiva. E nos pespegou uma dívida interna e externa numa rapidez colossal. Estourou os endividamentos interno e externo. E tudo o que ele trazia de capital para fechar o balanço de pagamentos era para importar bens de consumo. Foi aquele delírio de consumo. Aquilo era populismo.

 


CC – No capítulo de investimento público a coisa parece muito igual.

MCT – Agora também é quase nada. O arrocho fiscal de agora é mais violento do que antes. Isso ocorre porque a taxa de juros está lá em cima. Não ao ponto que o governo FHC tinha elevado. Dever ao Fundo, como se devia, é uma desgraça. Agora pagamos e há reservas de US$ 52 bilhões e uma dívida externa reduzida em mais de 40%. Há uma política conseqüente. Resolvida essa dívida de curto prazo, a estrutura da divida externa está perfeitamente “o.k.” para os próximos dez anos.

 

MCT – Abriu-se agora um novo período.

 

CC – A partir do pagamento ao FMI?

MCT – Sim. Isso significa que a restrição externa que vem lá de trás, desde o começo dos anos 1980, está equacionada. Agora, sim, dá para desmontar uma das patas da armadilha macroeconômica. Dá para baixar, a sério, a taxa de juros. Agora, sim, temos condições de retomar o crescimento. Mas, um pequeno detalhe, como o crescimento até agora era um miniciclo de consumo e, no caso do governo Lula, miniciclo de consumo e de exportações no ano passado que soltaram o crédito para o povão…

 

CC – Mas dizem que o povão estava endividado.

MCT – O povão já estava endividado. Só que na Casas Bahia e, portanto, pagava um juro indescritível. Hoje ele já pode comprar a televisão, a geladeira, em módicas prestações com o crédito de outra maneira. O Mário Henrique Simonsen me contava que cansou de explicar para a mãe dele duas coisas que ela jamais entendeu: a tal da correção monetária e a porcaria da taxa de juros. Economista não consegue explicar certas coisas nem para a própria mãe. Para o povão, quando abaixa a prestação, aumenta o número delas e ainda pode descontar em folha está ótimo. Nesse sentido, o governo fez outras coisas, como a Previdência generalizada para os velhinhos. Altamente distributivo. Para valer. O maior programa distributivo do País é a Previdência Social dos aposentados que dá uma renda enorme. Principalmente no Nordeste…

 


CC – No Nordeste?

MCT – Seguramente. Onde é que deu renda maior nesses programas sociais todos? No Nordeste. Onde a Bolsa Família é mais importante? No Nordeste. Onde é que Lula está pensando em retomar os projetos estruturantes? Na região mais atrasada. No Nordeste. É o caso da ferrovia e da interligação das bacias que o pessoal fica dizendo que é a transposição do São Francisco? Não é transposição, é a ligação das bacias para que não haja sobra de água de um lado e seca do outro. Enfim, o de sempre. Espero que ninguém interrompa esses projetos. Não se pode interromper os projetos estruturantes e, também, os projetos sul-americanos de integração que Lula fez graças às boas relações que ele tem tanto com o Kirchner quanto com o venezuelano (Chávez).

 

CC – Por que chegou a esse ponto? [a diferença entre os salários no Brasil]

MCT – Porque deixaram o salário mínimo cair a níveis inacreditáveis. O doutor Getúlio deve estar se remoendo na tumba.

 


CC – Agora, no entanto, ele deve estar um pouco mais feliz.

MCT – Pelo menos isto. É a primeira vez que os sindicatos dos trabalhadores conseguem negociações coletivas acima da inflação. Há anos que isso não acontecia. Estão melhorando as condições do trabalho. Isso é inegável. Agora vem a ameaça dos homens das Casas das Garças com as reformas de segunda geração. Que é o Banco Central independente, flexibilização da legislação trabalhista, a última flexibilização possível para comércio e movimento de capitais. E, finalmente, retomar as privatizações.

 

CC – Qual o alvo das privatizações?

MCT – No primeiro acordo com o Fundo que o Fernando Henrique fez, eu estava na Câmara, eles queriam privatizar o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa Econômica. Acha que eles deixaram de querer? Coisa nenhuma. Eles consideram que esses bancos públicos competem com eles. Quando, na verdade, os bancos públicos são os que permitem alavancar recursos para financiar o crescimento. O primeiro requerimento do crescimento sustentável que era afastar a restrição externa.

 


CC – A senhora é contra a exposição da divergência entre os ministros?

MCT – Mas como não haver divergência pública se alguns estão se metendo onde não são chamados? E todos eles vêm argumentar a favor dessa interferência, todos eles, começando pelos economistas da PUC que se reúnem na Casa das Garças. Esse Pérsio Arida, essa gente toda, que no Cruzado tinham boas intenções, depois que viraram banqueiros estão, claro, com péssimas intenções.

 


CC – A senhora já pôs a mão no fogo por alguns deles na época do Cruzado.

MCT – E queimei. Não ponho mais as mãos no fogo por ninguém, como pus para esses meninos. O Pérsio Arida, o André Lara Resende e o Mendonça de Barros. No caso do Malan (Pedro) eu queimei as mãos e o coração. Eu gostava muito dele. Todos viraram banqueiros. Isso faz, evidentemente, que eles digam o contrário da gente. Estão defendendo os interesses deles ao contrário da gente, é óbvio.

 

 

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BANQUEIROS AFIRMAM QUE BRASIL TEVE CORAGEM NO AJUSTE FISCAL

BASILÉIA – O clima de satisfação entre os principais banqueiros do mundo com a condução da economia brasileira ficou patente neste domingo, durante o primeiro dia da reunião do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês, o banco central dos bancos centrais).

Após encontro a portas fechadas entre representantes de bancos centrais de vários países e de grandes instituições financeiras privadas como o Citibank, HSBC e Deutsche Bank, o presidente mundial do ABN Amro, Rijkman Groenink, resumiu a avaliação do sentimento em relação ao Brasil.
“O governo brasileiro agiu com muita coragem no gerenciamento fiscal e da economia”, disse o executivo do banco holandês. “Ele está fazendo um bom trabalho e conquistando a confiança da comunidade internacional.”
Groenink, no entanto, evitou comentar a expectativa dos banqueiros em relação à eleição presidencial deste ano, tema que vai gerar uma crescente atenção dos investidores nos próximos meses. Já o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, avalia ter trazido para a reunião do BIS os indicadores mais positivos da economia brasileira desde que assumiu o cargo, no início de 2003.
Nas reuniões e contatos privados iniciados hoje, e que se estenderão ao longo desta segiunda-feira, Meirelles tem ressaltado a queda da inflação, a perspectiva de aceleração do crescimento do PIB em 2006, o aumento dos superávits fiscal e em conta corrente e a conseqüente redução da vulnerabilidade do país a choques externos, inclusive com a quitação da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Clube de Paris.
Na avaliação da equipe econômica, uma prova desse cenário positivo é a queda recorde do risco Brasil nas últimas semanas, além do fato de vários bancos estrangeiros estarem recomendando a seus clientes um aumento da exposição a ativos brasileiros.
Embora Meirelles tenha evitado falar hoje, o presidente do BC argentino, Martin Redrado, descreveu o ânimo do colega brasileiro após uma reunião que discutiu a situação dos emergentes.
“Meirelles está muito feliz com a inflação”, disse Redrado.
A avaliação dos dirigentes dos BCs, segundo Redrado, é que o cenário continua “benigno” para os países emergentes e América Latina. A previsão é que o ciclo de alta dos juros no EUA esteja próximo do fim, estimulando a liquidez global que vem intensificando os fluxos financeiros para países emergentes.Agência Estado

 

 

 

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DIRETOR DO FMI VIRÁ AO BRASIL ESTA SEMANA PARA PAGAMENTO DE DÍVIDA

BRASÍLIA – O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, estará no Brasil nos próximos dias 10 e 11, a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para participar do registro do pré-pagamento da dívida brasileira junto ao organismo internacional, informou o Ministério da Fazenda. Ao todo, serão desembolsados cerca de US$ 15,5 bilhões adiantados, quitando todo e qualquer débito do país com o FMI.


