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Com selvageria e “estado de sítio”, governo do estado e prefeitura declaram guerra aos profissionais da educação

O Estado Democrático de Direito vem sendo flagrantemente violado pela ação da Polícia Militar na Câmara dos Vereadores do Rio. Depois de ter arrombado o portão da sede do Poder Legislativo na noite de sábado e retirado os professores na base de socos, pontapés e gás de pimenta, sem mandado de reintegração de posse, nesta segunda-feira (30), a PM se superou em termos de truculência.



Simplesmente partiu para a agressão gratuita e generalizada contra tudo e contra todos, jogando bombas a torto e a direito contra o acampamento dos grevistas e usando e abusando o gás de pimenta e das balas de borracha. O resultado de tanta violência foi professor com fratura exposta no pé, outro com orelha quase decepada, além de muitos feridos e presos. Sem contar que a normalidade democrática foi brutalmente afrontada, já que a sede de um poder constituído e todas as ruas do entorno foram cercadas por grades e pelo Batalhão de Choque da PM.



Em síntese, no Rio de Sérgio Cabral e Eduardo Paes, professor é tratado como bandido e as regras democráticas são violadas como se vivêssemos numa ditadura. A CUT-RJ exige a apuração desses episódios lamentáveis e a punição de todos os culpados. A central, conforme já anunciou em nota divulgada neste domingo, não hesitará em acionar a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, o Ministério da Justiça e o Ministério Público com este objetivo.


A CUT-RJ segue cobrando ainda a retirada da urgência na votação do Plano de Carreira e a retomada das negociações com a categoria. Também manifesta, mais uma vez, todo o apoio à greve dos profissionais da educação e repudia veementemente a violência do estado contra uma categoria profissional em luta.

Fonte: CUT-RJ

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Salário Mínimo, uma conquista

Frei Betto *



Nesses dez anos de governo PT, talvez o principal acerto seja a política de valorização do salário mínimo. Eis um raro exemplo nesta década em que o governo federal, tão atento às demandas patronais, escutou e assumiu proposta do movimento sindical.



Houve real melhoria de renda do trabalhador e redução da desigualdade social no Brasil. Porém, foi menos do que deveria e poderia ter sido feito, uma vez que a desigualdade de renda é uma pequena parte da desigualdade social, dada à crescente concentração de riqueza. Segundo a mais recente lista de bilionários da revista Forbes, as 124 pessoas mais ricas do Brasil acumulam um patrimônio equivalente a R$ 544 bilhões, cerca de 12,3 % do PIB.



Apesar do aumento da renda média e da massa salarial dos trabalhadores, verificada nos últimos dez anos, a participação deles na riqueza nacional continua estagnada. Em 1980, os salários respondiam por 50 % da renda nacional; em 2000, haviam caído para 38 % ; e atualmente estão em torno de 46 % .



O avanço político e econômico no salário mínimo resulta da ação unitária das Centrais Sindicais, com subsídio técnico do DIEESE, entidade de assessoria sindical criada em 1955 pelo movimento sindical e, até hoje, dirigida pelos sindicatos brasileiros.



Em 2004, as Centrais Sindicais lançaram a campanha de valorização do salário mínimo. Foram realizadas três marchas conjuntas em Brasília, com o objetivo de pressionar os poderes Executivo e Legislativo e alertar para a importância social e econômica da proposta.



Como consequência dessas marchas, em maio de 2005 o salário mínimo passou de R$ 260,00 para R$ 300,00. Em abril de 2006, foi elevado para R$ 350,00. E em abril de 2007, corrigido para R$ 380,00. O mais importante resultado dessas negociações, entretanto, foi acordado, em 2007: uma política permanente de valorização do salário mínimo até 2023. Essa política tem como critérios o repasse da inflação do período entre as atualizações do salário mínimo; o aumento real pela variação do PIB; além da antecipação da data-base de revisão – a cada ano – até ser fixada em janeiro, o que aconteceu em 2010. Assim, em janeiro deste ano o valor do salário mínimo passou a R$ 678,00, acumulando ganho real – acima da inflação – de 70,49 % , desde 2002.



Considerando a série histórica do salário mínimo, e trazendo os valores médios anuais para janeiro de 2013, o  atual mínimo corresponde ao maior valor real da série das médias anuais desde 1984, de acordo com o DIEESE.



Para se ter ideia do impacto do salário mínimo no Brasil, basta dizer que, conforme estimativas do DIEESE, 45,5 milhões de pessoas têm o salário mínimo como referência de seus rendimentos, o que gera aumento de renda da ordem de R$ 32,7 bilhões na economia, considerando-se apenas a elevação do salário mínimo em janeiro deste ano.



