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Contraf-CUT denuncia BB ao MPT por ameaças contra direito de greve

Para intimidar os funcionários a não participar da greve que começa nesta quinta (19), a direção do Banco do Brasil voltou a apelar para práticas antissindicais. Em dois boletins publicados em seu site de negociação coletiva, sob os títulos “Convite para Reflexão” de 12/9 e “Transparência para o debate” de 16/9, o BB assedia os bancários a não participarem da greve e, reitera, sob o pretexto de prestar esclarecimento, que pode demitir por ato de gestão.

Em 2012, o banco usou a mesma estratégia e a Contraf-CUT, após duas audiências com o MPT – Ministério Público do Trabalho – em dezembro de 2012 e fevereiro de 2013 -, conseguiu que fosse aberto processo investigativo por suspeita de prática antissindical, tendo em vista o assédio e a perseguição sofrida pelos funcionários que participaram da greve, com cancelamentos de férias e descontos de dias parados, não previstos na convenção coletiva, dentre outras práticas antissindicais.

Diante de mais essa prática ilegal do BB, a Contraf-CUT vai encaminhar as novas denúncias ao MPT, anexando os boletins publicados nas últimas semanas às provas de 2012, para mostrar que o banco persiste na mesma conduta contra o direito de greve do trabalhador.

“A direção do banco não aprende mesmo a respeitar a democracia e o direito de greve. Nós denunciamos práticas antissindicais do BB após a greve de 2012 e o banco já ameaça de novo”, critica William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

“O banco prefere ameaçar seus funcionários no lugar de negociar com seriedade, propor melhorias no plano de função unilateral e prejudical ao funcionalismo, prefere ameaçar ao invés de acabar com a discriminação e propor uma mesa com prazo determinado para incluir todos os bancários na Cassi e na Previ e prefere assediar ao invés de atender às demandas econômicas e sociais, como aumento real, piso do Dieese, fim do assédio moral e das metas abusivas, contratar os concursados, melhores condições de saúde e trabalho, previdência e segurança bancária”, afirma o representante dos trabalhadores.

Bancários do BB devem fortalecer a greve nacional

“Conclamamos que todos os colegas do BB participem fortemente da greve porque as reivindicações são justas e legítimas e os bancários merecem respeito. O banco passa semanas escrevendo maravilhas de que é o melhor lugar do mundo para se trabalhar, mas a realidade é adoecimento, descomissionamentos, pressão, assédio moral com dezenas de torpedos e cobranças violentas ao dia, falta absurda de funcionários, PSO sem a mínima condição de trabalho, reestruturações com ameaça de demissão e terceirização etc. Aonde é esse país das maravilhas que a direção do banco diz que existe?”, questiona William Mendes.

Fonte: Contraf-CUT

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Contraf-CUT divulga carta aberta aos clientes sobre greve dos bancários

A Contraf-CUT divulgou nesta quinta-feira (19) uma carta aberta aos clientes, explicando por que os bancários estão em greve nacional e responsabilizando a intransigência dos bancos. O material pode ser acessado na seção de downloads na área restrita do site para ser impresso e distribuído aos clientes e usuários, durante os piquetes e as manifestações da greve em todo país.

O panfleto mostra que os bancos também desrespeitam os clientes e a sociedade, apontando as filas intermináveis por causa da falta de bancários e a cobrança de juros e tarifas mais altas do mundo.

Os bancos só “sugam” os clientes e não oferecem contrapartidas sociais ao Brasil e aos brasileiros.

Leia abaixo o texto completo:

BANCÁRIOS EM GREVE

Não é só pelo salário. É contra o abuso dos bancos

 







Ninguém ganha mais dinheiro que os bancos. Mas eles desrespeitam os seus funcionários, os clientes, os usuários e a sociedade brasileira.


 


Os seis maiores bancos lucraram mais de R$ 29,6 bilhões somente no primeiro semestre do ano. Mas não querem atender as reivindicações dos bancários por aumento real, melhores condições de trabalho, preservação da saúde, mais contratações, mais segurança e igualdade para todos.


 


Enquanto isso, os altos executivos dos bancos chegam a ganhar até 400 vezes o que recebe um caixa. É assim que o Brasil se torna um dos campeões mundiais de concentração de renda.


