A negociação específica com a Caixa, realizada após a reunião da Fenaban, entrou pela madrugada de sábado. O resultado foi positivo, com avanços importantes como a valorização do piso pelo segundo ano seguido – após 90 dias, o novo contratado entra na referência 203 da tabela, passando a receber R$ 1.826. A PLR social, inovação da campanha nacional de 2010, também foi mantida e vai gerar a distribuição linear de 4 % do lucro líquido, além da regra básica definida na mesa da Fenaban. Este adicional será pago mesmo que a soma da PLR geral da categoria com a específica ultrapasse 15 % do lucro do banco, como está definido na Convenção Coletiva.
Estes dois pontos foram destacados pelos sindicalistas por representarem avanços importantes. Quanto ao salário de ingresso, a Caixa seguiu a Fenaban no aumento do piso, mas o valor é maior. “Os bancários da Caixa passaram a ter o maior piso da categoria. Ainda não alcançamos o valor definido do Dieese, como reivindicamos, mas é um avanço importante. O movimento sindical vai continuar lutando pela valorização do piso nos próximos anos”, salienta Ricardo Maggi, representante da Federação na CEE/Caixa.
O sindicalista também destaca que o pagamento da PLR social pelo segundo ano consecutivo contribui para a discussão a respeito deste benefício. Este é um grande avanço, principalmente se considerarmos as limitações da Caixa por ser uma empresa pública”, destaca Maggi. O dirigente acrescenta, ainda, que ficou definido que a primeira parcela da PLR será paga com base no lucro do primeiro semestre. “Esta medida corrige distorções de anos anteriores, quando a parcela inicial ficava abaixo das expectativas. Isto gerava muita insatisfação e provocava uma chuva de reclamações”, lembra.
Outro avanço comemorado pelos representantes dos trabalhadores é a contratação de 5 mil novos funcionários através de concurso público até o final do ano que vem.
A proposta apresentada pela Caixa na reunião de sexta-feira foi considerada positiva pelo Comando Nacional e a Comissão de Empresa, que orientam a aprovação nas assembleias.
Mais pontos
O representante da Federação também aponta um avanço importante na questão da saúde do trabalhador, que é a garantia de manutenção de função em caso de afastamento. Antes a função só era assegurada no retorno se o afastamento não passasse de 15 dias. A remuneração era mantida durante a licença, mas era comum os gestores retirarem a titularidade do trabalhador afastado quando ele voltava a trabalhar. Agora, o empregado pode ficar até 180 dias de licença e ter sua função de volta quando retornar. “Este avanço atende a uma reivindicação que sempre colocamos na mesa permanente de saúde”, informa o sindicalista.
Uma conquista política importante, na avaliação de Maggi, é a concordância do banco em mudar seu estatuto para permitir o acesso a cargos no Conselho de Administração a empregados que nunca exerceram função de gestor. “Este avanço permite, por exemplo, que dirigentes sindicais também participem do Conselho”, destaca o dirigente.
Uma mudança que interessa principalmente à base da Federação é o reajuste linear de R$ 60 que será pago aos Auxiliares de Serviços Gerais, além do reajuste de 9 % . Somado a vantagens pessoais e adicionais por tempo de serviço, este valor pode chegar a R$ 106. Os Auxiliares estão concentrados no Rio de Janeiro –quase 90 % do total nacional – e estão estagnados há dez anos no topo de sua tabela de referência, não podendo mais receber promoções por mérito. “A proposta não atende às expectativas desse grupo, mas demonstra que, finalmente, a Caixa reconhece que precisa encontrar uma forma para compensar e valorizar estes empregados. Grande parte desse pessoal tem função gratificada inclusive de Gerência. Entendemos, também, que este avanço abra a possibilidade de ampliar a discussão”, comemora Maggi.
Veja aqui a matéria publicada pela Contraf, com mais detalhes sobre a proposta da Caixa.
Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES