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Arapuca do consignado mantém risco de assédio na Caixa

A possibilidade de realizar empréstimos consignados a partir de recursos que serão pagos às famílias por meio do Auxílio Brasil e às pequenas e microempresas pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), somada ao aumento do percentual de comprometimento da renda para até 40%, pode ampliar o endividamento dos brasileiros, o assédio moral e a sobrecarga de trabalho dos empregados da Caixa Econômica Federal, segundo a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

“Sabemos que se trata de uma medida no mínimo controversa, com prazo de validade somente até o final do ano, e que o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil não será suficiente para se adquirir uma cesta básica, ainda mais que há uma enorme carestia de preços no Brasil”, observou a presidenta da Contraf-CUT. “E os empregados da Caixa, o banco que mais atua no pagamento dos benefícios sociais aos brasileiros, podem se ver obrigados a cumprir metas de empréstimos consignados com lastro no benefício”, completou.

Assédio continua

Para o empregado da Caixa e dirigente da Contraf-CUT, Rafael de Castro, apesar de o banco dizer que a possibilidade de empréstimos consignados não vai gerar aumento das exigências por metas, na prática, já está havendo a cobrança. “A Caixa soltou um comunicado recomendando que se evite a oferta de produtos que agravem a situação de endividamento e baixa renda dos clientes, mas imediatamente depois lançou uma ação duplicando as metas e com premiação para quem aumentar a venda de produtos para pagamento em parcelas”, explicou. “Não houve mudança no cenário econômico e nem outros produtos que justifiquem a duplicação das metas. É óbvio que os empregados serão, mais uma vez, forçados a empurrar produtos que agravem a situação já grave dos beneficiários do Auxílio Brasil e das empresas que se enquadram no perfil a ser atendido pelo Pronampe”, completou e apontou que a política de cumprimento de metas, implementada no banco recentemente, prejudica o perfil banco público de atuação social e o aproxima dos bancos privados comerciais.

Em comunicados informais, a Caixa evidencia a alteração da regra do prestamista, que agora permite agendar o pagamento do boleto para 10 dias, para adequar as negociações ao produto no Pronampe.  Outra mudança informada é a premiação de todas as operações de crédito que tenham cross sell de Prestamista superior a 0,75% do valor da operação. Cross sell é a venda de produtos adicionais ao inicialmente contratado pelo cliente.

A sobrecarga de trabalho dos empregados, o assédio para cumprimento de metas e as demais questões relacionadas às condições de trabalho serão tratadas na reunião entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e o banco, agendada para esta quarta-feira (20) como parte das negociações específicas da Campanha Nacional dos Bancários sobre o tema.

“Vamos cobrar da nova direção da Caixa o compromisso assumido, há menos de duas semanas, de que não serão tolerados mais casos de assédio no banco, incluindo a prática de se imputar subjetivamente aos empregados responsabilidade por metas inalcançáveis e em produtos que não exigem a contratação de seguro, que, mantidas as instruções dos comunicados enviados, segue o mesmo rumo já traçado pela gestão Pedro Guimarães”, disse o coordenador da CEE Caixa, Clotário Cardoso.

Perda de direitos, da renda e endividamento

Segundo um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor da Cesta Básica está próximo de R$ 800,00, comprometendo 70% do salário mínimo. Os dados também apontam que 77% das famílias brasileiras estão endividadas, 29% com dívidas em atraso e 11% não terão como pagar as dívidas. O endividamento das famílias chegou a 52,6% da renda acumulada em 12 meses e o comprometimento mensal da renda com o serviço da dívida com o setor financeiro chegou a 28% da renda das famílias.

Para a presidenta da Contraf-CUT, o que pode parecer um benefício acaba sendo uma arapuca que vai prender as famílias em dívidas com os bancos. “Diante dessa conjuntura, ao invés de criar políticas de geração de emprego, aumento da renda, redução da inflação e correção da tabela do imposto de renda, o governo propõe medidas que irão gerar ainda mais endividamento para as famílias brasileiras, inclusive entre as mais vulneráveis que recebem o Auxílio Brasil, com a medida provisória que amplia a margem para o empréstimo consignado e autoriza esse tipo de empréstimo para beneficiários do Auxílio Brasil”, observou.

A medida permite que beneficiários do programa social se endividem com crédito consignado, o que significa que as parcelas a serem pagas aos bancos serão descontadas na fonte até o limite de 40% da renda dessas pessoas. de um lado o governo aumenta 200 reais no auxilio (que passa de 400 pra 600), mas por outro lado permite que 240 reais (40% dos 600) sejam descontados na fonte caso a pessoa pegue credito consignado junto aos bancos.

A taxa média de juros do crédito consignado encontra-se atualmente em 23% ao ano, aumento de 4,1 pontos percentuais nos últimos 12 meses. Isso porque as taxas para servidores públicos e aposentados é mais baixa e traz a média para baixo, mas se considerarmos apenas os juros do consignado para trabalhadores do setor privado a taxa está em 36,2% ao ano, aumento de 5,9 pontos percentuais nos últimos 12 meses.

“Desde a reforma trabalhista, a classe trabalhadora vem perdendo direitos e sua renda média caiu, com os salários sendo reajustados abaixo da inflação. Nós bancários conseguimos aumento real (acima da inflação) graças às campanhas com negociações muito duras. Mas, infelizmente, esta não é a realidade da maioria dos trabalhadores”, completou.

Os salários médios dos empregados com carteira assinada tiveram reajuste abaixo da inflação nos três anos posteriores à reforma trabalhista (2018-2020), de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). A queda acumulada entre 2018 e 2020, em termos reais, foi de cerca de 10%.

Fonte: Contraf-CUT

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Gestão de Pedro Guimarães na Caixa foi marcada por retaliações contra funcionários

A gestão de Pedro Guimarães na presidência da Caixa Econômica Federal foi marcada por atos de retaliações contra funcionários que exerceram postos de comando no banco durante governos anteriores e também contra funcionários que tiveram algum atrito com a alta direção. Guimarães deixou a presidência do banco em 29 de junho, após acusações de assédio sexual.

Por conta dessa postura da presidência do banco, dezenas de funcionários da Caixa Econômica Federal que chegaram ao topo da carreira estão lotados em agências bancárias ou subaproveitados. É o que aponta reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada nessa segunda-feira (18).

A reportagem encontrou ex-dirigentes com salários de até R$ 45 mil dividindo as mesmas funções com servidores recém-ingressados no banco que ganham cerca de R$ 3.000.

O caso está sendo investigado pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). Em um documento enviado ao órgão, a Caixa afirma que, só em Brasília, 123 funcionários foram transferidos da matriz para agências bancárias em um intervalo de 90 dias entre o final de 2020 e o começo de 2021.

Entidades sindicais que representam os bancários contestam a empresa e dizem que o contingente de transferidos é maior. Em fevereiro, o inquérito foi prorrogado por mais um ano.

Como os servidores exerceram os cargos anteriores por mais de dez anos, eles incorporaram os salários mais altos, mesmo desempenhando agora outras atividades. Em muitos casos, a Caixa também investiu na formação dos empregados hoje subaproveitados bancando cursos e certificações.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) apontaram ao MPT que as transferências foram feitas abruptamente, com “critérios discriminatórios” e falta de transparência.

As associações sindicais dizem ainda que, em alguns casos, as movimentações feitas pelo banco queriam forçar os funcionários mais antigos a deixar a empresa por meio do programa de desligamento voluntário.

Em nota, a Caixa disse que “realiza a movimentação interna de seus empregados conforme a legislação em vigor e observando as necessidades estratégicas do banco”. A empresa afirmou que é a maior instituição financeira do país em número de clientes e que os bons resultados são reflexo do trabalho dos 250 mil colaboradores, incluindo 87 mil empregados.

