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Federação refunda coletivo de mulheres durante encontro interestadual


As bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo voltam a ter um grupo de discussão permanente das questões das mulheres. Foi refundado na última quarta-feira, dia 10, o Coletivo de Mulheres Bancárias do RJ e ES, reunindo dirigentes sindicais e bancárias de base. A refundação aconteceu durante o II Encontro Interestadual de Mulheres Bancárias do RJ e ES, que aconteceu na sede da Federação.


A participação no coletivo é aberta a qualquer bancária, seja dirigente ou não, mas cada sindicato deverá formalizar sua participação. O encerramento desta reunião inaugural de refundação definiu os nomes das representantes de cada entidade filiada e a data da próxima reuinão: 21 de maio. Neste segundo encontro será formalizada a coordenação do coletivo e a minuta de propostas que a base da Federação vai levar para o Encontro Nacional de Mulheres Bancárias.


Além da refundação do coletivo, o evento contou com palestras proferidas pela técnica do Dieese Carolina Gagliano, que falou sobre emprego bancários, e com a titular da Secretaria de Mulheres da Contraf-Cut, Deise Recoaro. Após a pausa para o almoço, a sindicalista Jô Portilho conduziu uma dinâmica que provocou as bancárias para a criação do coletivo.


O encontro teve ainda uma presença especial: a advogada e ex-bancária do Bradesco Giowana Cambrone Araujo. Mulher transexual, ela foi demitida do banco por sua identidade de gênero. Giowana falou da condição das mulheres trans na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho, que lhes reserva somente duas carreiras: cabeleireira e prostituta. “Não que haja algum problema com estas profissões. Se quer ser cabeleireira, vá ser, e seja feliz. A mesma coisa com a prostituta, que esta é uma profissão como outra qualquer. Mas tem que ser opção, não as únicas profissões possíveis”, defendeu. A prova disso, segundo Giowana, é o espanto das pessoas quando ela se identifica como advogada.


A titular da Secretaria para Questões da Mulher da Federação, Iracini da Veiga, considerou o evento muito produtivo. “Foi dado um importante passo para que, juntas, possamos construir uma grande caminhada na construção de propostas e ações para um mundo mais justo e igualitário”, concluiu Iracini.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Federação refunda coletivo de mulheres durante encontro interestadual


As bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo voltam a ter um grupo de discussão permanente das questões das mulheres. Foi refundado na última quarta-feira, dia 10, o Coletivo de Mulheres Bancárias do RJ e ES, reunindo dirigentes sindicais e bancárias de base. A refundação aconteceu durante o II Encontro Interestadual de Mulheres Bancárias do RJ e ES, que aconteceu na sede da Federação.


A participação no coletivo é aberta a qualquer bancária, seja dirigente ou não, mas cada sindicato deverá formalizar sua participação. O encerramento desta reunião inaugural de refundação definiu os nomes das representantes de cada entidade filiada e a data da próxima reuinão: 21 de maio. Neste segundo encontro será formalizada a coordenação do coletivo e a minuta de propostas que a base da Federação vai levar para o Encontro Nacional de Mulheres Bancárias.


Além da refundação do coletivo, o evento contou com palestras proferidas pela técnica do Dieese Carolina Gagliano, que falou sobre emprego bancários, e com a titular da Secretaria de Mulheres da Contraf-Cut, Deise Recoaro. Após a pausa para o almoço, a sindicalista Jô Portilho conduziu uma dinâmica que provocou as bancárias para a criação do coletivo.


O encontro teve ainda uma presença especial: a advogada e ex-bancária do Bradesco Giowana Cambrone Araujo. Mulher transexual, ela foi demitida do banco por sua identidade de gênero. Giowana falou da condição das mulheres trans na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho, que lhes reserva somente duas carreiras: cabeleireira e prostituta. “Não que haja algum problema com estas profissões. Se quer ser cabeleireira, vá ser, e seja feliz. A mesma coisa com a prostituta, que esta é uma profissão como outra qualquer. Mas tem que ser opção, não as únicas profissões possíveis”, defendeu. A prova disso, segundo Giowana, é o espanto das pessoas quando ela se identifica como advogada.


A titular da Secretaria para Questões da Mulher da Federação, Iracini da Veiga, considerou o evento muito produtivo. “Foi dado um importante passo para que, juntas, possamos construir uma grande caminhada na construção de propostas e ações para um mundo mais justo e igualitário”, concluiu Iracini.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Rio e em São Paulo fazem manifestações contra o assédio moral



Para protestar contra a forma cada dia mais covarde e desumana com que o Santander tem tratado os funcionários do call center, o sindicato dos bancários do Rio e o de São Paulo realizaram manifestações na última quinta-feira (4/4). As mobilizações, aconteceram na porta dos prédios do call center das duas cidades. A do Rio contou com a participação da Cia de Emergência Teatral que criticou com humor as arbitrariedades do banco espanhol.



Entre os absurdos, o Santander converteu os 10 minutos de pausa para descanso (para evitar lesões por esforço repetitivo) em tempo para usar o toalete e tratar de assuntos pessoais, desrespeitando a lei. Para piorar ainda mais, os funcionários são penalizados com advertência quando ultrapassam os 10 minutos reservados para a ida ao banheiro. Os supervisores do call center sempre exigem mais dos bancários do setor, com ameaças.


Mais abusos


Quando alguém é demitido, o supervisor do call center envia e-mail para os demais funcionários com os nomes dos dispensados em uma clara forma de pressão. Fica subentendido que quem não atingir as metas também terá o mesmo destino. “Os funcionários vivem uma situação de crescente assédio moral. O Sindicato condena esta grave situação e usará de todos os meios para combatê-la, com mais protestos e paralisações, denunciando estes fatos à opinião pública e acionando o Ministério Público do Trabalho”, afirmou a diretora do Sindicato, Fátima Guimarães.


Como se não bastasse, agora muitos funcionários estão proibidos até de frequentar o ambulatório. Se alguém passar mal, os próprios supervisores buscarão o remédio para que o funcionário não deixe sua mesa de trabalho. Diferentemente de outros locais, quando há denúncias de assédio moral no call center, as respostas do banco, nas reuniões com o movimento sindical, são padronizadas, como por exemplo: “o supervisor será reorientado” ou “ninguém confirmou”.

Fonte: Seeb-Rio

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Federação realiza Encontro da Mulher Bancária


Acontece na próxima quarta-feira, a partir das 10h, o 2º Encontro Interestadual da Mulher Bancária do RJ e ES. O evento vai acontecer no auditório da Federação terá palestras e uma dinâmica de grupo, além de definir as propostas da base para o Encontro Nacional de Bancárias. Outra atividade que está programada é a formação do Coletivo de Mulheres da Feeb RJ/ES.


As palestras terão como temas “Avanços e desafios da categoria bancária nas questões de gênero”, abordado por Deise Recoaro, Titular da Secretaria de Mulheres da Contraf-Cut e “Emprego Bancário”, apresentado pela técnica do Dieese Carolina Gacliano. Após o almoço, a diretora da Contraf-CUT Jô Portilho fará uma dinâmica de grupo com os presentes.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Verdes versus gentes: entenda o conflito da comunidade do Horto

Raquel Rolnik *


O Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, além de bairro chique e sede da Globo, é também palco de um dos conflitos que opõe hoje – indevidamente! – o direito à moradia e a preservação ambiental. No caso, trata-se do conflito entre o direito dos moradores da comunidade do Horto, que vivem ali há décadas, e a necessidade de o Jardim expandir e melhorar suas condições de pesquisa botânica e funcionamento. O núcleo de moradores teve origem na vila que abrigava funcionários de uma fábrica instalada no local no começo do século 19, e posteriormente, de trabalhadores do próprio Jardim Botânico, que foram autorizados pelo parque para residir na área, que é de propriedade da União.


Este caso é emblemático de um embate cada vez mais frequente entre a proteção do direito ambiental e do direito à moradia. A verdade é que esta contraposição é falsa. Muitas situações de conflito entre usos da terra podem e devem ser resolvidas com projetos urbanísticos e arquitetônicos que equacionem a plena realização destes direitos, com um olhar específico para cada caso. Entretanto, o que temos observado é uma enorme diferença de tratamento dos conflitos envolvendo o tema da preservação ambiental quando se trata de instituições, empresas ou moradias de alta renda e os moradores mais pobres. Enquanto para os primeiros vale a vista grossa – ou, no limite, as multas e compensações ambientais – os moradores pobres são sistematicamente removidos. Com pouco poder de disputa na esfera política, estas comunidades são definidas como “invasores” e, assim, constrói-se na opinião pública a justificativa para sua eliminação daquele lugar.


Neste caso do Jardim Botânico, um projeto desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em conjunto com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) busca superar conflitos entre essas esferas e compatibilizá-las, priorizando a manutenção das famílias no local. Este projeto procura regularizar o território, assegurando a preservação ambiental e, ao mesmo tempo, garantir o direito à moradia das famílias, realocando, na mesma região, as que estão em situação de risco ou cuja permanência de fato impacta nas condições de funcionamento do Jardim.


Considerando que essa é uma das áreas mais valorizadas do Rio de Janeiro, sei que os interesses em jogo são muitos e são poderosos. Mas espera-se que o interesse público prevaleça, reconhecendo suas múltiplas dimensões.



* Raquel Rolnik é urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada.

Fonte: Raquel Rolnik

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O sucesso da Fiscalização

Clemilce Carvalho *


A imprensa anunciou o resultado da arrecadação federal em janeiro de 2013: R$ 116 bilhões em sua totalidade, recorde alcançado inobstante os demais índices da economia. Realmente consagrador, para quem trabalha no dia-a-dia, interna ou externamente, na área de auditoria fiscal, buscando nas empresas, de porta a porta, os recursos para atender os programas de Seguridade Social do Estado brasileiro. Esses briosos agentes públicos, em conjunto, não se têm furtado ao trabalho árduo de recuperação de créditos e de incentivo ao recebimento do potencial de arrecadação.


O resultado auspicioso, na realidade, supera o que se vê a primeira vista. O crescimento real superior a 6 % , se considerado janeiro de 2012, seria bem maior nas condições anteriores de cobrança e pagamento.


O peso das desonerações sobre a folha de pagamento, que se vem autorizando, recai sobre a receita destinada ao pagamento de benefícios (INSS), sangrando profundamente o orçamento da Seguridade Social. Da maneira como as coisas vão indo, em algum tempo, quiçá próximo, poderá haver insuficiência de recursos para os programas da área social. E o eventual déficit, se um dia houver, será resultado da adoção de medidas como essas, que vão sendo tomadas ao arrepio das disposições constitucionais, que alertam – como faz o artigo 201 da Carta Magna – para a obrigação do zelo para com o equilíbrio financeiro e atuarial das receitas da Previdência Social.


E é exatamente dessa receita, destinada ao pagamento dos benefícios, que se vão retirando valores, cada vez maiores, pela incorporação de mais e mais ramos de atividade econômica à farra da benesse da isenção de contribuição para o maior e mais importante sistema de cobertura social do país. Se as coisas continuarem nesse crescendo, vamos precisar fazer uma reforma constitucional para resolver o capítulo da Seguridade Social, talvez o mais discutido e avançado, consagrado em 1988.


Ou se dá um basta a esse processo predatório, ou, em pouco tempo, a obrigação contida no artigo 195, que preceitua a participação do ‘empregador, da empresa, da entidade a ela equiparada na forma da lei’ no financiamento da Seguridade, deixará de existir.


Não fossem as isenções, desonerações e outros desvios havidos ao longo de seus 90 anos, a nossa previdência pública teria hoje, reservado para seus segurados, um montante invejável de recursos, capaz até de prover outros programas públicos de governo voltados para os trabalhadores, ajudando ainda mais a economia interna do país. E que não se perca de vista: nenhum grupo de pensão ou assemelhado teria resistido por tanto tempo aos ataques às suas reservas.


O pior é que a sangria, hoje, já se anuncia sobre a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), no intuito do barateamento dos itens da cesta básica. A medida, em tese, é correta: o trabalhador não pode, de fato, arcar com o peso escorchante dos tributos; porém não se pode atingir, sem consequências, o orçamento da Seguridade Social.


Pois que se mude o privilégio: libere-se do pagamento de IRPJ, de IPI e de outros tributos do Orçamento Fiscal! Deixem preservados os recursos voltados para a garantia do futuro dos segurados contribuintes!


Temos sugerido atenção, respeito e maiores oportunidades para o cidadão brasileiro. A ele, que garante as receitas necessárias ao Estado, se voltam os olhos dos administradores, cumprindo os direitos sociais, tão claros e estipulados na nossa Constituição: educação, saúde, trabalho, assistência social, moradia, lazer e todos os demais não podem ser reduzidos nem subtraídos, em favor de empresários, especuladores e tantos outros beneficiados e poupados nas medidas de ajuste que se vêm tomando.


Precisamos, cada vez mais, fazer uma cruzada de esclarecimento e resistência à dilapidação do que é o mais sagrado para os trabalhadores: a sua Seguridade Social.


 


* Clemilce Carvalho é Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil
[email protected] e clemilcecarvalho.blogspot.com.br

Fonte: Clemilce Carvalho

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Encontro dos funcionários do Bradesco define reivindicações específicas

O Encontro Nacional dos Funcionários do Bradesco foi encerrado nesta quinta-feira, dia 4, em Atibaia, no interior de São Paulo, com uma plenária final que aprovou as principais reivindicações que nortearão as negociações específicas com o banco em 2013.


Os trabalhadores se reuniram a partir de terça-feira, dia 2, em grupos e discutiram temas pertinentes aos empregados do banco, através dos eixos principais: PCCS/Remuneração, Programa de Reabilitação Profissional, saúde e condições de trabalho, parcelamento do adiantamento de férias e auxílio educação. Os dirigentes sindicais também aprofundaram as formas de luta, organização e mobilização.


Os empregados do Bradesco aprovaram temas essenciais à categoria no âmbito do emprego, remuneração, saúde, condições de trabalho, entre outras importantes questões que passam por novos temas que serão levados a mesa de negociação.


“Realizamos uma pauta mais intensa porque muitos problemas se acumularam devido à falta de solução do banco”, afirma Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.


A dirigente sindical ressaltou que a realização do Encontro Nacional, a partir da organização das federações em todo o país, permitiu que fosse realizada uma melhor identificação dos problemas específicos em âmbito nacional.


“Fizemos amplos debates que envolveram inúmeros dirigentes sindicais, o que proporcionou que os problemas pautados pelos empregados fossem mais aprofundados. Com isso, esperamos que a empresa dialogue com mais seriedade e traga resultados que atendam as reivindicações apontadas pela categoria”, destacou Elaine.


“A realização do Encontro Nacional, em um novo formato a partir dos encontros estaduais, também reforçou que a Comissão de Empresa é cada vez mais repensada para aproximar os sindicatos, federações e a confederação para aprimorar a organização e a unidade nacional”, concluiu o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira.


Participação


Pela Contraf-CUT, também participaram o presidente Carlos Cordeiro, o secretário de Saúde do Trabalhador, Walcir Previtale, a secretária de Políticas Sociais, Andrea Vasconcelos, e o secretário de Política Sindical, Carlindo de Oliveira (Abelha).


Nos próximos dias serão divulgadas mais informações sobre a pauta específica de reivindicações e demais encaminhamentos do Encontro Nacional.

Fonte: Contraf-CUT

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Encontro dos funcionários do Itaú aprova pauta específica de reivindicações

O Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú, promovido pela Contraf-CUT, foi encerrado nesta quinta-feira (4), em Embu das Artes, interior de São Paulo, com a aprovação de uma pauta específica de reivindicações que será entregue dentro de 15 dias para a direção do Itaú. O evento, iniciado na terça (2), reuniu 160 dirigentes de federações e sindicatos de todo o país.


“Vamos lançar uma campanha nacional pelo fim das demissões e da rotatividade, pela defesa do emprego e pela valorização dos funcionários”, destaca o funcionário do Itaú e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Também vamos lutar por previdência complementar para todos os funcionários”, completa.


Com o objetivo de monitorar as demissões, a Contraf-CUT irá disponibilizar uma planilha eletrônica aos sindicatos para registar as homologações em cada entidade, a fim de viabilizar um monitoramento nacional. “Toda vez que houver um determinado número mensal de demissões, vamos paralisar o banco”, avisa Cordeiro.


Também foi aprovada a realização de um seminário nacional sobre remuneração, com o objetivo de elaborar uma proposta de plano de cargos e salários para ser negociada com o Itaú.


“Vamos intensificar a mobilização dos trabalhadores, aumentando a pressão sobre o Itaú, para que possamos garantir conquistas nas negociações específicas com o banco”, ressalta o dirigente da Contraf-CUT.


Ousadia, esperança, unidade nacional e mobilização


“Precisamos ter ousadia, esperança, unidade nacional e mobilização, pois o banco tem clara sua estratégia de diminuir seus custos sacrificando o emprego. Nós temos que ir além do possível quando se trata da proteção do emprego digno, de qualidade, em que as pessoas não adoeçam, não morram, enfim por emprego decente”, enfatiza o presidente da Contraf-CUT.


“Temos que interferir e contribuir na transformação da estrutura social, política e econômica deste país. Temos que assumir o desafio de transformar o crescimento econômico em desenvolvimento econômico com distribuição de renda, com o objetivo de termos justiça social. Para isso, temos que lutar contra as demissões e a rotatividade, a fim de conquistar mais e melhores empregos”, conclui Cordeiro.


Moção de repúdio


Ao final do Encontro Nacional, os participantes aprovaram ainda uma moção de repúdio ao deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), exigindo a saída imediata do parlamentar da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.


Participação


Pela Contraf-CUT, além do presidente Carlos Cordeiro, participaram a secretária-geral Ivone Silva, o secretário de Finanças, Roberto Von Der Osten (Betão), e o secretário de Organização do Ramo Financeiro, Miguel Pereira, bem como os coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves e Wanderley Crivellari.


Nos próximos dias serão divulgadas mais informações sobre a pauta específica de reivindicações e demais encaminhamentos do Encontro Nacional.

Fonte: Contraf-CUT

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Contraf-CUT critica projeto dos bancos para regulamentar sistema financeiro

Depois de seis anos tramitando no Senado, o projeto de lei complementar substitutivo do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) que regulamenta o Sistema Financeiro Nacional (SFN), e dentre outras coisas concede “autonomia operacional” ao Banco Central, recebeu parecer favorável e vai entrar na pauta de votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), segundo informou o jornal Valor Econômico na edição de quarta-feira (3).


“Esse é o projeto dos bancos. O parecer favorável faz parte da gigantesca ofensiva em curso promovida pelo mercado financeiro, com forte repercussão na mídia, para pressionar o governo federal a abandonar a política desenvolvimentista e a assumir a agenda neoliberal que, a pretexto de combater a inflação, propõe o aumento dos juros, contenção do consumo e do crédito e demissões de trabalhadores”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.


“Esse projeto visa blindar o Banco Central, torná-lo ainda mais independente do governo, aniquilando a transparência. O BC ficaria assim sob controle absoluto dos banqueiros”, critica Carlos Cordeiro. “Nós queremos o oposto disso, que é tornar o BC independente do mercado financeiro, transparente e sob controle da sociedade.”


Por uma conferência nacional do sistema financeiro


Para o presidente da Contraf-CUT, a ofensiva do mercado financeiro no Congresso e contra a política desenvolvimentista da presidenta Dilma Roussef torna ainda mais urgente a convocação de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, antiga reivindicação dos bancários e da CUT.


“Os bancos estão claramente chantageando o governo e a população com a campanha maciça por aumento dos juros para conter a ameaça inflacionária. A sociedade brasileira precisa reagir e entrar nesse debate para escolher que tipo de sistema financeiro ela quer para o Brasil. Esse que está aí, que cobra os juros e spreads mais altos do mundo, segura o crédito e marginaliza amplos setores da população, ou um outro que cumpra a função de financiar o desenvolvimento econômico e social do país?”, indaga Carlos Cordeiro.


“Por isso, é imprescindível uma Conferência Nacional que discuta o sistema financeiro. A presidenta Dilma já concordou com a defesa dos interesses dos consumidores, incluindo os direitos dos clientes bancários. Consideramos isso muito importante e vamos participar, mas continuamos defendendo um grande debate nacional sobre o papel do sistema financeiro”, salienta Cordeiro.


Dois projetos em confronto


O projeto de lei que recebeu parecer favorável na CAE, de autoria do ex-senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), mas bastante modificado pelo relator Dornelles, se aprovado pelo Congresso, regulamentará o Artigo 192 da Constituição e substituirá a Lei 4.595, de dezembro de 1964, que até hoje regula o sistema financeiro.


Ele é frontalmente contrário às propostas que vêm sendo aprovadas pelos bancários em suas conferências nacionais, que visam atualizar o projeto apresentado ao Congresso Nacional na década de 1990 pela então CNB-CUT, antecessora da Contraf-CUT.


O projeto de Dornelles propõe mandatos de seis anos (escalonados) do presidente e dos diretores do Banco Central, que podem ser reconduzidos uma única vez. A demissão do presidente ou dos diretores do BC, pelo presidente da República, terá que ser devidamente justificada e previamente aprovada pelo Senado, em votação secreta.


A demissão dos diretores do BC só poderá ocorrer, segundo o projeto de Dornelles, se houver descumprimento de metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ou por gestão que cause grave prejuízo à economia nacional. O presidente do BC ou os diretores também poderão ser substituídos em caso de renúncia, aposentadoria compulsória ou condenação judicial transitada em julgado.


Os objetivos principais do BC serão, de acordo com o projeto, “a estabilidade de preços e a solidez do sistema financeiro”. Está prevista a criação de uma taxa de fiscalização que será recolhida, semestralmente, ao BC pelas instituições sob sua supervisão. Essa taxa será regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC será responsável pela execução das políticas monetária e cambial definidas pelo CMN e terá autonomia para escolher os instrumentos de execução dessas políticas.


Cheque em branco


“Avaliamos que definir um mandato de seis anos para os diretores do BC, não coincidindo com o mandato do presidente da República e sem estabelecer atribuições e responsabilidades, é passar um cheque em branco para as instituições financeiras. Hoje, o BC já vem atuando como um sindicato dos bancos, baixando resoluções que somente atendem aos interesses dos banqueiros, como a substituição de agências e postos de serviços por correspondentes bancários, precarizando o atendimento da população”, aponta Cordeiro.


“Mais importante”, para o presidente da Contraf-CUT, “seria regulamentar o artigo 192 da Constituição, após a Conferência Nacional do Sistema Financeiro, bem como estabelecer que o Banco Central, além das metas de inflação, passe a definir também metas sociais, como o aumento do emprego e da renda dos trabalhadores e a redução das desigualdades sociais do país, impulsionado o desenvolvimento do Brasil”, conclui o dirigente sindical.


Propostas dos bancários


As propostas dos bancários para regulamentação do Artigo 192 da Constituição defendem um SFN voltado para o desenvolvimento econômico e social do país, democrático e sob o controle da sociedade. Querem, entre outras coisas:



  • Ampliação do Conselho Monetário Nacional (CNM), permitindo a participação fiscalizadora da sociedade;

  • Democratização e controle social do sistema financeiro;

  • Definir mecanismos de política econômica que o BC disporá para cumprir sua missão de controle da inflação;

  • Direcionamento de crédito e regulação dos juros para áreas prioritárias;

  • Discutir volumes, custos e setores a serem atingidos por operações de crédito obrigatórias;

  • Normatizar a atuação dos bancos públicos e privados e orientar a sua atuação para o desenvolvimento econômico e social do país;

  • Regular as atividades dos bancos estrangeiros para sejam subordinados aos objetivos nacionais;

  • Assegurar regras para a supervisão bancária;

  • Estabelecer metas sociais e não apenas controle da inflação.

Fonte: Fonte: Contraf-CUT com Valor Econômico

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Renzo Rossi, santo da solidariedade

Frei Betto *


Ensina a catequese que alguns cristãos lograram o impossível: viver segundo a vontade de Deus. Tiveram vida coerente, praticaram virtudes heroicas, deram testemunho do Evangelho como discípulos exemplares de Jesus. São chamados santos.
Com o tempo descobri que nem tudo que reluz é ouro. Há inúmeros santos anônimos que jamais serão canonizados, e há santos que merecem a glória dos altares e, no entanto, tiveram atitudes nada condizentes com os valores evangélicos.


Aliás, os processos de canonização custam caro, e são inacessíveis àqueles que viveram para os pobres, como Padre Cícero, Dom Helder Câmara, Dom Luciano Mendes de Almeida, Dom Oscar Romero, para citar apenas alguns clérigos.


No dia 25 de março, perdemos um santo real, incontestável, de quem tive a graça de ser amigo: padre Renzo Rossi, italiano de Florença, jesuíta como o papa Francisco. No sábado, 23, eu deveria visitar Renzo no hospital. Como a Universidade de Florença cancelou minha palestra, deixei de abraçar o amigo de 87 anos que padecia de câncer no pâncreas.


Renzo era movido a uma alegria exuberante. Parecia dotado de mil baterias. De aparência jovial, nunca o vi triste nem mesmo carrancudo. Falava alto, tinha por hábito tocar seus interlocutores e tratá-los com irreverência. Nada parecia abatê-lo nem constrangê-lo.


Em 1965 ele veio integrar, no Brasil, a missão jesuíta de Salvador. Um ano após o golpe militar. Atuava junto aos pobres sem se envolver com a militância em luta contra a ditadura.


Em 1969 nós, frades dominicanos, fomos presos, acusados de subversão. Ao todo, sete frades. Um deles, Giorgio Callegari, era italiano de Veneza. No ano seguinte, ao retornar de férias à Itália, Renzo encontrou a mãe de frei Giorgio. Ela pediu-lhe que, ao retornar ao Brasil, fosse a São Paulo visitá-lo.


Padre Renzo veio ao Presídio Tiradentes, onde nos encontrávamos presos em companhia de quase 200 companheiros (Dilma Rousseff se encontrava na ala feminina). Frei Tito de Alencar Lima tinha sido reconduzido à tortura em fevereiro de 1970. Renzo ficou impressionado ao vê-lo. Decidiu que, dali em, diante, sua missão seria apoiar as vítimas da ditadura.


Ao longo de seis anos, Renzo visitou 14 cadeias brasileiras que abrigavam prisioneiros políticos. Como ele não tinha nenhum vínculo com política, e aparentava ser um cristão destituído de ideologia, não levantou suspeitas.


Renzo não era “neutro”. Estava ali para servir às vítimas, não aos algozes. Tanto que, por ocasião de uma greve de fome nacional, quando todas as comunicações entre presídios foram interrompidas, a repressão cometeu o equívoco de permitir que aquele sacerdote insuspeito visitasse os grevistas. Talvez pensasse que suas preleções poderiam demover os prisioneiros do “gesto suicida”. Mal sabia a ditadura que Renzo servia de pombo-correio entre os cárceres, passando informações e alento.


Em Salvador, foi preso um jovem de 18 anos: Theodomiro Romeiro dos Santos. Já no carro de polícia, sacou seu revólver e atingiu três agentes, matando um quarto, um sargento da Aeronáutica. Renzo passou a visitá-lo. Em 1971, Theodomiro foi condenado à pena de morte, mais tarde comutada em prisão perpétua. Veio a anistia, em 1979, e o jovem marcado para morrer não foi beneficiado.


Renzo temia, como todos nós, pela vida de Theodomiro, isolado em um cárcere e alvo do ódio da ditadura que, aos poucos, desmoronava. Era preciso libertar Theodomiro. Isso implicava subornar carcereiros e policiais.


Renzo voltou à Europa e levantou os recursos. Conseguiu tirar Theodomiro da prisão e do Brasil, conforme relato detalhado no inestimável livro de Emiliano José, “As asas invisíveis do padre Renzo”, que em breve chegará às telas de cinema.


Renzo se foi. Seu exemplo fica. Exemplo de algo que constitui a essência de nossa condição humana e, no entanto, nada fácil de ser praticado: a solidariedade. Jesus ensinou que isso, que é tão humano, é também, divino aos olhos de Deus. E quando se traduz em arriscar a própria vida para salvar outras vidas se chama amor.



* Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.
www.freibetto.org twitter:@freibetto.






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Fonte: Frei Betto