Os trabalhadores que entraram no mercado de trabalho nos últimos dez anos recebem, em sua maioria, salários muito próximos ao mínimo. Na primeira década de 2000, a parcela dos ocupados com até 1,5 salário mínimo voltou a crescer, aproximando-se de quase 59 % de todos os postos de trabalho. Número considerável dos postos de trabalho gerados desde 2003 concentrou-se na base da pirâmide social, uma vez que 95 % das vagas abertas tinham remuneração mensal de até 1,5 salário mínimo.



No primeiro semestre de 2013, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, do total de trabalhadores admitidos, 55,4 % foram contratados para receber entre 1,01 e 1,50 salário mínimo. Ou seja, o trabalhador brasileiro ganha pouco.



A previsão do governo federal, que consta da proposta de Projeto de Lei Orçamentária Anual enviada ao Congresso no final de agosto, é de que o salário mínimo que passará a vigorar em janeiro de 2014 chegará a R$ 722,90 – aumento de 6,6 % . Ainda será pouco.



Resta um longo caminho a percorrer. Com base no custo apurado para a cesta básica de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser capaz de suprir as despesas de um trabalhador e sua família –  alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência -, o DIEESE estima, mensalmente, o valor do salário mínimo necessário. Em agosto deste ano, o menor salário pago deveria ser de R$ 2.685,47, ou seja, 4 vezes o valor do mínimo em vigor, de R$ 678,00. Este seria, hoje, o salário mínimo justo.


 

* Frei Betto é escritor, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org     twitter: @freibetto





Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar divulgá-los, propomos assinar todos os artigos do escritor. Contato – MHGPAL – Agência Literária (
[email protected])

Fonte: Frei Betto

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Justiça nega interdito ao Itaú em Petrópolis

Na última quinta-feira (26/09), o juiz titular da 2ª vara do trabalho em Petrópolis negou pedido de liminar de interdito proibitório para o Banco Itaú.

De acordo com a decisão, o juiz afirma não vislumbrar motivo para se justificar a concessão do pedido de liminar, conforme diz a sentença: “Os documentos que acompanharam a exordial são fotografias das fachadas das agências do autor onde se verifica exclusivamente a afixação de cartazes do movimento paredista e, em uma delas, a presença de duas pessoas na sua porta, sem qualquer sinal de tumulto, perturbação da ordem ou impedimento do acesso. Nem mesmo é possível concluir que aquelas pessoas são integrantes do sindicato réu ou estejam ali para realizar piquetes. E, ainda que estivessem, não estariam mais do que exercendo seu direito constitucional de opinião e convencimento dos demais trabalhadores da empresa. Direito ao qual não pode o autor se opor com simples e vagas alegações de perturbação da sua posse sobre agências ou de acesso ao público geral.”

“A Ação de Interdito Proibitório é tipicamente de caráter possessório e nada tem a ver com direito de greve, onde jamais discute-se acerca do direito de propriedade do empregador. Ao invés de negociar com os bancários e apresentar uma proposta digna, ficam usando destes artifícios para coagir os trabalhadores, portanto a greve continua”,  comentou o Presidente do SindBancários Petrópolis, Luiz Claudio Rocha.


 

Fonte: SindBancários Petrópolis

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Jornal de economia distorce declaração do Dieese

A greve dos bancários avança e o terrorismo da mídia já começou. Um jornal de economia, o Brasil Econômico, fez uma matéria em que distorceu fala do coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Oliveira, para desanimar a categoria. Segundo o jornal, Silvestre disse que é difícil que os bancários recebam aumento real. Mas o que o economista disse não foi nada disso.

A fala publicada distorceu completamente a informação transmitida por Silvestre. “O que fizemos foi uma comparação do ganho real médio obtido pelas categorias com data-base no primeiro semestre. Observamos que em 2012 o percentual médio de ganho real foi maior que em 2013. Esta análise não se refere aos bancários, mas às categorias pesquisadas”, esclareceu o economista.

A matéria também apresentou trechos de uma nota enviada pela Fenaban informando que os bancários tiveram reajustes superiores à inflação nos últimos sete anos e que o setor tem visto seus lucros diminuírem. “Os lucros dos bancos realmente sofreram uma queda, em função de alguns fatores, como a redução da Selic. Mas o setor financeiro continua tendo a maior lucratividade entre todos os setores da economia”, acrescenta Silvestre.

O argumento de que o piso salarial da categoria tem crescido, outro fator apontado pela Fenaban para justificar a negativa em conceder aumento real, também pode ser facilmente rebatido. “Os bancos estão demitindo em massa, encerrando muitos postos de trabalho e apostando na rotatividade para reduzir salários. A média salarial do bancário está caindo, principalmente nos últimos anos. Enquanto isso, as tarifas bancárias e os juros cobrados ao consumidor continuam em alta. Eles não dão aumento real porque não querem”, avalia Paulo de Tarso, diretor da Fetraf-RJ/ES.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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PL 4330 poderá ser votado nas 5 próximas sessões da CCJC da Câmara

O nefasto Projeto de Lei nº 4330, de autoria do empresário e deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que permite a terceirização para todas as áreas das empresas, poderá ser votado nas próximas cinco sessões da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, conforme prevê despacho emitido nesta quinta-feira (26) pela mesa diretora da Câmara, presidida pelo deputado federal Henrique Alves (PMDB-RN). Após esse prazo, o PL 4330 deverá ser remetido para o plenário da Câmara.

Leia a íntegra da decisão da mesa da Câmara:

Despacho exarado no Requerimento n. 8.634/2013, conforme o seguinte teor: “Concedo o prazo adicional de cinco sessões à Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania – CCJC para votar o parecer relativo ao Projeto de Lei n. 4.330/2004, após o quê deverá ser remetido ao Plenário, na forma do art. 52, § 6º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Publique-se. Oficie-se.”

“Com essa decisão, precisamos intensificar ainda mais a luta contra o PL 4330, cuja aprovação tem sido barrada pela mobilização dos trabalhadores, com forte participação dos bancários”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

O assunto será discutido na reunião do Grupo de Trabalho sobre Terceirização da CUT, que ocorre às 14h desta sexta-feira (27), em São Paulo.

“Não podemos baixar a guarda contra o PL 4330. Cabe destacar que a greve dos bancários possibilita reforçar a mobilização na sociedade, buscando comprometer os deputados para que se posicionem contra esse projeto da terceirização que os banqueiros e empresários querem aprovar para reduzir os seus custos, precarizar o trabalho e turbinar os seus lucros”, salienta Miguel.

Favela Fábrica

O vídeo Favela Fábrica retrata a crueldade do processo de terceirização com os trabalhadores, a partir da prestação de vários serviços terceirizados, desmascarando a especialização alegada pelos empresários.

Clique aqui para ver o vídeo.

Jornada Mundial pelo Trabalho Decente

No próximo dia 7 de outubro, a CUT e as centrais participam da Jornada Mundial pelo Trabalho, incluindo os pontos da Pauta da Classe Trabalhadora, especialmente a pressão contra a Terceirização.

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, reunido nesta quinta-feira, em São Paulo, decidiu chamar os bancários a participar dessas atividades.

Fonte: Contraf-CUT

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:: A R T I G O :: Por que direitos dos trabalhadores não estão entre critérios de classificação do ranking das maiores empresas?

O ranking das maiores empresas, segundo os trabalhadores

Jacy Afonso, Graça Costa e Junéia Martins *

“Os empresários que dirigem as melhores entre as maiores empresas do país querem regras mais claras para desenvolver seus negócios e investir. Eles pedem menos intervenção do Estado”. É assim que se inicia a matéria do Valor Econômico sobre a premiação do anuário Valor 1000 produzido pelo jornal para elencar as mil maiores empresas brasileiras.

Até aí nada de novidade: os empresários pedindo Estado mínimo e o ranking baseando-se apenas em parâmetros econômicos, como receita líquida, lucro líquido, prejuízos, rentabilidade, patrimônios etc.

Por que, dentre as variáveis de estudos que classificam as maiores e melhores empresas, nunca estão critérios a respeito dos direitos dos trabalhadores? Por que temas como ética e responsabilidade social, que as empresas tanto gostam de utilizar como marketing, não o são como critérios? Uma empresa, por exemplo, líder de mercado em determinado setor, mas ao mesmo tempo com altos índices de rotatividade, acidentes e descumprimento da legislação trabalhista, poderia figurar no levantamento do Valor?

Uma empresa que pratica assédio moral não pode ser classificada como melhor, assim como é inadmissível que uma empresa em cuja cadeia produtiva exista a utilização de trabalho escravo conste no levantamento das mil maiores. Por isso a importância de considerar no ranking também aspectos que dizem respeito à vida do trabalhador.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) propõe alguns indicadores que deveriam ser considerados: condições de salário e remuneração, saúde e segurança, combate ao assédio moral, liberdade sindical, taxa de rotatividade, geração de postos de trabalho e nível de terceirização na empresa.

Dessa forma, é possível contrapor informações relativas às relações de trabalho aos resultados econômicos das chamadas grandes empresas, além de desmistificar as que empregam pouco e obtêm altos lucros com a especulação financeira.