A empresa afirmou ainda que existem investigações internas em andamento, que o Conselho de Administração determinou a contratação de empresa externa e independente para verificar todos os casos e que o canal de denúncias é gerido por entidade externa, que se responsabiliza pela preservação da identidade dos denunciantes.

Confira a reportagem

Fonte: Rede Brasil Atual

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Funcionários do BB cobram da Cassi posicionamento sobre nova regra da ANS

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicará em 1º de agosto, no Diário Oficial da União, a nova regra que determina que os planos de saúde não poderão mais limitar o número de consultas e sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) ainda não se manifestou sobre a medida, aprovada no início de julho pela ANS e que passará a valer com a publicação.

“A atenção à saúde psicológica e até mesmo física dos bancários, com lesões por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares (LER/DORT), é necessária e urgente. O fim da limitação do número de consultas para o tratamento desses problemas pela Cassi sempre foi uma reivindicação nossa”, aponta o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. A categoria está entre as mais afetadas por doenças do trabalho, fenômeno intimamente relacionado às pressões por metas, acúmulos de funções e a sobrecarga comuns à atual rotina do bancário.

Antes da decisão da ANS, os planos eram obrigados a conceder uma cobertura mínima, que variava de 12 a 18 sessões por ano, podendo chegar a 40 ao ano, dependendo do transtorno tratado. “Essa quantidade sempre foi insuficiente para a demanda real das bancárias e bancários”, ressalta João.

Segundo dados do INSS, compilados pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), entre 2012 e 2021, doença foi a maior razão de afastamento dos bancários, responsável por 74,3% dos casos, contra 25,7% por acidentes. Os adoecimentos mais comuns registrados foram depressão, ansiedade, estresse e LER/DORT. O Observatório de Saúde do Trabalhador, do Ministério Público do Trabalho, aponta ainda que a incidência de doenças mentais e tendinites entre bancários é de três a quatro vezes maior que a da média da população.

Fonte: Contraf-CUT

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Caixa mantém aprovados em concurso na incerteza, empregados sob pressão e povo sofrendo nas filas

Caixa Econômica Federal tem atualmente um déficit de mais de 20 mil trabalhadores, para dar conta das demandas de atendimento ao público, segundo levantamento da Federação Nacional das Associações do Pessoal (Fenae) do banco. A principal razão é a falta de reposição adequada das demissões e desligamentos. Do golpe de 2016 para cá, o cenário se agravou. De 94.978 empregados naquele ano, em 2021 a Caixa contava com 84.751, segundo a entidade. O resultado é o sucateamento do serviço à população, nítido nas filas observadas nas agências.

Ainda em 2014, a Caixa realizou concurso público para a formação de cadastro de reserva. Foram aprovados 32.800 concorrentes. Contudo, desde então, só foram nomeados de fato cerca de 6 mil. Além disso, o banco impõe a cerca de mil outros aprovados uma situação de insegurança e incerteza.

Recentemente, 1.106 concurseiros aprovados em 2014 foram convocados – em abril – e já realizaram até os exames médicos admissionais. Porém, seguem à espera da Caixa, que não informa quando começarão a trabalhar. Diante desse cenário, aprovados e trabalhadores da Caixa realizaram nesta segunda-feira (18) uma mobilização nas redes sociais com a hashtag #ContrataCaixa.

Angústia

Jucimaria é uma das convocadas e aguarda para iniciar suas atividades. “A demora para nossa contratação é muito angustiante. Ela não mexe somente com nosso psicológico. Criamos expectativa de começar a nova etapa, mas afeta a vida como um todo. Assim como eu, outros convocados tiveram que fazer uma mudança brusca na vida para assumir a nomeação. Tive que sair do meu emprego, porque não tinha como permanecer”, afirma à RBA.

“Porém, lá se vão quase 90 dias da convocação, dois meses dos exames feitos e nada. Nossa vida está pausada, porque saímos dos nossos empregos devido à convocação. Isso é muito frustrante, porque temos uma vida, compromissos. Planejamos tudo e não tivemos nenhuma satisfação”, completa.

