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Artigo: O trabalho de luto

No artigo “O trabalho de luto”, Antonio Negri e Giuseppe Cocco analisam as gigantescas manifestações realizadas em toda a França contra a mudança na Lei do Primeiro Emprego. Segundo eles, elas põem em evidência a crise das ocupações “do passado” e sugerem que mobilidade não significa necessariamente risco e precarização.
 
O trabalho de luto


 
Antonio Negri e Giuseppe Cocco


 


O movimento de março de 2006 na França mostra uma potência que faz lembrar a todo o mundo o Maio de 1968. Foram os próprios jovens manifestantes que explicitaram essa referência simbólica a cada fim de manifestação, pelos ataques quase rituais às barreiras erguidas pela polícia para impedir a ocupação da Sorbonne. Mas não é só isso.
Logo após a promulgação da lei do CPE [Contrato do Primeiro Emprego, que autoriza admissões por um período experimental de dois anos (reduzidos, após os protestos, a 12 meses) para trabalhadores de menos de 26 anos, período em que estes podem ser demitidos sem justificativas] pelo presidente Jacques Chirac, uma inédita manifestação noturna de mais de 10 mil jovens atravessou Paris de sul a norte e foi parar no Sacré Coeur -monumento funerário da derrota da Comuna de Paris-, onde os manifestantes escreveram “1871-2006”, se identificando até com os “communards” [membros da Comuna de Paris de 1871].
Obviamente, o movimento atual tem raízes problemáticas e completamente diferentes das do “joli mai” de 1968. O Maio de 68 eclodiu como uma primavera de vida contra a opressão do pleno emprego industrial, ao passo que o março de 2006 nasce diante das angústias da crise do pleno emprego. Em 68, a subjetividade estudantil, ao mesmo tempo que era o produto de um longo período de prosperidade econômica, se insurgia exatamente contra o que significava a “segurança” opressora de um futuro preestabelecido, de que a massificação do ensino e da universidade já eram uma prefiguração, e a disciplinarização de toda a sociedade sob o regime de fábrica era o resultado. Ao contrário, o movimento de março contra o CPE parece estar lutando contra a falta dessa segurança e exatamente contra uma lei que visa a aprofundar o nível de precariedade do emprego e, pois, tornar cada vez mais incerto o “futuro” dos jovens que atualmente estão se formando.
Desde o início dos anos 1990, uma subjetividade de tipo novo se constituiu a partir das mais diversas figuras dessa precariedade: os estudantes das escolas técnicas, os trabalhadores do audiovisual, os estagiários, os imigrantes ilegais (“sans papiers”), os secundaristas, os jovens das periferias e agora os estudantes universitários, juntos das mil figuras da precariedade metropolitana.
O capitalismo global das redes procura e precisa capturar um trabalho difuso nos territórios sociais visando a reduzir a cooperação social em um conjunto desordenado de fragmentos que competem entre si. O capitalismo, organizando a produção diretamente na metrópole, reconhece a dimensão múltipla que assume um trabalho que se torna produtivo sem passar pela relação salarial.
Ao mesmo tempo, o comando se reorganiza no nível global e estatal exatamente sobre o limite que separa a multiplicidade livre do trabalho enquanto potência da vida dos fragmentos atomizados da vida posta para trabalhar.
Sobre essa clivagem, às vezes imperceptível e às vezes escandalosa, os diferentes estatutos do trabalho se organizam em uma modulação que indica, no extremo, formas de atividade livre (formas de vida que produzem outras formas de vida) ao passo que, no extremo oposto, emergem as formas de uma nova escravidão (de subordinação de toda a vida na dinâmica da acumulação). Na França, ao longo das últimas duas décadas do século passado, as lutas de resistência conseguiram travar a ofensiva neoliberal. Isso foi possível porque o enfrentamento podia ser diluído nas “margens” da sociedade: se os setores “centrais” das forças de trabalho conseguiam manter parte de suas conquistas, a precarização era imposta aos imigrantes ilegais e aos jovens franceses (oriundos das imigrações norte-africana e africana) segregados nas periferias metropolitanas e discriminados (e fragmentados) por um racismo cada vez mais declarado e organizado em força política.


Impasse Real
Ora, essas margens não existem mais: foram queimadas nas fogueiras da insurreição das periferias de outubro e novembro de 2005, quando esses jovens “entraram na política”! O CPE é filho legitimo do devir político dos “banlieues”: fragmentação social e segregação espacial só podem ser governadas pela explicitação da normalidade do estado de exceção. O estado de exceção não se limita à suspensão dos direitos constitucionais de reunião e manifestação pública das periferias. Pelo contrário, ele se torna efetivo procedimento de gestão e controle do mercado de trabalho, exatamente pela generalização da precariedade.
Isso “obriga” o governo do primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, a generalizar o enfrentamento. Impossível explicar de outra maneira o fato de o próprio Villepin ter assumido a paternidade do CPE até o ponto em que a eventual retirada implicasse sua própria queda. Por trás do CPE e da gestão da crise parece haver menos “cálculo” político do que a emergência de um real impasse: como conseguir reanimar um projeto de integração social que passe pelo “pleno” emprego na medida em que este só pode ser alcançado pelo aprofundamento da sua “precarização” e, pois, pela perda de suas capacidades inclusivas?
A luta contra o desemprego das periferias passaria pela amplificação da fragmentação social. Tenta-se jogar os jovens franceses de ascendência africana e árabe contra seus coetâneos brancos ou, de modo geral, mais integrados. A integração da periferia exigiria, pois, a periferização do centro.
Mas esse impasse não é específico apenas ao governo, ele atravessa também o próprio movimento e sobretudo suas bases mais organizadas. E isso na medida em que esse se resumiria a defender uma integração pelo “emprego” definitivamente limitada a setores cada vez mais limitados da população. Para o movimento contra o CPE, o desafio é abandonar as amarras do “emprego do passado” e apreender sua própria excepcionalidade produtiva: ir além da defesa da legislação da era industrial e afirmar que flexibilidade e mobilidade não significam necessariamente precariedade e risco.
Se a passagem de um emprego a outro, da formação ao emprego, são hoje as dimensões ontológicas do trabalho, é preciso reconhecer a dimensão produtiva de todas essas situações, algo que só pode acontecer pela implementação de uma renda de “existência”, algo como a construção de um comum que permita as singularidades serem móveis e flexíveis de maneira livre e produtiva de novo comum. Esse desafio é um quebra-cabeça que só lutas como essa, contra o CPE, podem “resolver”. A homenagem prestada pelos adolescentes parisienses à Comuna de Paris pode ser muito mais atual do que se pensa.

Fonte: CUT

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Empresa é condenada por usar método big brother

Em 2003, a empresa de transportes Peixoto Comércio e Indústria, de Minas Gerais, resolveu descobrir como seus funcionários urinavam e quanto tempo levavam para isso: colocou uma câmera de vídeo no banheiro masculino. Coisa de tarado ou de patrão sanguessuga, a violação de privacidade foi denunciada por um trabalhador e a empresa acabou indo para o paredão, tendo sido condenada em primeira instância.

No recurso, a defesa alegou que a empresa contratada para fazer o serviço colocou equivocadamente o equipamento, que foi retirado dias depois. A justiça, no entanto, não aceitou a alegação. “Não importa se a máquina estava ou não filmando, ou se a instalação decorreu de má-fé ou simples negligência e que foi retirada dias depois. O que importa é que a empresa violou, de forma injustificável, a intimidade dos empregados”, entendeu o juiz de primeira instância.

Esta semana, a 1ª Turma do TST confirmou, por unanimidade, a condenação por danos morais e estipulou multa de R$ 1,2 mil.

Fonte: CUT

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Câmara aprova MP que amplia faixa de desconto do imposto de renda

Os deputados aprovaram, nesta terça-feira, o projeto de lei de conversão à medida provisória (MP 280/06), que corrige em 8% os valores da tabela do Imposto de Renda. Pelo texto base aprovado, quem ganha até R$ 1.257,12 por mês estará isento do IR – antes, esse limite era de R$ 1.164,00. As pessoas físicas que estão na faixa de rendimentos mensais de R$ 1.257,13 a R$ 2.512,08 ficam sujeitas à alíquota de 15%, com direito a uma dedução de R$ 188,57. A maior alíquota, de 27,5%, incide sobre quem ganha mais de R$ 2.512,08 por mês.


Para o deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), a aprovação da medida significa a consolidação de uma mudança que já está vigorando desde fevereiro. “As pessoas já estão pagando menos imposto de renda com a ampliação da faixa de desconto Essa correção de 8% representa que a União abre mão de aproximadamente R$ 2 bilhões de recursos que seriam recolhidos caso não fosse efetuada a correção da tabela”, disse.