A decisão da antecipação do pagamento foi divulgada no fim do ano passado e toda a operação foi concluída no dia 27 de dezembro pelo Banco Central. Os recursos sairão das reservas internacionais do país que, atualmente, estão na casa dos US$ 55 bilhões – já descontados os pagamentos ao FMI.

Além do encontro com Lula, Rato também terá reuniões com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e com o presidente do BC, Henrique Meirelles.


(Por Patrícia Duarte – O Globo – 08/01/2006)

 

 

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MEIRELLES FAZ BALANÇO DA ECONOMIA BRASILEIRA NA BASILÉIA

BRASÍLIA – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez, neste domingo, um balanço sobre a economia brasileira durante sua gestão à frente da autoridade monetária, que começou em 2003, no primeiro dia da reunião bimestral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), na cidade de Basiléia, na Suíça.


Durante sua fala, que aconteceu no painel fechado sobre mercados emergentes, ele também tratou sobre os desafios do sistema de meta de inflação, informou a assessoria de imprensa do próprio BC.


Entre outros, Meirelles chamou a atenção para os resultados positivos da economia brasileira, como o fato de a inflação estar pelo terceiro ano consecutivo em queda. Meirelles, que teve como platéia presidentes dos principais bancos centrais do mundo, lançou mão dos números divulgados no último relatório de inflação do BC, de dezembro. O documento, entre outros, prevê que o IPCA de 2006 deverá ficar em 3,8%, abaixo da meta do governo de 4,5% para o período.


Meirelles, dentro do evento do BIS, também participou da reunião – que acontece todos os anos e também fechada – com seus colegas e presidentes de oito bancos privados, como o HSBC. Neste caso, os executivos “trocam experiências”, explicou a assessoria do BC brasileiro, que não tinha mais detalhes sobre o encontro.

No terceiro e último evento do dia, também restrito, Meirelles tratou sobre os rumos da economia global em geral, com cerca de 20 presidentes de bancos centrais do mundo todo. A reunião do BIS termina hoje e Meirelles deve apenas participar como ouvinte, sem fazer novas apresentações. Ele também ficou de dar uma entrevista coletiva para fazer balanço do evento.


(Por Patrícia Duarte – O Globo – 08/01/2006)

 

 

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TECNOLOGIA SOCIAL ‘MADE IN MARÉ’

“Conexões de Saberes” é um exemplo de idéia que nasceu micro e atravessou fronteiras. Começou seis anos atrás no Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), uma ONG do bairro que reúne 16 favelas no Rio de Janeiro. Da experiência com os cursos pré-vestibulares, que inseriam jovens de origem popular nas universidades, mas não garantiam a permanência deles nas salas de aula, surgiu o projeto das bolsas de estudo para, ao mesmo tempo, mantê-los estudando e aproximar a academia da periferia.
Bem-sucedido na Maré, o projeto se espalhou por outras sete comunidades, em 2002. Dois anos depois, tornou-se programa da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad), em quatro universidades federais. Em 2005, 14 instituições de 13 estados participaram do programa, em benefício de 375 universitários.
Este ano, a iniciativa chegará a 40 universidades de todas as unidades da federação, anuncia Jaílson de Souza e Silva, coordenador nacional do projeto. Em 2006, serão destinados R$ 9 milhões ao “Conexões de Saberes”, premiado pela Fundação Banco do Brasil como melhor tecnologia social na área de educação.
Os estudantes ganham R$ 300 por mês (mesmo valor das bolsas de iniciação científica) por dois anos, período no qual devem produzir conhecimento sobre a universidade e os espaços populares onde vivem. Cada universidade tem entre 25 e 35 bolsistas, moradores de favelas ou periferias, negros, com renda familiar inferior a três salários-mínimos, filhos de pais com baixa escolaridade e envolvidos em atividades coletivas.
– A instituição dá o peso que achar conveniente a cada critério, de acordo com a realidade local. O mais importante é a troca de conhecimento entre universidade e comunidades, canais que historicamente nunca se comunicaram – festeja Jaílson

 

 

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CURIOSIDADE “EMPURRA” INTERNAUTAS PARA OS GOLPES VIRTUAIS

A mensagem chega à caixa de e-mail com o nome de um remetente desconhecido. No texto, geralmente cheio de erros de português, o internauta diz ter saudades do tempo da escola e de toda a turma, sem especificar qualquer nome. Quando as memórias já estão longe, surge a proposta irrecusável: “clique aqui para ver meu antigo álbum de fotos”.

Pronto. Quando o internauta segue a sugestão, com a intenção de lembrar dos velhos tempos, instala involuntariamente em seu computador um programa que pode desativar softwares de segurança, apagar arquivos ou até roubar as informações do micro –agora infectado.

Para fisgar as vítimas, piratas virtuais partem do princípio que elas caem nos golpes motivadas principalmente por quatro fatores: curiosidade, carência, intenção de levar vantagem ou pura desinformação.

Com isso em mente, pessoas mal-intencionadas se dedicam à criação de falsas mensagens que sugerem o reencontro de velhos amigos, fazem acusações ao destinatário, divulgam notícias bombásticas, revelam informações que trarão lucro fácil ou pedem dados para um recadastramento importante. As táticas podem até parecer ingênuas, mas, se não trouxessem resultados, já teriam sido descartadas –o que definitivamente ainda não aconteceu.

“As principais vítimas destes golpes são as pessoas que estão começando agora a navegar na internet, ou aquelas que não têm a malícia do uso da informática”, afirma José Antunes, gerente de engenharia de sistemas da empresa de segurança McAfee.

 

Sempre alerta

É necessário algum tempo de experiência on-line e muita informação para o usuário ficar realmente atento à parte ruim do universo virtual. Ainda assim, pessoas familiarizadas com a rede –e, teoricamente, menos suscetíveis às fraudes virtuais– nunca devem desdenhar daqueles que acreditam nos textos fraudulentos. Isso porque, no dia da bobeira ou em um momento de distração, o link oferecido naquela mensagem esquisita pode fazer todo sentido.

O importante é estar devidamente protegido com soluções de segurança e ficar sempre alerta, já que cuidados simples podem evitar grande parte dos golpes. O usuário não deve se considerar um sortudo ao receber um e-mail para a seleção do próximo Big Brother Brasil, por exemplo, se ele nem se cadastrou no site do programa.

“Os problemas não devem ser uma desculpa para as pessoas deixarem de usar a internet. Ela veio para revolucionar a forma como interagimos e, por isso, deve ser usada em sua plenitude”, afirma Otávio Luiz Artur, diretor do IPDI (Instituto de Peritos em Tecnologias Digitais e Telecomunicações). “Para isso, basta tomar alguns cuidados [no universo digital], assim como fazemos em nosso dia-a-dia [universo real]”, continua.


(Por Juliana Carpanez – da Folha Online)

 

 

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INSTITUTO ELEGE PROJETOS MAIS “EXCÊNTRICOS” DE VEREADORES DE SP

O Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia lançou uma campanha em seu site para eleger o projeto de lei mais “bizarro e excêntrico”, conforme o texto do próprio instituto, apresentados na Câmara Municipal de São Paulo.

O prêmio, chamado Troféu Joinha, deverá ser entregue no início de 2006. No site do instituto, está a cédula de votação. Cada usuário poderá escolher um dos projetos, de uma lista de 15.

Entre outros projetos, a lista traz a idéia do vereador Áttila Russomano (PP) de obrigar as mulheres a usar terno feminino no plenário da Câmara e o projeto de lei de Domingos Dissei (PFL), que concede o título de cidadão paulistano para o papa Bento 16.

Outro projeto que chama atenção na lista é de autoria do vereador Antônio Carlos Rodrigues (PL), que pretende cancelar multas por irregularidades em propagandas eleitorais.

 

Placar

Dentre todos os projetos, o campeão de votos até este sábado é de autoria de Myryam Athie (PPS). O projeto pretende oficializar a pizza como prato típico paulistano e já recebeu 45% dos votos. Em segundo lugar, empatados com 23% dos votos, estão o projeto de lei que permitiria ao motorista parcelar o pagamento de suas multas de trânsito (de Adilson Amadeu, PTB) e o que concede o título de paulistano ao papa.


(Fonte: Folha Online)

 

 

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OLHO VIVO NA HEPATITE

Duas medidas anunciadas nas últimas semanas pelo governo federal servem de esperança para milhões de brasileiros que sofrem de uma doença ainda pouco conhecida mas que mata quatro vezes mais do que a Aids: a hepatite. Os portadores da doença estão entre os beneficiários de parte do R$ 1,2 bilhão liberado pela Medida Provisória (MP) 268/05, que abriu crédito extraordinário para o Ministério da Saúde, e da Lei 11.255/05, pela qual o governo se compromete a fornecer, gratuitamente, medicamentos para as hepatites B e C – os tipos mais graves. Na prática, o governo já fornecia os medicamentos, mas não tinha, por lei, a obrigação de fazê-lo.

A MP 268/05 é uma das 12 MPs que vão obstruir as votações durante a convocação extraordinária do Congresso. O Ministério da Saúde estima que pelo menos 70% da população já teve contato com o vírus da hepatite A e 15% com o vírus da hepatite B. Os casos crônicos dos tipos B e C correspondem a cerca de 1% (1,84 milhão) e 1,5% (2,78 milhões) da população brasileira, segundo estimativas oficiais.

 

Quase ninguém sabe

Ao todo, 4,6 milhões de brasileiros são portadores das hepatites B e C na suas fases crônicas, ou seja, aquela que pode levar o paciente à morte. O problema é que a maioria das pessoas, porém, desconhece que tem a doença. Segundo o Ministério da Saúde, somente 8 mil brasileiros têm consciência de que são portadores da hepatite tipo C e fazem o tratamento gratuito.

Um agravante da hepatite C é que ela é uma doença de descoberta recente. Foi identificada em 1989, e os métodos para uma detecção segura do vírus só surgiram em 1992. Na maioria das vezes, a doença é silenciosa e assintomática. Ela só pode ser detectada por exames laboratoriais. Em outros casos, as manifestações da infecção hepática se assemelham aos de uma gripe, como fraqueza e mal-estar.

 

Doença crônica

Algumas vezes, o doente pode apresentar olhos e pele amarelados e urina escura – sintomas comuns a quase todos os tipos de hepatite. Outro agravante: ao contrário das hepatites A e B, em que os casos crônicos são minoria (entre 5% e 10%), na hepatite C, os números se invertem. O Ministério da Saúde acredita que de 80% a 85% dos infectados com o vírus desenvolvem a doença na fase crônica.

Ainda que de forma tímida, governo e Congresso têm feito ações para combater a doença. Mas são poucas as iniciativas diante do avanço da hepatite C. No ano de 2005, além do Projeto de Lei 432/03, da deputada Mariângela Duarte (PT-SP), que originou a Lei 11.255/05, poucas ações foram tomadas para combater a hepatite.

“Esse assunto é pouco levado a sério”, avalia Epaminondas Campos, presidente da organização não-governamental (Ong) Grupo C. “Falta informação para auxiliar na detecção”, constata. Portador da doença há cinco anos, o publicitário observa que o poder público gastaria bem mais com a medicação para tratar a minoria que sabe que tem a doença do que com exames que ajudariam o enorme contingente de pessoas que possui o vírus, mas nem suspeita. “Um exame desses sai por R$ 280 por pessoa para o Estado”, afirma.

 

Gastos de até R$ 144 bi

A partir do momento em que a maioria dos infectados tomar conhecimento de sua doença, porém, o governo terá de gastar muito dinheiro para tratá-los. “Um paciente em tratamento custa quase R$ 6 mil por mês ao erário. Com um mínimo de seis meses e o máximo de um ano de tratamento, esse custo ficaria entre R$ 36 mil e R$ 72 mil por paciente. Se os 2 milhões fossem tratados hoje, o Estado gastaria de R$ 72 bilhões a R$ 144 bilhões”, calcula Epaminondas.

Diretora do Programa Nacional de Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Gerusa Maria Figueiredo expõe um quadro menos dramático. “O Ministério da Saúde tem conseguido muitas vitórias nesta área de hepatites virais”. Entre essas vitórias, destaca Gerusa, está a política de vacinação contra a hepatite B em crianças de até um ano de idade. Apesar do esforço, as ações governamentais não surtirão resultados imediatos, reconhece a diretora. “É um processo de inclusão crescente. O SUS (Sistema Único de Saúde) não absorve 3 milhões de pacientes de um só vez”, conta. Enquanto o programa de combate à Aids conta com 20 anos de experiência, o da hepatite tem apenas três anos de existência, exemplifica.

 

 

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PARA FIPE, CRESCIMENTO MAIOR PODE MANTER INFLAÇÃO DE 2006 EM 4,5%

A inflação de 2006 na cidade de São Paulo deve repetir o nível de 2005, na avaliação de Paulo Picchetti, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Se confirmadas as previsões, a inflação anual vai interromper a trajetória de queda iniciada em 2003, quando ficou em 8,1% (após os 9,9% de 2002), recuando para 6,5% em 2004 e 4,5% no ano passado.


Para Pichetti, o afrouxamento da política monetária (queda de juros) vai abrir espaço para um crescimento maior da economia, o que terá reflexos nos preços livres. Além disso, a queda dos juros causará uma desvalorização do real, o que levará a IGPs maiores em 2006, refletindo no reajuste dos serviços públicos.

Pichetti alertou que a estabilidade conquistada em 2005 na inflação não é sustentável, por ter “custos muito altos”, como a queda na exportação e redução de atividades de alguns setores, devido à valorização do real, e o aumento da dívida pública. “Trocamos a inflação por juros altos.”


Fatores surpresas que podem afetar a inflação em 2006 são os imprevistos de um ano eleitoral e a mudança na cobrança do telefone fixo, de pulso para minutos, junto com a criação de um novo índice para substituir o IGP-DI como indexador de tarifas do setor. A projeção da Fipe para a inflação em janeiro é de 0,45%, impulsionada principalmente pelas mensalidades escolares e pelo licenciamento de veículos.


O ano passado “foi o ano da inflação dos serviços”, disse Picchetti, ressaltando que o 4,53% do acumulado de 2005 foi a menor taxa em cinco anos. Entre os serviços que impulsionaram a inflação, o economista inclui transporte urbano (13,08% no ano), saúde (9,26%) e educação (6,54%). “Praticamente metade da inflação de 2005 veio do setor de transportes”, disse.

Já os serviços de utilidade pública (energia elétrica, água, esgoto e gás) não pesaram na inflação. O setor apresentou um aumento de apenas 2,34%, possibilitado pelos baixos IGPs do ano (menos de 1,5%). O grupo alimentação representou a menor pressão, com alta de 0,47%. Os produtos que mais subiram em 2005 foram a esponja de aço (62,24%), seguros de veículos (31,08%) e o café em pó (20,27%). Entre os que mais caíram estão o limão (-41,13%) e produtos eletrônicos, como aparelho de celular (-34,21%), videocassete (-21,68%) e televisor (16,82%).


(Por Samantha Maia – do Valor Online, em São Paulo)


 


 

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