Outra aprovada no concurso da Caixa, Aline conta que seus exames foram concluídos no dia 30 de maio. “Até o momento não temos expectativas, nem com quem falar. Estou sem trabalhar há 45 dias (…) trabalhava em um grande banco, pedi o desligamento. Estamos ansiosos e angustiados. Primeiro por estarmos parados e também por não conseguirmos respostas concretas. Outras convocações não demoraram tanto e agora não sabemos o que fazer”, conta.

Planos interrompidos

O aprovado Paulo César lembra que interrompeu planos para tomar posse na Caixa. “Cursava Odontologia na (universidade) federal de Alfenas (MG). Com as mudanças, tive que cancelar tudo por causa da Caixa. Preparei toda a papelada e documentação para a convocação. Foram gastos com hotel, deslocamento, alimentação. Tudo isso na euforia de tomar posse. Agora aguardo há quase 60 dias desde a aprovação nos exames. É uma angústia porque não sabemos o que fazer. Ficamos ansiosos, deprimidos, sem certeza. Ficamos apreensivos, eu e minha esposa. Aguardamos ansiosamente uma posição da Caixa. Foram quatro viagens para Belo Horizonte com meu dinheiro e parece que foi para nada”, lamenta.

Ana Paula passa pela mesma situação. Aprovada no concurso da Caixa, ela mudou de cidade para poder assumir seu novo posto. “Fui aprovada em Campo Grande, mas me chamaram para Corumbá. Aceitei a designação, mandei toda a documentação e me pediram os exames. O médico me disse que estava apta e que eu deveria começar em uma semana. Não foi o que aconteceu. Já aluguei casa em Corumbá e eu fico nessa. Tenho família, tirei filhos da escola antiga, os matriculei novamente. Estou morando de favor na casa dos meus sogros. Mexeram muito com o psicológico da família, estamos reféns disso. Gostaria de saber se vou mesmo ser convocada, os exames podem vencer.”

Necessário

A presidenta da Comissão Independente dos Aprovados da Caixa de 2014, Isabela Freitas, foi aprovada no concurso da Caixa e aguarda a convocação. Ela está no cadastro de reserva entre os próximos que devem ser chamados. “A contratação dos aprovados do referido concurso é a única alternativa que o banco possui para dotar suas agências de funcionários para atender a demanda”, afirmou à reportagem. Ela destaca, por exemplo, que a maioria dos beneficiários dos programas sociais não têm acesso ou conhecimento para utilizar as tecnologias de autoatendimento e que é fundamental a presença de empregados do banco para as orientações.

Isabela lembra que a Caixa é essencial para o cumprimento de políticas públicas e se revelou ainda mais relevante no contexto da pandemia de covid-19. “Nos últimos três anos a Caixa se tornou o principal agente executor das políticas sociais do governo. Foi assim com pagamento do auxílio emergencial, Auxílio Brasil, (saques do) FGTS.” Medidas como essas provocam grande aumento de demanda de serviços para os empregados do banco, explica. “As filas de atendimento são enormes.”

Expectativa

A representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita Serrano, procurou a diretoria do banco para tratar da reivindicação. “A informação é de que a Caixa chamará por grupos, nos próximos dias, todos os que estão aptos”. A Fenae enfatiza que a lentidão prejudica tanto os aprovados, como o pessoal da ativa. “Nossa luta por mais contratações é imediata, para garantirmos condições dignas de trabalho na Caixa. Enquanto isso, a direção do banco segue cobrando metas abusivas dos empregados, que estão obrigados a jornadas de trabalho exaustivas.”

A Fenae também lembra que a Caixa é o banco no Brasil hoje com déficit mais evidente. “Os números são preocupantes: entre os cinco maiores bancos, a Caixa é o que tem mais clientes por empregados. Segundo dados do Dieese, são 1.775 clientes por empregado”. Para comparação, o Itaú atua com 1.084 clientes por funcionário, o Bradesco, 1.143, o Santander, 1.016, e o Banco do Brasil, 826.

De acordo com a legislação, a validade dos concursos públicos é de dois anos, prorrogáveis por mais um período igual subsequente. Contudo, a Fenae e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) ingressaram com ação bem sucedida na Justiça para garantir a nomeação dos aprovados em 2014.

A presidenta da Contraf, Juvandia Moreira, classifica como absurda a não contratação do pessoal e a possibilidade da realização de um novo concurso para a Caixa, ventilada pelo governo federal. “Esse governo não tem compromisso com a população. Quer abrir concurso sem necessidade, mesmo sabendo que é ano eleitoral e não poderá convocar”, disse.

Sobrecarregados

“A Caixa precisa contratar mais empregados com urgência para acabar com a sobrecarga dos empregados. E as contratações devem levar em conta a lista de aprovados no concurso de 2014, como determina a Justiça”, completou Juvandia. “De dezembro de 2015 a setembro de 2021 houve uma redução de 12.707 postos no quadro de trabalhadores da Caixa. Mesmo com o aumento dos atendimentos feitos pelo banco. Os empregados estão sobrecarregados”, concluiu.

O Sindicato dos Bancários da Bahia divulgou nota hoje sobre a urgência das contratações. “O déficit do banco 100% público é de mais de 20 mil trabalhadores. O quadro de pessoal foi reduzido de 101 mil para pouco mais de 81 mil (de 2014 para cá). Com a carência de empregados, a sobrecarga e adoecimento são as realidades dos bancários nas agências e locais de trabalho da Caixa. Sem falar nas filas enormes que os clientes enfrentam para conseguir atendimento. A Caixa precisa cumprir o prometido e convocar os concursados para amenizar o caos nas agências”, diz a entidade.

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Eleições: solicitação para o voto em trânsito já está valendo, e vai até 18 de agosto

Começou nesta segunda-feira (18) o prazo para eleitores do Brasil solicitarem o chamado voto em trânsito. É uma transferência temporária de domicílio eleitoral, para outra cidade, desde que esta tenha mais de 100 mil eleitores. A solicitação pode ser feita até 18 de agosto.

Se o eleitor já souber que estará em outra cidade no dia da votação (2 de outubro), pode fazer o pedido. Se for em outro estado, ele poderá votar apenas para presidente da República. Se estiver na mesma unidade da federação, mantém o direito de votar em todos os cargos em disputa (presidente, governador, senador, deputados federal, estadual ou distrital). “É importante lembrar que a medida não se aplica a quem estiver no exterior”, lembra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Pedido apenas presencial

Ainda segundo a Justiça Eleitoral, os pedidos devem ser feitos presencialmente. Não há opção de solicitação via internet. Assim, é preciso procurar um cartório eleitoral, levando um documento oficial com foto.

Além disso, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida podem votar em outra seção ou em local de votação diferente da sua circunscrição. “O requerimento dessas pessoas para votar em local que melhor atenda às suas necessidades deve ser feito em qualquer cartório eleitoral pelo próprio interessado ou por meio de curador, apoiador ou procurador”, informa o tribunal. Mesários e pessoas convocadas para apoio logístico podem também solicitar transferência temporária – nesse caso, o prazo vai até 26 de agosto.

Fonte: Rede Brasil Atual

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Caixa cobra R$ 6 milhões de empregado por custeio parcial do ‘remédio mais caro do mundo’ para tratar filho

A Caixa Econômica Federal tenta obrigar família a devolver ao banco cerca de R$ 6 milhões, em devolução ao valor usado para custear parcialmente a importação de um medicamento para o filho pequeno que sofre de atrofia muscular espinhal (AME). Aos 3 meses de idade, o menino Heitor Moreira foi diagnosticado com a doença, que é genética, rara, degenerativa e progressiva. A família só conseguiu que o plano de saúde dos empregados da Caixa arcasse com parte das despesas na Justiça. Mas o banco público está recorrendo da sentença. A reportagem é do portal UOL.

O medicamento em questão é o Zolgensma, considerado o “remédio mais caro do mundo”, que custava, na época, cerca de R$ 9 milhões. Os pais de Heitor conseguiram arrecadar R$ 3,5 milhões, por meio de uma campanha na internet. Uma decisão da Justiça do Trabalho obrigou o plano do banco a arcar com a diferença. Porém, a Caixa recorreu e quer a devolução do custeio – em valores corrigidos.

O processo está agora no Tribunal Superior do Trabalho (TST), última instância possível. Uma primeira audiência de conciliação naquela Corte deve ocorrer em breve, mas o julgamento pode demorar até três anos para ser concluído.

Porém, conforme a reportagem, a família de Heitor, que não tem condições de arcar com o valor requerido, “se angustia” com a possibilidade de um revés contra o banco – público – em que o pai da criança trabalha.

Qualidade de vida

O Zolgensma é administrado em dose única. Ele não cura a AME, mas é capaz de interromper a progressão da doença. Após tomar o medicamento, Heitor apresentou “melhoras significativas”, segundo o relato. Antes do remédio, Heitor dependia de um respirador 24 horas por dia. Agora, ele só usa o aparelho para dormir, além de ter tido progressos motores. O menino já consegue, inclusive, sustentar a cabeça, ficar sentado e até parar em pé com a ajuda de aparelhos.

Contudo, a família teve de continuar com as campanhas de financiamento, já que o menino necessita tratamento constante com fisioterapeuta e fonoaudiólogo, além dos equipamentos que o auxiliam no dia a dia. Só com fisioterapeuta, os pais relataram despesa de cerca de R$ 10 mil por mês. A fisioterapia também não era coberta pelo plano. Só recentemente, após nova ação que precisou ser levada à Justiça, os pais conseguiram o direito de receber o reembolso.

Caixa silencia

Procurada pelo UOL, a Caixa não comentou o assunto. Em resposta, a instituição afirmou apenas que “não comenta ações judiciais em curso e enfatiza que cumpre todas as decisões proferidas pelos respectivos juízos”.

Fonte: Rede Brasil Atual

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Rede Mulheres da UNI Brasil realiza 10ª Oficina de Formação

A Rede Mulheres da UNI Brasil realizou, na última sexta-feira (15) e no último sábado (16), a 10ª Oficina de Formação, na Colônia dos Comerciários, em Praia Grande, São Paulo.

Entre os temas abordados, a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o primeiro tratado internacional para enfrentar a violência e o assédio a entrar em vigor, e a violência política de gênero.

Na sexta, também ocorreu a oficina de redes sociais.

“A violência de gênero é estrutural, isso quer dizer que é uma construção histórica, que assola nossa sociedade. Então, precisamos da responsabilidade de todas e de todos para combater essa violência, estabelecer uma cultura em que todos nós participemos do acolhimento à vítima, tanto no momento da denúncia quanto na devida responsabilização dos autores da violência”, destacou a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes, durante sua fala de abertura. “Por isso, reforçamos a importância da ratificação da Convenção 190, que traz medidas para coibir a violência de gênero”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

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CEE cobra rigor na apuração de assédio sexual na Caixa

Condições de trabalho, apuração rigorosa das denúncias de assédio sexual e combate efetivo a qualquer tipo de assédio na Caixa. Esses foram os temas da primeira reunião de negociação entre a Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE) e o banco, que aconteceu nesta quinta-feira (14) e faz parte da rodada específica da campanha salarial de 2022. Os participantes manifestaram pesar pelo falecimento de Jorge Furlan, que fazia parte da CEE.

Clotário Cardoso, coordenador da CEE, cobrou esclarecimentos sobre as graves denúncias de assédio sexual e moral praticados por Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, enquanto ainda estava no cargo. “A situação é gravíssima. Obviamente respeitamos o direito de defesa de todas as pessoas, mas queremos apuração rigorosa dos casos não só de Pedro Guimarães, mas de outros dirigentes do banco que também foram acusados”, enfatizou.

“O assédio moral já está comprovado em áudios e vídeos e devem ser punidos. E foi praticado, inclusive, com pessoas com deficiência, colocando a vida dessas pessoas em risco”, disse o coordenador, lembrando que existem ações contra o assédio no banco, propostas por entidades, tramitando na Justiça.

Vivian Sá, que representa a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de São Paulo (Fetec/SP), disse que nada do que aconteceu vai ser esquecido. “Nesse sentido, algumas posturas são preocupantes, como a da presidente do banco, que disse que vai virar a página. Não. Nós não vamos esquecer”, afirmou.

Rachel Weber, diretora de Políticas Sociais da Fenae e representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi/RS), informou que as entidades estão preparadas para acolher as mulheres que quiserem fazer denúncias, por meio de canais como o plantão jurídico da Fenae, além de acompanhamento psicológico. “Todas as mulheres da Caixa foram afetadas. O que aconteceu não pode se tornar uma receita de medo – ao contrário, a força dessas mulheres nos mostra que não devemos nos calar, nos silenciar diante de situações de assédio”, pontuou.

Os representantes dos empregados reforçaram as cobranças de rigor na apuração. Emanoel Souza, representante da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, enfatizou a gravidade das denúncias. “Precisamos de uma apuração profunda e célere. A situação também revelou uma desestruturação organizacional”, opinou. Emanoel também propôs que o Acordo Coletivo preveja o acesso do movimento sindical às denúncias, para que o trabalhador seja protegido.

Janaína Daniel, representante da Caixa, se solidarizou com as mulheres, tratou com cuidado as cobranças da Comissão e concordou que “é inadmissível a gente pensar em assédio sexual no âmbito das empresas”.

Canal de denúncias

O banco apresentou um novo canal de denúncias de assédio moral e sexual – o Diálogo Seguro Caixa. Segundo Cardoso, embora reconheça a iniciativa do banco, a Comissão vai estudar o canal. “Precisamos de garantias de que é um canal seguro, onde as mulheres serão realmente acolhidas e respeitadas. É fundamental que as entidades tenham acesso e acompanhem as denúncias. Também precisamos fomentar a cultura da denúncia”, destacou. “Estamos num bom caminho das negociações. Este modelo será estudado, aperfeiçoado e vamos negociar para que seja incluído nas cláusulas do Acordo Coletivo”, informou o coordenador.

A próxima reunião está marcada para quarta-feira (20).

 

Calendário de negociação

20/7 – condições e jornada de trabalho e teletrabalho

21/7 – Saúde do Trabalhador e Saúde Caixa

25/7 – Teletrabalho

27/7 – Funcef e benefícios

2/8 – Pendências

Fonte: Contraf-CUT

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Bancários do BB discutem combate ao assédio em primeira rodada de negociação específica

Nesta sexta-feira, 15 de julho, a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) participou da primeira rodada de negociação específica com o banco.

O tema foi igualdade de oportunidades, com foco no assédio moral e sexual.

Goretti Barone, diretora do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários/ES), representou a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na reunião.

“Entendemos que esse tema está na ordem do dia. As negociações com a Fenaban já foram iniciadas e precisamos avançar conjuntamente para superar essas violências no nosso ambiente de trabalho”, declarou Goretti Barone.

As propostas da CEBB para o combate ao assédio acompanham as exigências apresentadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) à Fenaban, durante a reunião do Comando Nacional, realizada no dia 6 de julho: treinamento e formação do quadro para a promoção de debates sobre o tema; acolhimento das denúncias e apuração bipartite (banco e sindicato); proteção e assistência às vítimas e punição dos culpados.

A pauta foi apresentada pela Secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes.

Dados do assédio

Durante a reunião, a CEBB ratificou a ocorrência de assédio sexual no mercado de trabalho, com base em pesquisa da consultoria Think Eva e da rede social coorporativa LinkedIn, que indicam que 47,12% das participantes afirmam ter sido vítimas de assédio sexual.

A mesma pesquisa aponta impactos para saúde das mulheres assediadas, como sintomas de ansiedade e depressão, diminuição da autoestima, afastamento dos colegas de trabalho e medo. Entre as barreiras indicadas para que as mulheres denunciem a violência sofrida estão a sensação de impunidade em relação ao assediador, o medo de exposição e a culpabilização da vítima.

Diante desses dados, a Comissão de Empresa questionou o banco sobre os procedimentos de acolhimento às vítimas e o tratamento das denúncias de assédio. “Salientamos que é importante incentivar uma cultura geral de combate ao assédio. Não pode haver tolerância e a responsabilidade de denunciar deve ser coletiva, não apenas da vítima. Se eu vejo um colega sendo assediado, preciso interferir. Defendemos, nesse sentido, uma prática de solidariedade, aliada a uma política institucional sólida de combate à violência sexual e moral no banco”, explicou Goretti.

Segundo a diretora, os representantes do banco reconheceram que o assédio sexual existe e se mostraram preocupados com o problema. “Queremos agora que essa preocupação se converta em ações efetivas de combate para pôr fim a essa prática”, concluiu.

Calendário específico

A Comissão de Empresa solicitou uma nova reunião sobre o tema de igualdade de oportunidades para tratar de outros pontos, como a questão racial e o respeito à diversidade. A data ainda não foi confirmada, mas deve se somar ao calendário geral de negociações com o BB, já definido:

15/07 – Igualdade de oportunidades

27/07 – Emprego e terceirização

29/07 – Cláusulas sociais

02/08 – Segurança bancária

04/08 – Teletrabalho

09/08 – Saúde e condições de trabalho

15/08 – Cláusulas econômicas

17/08 – Representação

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Funcionários discutem igualdade de oportunidades no Banco do Brasil

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) está convocando os representantes das federações para mesa de negociação com o banco, nesta sexta-feira (15). O tema será “Igualdade de Oportunidades”, que contempla o combate à discriminação, por salários iguais para trabalho de igual função, independente de condição física, raça, cor, gênero, idade e orientação sexual.

“Entre as nossas reivindicações está a implantação de um programa de igualdade de oportunidade de gênero, raça e pessoa com deficiência, respeitando a orientação sexual, de acordo com artigo da nossa Minuta de Reivindicações da Categoria Bancária para a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), Fenaban/Contraf 2022/2023”, explica o coordenador da CEBB, João Fukunaga.

Combate ao assédio moral e sexual

Na reunião, os bancários darão destaque ao combate a toda forma de abuso no ambiente de trabalho. “Nos últimos anos houve uma escalada de denúncias, vindas dos trabalhadores bancários, de assédio sexual e moral no ambiente de trabalho. Precisamos aumentar os mecanismos de combate a esse tipo de violência, uma das maiores agressões à dignidade humana”, pontua Fukunaga.

As propostas da CEBB ao banco para o combate ao assédio acompanham as mesmas exigências apresentadas pela Contraf-CUT à Fenaban, durante a terceira reunião do Comando Nacional, realizada em 6 de julho: (1) treinamento e formação do quadro para a promoção de debates sobre o tema; (2) acolhimento das denúncias e apuração bipartite, banco e sindicato; (3) proteção e assistência às vítimas; (4) e punição dos culpados.

Combate ao Racismo e respeito à diversidade

“As reivindicações que vamos levar ao Banco do Brasil foram construídas coletivamente, com a participação de trabalhadoras e trabalhadores”, explica a representante da Contraf-CUT na Comissão de Empresa, Fernanda Lopes, destacando a construção democrática da minuta. Ela observa ainda que os debates do 33º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, realizado no início de junho, subsidiaram inclusive as pautas relacionadas ao combate ao racismo e respeito à diversidade, que podem ser acessadas nos links abaixo.

Pauta Coletivos de Combate ao Racismo.

Pauta Diversidade Sexual, Afetiva e de Comportamento.

Fonte: Contraf-CUT