Zimmermann ressaltou que com essa ampliação da faixa de desconto, o governo Lula conseguiu diminuir a defasagem entre a correção da tabela e a inflação. “Esta é a segunda correção da tabela do IR do governo Lula e com isso alcançamos um total de 19% de correção ao longo destes três anos contra uma inflação de 24%. Nos 8 anos do governo FHC, tivemos uma inflação de 64% e uma correção de tabela do imposto de renda de 17,5%. Portanto uma defasagem de 46%”, disse


“Com a aprovação desta MP, o governo Lula honra o esforço de melhorar a distribuição de renda e com isso beneficiar uma grande parcela da população brasileira”, salientou o parlamentar petista


Pauta – Com a aprovação do texto base da MP 280, fica pendente a apreciação de um destaque que poderá ser votado na sessão extraordinária marcada para esta quarta-feira, às 9 h. Depois, o plenário poderá apreciar as outras três MPs que ainda trancam a pauta de votação. A MP 281/06, que isenta do imposto de renda retido na fonte os investidores estrangeiros que aplicarem recursos em títulos públicos federais. A MP 282/06, que abre crédito extraordinário de R$ 57,5 milhões para o ministério dos Transportes realizar obra emergencial na malha rodoviária federal. E a MP 283/06 que, entre outras questões, altera a Lei 10.233/01 que dispõe sobre o Departamento Nacional de Infra-estrutura do Transporte -DNIT.


Outras matérias – Depois que a pauta for destrancada, o plenário poderá apreciar outras matérias da pauta. Entre elas está o projeto de lei complementar (PLP 1/03), de autoria do deputado Roberto Gouveia (PT-SP), que regulamenta a emenda constitucional 29. Essa emenda determina a destinação, pela União, de 10% de suas receitas correntes.

Fonte: Informes/PT

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O rastro de cada um

Do caipira que vive na roça ao executivo que desfruta do conforto da cidade, todo mundo gasta uma parte dos recursos do planeta. Saiba como diminuir seu estrago

 

por Lia Hama

 


O dia já está quente às 6 da manhã, quando o rádio-relógio toca. João acorda, escova os dentes, toma uma ducha e faz a barba, ainda bocejando, com o barbeador elétrico. Na cozinha, pega o leite na geladeira esquenta no fogão, ao mesmo tempo em que passa um café. Para acompanhar, fatias de pão recém-saídas da torradeira. No carro, a caminho do trabalho, pega um conges­tionamento  de meia hora. Pelo menos tem o rádio para fazer companhia. E ar-condicionado, ufa. No escritório, ao sair do elevador, se alivia ao sentir o ar refrigerado. Liga o computador, imprime um relatório, envia um fax, tira a cópia de um documento, paga uma conta pela internet e fala ao telefone. Almoça num restaurante ali perto. No fim do dia, trânsito de novo. Afinal, em casa. Sem nem perceber, liga a televisão enquanto vai preparar o jantar, um congelado qualquer que ele aquece no forno de microondas. Assiste ao noticiário da TV enquanto come e a um DVD na seqüência. O celular toca: é a namorada, querendo saber o que farão no fim de semana. Combinam de viajar. Ele vai ao computador pesquisar um hotel e faz a reserva. Hora de dormir.

 

Chato falar disso, mas o planeta já está a caminho do colapso. A boa notícia é que é fácil ajudar a melhorar.

 

Para muita gente, o cotidiano do João não parece nada extravagante. No Rio de Janeiro, em Nova York ou em Roma há milhões de pessoas vivendo como ele. Mas a dura realidade é que para o planeta, João é um gastão – se você se identificou com alguns hábitos dele, não se ofenda, e não pare de ler. Eu sei que esse assunto é desconfortável, porque nos faz pensar no futuro, nas mudanças de hábito que precisamos ou desejamos adotar etc.. É como lem­brar a dieta que o médico receitou, o programa de exercícios que precisamos começar ou a visita ao dentista que es­tamos adiando – enfim, coisas que a gente gostaria de esquecer.

 

Mas não podemos. Se todos os 6,5 bilhões de habitantes do mundo vivessem como o João, o planeta en­traria imediatamente em colapso: fal­tariam eletricidade, petróleo, alimen­tos e até água. Em pouco tempo, não haveria espaço para o lixo que os bilhões de Joões e Marias produziriam – o papo chato já está acabando, mas antes disso me permita ir um pouco além. Na verdade, o colapso planetário já está a caminho. Mesmo com bilhões de pessoas vivendo em condições consideradas miseráveis e consumindo pouco, gastamos os recursos naturais em uma velocidade 20% mais rápida do que eles se renovam. Como não dá para aumentar o tamanho da Terra e a colonização de outros planetas é uma possibilidade remota, a escassez de recursos só vai piorar. Pronto, falei. Fim do noticiário ruim.

 

0 lado positivo é que você pode ajudar sem grandes esforços, sem entrar para o Greenpeace nem fazer greve de fome em cima de uma árvore. Acredite: se ler esta matéria até o fim, você já está ajudando. Quanto mais você se informa, mais se conscientiza so­e o efeito dos seus atos e acaba dimi­nuíndo seu impacto sobre o planeta. E às vezes isso nem dá trabalho. “Ado­tando medidas simples você consegue diminuir significativamente seu consumo , afirma o físico Délcio Rodrigues, um dos responsáveis por elaborar a cartilha “Sou Mais Nós”, do Instituto Akatu, ONG que promove o consumo consciente. Ao reduzir o consumo você diminui a pressão sobre os recursos naturais e gera menos esgoto, calor, po­ção e desmatamento, diz Genebaldo Freire Dias, técnico do Ibama, professor da Universidade Católica de Brasília e autor do livro 40 Contribuições Pessoais para a Sustentabilidade. 0 que você vai ler a seguir é como der isso sem precisar virar um ecochato. São dicas pontuais sobre atitudes do cotidiano. Algumas parecem banais e de alcance limitado, mas são todas muito importantes. Multiplicadas peIas várias vezes em que se repetem e pelos bilhões de habitantes do planeta­, fazem a diferença.

É claro que, por serem práticas, as dicas não dão conta de todas as situações da vida cotidiana. Portanto, é bom conhecer os princípios básicos em que elas se baseiam. São três. 0 primeiro é reduzir sua meta de consumo. 0 nível de conforto que se vende como sendo o desejável, aquele pelo qual as pessoas trabalham todo dia para alcançar, não é sustentável em nenhum país. Aprenda a ser feliz com menos. Mas essa estratégia tem limite. Alguma coisa esses bilhões de habitantes vão consumir. Então, é preciso consumir melhor, ou seja, consumir produtos que causem menos impacto. E reciclar. Reutilizar materiais, além de diminuir o uso de matéria-prima, reduz a produção de lixo.

 


Desligue a tomada

O chuveiro elétrico e o ferro de pas­sar são dois dos maiores consumidores de eletricidade. Se cada pessoa reduzir a ducha diária de 12 para 6 minutos, eco­nomizará energia para manter uma lâmpada acesa por sete horas. Se 1 mi­lhão de famílias fizer o mesmo, a econo­mia diária será equivalente à potência prevista de Angra 3, tornando desne­cessária a construção da usina nuclear.

 


Feche a torneira

Cada vez que você e mais seis ami­gos fecham a torneira ao escovar os dentes, economizam cerca de 122 litros de água tratada. Isso é suficiente para atender às necessidades diárias de uma criança. Um banho de 10 minutos gas­ta em média 160 litros de água. Mas vo­cê pode tentar diminuir esse tempo fe­chando o chuveiro para se ensaboar ou lavar os cabelos. Só com esse gesto, eco­nomizará em um ano cerca de 30 mil li­tros de água. Se 50 mil famílias imita­rem você, a água economizada em um ano será equivalente ao consumo anual de uma cidade como Búzios (RJ). Procure fazer o reuso da água. A que sai da máquina de lavar, por exemplo, po­de ser usada para limpar o quintal.

 


Vá a pé

O excesso de gás carbônico na at­mosfera é um dos principais responsá­veis pelo aumento da temperatura do planeta. Se carros e indústrias conti­nuarem a queimar combustíveis fósseis no ritmo atual, a temperatura média do planeta poderá aumentar em até 5 graus Celsius nos próximos 50 anos. A poluição do ar também provoca doen­ças respiratórias. Numa cidade como São Paulo, o ar contaminado por veícu­los mata 300 pessoas por ano. Quem deixa de usar o carro um dia por sema­na (considerando um percurso diário de 40 quilômetros), em um ano terá deixado de lançar na atmosfera uma quantidade de gás carbônico equiva­lente à que é retirada da atmosfera, pe­la fotossíntese, por 71 árvores de euca­lipto. Em outras palavras: deixar o car­ro em casa uma vez por semana equiva­le a 71 eucaliptos a mais no mundo. Dê preferência ao transporte público, à bi­cicleta ou às caminhadas.

 


Olha o desperdício

O ideal é evitar na origem que o li­xo seja produzido. Isso pode ser feito mudando suas atitudes de consumo, reduzindo suas compras, recusando embalagens desnecessárias, compran­do produtos com refil e reaproveitando sobras de comida. Em média, cada brasileiro produz diariamente 500 gra­mas de lixo. Esse número pode chegar a 1 quilo, dependendo do poder aqui­sitivo e do local onde se vive. No total, o Brasil produz cerca de 230 mil tone­ladas de lixo por dia, o que equivale a duas filas de caminhões de lixo de 5 to­neladas, ocupando o espaço de dez pontes Rio-Niterói.

 


A comida é sagrada

Em média, uma família de classe média desperdiça, por dia, 500 gramas de comida. Se 500 mil famílias reduzi­rem pela metade a quantidade de ali­mentos que jogam fora, 45 mil tonela­das de comida deixarão de ir para o lixo a cada ano, o suficiente para alimentar 250 mil pessoas pelo mesmo período. Planeje bem suas compras, evite com­prar alimentos em excesso e reaproveite cascas e outras sobras. Se tiver um quin­tal, instale uma composteira, que trans­forma restos orgânicos em adubo.

 


Não jogue fora

No trabalho, por exemplo, em vez de usar vários copinhos de plástico, use apenas um para o dia inteiro. Ou utili­ze uma garrafinha plástica, que pode ser preenchida com água várias vezes. Na hora de imprimir um documento, certifique-se que ele está do jeito que você quer. Isso evita reimprimi-lo e jo­gar papel fora. Ao economizar papel você evita a produção de resíduos e a derrubada de árvores. Além disso, economiza água. Para se produzir 1 quilo de papel são necessários 540 litros de água. Uma empresa que gaste 100 pacotes de 500 folhas por mês (o que é um gasto razoável para uma empresa que tenha de 50 a 100 funcionários) gasta, indiretamente, 128 mil litros de água por mês. Se metade do papel utilizado passasse a ser usado dos dois lados, o consumo de papel cairia 25%. Se 20 empresas de mesmo porte aderirem a essa prática, em um ano economizariam água suficiente para encher três piscinas olímpicas.

 


Recicle o lixo

Separe o lixo para reciclagem. Papel, vidro, plástico e metal – os principais materiais recicláveis – representam 38% do peso total dos resíduos gerados. Sua coleta mobiliza mais de 200 mil pessoas no Brasil, gerando uma fonte de renda para milhares de pessoas. A reciclagem de uma única latinha de alumínio economiza energia suficiente para manter uma lâmpada de 100 W acesa durante 3,5 horas. Cada quilo de vidro (o equivalente a uma garrafa de vidro vazia de 600 ml de cerveja) que você recicla evita a mineração de 1,3 quilo de areia, uma prática de alto impacto ambiental.

 


Reutilize o papel

Embalagens de papel, envelopes e folhas podem ser usadas na frente e no verso. Cada tonelada de papel economizada preserva cerca de 15 árvores. Se 20% dos consumidores brasileiros decidirem usar racionalmente o papel de escrever e baixarem em um quarto seu consumo, a cada mês deixarão de ser utilizados 95 hectares de florestas, o equivalente a 116 campos de futebol.

 


Encha de novo

Procure comprar produtos de limpeza, de higiene e de beleza com refil. Leve sua própria sacola para fazer compras. Se tiver que usar sacolas de plástico no supermercado, reutilize-as como saco de lixo. Ao reduzir o consumo de embalagens de plástico, você evita o consumo de petróleo. Cada quilo de plástico precisa de 2,5 litros de petróleo para ser fabricado. O Brasil recicla 17,5% do plástico rígido e filme, o que equivale a 200 mil toneladas por ano. O restante vai para o lixo, onde leva mais de 400 anos para se degradar. Depositado a céu aberto, o que acontece com 30% do lixo produzido no Brasil, ele dificulta a compactação do rejeito e prejudica a decomposição dos materiais degradáveis.

 


Escolha o que consome

Prefira produtos de empresas com programas de responsabilidade social e ambiental. Além de estimular os cuidados ambientais na produção, você estará punindo as empresas que não tomam medidas parecidas. E evite comprar produtos que agridam o meio ambiente. Por exemplo, evite comprar produtos embalados em isopor, cujo composto, o polietileno, demora 400 anos para se decompor. Dê preferência para embalagens de papelão, que podem ser recicladas.

 


Peça carona

A cada quilômetro rodado, um automóvel lança no ar 430 gramas de gás carbônico, um dos gases do efeito estufa, mais 2 gramas de monóxido de carbono, um gás venenoso para os seres humanos. Ao dar carona para seus amigos, além de melhorar a qualidade do ar, você diminui o número de carros circulando pelas ruas e reduz o trânsito. Também pode ser bom para o seu bolso, já que é uma forma de você dividir os gastos com combustível e com estacionamento.

 


Doe o que não usa

Não jogue fora roupas, livros e materiais escolares. Ao doá-los para creches, escolas e entidades assistenciais, você diminui a produção de resíduos, reduz a demanda por novos produtos e ainda ajuda quem precisa.

 


Conte para os outros

Só por ter lido até aqui você já fez bastante. As atitudes, como você viu, são simples, mas como adotá-las, sem saber delas? Informação é fundamental. Sempre que possível, conte para os outros o que descobriu.

 

Descubra o tamanho da sua pegada

Todo mundo deixa um rastro por onde passa -e sua extensão depende dos hábitos de consumo e da quantidade de lixo gerada, Para ter uma idéia do tamanho da encrenca, a ONG americana Redefining Progress criou um teste que avalia a “pegada ecológica” de cada pessoa, ou seja, quanto cada um de nós gasta de terra produtiva em hectares para viver de acordo com nossos hábitos. O questionário leva em conta dados sobre alimentação, transporte e uso de energia no cotidiano. Convidamos quatro pessoas com estilos de vida bem diferentes para fazer o teste. Adivinhe quem tem o rastro menor:

 




  • FLÁVIA LACERDA, 33 anos, diretora de programa de TV, separada, mora com o filho no Rio de Janeiro. “Tenho a impressão que produzo muito lixo, apesar de reciclar. Moro em um apartamento pequeno, ando bastante a pé e uso transporte público, mas vou sozinha de carro todo dia para o trabalho, que fica a uns 45 quilômetros de casa. Como carnes e laticínios em quase todas as refeições


  •  ELIENE ALEIXO DIAS, 32 anos, empregada doméstica, separada, mora com os três filhos na periferia de São Paulo. “Não tenho carro, só ando a pé e de ônibus e gasto o mínimo necessário. Moro em uma casa bem pequena e eu que preparo minhas refeições e as dos meus filhos, quase sempre com alimentos frescos.”


  • NIELS GUDME. 49 anos solteiro, trabalha e mora na ecovila Visão Futuro, em Porangaba, interior de São Paulo, com mais 15 pessoas. “A maioria dos alimentos é produzida !á. Ando muito a pé e de bicicleta e vou de ônibus para o Rio visitar a família todo mês. Trabalho e vivo no mesmo lugar e não consumo tanto quanto se morasse em uma cidade grande.”


  • MARCELO FURTADO, 41 anos, diretor de campanhas do Geenpeace, mora em São Paulo com a mulher e dois filhos. “A comida lá em casa é feita com orgânicos, Uso energia solar e compro produtos que poupam energia. Mudei de casa para ir trabalhar de Vileta. Mas meu trabalho exige que eu viaje muito de avião.”
  •  

    E o menor rastro vai para… Eliene, com 1,2 hectare. Na seqüência vêm Niels, com I,7; Flávia, com 0,2, e Marcelo, com 14,4 hectare. Os resultados não são lá muito animadores, já que no mundo existe 1,8 hectare de área produtiva por pessoa. “Quem tem baixa renda, como a Eliene, normalmente faz uma pontuação menor, porque tem pouco poder de consumo”, diz Dahlia Chazan.diretora do núcleo de sustentabilidade da Redefining Progress. “Tem também o caso das pessoas que tomam cuidado em vários aspectos da vida mas deslizam em outros, como o Marcelo, que anda muito de avião, ou a Flávia que mora longe do trabalho. Na verdade, o grande valor do questionário é fazer com que as pessoas parem para refletir sobre seus hábitos de consumo.” Você também pode fazer o teste no site


     


     


    PARA SABER MAIS


    SITES


    Instituto Aratu pelo Consumo Consciente,


    www.akatu.com.br


    Fundo Mundial para a Natureza,


    www.wwf.org.br


    Redefining Progress,


    www.redefiningprogress.org


    Instituto Visão Futuro,


    www.visaofuturo.org.br


     


    LIVROS:


    40 Contribuições Pessoais para a Sustentabilidade, Genebaldo Freire Dias, Gaia

    Fonte:

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    Bancários tomam os corredores da Alesp

    ncários da Nossa Caixa de todo o estado de São Paulo e trabalhadores de outras categorias ligadas ao governo estadual tomaram hoje (11) os corredores da Assembléia Legislativa (Alesp). Os trabalhadores foram protestar pela instalação de CPI que apure as denúncias contra o governo Alckmin e a apuração do uso da máquina pública do banco Nossa Caixa em contratos de publicidade.
    Logo no início da tarde, os bancários realizaram desfile de modas na rampa da Alesp, para lembrar dos 400 vestidos recebidos pela ex-primeira-dama Lu Alckmin. Depois, os participantes percorreram os gabinetes dos deputados entregando “fogões”, numa alusão à compra duplicada de fornos pela Nossa Caixa.
    “Se depender dos trabalhadores, essa não será mais uma denúncia sem apuração. Vamos lutar pela instalação da CPI e ainda brigar para que essa não se junte às outras 67 que o governo conseguiu barrar”, diz Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e funcionária da Nossa Caixa. Raquel teve um enfrentamento com o líder do governo na Assembléia, o deputado do PSDB Edson Aparecido.
    “Quis entregar um fogãozinho para ele e registrar que os bancários da Nossa Caixa querem saber o que está sendo feito do dinheiro do nosso banco, que é público. Ele não quis receber e ainda me empurrou”, conta Raquel. Os trabalhadores acompanharam atentamente a reunião da Comissão de Finanças, em que deputados apresentaram requerimentos pedindo a apuração de denúncias contra o governo. “Se depender da bancada governista, essas denúncias serão enterradas, como todas as outras. Por isso, os trabalhadores têm que pressionar os deputados para que as denúncias sejam devidamente apuradas e as verdades sobre o governo Alckmin sejam reveladas”, diz Raquel.


    Proservvi – Os empregados da Proservvi, em greve desde ontem, fazem assembléia hoje, às 18h, na Quadra do Sindicato, para decidir os rumos do movimento. Os trabalhadores protestam contra as condições precárias de trabalho impostas pela direção da empresa que presta serviços bancários para o Unibanco, Bradesco e ABN Real. Os trabalhadores reclamam de atraso nos salários, no depósito do FGTS, e do vale-transporte, além do não pagamento de horas-extras – a jornada chega a 12 horas diárias. Estão em greve 80% dos cerca de 1.500 funcionários da empresa nas unidades Barão de Limeira, Marechal Deodoro, São João, ABC, Osasco, Vila Matilde e Barra Funda.
    Apesar de prestarem serviços de natureza bancária – como o processamento dos envelopes do auto-atendimento e dos malotes das pessoas jurídicas, além da preparação dos cheques para compensação – as condições de salário, benefícios e de jornada de trabalho oferecidas aos terceirizados são infinitamente inferiores às dos bancários. Na última sexta-feira, a direção da Proservvi ofereceu entre R$ 17 e R$ 20 para cada funcionário para que não houvesse paralisação das atividades, o que só fez desencadear o movimento.

    Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

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    DESFILE DE MODA PEDE INSTALAÇÃO DE CPI NA ALESP

    O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realiza nesta terça-feira, dia 11, um desfile de moda para pedir instalação de CPI que apure as denúncias contra o governo Alckmin. O desfile – uma paródia para lembrar os cerca de 400 modelitos presenteados à ex-primeira-dama Lu Alckmin – será realizado a partir das 12h30, na rampa da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Logo depois, os participantes devem percorrer os gabinetes dos deputados entregando alguns “fogões”, numa alusão à compra duplicada de fornos pela Nossa Caixa. Devem participar do ato – que pede também a apuração do uso da máquina pública do banco em contratos de publicidade –  aproximadamente 250 pessoas das diferentes categorias de trabalhadores ligados ao governo estadual.


    “Vamos fazer de tudo para que essa não seja mais uma denúncia não apurada e que, se instalada, essa CPI não se junte às outras 67 que o governo conseguiu barrar ao longo dos últimos anos”, afirma Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato e funcionária da Nossa Caixa. “Nosso objetivo é mostrar aos brasileiros que o Alckmin só fala em ética e moralidade da boca para fora, que aqui no estado de São Paulo os trabalhadores sofrem e nenhuma denúncia contra o governo é apurada porque os deputados tucanos e da base aliada ao PSDB são maioria”, destaca Raquel.


    A diretora do Sindicato lembra, ainda, a luta contra privatização do último banco público do estado de São Paulo, que vem sendo feita aos poucos, com a venda de subsidiárias da empresa. “Vamos continuar na Justiça e nas ruas para proibir o governo tucano de vender mais esse patrimônio do povo brasileiro”, completa a dirigente.

    Fonte: Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

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    MUDOS

    Muitos são os anéis que seus aniversários desenharam em seu tronco. Estas árvores, estes gigantes cheios de anos, levam séculos cravados no fundo da terra, e não podem fugir. Indefesos diante das serras elétricas, rangem e caem. Em cada derrubada o mundo vem abaixo; e a passarada fica sem casa.