 


Dados como acidente de trabalho passariam a aparecer nos rankings. Em nível mundial, por exemplo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem anualmente 2,34 milhões de mortes em decorrência do trabalho. No Brasil, segundo o mais recente Anuário Estatístico do INSS, de 2011, foram 711.164 acidentes de trabalho, com 2.884 mortes e 14.811 incapacidades permanentes.

No caso dos trabalhadores terceirizados, a situação é ainda pior. De acordo com informações do Ministério do Trabalho e Emprego, a cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados. Além disso, segundo estudo de 2011 da CUT e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada de três horas a mais semanalmente e ganha 27 % menos que o contratado.

E justamente os empresários que figuram entre as maiores e melhores são os mesmos que querem liberar a terceirização em todos os setores da empresa  por meio do Projeto de Lei nº 4.330. Caso seja aprovado, o PL vai ampliar ainda mais as condições precárias de trabalho e pôr em risco os contratados com carteira assinada, já que permitirá a terceirização sem limites. Todos esses aspectos elencados precisam ser considerados ao julgar uma empresa como maior e melhor.

Já no que diz respeito ao debate sobre o papel do Estado, o empresariado, em coerência com o discurso da liberdade de mercado que tanto defende, poderia abrir mão da taxa de juros subsidiada pelo BNDES, da isenção de impostos setorialmente e até mesmo da desoneração da folha de pagamentos.

Além de não haver contrapartidas sociais claras nessas políticas de subsídio ao setor patronal, os valores que deixam de ser arrecadados pelo Estado poderiam ser revertidos em investimento para o desenvolvimento social. Será que as melhores entre as maiores empresas do país estão dispostas a abrir mão desse tipo de intervenção do Estado?

Os financiamentos públicos e as políticas de desoneração e isenção de impostos para as empresas devem estar condicionados a contrapartidas sociais, com a premissa de que qualquer contrato tenha como compensação a geração de empregos com qualidade, o que entendemos como trabalho decente.

Se o Estado abre mão de arrecadação – a exemplo da Previdência – visando gerar redução de custos de produção para as empresas privadas, é preciso ter a certeza de que essas medidas vêm gerando benefícios a todas as camadas sociais, sobretudo as que dependem do Estado para garantir sua dignidade. Esse é mais um dado que poderia constar no ranking: as empresas beneficiadas estão cumprindo essas premissas?

* Jacy Afonso é secretário de Organização; Graça Costa é secretária de Relações do Trabalho e Junéia Martins é secretária da Saúde do Trabalhador da CUT

Fonte: CUT

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Bancos privados fecham 7 mil postos de trabalho em oito meses

Os bancos privados que operam no país fecharam 6.987 postos de trabalho entre janeiro e agosto de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 1,07 milhão de novos empregos no mesmo período. Além dos cortes, o sistema financeiro mantém a rotatividade de mão de obra alta, mecanismo que os bancos usam para reduzir custos.


 


É o que mostra a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta terça-feira 24 pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.


 


“Mesmo aumentando os lucros e mantendo a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam demitindo trabalhadores e empregando a rotatividade para reduzir os salários dos trabalhadores”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. “Por isso a categoria incluiu a preservação do emprego, mais contratações e o fim da rotatividade como duas das principais reivindicações da Campanha Nacional de 2013.”


 


Segundo o Caged, os bancos brasileiros contrataram 26.940 bancários entre janeiro e agosto e desligaram 30.314. No total do sistema financeiro, foram fechados 3.374 postos de trabalho. O Caged não discrimina a evolução do emprego por empresa; apenas por setor. A Caixa Econômica Federal apresentou um saldo positivo de 3.357 empregos nos primeiros oito meses do ano. E como o Banco do Brasil manteve o quadro de funcionários estável, fica evidente que os cortes nos postos de trabalho se concentram nos bancos privados.


 


Veja aqui o estudo do Dieese sobre o saldo do emprego bancário.


 


Rotatividade reduz salário e concentra renda


 


A pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos entre janeiro e agosto foi de R$ 2.896,09, contra salário médio de R$ 4.550,64 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36,4 % inferior à dos que saem. Com isso, os bancos buscam reduzir suas despesas.


 


“Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2 % de aumento real no salário e 35,6 % de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto”, denuncia Carlos Cordeiro.


 


Em dezembro de 2011, último dado da Rais, o salário médio do bancário era 94,5 % do que valia em 2001. Veja aqui gráfico com o comparativo entre a evolução do PIB, do lucro líquido dos cinco maiores bancos e da remuneração média dos bancários.


 


Os 10 % mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10 % mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.