 


Para atingir os lucros gigantescos, os bancos pressionam os bancários a vender produtos aos clientes, mesmo que eles não precisem.


 


Os bancos exigem metas cada vez maiores, impossíveis de serem atingidas. Por isso os bancários estão adoecendo. Mas os banqueiros não querem discutir medidas para preservar a saúde.


 


As filas intermináveis nas agências ocorrem porque faltam funcionários. Enquanto a economia brasileira continua gerando empregos, os bancos fecharam mais de 15 mil postos de trabalho nos últimos 18 meses, para aumentar os lucros.


 


Os bancos no Brasil cobram os juros e as tarifas bancárias mais altas do mundo. Eles só “sugam” os clientes e não oferecem contrapartidas sociais ao Brasil e aos brasileiros.


 


Mesmo com esses ganhos, os bancos investem pouco em segurança para proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes. Só no primeiro semestre deste ano, houve 30 mortes em assaltos envolvendo bancos, dos quais 21 eram clientes.


 


Por tudo isso, os bancários estão em greve.


 


Desculpe pelo transtorno. Mas é que estamos tentando melhorar o atendimento a você. Por isso contamos com seu apoio e compreensão.


 



Contraf-CUT, Federações e Sindicatos

Fonte: Contraf-CUT

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Fetraf-RJ/ES cobra posicionamento dos deputados sobre PL 4330

A diretoria da Fetraf-RJ/ES está enviando correspondência aos deputados federais do Rio de Janeiro que ainda não se declararam sua posição sobre o PL 4330. Na carta, é solicitado que os parlamentares informem sua intenção de voto e destacada a campanha que está sendo feita para divulgar como vota a bancada fluminense na Câmara.


 


O material tem ainda fotos do grande painel que está sendo usado nas manifestações de rua onde a intenção de voto dos parlamentares é informada. Há também uma foto do cartaz que está sendo colado nas portas dos gabinetes dos deputados que já se manifestaram contrários à aprovação do projeto e a favor da classe trabalhadora.


 


Confira abaixo o material que está sendo enviado aos parlamentares:

Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2013.



Exmo. Sr. Deputado Federal _____,



A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiros dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, em parceria com o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, todos os seus outros 12 sindicatos filiados e a CONTRAF/CUT, está participando da Campanha Nacional contra o PL 4330, que conta com a participação de todas as centrais sindicais, representando os trabalhadores organizados de todo o país.


 


A Federação, que representa os mais de 40 mil trabalhadores/as do ramo financeiro do RJ e ES, produziu um cartaz, que foi deixado em seu gabinete em Brasília, no dia 17 de setembro, pelos nossos representantes, para que fosse afixado na porta do mesmo, demonstrando seu posicionamento a favor dos/as trabalhadores/as brasileiros.


 


Produzimos, também, painéis fotográficos móveis, que estão circulando por todos os municípios dos 2 estados, divulgando o posicionamento de cada parlamentar em relação à manutenção dos direitos dos trabalhadores.


 


Em virtude disso, gostaríamos que nos fosse informada a posição de seu mandato em relação ao tema, para que possamos atualizar a informação em nosso painel.


 


Ressaltamos que essa campanha terá a duração da luta que estamos travando a nível nacional contra a apreciação e aprovação do PL 4330.


 


No aguardo de sua manifestação, despedimo-nos apresentando nossas cordiais


 


Saudações Sindicais Cutistas.



 









Fabiano Júnior Nilton Esperança
Presidente Vice-Presidente

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Sindicalistas são barrados em audiência pública sobre PL 4330

Os trabalhadores se mobilizaram, mas não puderam participar da audiência pública na Câmara Federal que discutiu o PL 4330 no último dia 18. As regras para entrada de visitantes foram modificadas em cima da hora e poucos militantes entraram para assistir. O que se viu na transmissão ao vivo, feita pela TV Câmara, foi muito espaço vazio, tanto nas galerias quanto no plenário. O vice-presidente da Fetraf-RJ/ES, Nilton Damião Esperança conseguiu entrar graças a uma credencial fornecida pelo deputado federal Celso Jacob (PMDB-RJ), que é de Três Rios. O vereador bancário Cláudio Mello (PT-Teresópolis) entrou com credencial obtida junto a Vinícius Oliveira, assessor do deputado José Mentor (PT-SP).



A audiência pública – o nome oficial do evento é Comissão Geral – tinha apenas o objetivo de ouvir argumentos, sem apontar encaminhamentos. Para os representantes das Centrais Sindicais presentes, a grande vantagem foi colocar suas posições – através de parlamentares favoráveis aos trabalhadores e dos próprios sindicalistas convidados a falar. Outros convidados também tiveram oportunidade de colocar seus pontos de vista, alguns contra, outros a favor do projeto. Do lado contrário ficaram, entre outros, a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho – Anamatra e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho. Falaram a favor do projeto, como esperado, as confederações patronais e as entidades sindicais dos trabalhadores terceirizados.



Os defensores do projeto tentaram, o tempo todo, destacar que o PL 4330 apenas regulamenta o que já existe e oferece proteção para milhares de trabalhadores. Alegaram, ainda, que as centrais sindicais têm uma postura discriminatória, já que desvalorizariam os trabalhadores terceirizados. “Isso é uma falácia. Nós não temos absolutamente nenhum preconceito contra o terceirizado, pelo contrário. Queremos que todos os trabalhadores tenham os mesmos direitos e garantias. Mas queremos que todos sejam nivelados por cima, e não por baixo, escancarando a terceirização, como querem os empresários”, argumenta Nilton Damião Esperança, presidente da Fetraf-RJ/ES.



Mas as falas dos partidários do projeto não se sustentavam. “O projeto é tão ruim que não tem como defender, não dá para fazê-lo parecer bom. E ficou claro que os que são a favor não têm preparo para argumentar. Do nosso lado, há muito mais debate, mais aprofundamento, estamos muito mais preparados. Acredito até que tenha sido também por isto, e não só pela pressão, que tenham impedido os sindicalistas de participar da audiência”, avalia Nilton.



Pressão e xingamento



Mesmo do lado de fora, os sindicalistas fizeram muita pressão. Tanto que alguns deputados se sentiram intimidados pela multidão que ocupou desde cedo a entrada da casa. Na passagem para o prédio principal, onde fica o plenário, alguns deputados teriam sido – segundo disseram – hostilizados pelos manifestantes.



O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) foi um dos que alegaram ter sido agredidos e, dirigindo-se ao colega Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, disse: “Vai acalmar os bandidos que você financia”. A frase gerou mal estar e tanto Paulinho quanto o deputado Glauber Braga (PSB-RJ) responderam à provocação.



A repercussão na mídia, como esperado, foi nula. O último voto na decisão do STF sobre os embargos infringentes na Ação Penal 470, proferido na mesma hora, ajudou a desviar a atenção.



Peregrinação



Na véspera da audiência, no dia 17, os sindicalistas bancários fizeram, mais uma vez, visitas aos gabinetes dos deputados para conversar e expor os riscos que o PL 4330 representa para os trabalhadores. Diretores da Fetraf-RJ/ES levaram cartazes para os deputados colarem nas portas de seus gabinetes informando que são contra o projeto.



As bancadas do PT, PCdoB, PSB e PSOL já declararam que votam contra o PL 4330. Somente pelos votos de bancada, já podem ser contabilizados 128 votos. Entre os parlamentares do Rio de Janeiro, a deputada Lilian Sá (PR-RJ) e os deputados Adrian Mussi Ramos (PMDB-RJ) e Celso Jacob (PMDB) também já se manifestaram contrários ao projeto – e colaram os cartazes nas portas de seus gabinetes.



Enviaram representantes a Brasília os sindicatos de Angra dos Reis, Campos, Espírito Santo, Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo, Petrópolis, Rio de Janeiro, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios. A Fetraf-RJ/ES enviou Leonice Pereira, Paulo de Tarso, Paulo Garcez e Sérgio Farias.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Justiça garante plano de saúde vitalício a bancária aposentada do Santander

A 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho deu ganho de causa à bancária Maria Flávia Manzi de Araújo no recurso contra o Santander referente ao plano de saúde na aposentadoria. Bancária do Real, ela se aposentou e teve a vitaliciedade do benefício negada pelo banco em função da interrupção dos pagamentos, já que o banco parou de descontar. Mas os desembargadores entenderam que a situação era uma exceção e deram ganho de causa à bancária aposentada.

A confusão começou quando o ABN comprou o Banco Real. Cada banco tinha seu plano de saúde, com operadora, preços e modelos diferentes. A empresa resolveu unificar tudo, contratando uma terceira prestadora de serviço, mas houve reclamações gerais em função do aumento expressivo no preço cobrado aos funcionários e o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro entrou com uma ação na Justiça reivindicando direitos dos trabalhadores. Entre muitas idas e vindas do processo – liminar cassada, recursos – o banco nunca cumpriu corretamente as determinações da Justiça. Neste período, o banco deixou de descontar dos funcionários o valor da mensalidade do plano. Durante quatro anos, não houve pagamento de contribuições por parte dos empregados.

Este foi o argumento usado pelo banco para não dar a vitaliciedade à bancária. A legislação garante que o aposentado que tenha contribuído para o plano de saúde por, no mínimo, dez anos, tenha direito a continuar com o benefício enquanto viver, desde que pague integralmente – a sua parte e a que a empresa pagava, quando estava na ativa. Como houve interrupção do desconto o banco não considerou este período, prejudicando o cálculo do tempo de contribuição de Maria Flávia e limitando seu direito ao plano.

Mas os desembargadores entenderam +que não havia justificativa para que houvesse limite de usufruto do plano de saúde. “O banco esvaziou esta ação de todas as formas e nunca cumpriu corretamente a determinação da Justiça. Tínhamos um plano excelente, com inclusão de familiares, a um preço baixo e hoje temos um serviço muito inferior. Já são 13 anos e nenhuma solução foi dada. Ainda por cima, o banco parou de descontar por conta própria e, quando Flávia se aposentou, quis impedir seu direito. E não foi só com ela, outros trabalhadores passaram por situações semelhantes. Isso não tem nenhum sentido.”, critica Luiza Mendes, diretora da Fetraf-RJ/ES.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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NOTA DA ANAPAR: A justa homenagem a Luiz Gushiken

Na última sexta-feira 13 faleceu Luiz Gushiken e cessou sua grande contribuição à seguridade social brasileira e ao nosso sistema de previdência complementar. Gushiken foi grande estrategista político e sindical e integrou primeiro Governo Lula, como Ministro da Secretaria da Comunicação. Sempre atuou em defesa das causas dos trabalhadores, foi decisivo na construção da Central Única dos Trabalhadores e, como deputado federal, nos debates da Assembleia Nacional que escreveu a Constituição Federal de 1988. A chamada constituição cidadã garantiu direitos sociais e trabalhistas e fortaleceu a seguridade social.



O pesar pela sua morte recupera, na memória de quem se dedica à militância previdenciária, algumas de suas contribuições marcantes. Sua atuação como parlamentar foi decisiva para reconhecer, na Constituição de 1988, o direito dos trabalhadores rurais se aposentarem com benefício de um salário mínimo. Até então, esta população que hoje soma 8 milhões de idosos, precisava trabalhar até morrer. A Constituição de 1988 garantiu, também, receitas específicas para o financiamento da seguridade social, além das contribuições de empregadores e empregados.



O mandato parlamentar de Gushiken, de 1986 a 1997, se especializou em previdência complementar. Na década de 1990, o Congresso Nacional instalou uma CPI dos fundos de pensão, provocando intensos debates, nos quais Gushiken sempre pautou as teses de interesse dos participantes. Ao final, o relatório da CPI recomendou que a lei fosse alterada para obrigar os fundos de pensão a contemplar, em seus estatutos, a representação dos participantes nos órgãos de deliberação e fiscalização. Como consequência, as leis complementares 108 e 109 garantiram a presença dos trabalhadores nos conselhos dos fundos para acompanhar a gestão de seus recursos.



Fora da Câmara dos Deputados, Gushiken montou curso de previdência complementar, em convênio com a CUT e o Ministério do Trabalho, para aprofundar os conhecimentos em previdência complementar de sindicalistas e militantes em associações de aposentados e entidades de participantes. Centenas destas pessoas se elegeram como dirigentes de fundos de pensão, melhorando substancialmente a gestão destas entidades e levando para dentro delas a perspectiva dos participantes e a defesa de seus interesses.



A partir de 2003, o Ministro Gushiken foi nome central do governo para elaborar políticas de previdência complementar. Foi decisivo na criação da lei que isenta de Imposto de Renda os ganhos com investimentos dos planos de previdência, reduzindo o custo dos planos, e na criação da tabela regressiva de Imposto de Renda para incentivar os participantes a construir sua poupança previdenciária de longo prazo. Foi importante, também, nos debates sobre a regulamentação das leis complementares 108 e 109 e no incentivo à previdência associativa, instituída por entidades de classe. Com sua saída do Ministério a previdência complementar perdeu grande incentivador.



Sua partida levou o corpo, mas deixou as suas contribuições para os trabalhadores. A Diretoria da ANAPAR lamenta o seu falecimento, reconhecendo o seu papel fundamental no fortalecimento da previdência no Brasil.

Fonte: ANAPAR

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Arapongagem

Frei Betto *


A araponga é uma ave que não perde a oportunidade de meter o bico em todo fruto que encontra pela frente. E possui uma propriedade especial: as sementes engolidas não perdem o poder germinativo, que inclusive é maximizado.



Sob a ditadura, os espiões do SNI ganharam o apelido de arapongas. Metiam o bico na vida de todo mundo, até mesmo de quem apoiava o regime militar.



Agora, graças ao jovem Snowden, sabemos que a maior arapongagem praticada na história da humanidade é “made in USA”. Os EUA, que consideram a segurança mais importante que a liberdade, e o capital, que os direitos humanos, metem o nariz na vida de pessoas, governos, empresas e instituições. Aprenderam com Clausewitz que a surpresa é o trunfo do inimigo.



O governo estadunidense, através de sua Agência Nacional de Segurança (ANS), espionou (ou ainda espiona?) a presidente Dilma e a Petrobrás. Com certeza, fez e fará muito mais.



Para mim, a notícia não constitui nenhuma novidade. Sei, por documentos oficiais obtidos no Arquivo Nacional (Habeas Data), que fui monitorado pelos arapongas do regime militar de junho de 1964, quando me prenderam pela primeira vez, a 1992 – sete anos apos o fim da ditadura!



Em agosto de 2003, quando eu trabalhava no Planalto, aparelhos de escuta foram descobertos na sala do presidente Lula. Meses depois, deparei-me com uma equipe do Exército fazendo uma varredura no gabinete presidencial. Indaguei de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete, o que era aquilo. Disse que, periodicamente, os militares conferiam se havia ali algum sistema de escuta. Frente à resposta, retruquei: “E quem garante que eles não ‘plantam’ na sala novo sistema de escuta?”



Uma informação governamental vale fortunas. Se acionistas e correntistas sabem, de antemão, que o Banco Central decretará a falência de um banco, isso não tem preço. Quem soube que o presidente Collor confiscaria toda a poupança dos brasileiros, deve estar rindo até hoje da multidão que foi apanhada de surpresa.



A Guerra Fria só não esquentou porque a União Soviética espionava os EUA, assim como os EUA a União Soviética. Com frequência o espião de um lado era trocado por outro que servia à potência inimiga. Não é à toa que a Rússia decidiu conceder asilo a Snowden. Ele sabe demais a respeito da arapongagem ianque.



Em março de 2012 conheci, no México, um professor universitário que, durante 20 anos, atuou nos EUA como espião da Inteligência Militar soviética. Sua tarefa era localizar bases de mísseis nucleares. Graças à autobiografia de um ex-agente do FBI, ele soube, anos após ter sido expulso dos EUA, que o seguiram durante sete anos. Queriam saber quem era o seu mentor, o que nunca descobriram.



No tempo da máquina de escrever era impossível o araponga conhecer o conteúdo da mensagem, a menos que obtivesse cópia do texto ou pudesse fotografá-lo. Agora, todos os meios eletrônicos, de computadores a celulares, podem ser “radiografados” pelos serviços de segurança dos EUA. O “Big Brother” sabe tudo que se passa em nossa casa.



Ainda que a Casa Branca apresente desculpas à presidente Dilma, isso não significa que a ANS deixará de rastrear os computadores do Planalto e saber o que, quando e com quem a presidente conversou. Informação é poder – de nos submeter aos interesses do mais poderoso império já existente na história da humanidade.



Apenas uma nação tem conseguido driblar a arapongagem estadunidense: Cuba. Isso tanto irrita a Casa Branca que, contrariando todos os princípios do Direito, mantém presos nos EUA os cinco heróis cubanos que tinham por missão evitar atos terroristas preparados sob as barbas de Tio Sam.



Encerro com uma pergunta que não quer calar: por que, em vez de atacar o povo sírio, os EUA não bombardeiam fábricas de armas químicas, como a Combined Systems, localizada na Pensilvânia? Que o digam os vietnamitas atingidos, mortos e deformados pelo “agente laranja” espalhado pelas Forças Armadas dos EUA durante a guerra do Vietnam.


 


* Frei Betto é escritor, autor de “Hotel Brasil – o mistério das cabeças degoladas” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org twitter: @freibetto.


 





Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar divulgá-los, propomos assinar todos os artigos do escritor. Contato – MHGPAL – Agência Literária (
[email protected])

Fonte: Frei Betto

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Proposta do BB frustra expectativas e bancários devem aderir à greve

Em negociação ocorrida nesta segunda-feira (16) com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a direção do Banco do Brasil frustrou as expectativas. Apesar de trazer avanços sociais importantes, o banco não apresentou respostas para as principais questões específicas do funcionalismo, que foram debatidas e aprovadas no 24º Congresso Nacional dos Funcionários do BB.

A avaliação do Comando Nacional é que mais uma vez o banco ficou devendo soluções para os grandes problemas debatidos e reivindicados na Campanha Nacional 2013, como plano de funções, piso, saúde, violência das metas, assédio moral e contratações.

“O sentimento é de frustração. Os bancários do BB esperavam que o banco apresentasse propostas efetivas para os principais problemas apresentados durante as três rodadas de negociação específicas e concomitantes à mesa geral dos bancários com a Fenaban, ocorridas durante o mês de agosto, e isso não aconteceu” afirma William Mendes, secretário de formação da Contraf- CUT e coordenador da Comissão de Empresa.

Desta forma, a orientação do Comando Nacional aos funcionários do BB é aderir à greve da categoria que inicia nesta quinta-feira (19) e lutar com muita unidade e mobilização para arrancar propostas que atendam as reivindicações econômicas e sociais, como aumento real, piso do Dieese, fim do assédio moral e das metas abusivas, emprego, melhores condições de saúde e trabalho, previdência e segurança bancária. “Claro que as propostas colocadas na mesa são importantes e contemplam reivindicações antigas da Comissão de Empresa, mas pontos fundamentais ficaram sem resposta. A oferta do banco não foi suficiente para nos demover do indicativo de greve para o dia 19”, avalia Sérgio Farias, representante da Fetraf-RJ/ES na CEE/BB.

Contraf-CUT cobra fim das reestruturações e terceirizações

Logo no início da negociação, a Contraf-CUT e as entidades sindicais cobraram a interrupção imediata dos processos de reestruturação com a transferência dos serviços dos bancários para empresas terceirizadas como, por exemplo, a Cobra Tecnologia. Também foi questionado o total desrespeito do banco em lançar programas de desligamento, como PDV para vítimas de reestruturações.

“Na última sexta-feira (13) ocorreu forte atividade de paralisação em São Paulo, cobrando a reversão desses processos e o fim da violência na cobrança de metas. Os funcionários de todas as bases onde há áreas meio estão aflitos com o rumo que a direção do banco tomou de reestruturar e terceirizar os serviços da atividade bancária”, criticou William Mendes.

Outra questão abordada foram os boletins da direção do BB ameaçando os bancários, como o do último dia 12, onde o banco sugere que os funcionários reflitam ao aderirem à greve, dizendo que haverá consequências indesejáveis no “pós-greve”.

“O banco alegou que a informação que ele quis dizer era de ‘consequências ao banco’, só que desde a greve em 2012 há processo investigatório no Ministério Público do Trabalho porque a Contraf-CUT teve que acionar o BB por perseguir grevistas. Se o banco faz referência a ‘pós greve’, ele está ameaçando de novo os bancários com retaliações e isso é prática antissindical condenada mundialmente pelas legislações que protegem os trabalhadores”, denunciou o dirigente sindical.

Propostas apresentadas pelo BB

I – Com cláusula no Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014

– Abono das horas de ausências, durante a jornada de trabalho, para os funcionários com deficiência, para aquisição, manutenção ou reparo de ajudas técnicas (cadeiras de rodas, muletas, etc), com limite de uma jornada de trabalho por ano;


– Elevação da licença adoção para homens solteiros (família monoparental) ou com união estável homoafetiva, de 30 para 180 dias;


– Vale cultura: R$ 50,00 por mês para os funcionários que ganhem até 5 salários mínimos;


– Aumento do valor da bolsa dos estagiários, de R$ 332,97 para R$ 570,00.

II – Sem cláusula no Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014


– Vacina contra a gripe para todos os funcionários; e


– Auxílio educacional para dependentes de funcionário falecido ou que tenha ficado inválido em decorrência de assalto intentado contra o banco: R$ 800,00 por mês até 24 anos incompletos.

Prioridades apresentadas pelos funcionários do BB

Plano de Funções e PCR:


 


– Piso


– Aumento no interstício


– Crescimento horizontal nas funções


– Anuênio


– Incorporar funções após 10 anos


– Volta do valor das gratificações de função ao valor anterior (ABF+ATFC+25 % ) tanto para os AFG 6h quanto para os AFC 8h


– Garantir reajustes nas verbas do novo plano como, por exemplo, verba 226

Ascensão Profissional

– Programa de Seleção Interna com critérios claros e transparentes;


– Fim da trava para concorrências;


– fim dos descomissionamentos e inclusão dos primeiros gestores na cláusula de proteção com 3 avaliações. E maior clareza sobre o que seria satisfatório e insatisfatório nas avaliações;


– volta da substituição remunerada nas funções.

PSO/Caixas executivos e demais unidades da rede

– igualar a pontuação do Mérito dos caixas e incluir os escriturários na carreira de Mérito, retroagindo ao histórico funcional de cada um;


– aumentar as dotações nas PSO;


– nomear todos os caixas executivos;


– ter regras para a eleição de delegados sindicais nas PSO (proporcional à quantidade de agências cobertas por cada PSO);


– criar supervisor de caixa e ou criar gratificação para o “caixa líder”.

Contratações e fim das reestruturações e terceirizações

– contratar mais 5 mil bancários e chamar imediatamente os concursados;


– reposição das aposentadorias e desligamentos;

Questões de Saúde

– Cassi e Previ para todos;


– Manutenção da função e do vínculo ao local de trabalho quando houver afastamento por questões de saúde com a substituição remunerada na vaga do afastado;


– melhorar a assistência odontológica;


– melhorias nos exames periódicos

Metas individuais e diárias

– fim da violência na cobrança de metas;


– fim das metas na GDP.

Fonte: Fetraf-RJ/ES com Contraf-CUT

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Terceirizados do Bob’s no Rock in Rio são lesados por intermediária

José Raphael Berrêdo Do G1 Rio

Cerca de 100 ambulantes estavam na entrada da Cidade do Rock por volta das 20h, à espera de uma solução para um impasse. Segundo eles, uma mulher, identificada como Deise de Oliveira, teria cobrado entre R$ 150 e R$ 200 para que eles pudessem trabalhar como vendedores do Bob’s dentro do evento. Ao chegarem, no entanto, foram impedidos por haver gente demais em relação ao número de vagas. Segundo o chefe da seguranca do evento e policiais civis, Deise seria levada para a 16ª Delegacia para esclarecimentos.

A assessoria do Bobs’ informou que a “rede trabalha com empresas de recrutamento terceirizadas e não cobra nenhum valor dos ambulantes para trabalhar no evento”.

Deise é conhecida entre os ambulantes por reunir gente para trabalhar em grandes eventos, como jogos de futebol e shows.

“Ela cobra de nós para trabalhar, isso já é errado”, reclamou o ambulante que se identificou como Roberto.

Para lucrar nos shows, os trabalhadores ganham comissões por produto vendido. No caso do Rock in Rio, segundo eles, a comissão seria de R$ 0,40 ou R$ 0,50 por cada unidade. Pagando R$ 150 e ganhando participação de R$ 0,50, cada ambulante precisaria vender a partir de 300 unidades para começar a lucrar.

“Quero saber quem vai pagar nosso prejuízo. Alugamos uma casa aqui perto para poder trabalhar. E teve gente que veio de fora do Rio e ainda pagou mais caro, R$ 200”, disse Magno, que também se diz lesado.

Fonte: G1

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Contraf-CUT lamenta morte do bancário, deputado e ministro Luiz Gushiken

Seeb São Paulo A Contraf-CUT está de luto. Faleceu nesta sexta-feira (13) o amigo e companheiro de muitas lutas Luiz Gushiken, aos 63 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado em estado grave por causa de um câncer. Ele deixa a mulher Elizabeth e os filhos Guilherme, Artur e Helena.

De acordo com nota divulgada pelo Cemitério do Redentor, o corpo será sepultado às 16h deste sábado (14). O velório será no mesmo local, no Sumaré, zona oeste de São Paulo.

A Contraf-CUT manifesta os sentimentos de dor e solidariedade aos seus familiares, amigos e companheiros de luta de São Paulo e de todo Brasil.

Trajetória

Funcionário do antigo Banespa, adquirido pelo Santander no processo de privatizações do governo HHC, ele sucedeu Augusto Campos e presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo, atuando de forma ativa contra a ditadura militar, pela redemocratização do país e em defesa da categoria bancária.

“Para bem exercer o poder é preciso ao mesmo tempo gostar de exercê-lo e igualmente ter desprendimento em relação a ele”, dizia Gushiken. E poucos exerceram com tanto talento e humildade.

Ele esteve à frente da maior greve nacional dos bancários, em 1985, defendendo os trabalhadores por salários dignos e por melhores condições de trabalho, conquistando vitórias importantes para a categoria, como o tíquete-refeição e o auxílio-creche/babá, até hoje direitos assegurados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

O nosso japonês também ajudou a organizar o Departamento Nacional dos Bancários da CUT, que deu origem à Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) e mais tarde à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Gushiken também participou da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT).

Ele presidiu o PT e foi eleito deputado federal por três vezes, tendo sido deputado constituinte e ajudou a construir a Constituição Cidadã de 1988, atualmente em vigência no país.

Foi também coordenador da campanha vitoriosa de Lula em 2002, tendo sido ministro-chefe da Secretaria de Comunicação no primeiro mandato, onde foi autor de uma campanha de resgate da autoestima do brasileiro, cujo slogan era “Sou brasileiro, não desisto nunca”.

Problemas de saúde

Os problemas de saúde remontam à década de 70, quando passou por pesado tratamento radioterápico após a retirada de um câncer no testículo. Sofreu um ataque cardíaco em 2001. Em 2002, extraiu o estômago, sofreu septicemia após a cirurgia e perdeu 20 quilos em sete dias.

Em 2008 teve novo princípio de infarto e, em 2010, passou por grande cirurgia para retirar várias partes de órgãos internos acometidos pelo câncer, operação que se repetiu em maio deste ano.

Injustiça

Em 2005, foi acusado de participação no suposto esquema do mensalão. Sete anos depois, foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de todas as acusações. O senador Eduardo Suplicy, durante emocionado discurso na tribuna do Senado na última terça-feira (10), lamentou a ausência de qualquer reparação, pela mídia, das acusações veiculadas.

O senador lembrou o “depoimento exemplar” de Gushiken à CPI que investigou o caso. Lembrou que o Ministério Público escondeu documento que provava a inocência de Gushiken. “Foram 3.285 dias em que sua honra foi pisoteada, com requintes de crueldade”, afirmou o senador.

Legado

Sua força, ética, coragem e competência serão sempre lembrados pelo movimento sindical e pela militância política e social.

Com a morte de Gushiken, o Brasil e toda uma geração de militantes sindicais e lutadores políticos e sociais perdem uma referência intelectual e um símbolo de dignidade.

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Gushiken, por Joel Bueno

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo e UOL