    Morrem assassinados os velhos estorvos. Em seu lugar, crescem os jovens rentáveis. Os bosques nativos abrem espaço para os bosques artificiais. A ordem, a ordem militar, ordem industrial, triunfa sobre o caos natural.

    Parecem soldados em fila os pinheiros e eucaliptos de exportação, que marcham rumo ao mercado internacional.

    Fast food, fast wood: os bosques artificiais crescem num instante e vendem-se num piscar de olhos. Fontes de divisas, exemplos de desenvolvimento, símbolos de progresso, esses criadouros de madeira ressecam a terra e arruínam os solos.

    Neles, os pássaros não cantam.

    As pessoas os chamam de bosques do silêncio.


     

    Eduardo Galeano

    Fonte:

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    TRATAMENTO DE FISIOTERAPIA NEUROLÓGICA

    O Instituto de Neurologia Deolindo Couto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) oferece à comunidade, gratuitamente, tratamento de fisioterapia neurológica. Na maioria das vezes, os pacientes atendidos pelo serviço são vítimas de acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, traumatismos cranianos, demências, paralisias faciais periféricas além de vários outros tipos de doenças neurológicas.


    O serviço tem a supervisão de José Vicente Martins, professor de Fisioterapia Neurológica da UFRJ. Além dele, atuam no serviço a professora Fernanda Guimarães e alunos do 7° e 8º períodos do curso de Fisioterapia, que passam por um estágio supervisionado. Há atendimentos individualizados e em grupo. Cada consulta dura em média 50 minutos.


    Para receber o atendimento, a pessoa deve ir ao Instituto de Neurologia Deolindo Couto e fazer uma avaliação com o Neurologista, que indicará o tratamento de fisioterapia neurológica mais adequado .


    O setor de fisioterapia atende de 2a. a 5a. de 08:00 às 12:00h e fica na avenida. Venceslau Brás, 95 – Campus Praia Vermelha. Tel: (021) 2295-6282 Fax.: (021) 2295-9794 / e-mail: [email protected]

    Fonte: Olhar Virtual – informativo da UFRJ

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    PEDESTRE ATROPELADA É CONDENADA POR IMPRUDÊNCIA

    Pedestre atropelada por atravessar a rua fora da faixa de segurança e de forma imprudente deve indenizar quem a atropelou por danos materiais. O entendimento é do Juizado Especial Cível da Comarca de Guaíba (RS), que condenou a pedestre a pagar indenização de R$ 1,8 mil para um motoqueiro. Cabe recurso.


      O presidente do juizado, juiz Gilberto Schäfer, baseou sua decisão no artigo 69 do Código de Trânsito Brasileiro. Segundo o dispositivo, para cruzar a pista de rolamento, o transeunte deve tomar as necessárias precauções de segurança.


    De acordo com a decisão, as testemunhas apresentadas pelo condutor do veículo comprovam a versão de que a culpa do evento danoso foi da pedestre. Elas afirmaram que a mesma agiu de forma imprudente no momento de atravessar a rua, não tomando todos os cuidados necessários. Declararam que houve, no mínimo, desatenção da mesma. Já as testemunhas da pedestre não conseguiram provar a culpa do motoqueiro. O acidente ocorreu em novembro de 2004.


    Na avaliação do juiz, os motoristas não podem ser penalizados quando comprovada a falta de cuidado daqueles que se aventuram na travessia de vias destinadas ao trânsito de veículo. “Embora haja a presunção de culpa dos motoristas nas vias urbanas, esse fato não descarta a possibilidade de provar que o evento ocorreu por imprudência ou negligência do pedestre. Não é raro demonstrar que a culpa foi do pedestre, mas o que é incomum é o motorista acionar o pedestre para lhe cobrar os danos”.

    Processo: 30400041652

    Fonte: Revista Consultor Jurídico

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    CHAPA CUTISTA VENCE ELEIÇÕES DO SEEB-RIO

    Com 68% dos votos, a Chapa 1 venceu – em todos os bairros – as eleições para a diretoria do Sindicato do Rio para o triênio 2006-2009. Dos 13.608 bancários que participaram da eleição, 9.045 votaram na chapa cutista e 4.291 na Chapa 2. Os votos brancos foram 58 (0,42%) e os nulos somaram 214 (1,57%).


    A Federação parabeniza a chapa vencedora e deseja uma gestão produtiva e proveitosa para toda a categoria bancária no município do Rio de Janeiro.

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