 


No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria receberam em 2012, em média, R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,8 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsaram R$ 5,62 milhões no ano passado, o que significa 119,2 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que pagou R$ 5,0 milhões no ano a seus executivos, a diferença é de 106,0 vezes.


 


Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o Caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos, o caixa do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos.


 


“A sociedade brasileira mostrou nas recentes manifestações de rua que quer mudança e certamente está de olho na prática dos bancos, de juros e tarifas escorchantes. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento econômico e social. Isso passa por melhoria de salário e mais emprego, o contrário do que os bancos estão fazendo”, comenta Carlos Cordeiro.


 

Fonte: Contraf-CUT

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Justiça do Trabalho de Macaé nega interdito proibitório do Itaú

Os bancários de Macaé e Região obtiveram importante vitória nesta quinta-feira. A Justiça do Trabalho negou pedido de liminar para interdito proibitório solicitado pelo Banco Itaú Unibanco. Conforme a decisão da Exma. Sra. Dra. Juíza do Trabalho da Comarca de Macaé, o próprio material reunido pelo banco no pedido de liminar demonstra que a greve transcorre dentro da legalidade, portanto, não justifica o interdito.

Cumpre informar que o departamento Jurídico do SEEB-MR, através do protocolo nº: 0100024 6394/2013, distribuiu um ofício ao Juízo competente, expressando quais eram as verdadeiras intenções dos Bancos: afogar o Poder Judiciário com processos (pois desistem da ação com o término da greve) e reprimir um movimento grevista sério e ordeiro.

Para o presidente do Sindicato, Wagner Figueiredo, esta é uma importante vitória de todos os bancários, reforçando a legalidade da greve, que é direito garantido por lei. “Estamos no nosso direito à livre manifestação. A greve é pacífica, ordeira. Se os bancários estão de braços cruzados é porque os banqueiros se negam a apresentar uma proposta decente, que reconheça o valor do trabalhador, o seu empenho, a sua participação nos lucros exorbitantes que os bancos alcançaram”, frisa.

Fonte: Seeb-Macaé

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Itaú paga voo de helicóptero para bancários furarem greve



A contingência do Itaú durante a greve está sendo feita no prédio administrativo do Largo da Cancela, em São Cristóvão, com já aconteceu em outros anos. A novidade é que o transporte de funcionários está sendo feito por helicóptero, um serviço caro e arriscado, dependendo das condições de tempo.

As aeronaves fretadas decolam do heliponto da Lagoa, na Zona Sul, transportando quatro passageiros por vez, a um custo de R$ 3.450 por hora de voo. A saída dos funcionários ao final do expediente é feita pela portaria, já que o transporte aéreo é usado somente na ida, não na volta. O risco é haver problemas devido às condições do tempo. Na manhã desta quarta-feira, por exemplo, ventava muito. Na noite de terça-feira, o último voo não pôde ser feito, devido às más condições.

O piquete foi montado na noite de domingo e flagrou a chegada dos helicópteros em vários horários, já que há setores que funcionam em três turnos. Os voos trazem não só bancários, mas também malotes de documentos, uma vez que no prédio funcionam os setores de conferência de assinaturas e compensação. “Não tem pessoal de limpeza lá dentro e o restaurante que há no prédio não está funcionando. Pela portaria, não entrou ninguém. Não sabemos como estão as condições de trabalho dentro do prédio. É uma irresponsabilidade do Itaú trazer os bancários para cá usando um meio de transporte tão arriscado e mantê-los trabalhando nesta situação”, critica Vera Luiza, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Bancária é agredida no piquete em contingência do BB

A dirigente sindical Mariana Ribeiro foi agredida enquanto participava do piquete no prédio do Teleporto, na região da Cidade Nova, centro do Rio de Janeiro, onde o BB montou uma operação de contingência para burlar a greve. Enquanto faziam o convencimento dos colegas – que sofrem forte assédio moral para furar o movimento grevista – Mariana e mais dois sindicalistas foram abordados agressivamente por um funcionário de outra empresa que tem escritório no edifício. Ao ser interpelado, o homem reagiu, segurando a sindicalista pelos braços e a empurrando.

A confusão atraiu a atenção dos seguranças do prédio, que se envolveram. A polícia foi chamada e todos foram conduzidos à 6ª Delegacia de Polícia, que fica nas proximidades. Mariana registrou ocorrência de lesão corporal contra o homem que a agrediu. A bancária, que ficou com hematomas e arranhões nos braços, fez exame de corpo de delito no IML. “Vamos consultar o Jurídico do sindicato sobre a possibilidade de abrirmos processo contra o agressor”, informou Mariana.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES