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PROGRAMAÇÃO DE CARNAVAL NO RIO

RIO – O Rio de Janeiro já está em clima de carnaval. Para te ajudar a curtir a folia nos blocos, nós do Blog Carnaval de Rua vamos oferecer em primeira mão uma lista com alguns dos agitos mais procurados pelos foliões. Vale lembrar que algumas informações foram recolhidas pela equipe do bamba Eliomar Coelho.

Então, nos encontramos em um destes. Até lá.

 

Imprensa Que eu Gamo – Dia 11/02 – Sábado – É o bloco dos jornalistas. Suas cores: vermelho e grafite. Concentração: Mercadinho São José, Rua das Laranjeiras esquina com Rua Gago Coutinho, a partir das 15h.

 

Nem Muda nem Sai de Cima – Dia 11/02 – Sábado – Faz seus ensaios no famoso bar da Dona Maria, na Rua Garibaldi. Suas cores: amarelo e vermelho. Concentração: Bar da Dona Maria, na Rua Garibaldi, a partir das 17h.

 

Spanta Neném – 11/02 – Sábado – Seu desfile é pela ciclovia da Lagoa. Cores: azul e amarelo. Concentração: Parque dos Patins, a partir das 16h.

 

Cutucano Atrás – Dia 11/02 – Sábado – A concentração do bloco acontece das 16h às 19h no quiosque localizado em frente ao Sindicato do Chopp do Leme. O bloco sairá às 19h01m, atravessará as duas pistas da Avenida Atlântica e retornará às 19h05 ao quiosque para a dispersão. Esta ano, o Cutucano irá homenagear os anões ilustres. Nelson Ned, Tatoo, os Sete Anões, Oompa Loompa e outros. A diretoria do bloco vai oferecer cinco cervejas para os dez primeiros anões que prestigiarem o desfile. Mais informações sobre o bloco e o desfile no site: www.cutucanoatras.com.br

 

Cordão Literário Carnavalesco Armazém do Manuel – 12/02 – Domingo – Concentração: Beco do Rato, esquina da Rua Joaquim Silva com a Rua Morais e Vale, às 15h

 

Bloco Segura para não cair – Dia 12/02 – Domingo – É o bloco da galera que freqüenta o Bar Estephanio´s. Os ensaios acontecem nos dois domingos anteriores à saída. Cores: vermelho, azul e branco. Concentração: no Bar Estephanio’s, Rua dos Artistas, 130, Vila Isabel, a partir das 16h.

 

Alegria Sem Ressaca – 12/02 – Domingo – Formada por médicos psiquiatras, terapeutas ocupacionais, psicólogos, ex-alcoólatras e ex-viciados, além de seus familiares e grupos de ajuda aos dependentes químicos. Ano passado, cerca de 500 pessoas participaram do desfile. Este ano o percurso será da República do Peru ao Posto Seis, pela Avenida Atlântica, em Copacabana. Concentração a partir das 10h.

 

Ih, é Carnaval! – Dia 16/02 – Quinta-feira – O bloco foi fundado há quatro anos por estudantes do Instituto de Economia da UFRJ e hoje é composto basicamente por economistas, moradores da Urca, universitários. Já falaram do bar Sujinho (2003), do Pinel no Elogio à Loucura de 2004, do Pão de Açucar em 2005 e agora cantam o enredo Tem Cego no Samba, lembrando o Instituto Benjamin Constant. Walter Alfaiate é o padrinho do bloco e estará no desfile, que conta ainda com ritimistas da Acadêmicos da Rocinha e deficientes visuais em sua bateria. Concentração às 18h no DCE da Praia Vermelha.

 

Simpatia É Quase Amor – Dias 18/02 – Sábado e 26/02 – Domingo – Este ano o bloco de Ipanema completa 22 carnavais. Os ensaios acontecem no Bola Preta, nos dias 21 e 28 de janeiro e 04 e 11 de fevereiro. Suas cores: amarelo e lilás. Concentração: Praça General Osório, em Ipanema, a partir das 17h.

 

Gigantes da Lira – Dia 18/02 – Sábado – O bloco é dedicado à criançada. Tem palhaços, malabaristas e outras figuras circenses. Concentração: Pracinha da Rua General Glicério, às 17h, em Laranjeiras.

 

Bloco do Baixo Tijuca – 18/02 – Sábado – Fundado por um grupo de amigos tijucanos para animar os freqüentadores dos bares da Praça Varnhagen, local conhecido como Baixo Tijuca, o bloco arrasta em torno de três mil componentes durante o desfile. A concentração para o desfile começa às 16h. O trajeto inclui a avenida Maracanã até a rua Barão de Mesquita, passando pela rua Major Ávila e voltando à Praça Varnhagem. Ensaio no dia 12, a partir das 18h na Praça Varnhagen.

 

Devassos da Cardeal – Dia 18/02 – Sábado – Animada roda de samba. Concentração: Bar do Galo a partir das 16h. Rua Cardeal D. Sebastião Leme, 140, Santa Tereza.

 

Suvaco do Cristo – Dia 19/02 – Domingo – O Suvaco continua escondendo o horário de seu desfile para evitar tumultos. Nos últimos anos tem saído mais cedo, por volta das 13h. Concentração: Bar Jóia, na esquina da Rua Jardim Botânico com Rua Faro.

 

Quem num Güenta bebe Água – 19/02 – Domingo – Desfila pelas ruas de Laranjeiras. Concentração: a partir das 14h, na adega do Juca, Rua Gago Coutinho, 37.

 

B. C. Bigode Esticado – Dia 19/02 – Domingo – Fundado em 1999, realiza campanhas beneficentes e já arrecadou quase cinco Toneladas de alimentos. Ensaios às quintas, sextas (19h), sábados (15h) e domingos na esquina da Rua Adriano com Magalhães Couto no Méier. O desfile do dia 19 é na Rua Dias da Cruz, com concentração a partir das 10h. O bloco pede aos foliões que colaborem com 1kg de alimento.

 

Discípulos de Oswaldo – Dia 22/02 – Quarta-feira – O bloco é formado por servidores da FIOCRUZ. Concentração: bar do Chico, na Rua Castro Tavares, 185, Manguinhos, a partir das 17h.

 

Esse é o Bom, mas Ninguém sabe – Dia 22/02 – Quarta-feira – Apadrinhado pelo Escravos da Mauá, o bloco desfila pelo quatro ano pelo Cosme Velho. Os ensaios são aos domingos às 18h na quadra dos Guararapes (próximo à saída do Rebouças) e qualquer um pode participar. A concentração é a partir das 18h30m, na quadra dos Guararapes.

 

Bloco Escravos da Mauá – Dia 23/02 – Quinta-feira – O bloco tem uma roda de samba que rola o ano inteiro no Largo São Francisco da Prainha, atrás da Praça Mauá. Suas cores: azul e amarelo. Concentração: Largo São Francisco da Prainha, a partir das 19h.

 

Banda da Rua do Mercado – dia 23/02 – Quinta-feira – Fundada, em 1999, por operadores da Bolsa de Valores e jornalistas da Gazeta Mercantil, na Praça XV. Nesta quinta-feira, a banda promove o Pagode do Pintado, na Rua do Mercado.

 

Badalo de Santa Teresa 24/02 – Sexta-feira – Desfila no mesmo dia do Carmelitas e ajuda a transformar as ladeiras de Santa em uma verdadeira Olinda Carioca. Concentração: Largo das Neves, a partir das 20h.

 

Rola Preguiçosa – Dia 24/02 – Sexta-feira – O bloco desfila pela orla da Lagoa, com concentração às 18h na esquina de Maria Quitéria com Epitácio Pessoa. Suas cores: branco e laranja. A madrinha é a atriz Zezé Mota.

 

Vem ni mim que eu sou Facinha – 24/02 – Sexta-feira e 28/02 – Terça-feira – O bloco é daqueles que não desfila, mas “fica”. Sua batucada é animada. Concentração: a partir das 17h, na Rua Prudente de Moraes, 10, Ipanema, lugar conhecido como “Largo das Facinhas”.

 

Boca que Fala – Dia 24/02 – Sexta-feir a – É o bloco do pessoal do SINTRASEF (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal). Concentração: no pilotis do prédio do MEC, a partir das 18h.

 

Bloco das Carmelitas – Dias 24/02 – Sexta-feira e 28/02 – Terça-feir a – Atrai uma multidão. Desfila pelas ruas de Santa Teresa. Ensaia todos os sábados de janeiro a partir das 19h, no mesmo local onde concentra. Cores: verde, vermelho, azul e amarelo. Concentração: bar do Serginho, Rua Dias de Barros esquina com Ladeira de Santa Teresa, a partir das 18h.

 

Concentra Mas Não Sai – Dia 24/02 – Sexta-feira – É o pioneiro dos blocos que não desfilam. Concentração: nos últimos anos foi na Rua Ipiranga, 54, no bar Severyna, a partir das 20h (confirmar).

 

Bloco do Bip-Bip – Dias 24/02 – Sexta-feir a – O bloco leva o mesmo nome do botequim de onde sai, reduto da boemia e do samba carioca. Suas cores são: vermelho e branco. Concentração: em frente ao Bip-Bip, Rua Almirante Gonçalves, 50, Copacabana. O bloco desfila ao primeiro minuto (00h01) do sábado de carnaval

 

Cordão da Bola Preta – Dia 25/02 – Sábado – A mais antiga agremiação em atividade no carnaval carioca. Arrasta uma multidão pelas ruas do Centro. Concentração: em frente à sede do Bola Preta, na esquina das Ruas Evaristo da Veiga e Treze de Maio, na Cinelândia, a partir das 9h.

 

Bloco do Barbas – Dia 25/02 – Sábado – O destaque do desfile é um carro pipa que dá banho nos foliões que renovam as energias para continuar na folia. Suas cores são o branco e o vermelho. Concentração: esquina das Ruas Assis Bueno e Arnaldo Quintela, em Botafogo, a partir das 14h.

 

Dois pra lá dois pra cá – Dia 25/02 – Sábado – O bloco foi fundado por Carlinhos de Jesus e reúne os dançarinos e amantes da dança de salão. Concentração: Casa de Dança Carlinhos de Jesus, Rua Álvaro Ramos, 11 a partir das 14h.

 

Laranjada Samba Clube – 25 /02 – Sábado – Fazendo jus à laranjada do nome, desfila em Laranjeiras. Suas cores são o laranja e o azul. Praça do chorinho, na Rua General Glicério, em Laranjeiras.

 

Turma do Gato – 25/02 – Sábado – Tradicional bloco de Pilares. Concentração: Rua Djalma Dutra, 16h

 

Cordão do Prata Preta – Dia 25/02 – Sábado – Desfila na Saúde. Concentração: a partir das 15h, Rua Sacadura Cabral, 375

 

Bloco Que Merda é Essa – Dia 26/02 – Domingo – Sai da frente do bar Paz e Amor, que fica na esquina das Ruas Garcia D’Ávila com Nascimento Silva, em Ipanema. Suas cores: marrom e branco. Concentração: a partir das 14h.

 

Bloco do Meu Kantinho – Dias 26/02 – Domingo e 28/02 – Terça-feira – É o bloco do centro cultural/escola de música para crianças com o mesmo nome. Sai cantando marchinhas carnavalescas pelas ruas da Penha Circular. Cores: vermelho, amarelo e branco. Concentração: meio-dia, na sede do Meu Kantinho – Rua Indígena, 62 – Penha Circular.

 

Bloco dos Coqueiros – Dias 26/02 – Domingo e 28/02 – Terça-feira – A Ilha de Paquetá também tem seu bloco. Cores: laranja, branco e verde. Concentração: a partir do meio-dia, na Praia dos Coqueiros.

 

Cordão do Boitatá – Dia 26/02 – Domingo – Tem atraído uma multidão, apesar de o horário e o local só serem divulgados em cima da hora. Desfila no Centro. Ano passado desfilou pela Sete de Setembro..Toca marchinhas, maxixes e frevos, ao som de uma orquestra de saxes, flautins e trombones.

 

É do Pandeiro – Dias 26/02 – Domingo e 28/02 – Terça-feira – Como diz o nome, sua bateria é composta só por pandeiros. Concentração: no Domingo, em frente ao antigo bar Semente, na Rua Joaquim Silva, Lapa. Na Terça-feira, no Jardim de Alah, em Ipanema, a partir das 17h.

 

Bloco de Segunda – Dia 27/02 – Segunda-feira – Desfila em Botafogo. Suas cores: branco, vermelho e azul. A camiseta pode ser adquirida no próprio dia do desfile. Concentração: Cobal do Humaitá (lado da Voluntários da Pátria), a partir das 17h.

 

Corre Atrás – Dia 27/02 – Segunda-feira – O bloco foi criado com a intenção de resgatar o velho carnaval de rua. Serão tocadas apenas marchinhas, além do hino do bloco composto por Edmundo Souto. Concentração às 12h no Bar Azeitona e Cia, na Rua Dias Ferreira. O desfile vai até a Praça Cazuza.

 

Rancho Flor do Sereno – Dia 27/02 – Segunda-feira – A idéia é reviver os antigos ranchos carnavalescos. Concentração: Avenida Atlântica, no Posto 6, 19 h.

 

Bloco da Ansiedade – 27/02 – Segunda-feira – É um bloco de frevos. Cores: rosa e prata. Concentração: Mercadinho São José, em Laranjeiras

 

Polvo da Ilha – Dia 27/02 – Segunda-feira – Fundada por amigos que queriam levar o carnaval ao bairro da Ribeira, na Ilha. Sairá da Ribeira indo ao Zumbi e daí volta à Ribeira em sentido contrário ao da ida. A concentração é às 10hs, no Bar do Savio, Ribeira, Ilha do Governador.

 

Bloco do Clube do Samba – Dia 28/02 – Terça-feira – Um dos blocos mais antigos e tradicionais do carnaval de rua da cidade. Suas cores: preto e branco. Concentração: Avenida Atlântica esquina com Santa Clara, a partir das 14h.

 

Bloco Meu Bem Volto Já – Dia 28/02 – Terça-feira – Desfila no Leme. Concentração: Avenida Atlântica, no início do Leme, a partir das 15h.

 

Maracangalha – 28/02 – Terça-feira – Concentração: Cobal de Botafogo, a partir das 16 horas,. Sua bateria é só de mulheres. Este ano o Bloco vai homenagear o Cantinho da Fofoca, tradicional local de Botafogo onde se reuniam os sambista do bairro.

 

Tramela – Dia 28/02 – Terça-feira – Desfila pelas ruas da Abolição. Concentração: Rua João Pinheiro esquina com Rua Teresa Cavalcanti, a partir das 16h.

 

Só Prá Ver o Que Vai Dar – Dia 28/02 – Terça-feira – O bloco desfila em Botafogo. Cores: Azul e Amarelo. Concentração: esquina das Ruas Arnaldo Quintela e Oliveira Fausto, a partir das 15 h.

 

Bloco Virtual – Dia 01/03 – Quarta feira – Desfila do Posto Nove ao Arpoador. Concentração: no Posto Nove, praia de Ipanema, a partir das 18h.

 

Bloco Suburbanistas – Dia 01/03 – Quarta-feira – Vai sair em Irajá – Concentração: 15 horas – IAPM – Rua Marinho Pessoa 65

 

Voltar Pra Que? – Dia 02/03 – Quinta-feira – Suas cores: azul e vermelho. Concentração: em frente ao Teatro Rival, no bar Carlitos, a partir das 20:30h.

 

Zumbi de Pilares – Todos os dias de carnaval – Anima o carnaval de rua de Pilares, juntamente com o Pagodão do Beco, a partir das 19h, no Largo de Pilares.

 

Bloco Bafafá – Dia 04/03 – Sábado – Outro que não desfila, mas fica concentrado na areia do Posto 9, em Ipanema, onde a festa rola ao som da orquestra do Cordão do Bola Preta e do DJ Franz.

 

Monobloco – Dia 05/03 – Domingo – Criado por Pedro Luís e A Parede, em 2000, o Monobloco é regido pelo maestro Celso Alvim e tem à frente os puxadores Pedro Luís, Fábio Allman, Renato Biguli (Cabeça de Nego e Digital Dub), Nunu da Mangueira (cantor/compositor e ex-diretor da bateria da Mangueira do Amanhã), além de Alexandre Fróes, no cavaquinho. Ensaios dias 10/02, 17/02, 24/02 e 03/03 (sextas-feiras) na Fundição Progresso. O desfile é do Posto 12, no Leblon, ao Posto 10, em Ipanema.

 


(Por Daniel Pereira e Miguel Conde – Globo Online – em 8/fev)

 

 

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AOL DEIXA O BRASIL

SÃO PAULO e RIO. A AOL publicou ontem anúncios em jornais do país informando que vai encerrar sua operação no Brasil no próximo dia 17 de março. Depois dessa data, o acesso à internet pelo provedor AOL Brasil não estará mais disponível. Também sairão do ar o conteúdo do portal e serviços como blog, salas de bate-papo e mensagens instantâneas. A AOL faz parte da Time Warner, o maior grupo de mídia do mundo, que administra a rede de televisão CNN e os estúdios Warner Bros, entre outras empresas. Já a AOL Latin America — responsável pela subsidiária brasileira — é uma joint-venture entre a AOL americana, o grupo venezuelano Cisneros e o Banco Itaú.


O único serviço que a AOL manterá no país depois de 17 de março é o e-mail, cujas contas permanecerão ativas até 31 de julho, mas apenas para quem tiver migrado para o portal Terra. Em dezembro, o Terra comprou a base de assinantes da AOL Brasil. Pelo acordo, pagará entre US$ 760 mil e US$ 1,9 milhão à AOL Latin America. O valor final da transação dependerá do número de assinantes da AOL Brasil que migrarem para seu serviço de acesso. Fontes próximas ao provedor afirmam que são cerca de 150 mil clientes.


Para quem acompanha o mercado brasileiro de internet, o fechamento da AOL Brasil era questão de tempo. Primeiro porque a AOL Latin America entrou em processo de concordata em junho passado e, desde então, conseguiu vender suas operações na Argentina e no México. Além disso, mesmo investindo pesadamente em marketing durante um bom tempo, a AOL Brasil nunca conseguiu ganhar de verdade o coração do internauta brasileiro.


Presente no país desde novembro de 1999, foram pouco mais de seis anos colecionando decepções — a primeira já na campanha de lançamento do provedor, quando a empresa distribuiu milhares de CD-ROMs que invariavelmente provocavam problemas nos computadores de quem os instalava. A repercussão foi péssima, para alegria da concorrência.


Com sua saída do país, a AOL Brasil repete o destino de outros grandes grupos internacionais que, desde o fim dos anos 90, tentaram ganhar o mercado brasileiro de internet. A Starmedia, por exemplo, foi uma das empresas que encontraram por aqui um cenário bem menos afável do que o prometido naquela época, quando se acreditava que a internet seria imprescindível para todos os cidadãos, gerando lucros altos em pouco tempo. Não foi bem assim.


A propósito, quem não deverá reclamar muito do fim da AOL latina será seu principal executivo, Charles Herrington, que vai receber US$ 999 mil referentes a bônus e à sua saída da operação.

 


(Por Vladimir Goitia* e Nelson Vasconcelos – Jornal O Globo – em 9/fev)

 


* Especial para o GLOBO

 

 

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GILBERTO GIL GANHA O GRAMMY

Gilberto Gil vence o Grammy de World Music Evento premia artistas em 108 categorias. A premiação ocorreu, pela segunda vez consecutiva, no Los Angeles Convention Center SÃO PAULO- O cantor de MPB e ministro brasileiro da Cultura Gilberto Gil ganhou, na noite desta quarta-feira, o prêmio de melhor disco de world music contemporânea pelo álbum Eletracústico, no Grammy 2006 – a 48ª edição da premiação, transmitida

no Brasil pelo SBT e pelo canal pago Sony.
Esse foi o segundo Grammy de Gilberto Gil. O primeiro também havia sido obtido nessa mesma categoria. Em 1998, na 41ª edição do evento, o cantor foi premiado pelo disco Quanta Live.
Gil concorria na categoria 73 (Melhor álbum de world music contemporânea) com Amadou & Mariam; Kronos Quartet & Asha Bhosle; Ladysmith Black Mambazo & The trings Of The English Chamber Orchestra e Anoushka Shankar. O Grammy premia artistas em 108 categorias. A premiação ocorreu, pela segunda vez consecutiva, no Los Angeles Convention Center.

 

 

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CHOQUE NECESSÁRIO – ENTREVISTA COM HUGO CHÁVEZ

Há qualquer coisa de meticuloso no comportamento de Hugo Chávez, o bolivariano presidente da Venezuela. De muito preciso, como é próprio de quem não se permite gestos inúteis e conhece o papel de cor e salteado. Sobre a mesa da entrevista, com movimento pausado, depositou uma edição de CartaCapital de quase dez anos atrás. Soletrava a chamada de capa: “O Brasil na periferia da rede”. Falava-se ali de como os senhores do mundo pretendiam conduzir a globalização à sombra do neoliberalismo.

Nem por isso, houve qualquer pauta prévia. Perguntamos o que quisemos e tudo teve resposta. A única pergunta que faltou poderia ser a seguinte: “O senhor admira Lula e quer ser seu aliado, mas como explica a política neoliberal do ministro Palocci?” Não a fizemos porque a esta Chávez não responderia. Por razões óbvias.

O presidente venezuelano demonstra saber a que veio. No contato direto, surpreende a diferença com a imagem das fotos. Menos corpulento. Ele é um índio sólido, quase sempre sorridente. Afável, elegante no trato, fluente na palavra, comedido no uso da retórica.

 

 

CartaCapital: Entrevistamos Lula há mais ou menos dois meses…

Hugo Chávez: Sim, ele me deu a revista.

 

CC: Ele disse então que a direita da Venezuela e do Brasil são golpistas. É verdade?

HC: Creio que as di! reitas são muito parecidas em todo o mundo. As direitas falam de democracia quando lhes convém. A elite, a direita sempre é a elite. O poder tradicional. Elite política, militar, empresarial. Formam a direita, é a gente que se opõe às mudanças. Nesta última década do século XX, na América Latina, a direita se subordinou ainda ao Consenso de Washington.

 

CC: Ao neoliberalismo.

HC: Isso. O neoliberalismo veio para arrasar este continente. Disse Eduardo Galeano, o escritor uruguaio, que a direita vem nos arrasando há séculos. Eu li a entrevista com Lula e ele comentou comigo aquela idéia, e voltou a expô-la ultimamente. No dia 16 de dezembro nos encontramos em Pernambuco, colocando a pedra fundamental da Refinaria Abreu de Lima. Ele discursou e voltou a repetir o que dissera a CartaCapital. Voltou a apontar a semelhança. Eu creio que! a direita geralmente oferece uma “lua-de-mel”. Um perí! odo de t régua. E depois te “ganha”.

 

CC: Depois das eleições.

HC: Claro. É aquela coisa: “Se não pode vencer seu inimigo, una-se a ele”. Ou o atraia. Foi o meu caso, igualzinho. Os dois primeiros anos foram uma lua-de-mel. A lua-de-mel no plano interno e no plano mundial. Aznar (José María, primeiro-ministro da Espanha), Clinton (Bill, ex-presidente dos Estados Unidos), as grandes figuras da oligarquia da Venezuela. Se você se entrega, bem-vindo. Mas, se você se mantém firme no propósito de alavancar a transformação em seu país, então eles o condenam à morte.

 

CC: Quando cessou a lua-de-mel com a direita na Venezuela?

HC: Lá sempre houve esse choque de opiniões. Mas, em 1999, tivemos um pouco de lua-de-mel. Foi um processo distinto, porque ganhamos as eleições e logo veio a Constituinte. Mas ! não havia esse confronto mortal. Não pregavam “fora Chávez”, “morte a Chávez”. Dos hierarcas católicos até a alguns militares e os grandes meios de comunicação. Mas logo em 2001, quando se deram conta, depois que aprovamos a Constituição, que nós estávamos decididos a aplicar a Constituição… porque há muitas Constituições no mundo, boas, mas a questão está em aplicá-las. Dizia Montesquieu, no “Espírito das Leis”, que a Constituição é como uma nuvem e as leis são como a água quando cai sobre a terra. A lei é que põe a Constituição em prática. Pode-se ter uma bela Constituição, mas se não se fazem leis que possam impactar a realidade, ela vira letra morta. E foi assim com a Venezuela, nos anos 2000 e 2001, quando começamos a fazer le! is.

 

CC: Que leis?

HC: As leis para cumpri! r o que determinava a Constituição. A lei de hidrocarbonetos, que afetou, sobretudo, as transnacionais. A lei de bancos, para quebrar com sua hegemonia. Ou seja, começar a acabar, porque o processo é gradual. A hegemonia da maior oligarquia financeira, que controlava os bancos privados e públicos e o Banco Central conforme seus caprichos. Fizemos uma lei de terras para combater o latifúndio, resgatar as terras para reparti-las com os camponeses. Fizemos uma lei de microfinanças, para dar crédito aos pobres, à pequena empresa e à média empresa. Fizemos uma lei de cooperativismo, para incentivar essa forma de organização coletiva dos trabalhadores. A lei de pesca, para que a pesca de arrastão se desse em alto-mar e deixasse as 3 milhas costeiras livres para os pequenos pescadores artesanais. Fizemos a lei da costa e de águas, proibindo a privatização da costa e das p! raias. Na Argentina privatizaram toda a costa. Há pouco tempo estivemos em Montevidéu. Fomos ao rio da Prata com Kirchner (Néstor, presidente da Argentina) e ele me disse: “Chávez, a água aqui é toda privatizada, a costa do rio, o grande balneário. Os uruguaios se salvaram, deixaram na mão do Estado como deve ser”. Passe para o coletivo e não para o setor privado que cobra da população o acesso para desfrutar a paisagem. Enfim, fizemos um conjunto de leis, e foi como destapar o ninho da serpente. Aí vieram na jugular. Já vamos ter Evo (Morales, presidente eleito da Bolívia), então eu propus a Lula e a Kirchner darmos apoio político a Evo, porque mais cedo do que se pensa começará a investida da direita boliviana, impulsionada pela direita de Washington, pela direita que quer dominar o mundo.

 


(Por Mauricio Dias e Mino Carta – Revista Carta Capital)

 

 

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REQUIÃO CONVOCA CAMPANHA CONTRA BANCO ITAÚ

O governador do Paraná Roberto Requião (PMDB) está lançando uma campanha de mobilização popular contra o Banco Itaú para ganhar aliados na briga judicial iniciada há três anos. A informação é da Gazeta do Povo desta quarta-feira.


Durante reunião semanal do secretariado, Requião fez duras críticas a membros do Judiciário que estão concedendo decisões desfavoráveis ao estado. O governador criticou ainda a administração anterior por assinar contratos considerados lesivos ao Paraná e pediu a ajuda da sociedade organizada.


“Faço um apelo ao PT, a todos os partidos políticos, a OAB e ao Conselho Regional de Engenharia para que somem forças contra o roubo e a exploração que estamos sendo submetidos pelo Itaú. Que se manifeste a sociedade organizada política e institucional a respeito dessa questão. As pessoas que desejam colaborar com o governo nesse confronto e enfrentamento devem se dirigir ao Sérgio Botto”, sugeriu o governador mencionando o procurador-geral do estado. “Do jeito que está, quem vai acabar preso é o governador por não deixar que o Paraná seja roubado pelo Itaú”.


A crítica é uma referência à decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região, que determinou a manutenção do contrato das contas do estado com o Banco Itaú. O governador reafirmou que existem decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Justiça do Paraná favoráveis ao Executivo.


“Lutamos contra um maldito contrato e um desembargador extremamente generoso dá uma sentença afirmando que contratos têm que ser observados, mesmo que seja uma patifaria”, afirmou.


Uma das cláusulas do acordo questionada pelo governo é a prorrogação por mais cinco anos da exclusividade das contas no Itaú. A mudança foi assinada em 26 de outubro de 2002, faltando ainda três anos para vencer o contrato que estava em vigor. A última decisão judicial obriga o estado a manter as contas no Itaú.

 


(Fonte: Gazeta do Povo Online – em 8/Fev)

 

 

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PREFEITURA DE CAXIAS ACUSADA DE FAZER ‘GATO’

A prefeitura de Caxias foi flagrada, durante uma inspeção da Light, por ter feito um “gato” — ligação elétrica clandestina. O furto de energia era feito há mais de quatro anos na carpintaria da prefeitura. A ligação ilegal resultava num desvio de 9.269 kW/h por mês, suficiente para abastecer 46 residências de classe média pelo mesmo período. A prefeitura afirmou desconhecer o “gato” e abriu um processo administrativo para investigar e punir possíveis responsáveis.


Já no Rio, a Telemar ameaçou cortar as linhas da prefeitura caso os pagamentos atrasados não sejam feitos ainda este mês, como noticiou em sua coluna Ancelmo Góis. A Telemar não divulgou há quanto tempo as contas não são pagas. No entanto, o secretário de Governo, João Pedro, afirmou ontem que o problema já está resolvido.

 


(Fonte: Jornal O Globo – em 08/fev)

 

 

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CHESF RESPONDERÁ POR TRABALHO ESCRAVO NO CEARÁ

FORTALEZA. O Ministério Público do Trabalho flagrou o primeiro caso de trabalho escravo no Ceará. Foi em Sobral, onde 24 homens trabalhavam há cerca de um mês em condições subumanas. Eles foram recrutados pela empresa baiana Mundial Serviços para capinar áreas sob as linhas de transmissão da Companhia Hidroelétrica de São Francisco (Chesf).


Os trabalhadores dormiam num velho estábulo, ainda com fezes de animais. Eles contaram que foram seduzidos pela promessa de ganharem um salário-mínimo e terem a carteira de trabalho assinada. Ao chegarem a Sobral, porém, antes mesmo de receber o salário já ficaram endividados com os patrões: eram obrigados a comprar até a foice. O MPT deve entrar com uma ação civil pública por dano moral coletivo contra a Mundial e contra a Chesf. Segundo o procurador Carlos Lacerda, por ser uma estatal, a Chesf é signatária do plano nacional de erradicação do trabalho escravo.

 


(Por Isabela Martin – Jornal O Globo – em 08/fev)

 

 

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ANALISE-OFERTA PELA PT EXPÕE DIFICULDADES DA VIVO NO PAÍS

SÃO PAULO (Reuters) – Por trás da oferta bilionária da Sonae pela Portugal Telecom pode estar o destino da Vivo. O anúncio da operação expôs o momento delicado em que vive a maior operadora de telefonia móvel do Brasil e do hemisfério Sul, cujo comando é compartilhado entre a Portugal Telecom e a espanhola Telefonica.

Seria importante para os espanhóis assumir neste momento o controle da operação de telefonia fixa, pois eles poderiam obter ganhos de sinergia com a divisão de celulares, como já fazem as concessionárias Telemar e Brasil Telecom no país.

A Vivo está assentada sobre um tripé de problemas que precisam de solução para, ao menos, conter a perda de participação de mercado que se arrasta desde que foi criada há quase três anos, segundo analistas do setor.

Com 30 milhões de clientes registrados em janeiro, a Vivo já chegou a ter 56 por cento do mercado brasileiro, mas conta hoje com 34,5 por cento. Isso de acordo com dados de dezembro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

“É um tripé de problemas. Eventualmente os espanhóis poderiam tomar algumas decisões mais arrojadas que seriam necessárias para diminuir a perda de marketshare”, disse o consultor José Barbosa, do site Teleco, especializado em dados de telecomunicações no Brasil.

A forte expansão do mercado brasileiro de celular nos últimos anos, calcada na explosão da tecnologia européia GSM, expôs uma das pernas do tripé da crise. A Vivo acabou isolada com a tecnologia CDMA no Brasil, enquanto a Telefonica conseguiu migrar praticamente todas as suas operadoras na América Latina para o padrão europeu.

A migração é importante porque garante ganhos de escala nas compras de telefones celulares em um momento em que já se fala da concentração de investimentos em novos aparelhos de Terceira Geração (3G). O GSM, como tecnologia dominante no mundo, tem preços baixos assegurados. “Cada vez mais celular é volume”, disse Barbosa.

De acordo com uma fonte que não quis ser identificada, a Vivo consegue atualmente adquirir aparelhos por 52 dólares e, em seis meses, os terá por 45 dólares. Alguns dos fornecedores de GSM prometem, no entanto, aparelhos a 30 dólares para os mercados em desenvolvimento onde se vê forte expansão da base de usuários.

 


Buracos na cobertura

Apesar de ser a maior do país, a Vivo não tem cobertura nacional no Brasil. Esse é o segundo e maior entrave que a empresa enfrenta, apontam especialistas.

A Vivo está ausente de mercados tão importantes quanto Minas Gerais, o terceiro Estado mais rico do país, e Pernambuco, além de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

“A situação da Vivo é de dúvida por causa da cobertura”, disse o ex-presidente da Anatel, Renato Navarro Guerreiro, à Reuters. “Tem que preencher a cobertura nacional para competir com TIM”.

Depois de tentativas frustradas de adquirir a Telemig Celular, uma possibilidade sobre a mesa seria agora um acordo de roaming digital com a TIM.

A italiana TIM é a única empresa de telefonia móvel no Brasil com licenças para atuar nacionalmente. Ela tinha 20,2 milhões de usuários em dezembro e se mantinha como segunda operadora com 23,4 por cento do mercado total de 86,2 milhões de celulares em funcionamento.

 


Cortes e saídas

O que completa o tripé problemático da Vivo é a administração compartilhada. Um exemplo recente das dificuldades nesse âmbito foi a seleção do novo presidente, o brasileiro Roberto Lima, que substituiu o português Francisco Padinha. A decisão demorou seis meses para sair, em meio a nomes recusados de ambos os lados, segundo relatos de pessoas próximas à situação.

O acordo de acionistas dá à Portugal Telecom o direito de nomear o presidente-executivo, com o aval do sócio espanhol, a quem cabe indicar o presidente do Conselho de Administração, hoje com o brasileiro Fernando Xavier Ferreira, que também comanda o grupo Telefonica no país.

O ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros acredita que a tomada de decisões possa ficar facilitada com um eventual controle dos espanhóis.

“Havendo mando empresarial, com controle centralizado, é mais fácil”, disse. “Hoje ainda são os portugueses que têm o mando executivo, mas (com a venda) mudaria o rumo da gestão, as decisões tecnológicas seriam outras”, afirmou.

Com a perda de mercado, a empresa enxugou seu generoso orçamento de marketing e nos últimos meses perdeu dois executivos de projeção –o português Luis Avelar, que ocupava a vice-presidência de Marketing, e Alberto Ferreira, que deixa agora a Vivo Empresas.

 


(Por Renata de Freitas – Yahoo Notícias – em 8/fev)

 

 

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ENTRE A DASLU E O OPUS DEI

Uma pequena nota intitulada “Cruz-credo”, publicada no “Painel” da Folha de São Paulo (17/01/2006), coloca gasolina na fogueira que começa a arder no ninho tucano. “Tucanos viram com apreensão a ligação de Alckmin à prelazia católica ultra-conservadora Opus Dei, feita por revista semanal. Acham que, com sinal trocado, pode causas estragos como a fuga de FHC à questão sobre seu ateísmo em debate de 85”, diz a nota. A revista em questão é a Época que em sua edição desta semana traz uma matéria de capa sobre “os segredos da organização mais poderosa e influente dentro da Igreja Católica”, o Opus Dei.
A matéria de doze páginas conta, entre outras coisas, que o governador paulista é um dos políticos brasileiros com ligações mais estreitas com a organização. Os tucanos ligados a Alckmin desconfiam da autoria da nota, vendo nela as digitais do prefeito de São Paulo, José Serra. Mas, para além da guerra surda que ameaça se alastrar no PSDB, a nota da Folha e a
reportagem de Época ajudam a mostrar algumas facetas obscuras do jeito tucano de ser e de agir.
E essas facetas são reveladoras do modo de pensar e agir dos dois principais postulantes tucanos à candidatura presidencial. O governador Geraldo Alckmin maldosamente apelidado por seus adversários de “picolé de chuchu”, oscila entre o elogio do mundo do consumo, dos negócios e das celebridades e pretensões místicas que encontram no Opus Dei um terreno fértil. Vejamos, em primeiro lugar, o terreno mundano. Em junho de 2005, Alckmin desfez o laço da fita de inauguração da Daslu, apontada então como o maior “templo do consumo” do país. Em uma crônica memorável, Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo, descreveu assim o entusiasmo do governador paulista com a nova loja:
“E soam os violinos da Daslu Orchestra, formada por 50 músicos. São 12 horas de sábado. Alckmin, que chegou ao prédio de helicóptero, desfaz a fita. A Daslu é o traço de união entre o bom gosto e muitas oportunidades de trabalho, diz. Só para a família de Alckmin são duas: trabalham lá a filha e a cunhada dele, Vera”. Apenas alguns meses depois da inauguração, o bom gosto e as oportunidades de trabalho acabaram atingidos por denúncias de contrabando e sonegação.
Anticomunismo e condenação da modernidade No terreno espiritual, a reportagem de Época, trouxe detalhes sobre o envolvimento de Alckmin com o Opus Dei, criado em 1928 pelo espanhol Josemaría Escrivá de Balaguer, canonizado pelo papa João Paulo II em 2002. A canonização deu-se em tempo recorde para os padrões da igreja, apenas 27 anos depois de sua morte. Foi um reconhecimento pelos serviços prestados pela ordem ao papado de João Paulo II, particularmente em sua cruzada contra o regime comunista na Polônia e, de um modo mais amplo, contra religiosos e teólogos progressistas ligados à Teologia da Libertação. Segundo o teólogo Juan José Tamayo-Acosta, autor de “Fundamentalismos y Diálogo Entre Religiones”, durante seus quase 27 anos de pontificado, João Paulo II pôs em prática a concepção de Igreja própria do Opus Dei: cruzada anticomunista lançada no pontificado de Paulo 6°; condenação da modernidade, na linha de Pio 9° e Pio 10°, por considerá-la inimiga do cristianismo: restauração da cristandade por meio de uma “nova evangelização”.
Segundo a matéria assinada pelos jornalistas Eliane Brum e Ricardo Mendonça, nos últimos anos Alckmin vem recebendo formação cristã do Opus Dei em encontros noturnos no Palácio dos Bandeirantes. “Elegeu Caminho, o guia escrito pelo fundador Josemaría Escrivá, como seu livro de cabeceira. ‘Acostuma-te a dizer que não’ é um dos ensinamentos que mais aprecia, conforme contou em entrevista à imprensa”, relatam os jornalistas. Um dos professores do governador seria o jornalista Carlos Alberto Di Franco, importante numerário da ordem. Os numerários são membros celibatários que vivem em centros do Opus Dei e cumprem um rígido programa diário de rezas e rituais. Além de dar “formação cristã” a Alckmin, Di Franco é representante no Brasil da Escola de Comunicação da Universidade de Navarra (Espanha) e diretor do Master em Jornalismo, um programa de “capacitação de editores” que já formou mais de 200 cargos de chefia dos principais jornais do país. Ele é um dos executores da política do Opus Dei para a mídia no Brasil e na América Latina.
As palestras do Morumbi – Os encontros com Alckmin no Palácio Bandeirantes receberam o nome de “Palestra do Morumbi” e reúnem um pequeno grupo de empresários e profissionais do Direito. Ainda segundo a matéria de Época, entre outros participam dessas conversas João Guilherme Ometo, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Funari Neto, ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, e Márcio Ribeiro, ligado à indústria têxtil. Segundo Di Franco, nessas reuniões são tratados “temas relacionados a práticas ou virtudes cristãs”. A revista Época já solicitou repetidas vezes uma entrevista com Alckmin para falar do assunto, mas até agora não obteve resposta. O silêncio e a ausência de transparência são marcas características do trabalho religioso e político do Opus Dei. Enquanto prelazia, uma figura jurídica do Direito Canônico, a organização é totalmente independente de bispos e dioceses, só obedecendo ao seu prelado, cargo que hoje é ocupado por dom Javier Echevarría. Este, por sua vez, só presta contas ao papa.
Não deixa de ser surpreendente que uma das principais lideranças nacionais do PSDB e aspirante à presidência da República tome o Opus Dei como uma referência para sua formação religiosa. Ao menos no papel, o PSDB nasceu como um partido de centro-esquerda que pretendia desenvolver um projeto social-democrata para o país. Mas essa surpresa é apenas parcial. A hegemonia do neoliberalismo nas últimas décadas teve a capacidade de transmutar programas e agendas e hoje a lógica da mercadoria, que tem na Daslu um de seus símbolos mais bizarros, é o verdadeiro programa do partido (aliás, da imensa maioria dos partidos brasileiros, chegando a contaminar inclusive o principal partido de esquerda do país, o PT). Para além das práticas bizarras de mortificação pessoal (como o uso de instrumentos para chicotear as nádegas nuas uma vez por semana), o silêncio, a falta de transparência, a preocupação em influenciar a mídia e o estabelecimento de estreitas relações com lideranças políticas e empresariais mantém uma sintonia fina com a lógica que rege o mundo hoje.
Não tem chicotinho da Louis Vuitton? Outro traço comum entre o Opus Dei e essa lógica é o desprezo pela imensa maioria dos mortais. Conforme relata a matéria de Época, para os membros da ordem “parte significativa dos católicos não passa de católicos de censo, que servem para expandir as estatísticas, mas seguem apenas as crenças pessoais”. No livro de cabeceira de Alckmin, o fundador do Opus Dei manifesta total desprezo a essas pessoas: “Que conversas! Que baixeza e que. .nojo! – e tens de conviver com eles, no escritório, na universidade, no consultório…no mundo”. Cena interessante para uma peça de realismo fantástico: Alckmin convida seus amigos do Opus Dei para uma visita a Daslu. Param diante de uma loja e um dos convidados pergunta: – “não tem chicotinho da Louis Vuitton?”. A frase do espanhol fundador da ordem já foi repetida diversas vezes e com diferentes inclinações no universo Daslu, tendo como alvo do desprezo o “populacho”, todos aqueles que não estão a altura de pisar aquele “solo sagrado”.
Não consta – e seria ainda mais surpreendente – que lideranças tucanas como José Serra e Fernando Henrique Cardoso mantenham vínculos com o Opus Dei. Mas o silêncio, a falta de transparência, a influência na mídia e o desprezo por aqueles que não são “iniciados” e “bem nascidos” em seu mundo aparecem em propostas como a instalação de rampas anti-mendigos em São Paulo ou em declarações de amizade a Henry Kissinger. A se confirmar as digitais de Serra na exploração das matérias que explicitam as relações de Alckmin com o Opus Dei, saberemos, na verdade, que o prefeito de São Paulo dificilmente poderia participar da organização ultra-conservadora. Em um texto intitulado “O otimismo cristão”, Josemaría Escrivá diz que a tarefa do cristão é “afogar o mal em abundância de bem”. Os desafetos de Serra garantem que ele adota essa máxima, só que em sentido contrário, produzindo abundância de mal para atingir seus objetivos.
Para finalizar, uma reflexão do historiador e crítico social Russell Jacoby para tentar entender essa mistura exótica de social-democracia, Daslu e Opus Dei. Em seu livro “O fim da utopia” (Record), Jacoby escreveu: “A vitalidade do liberalismo encontra-se em seu flanco esquerdo, que funciona como seu crítico e cobrador. Sempre que a esquerda renuncia a um sonho, o liberalismo perde chão, torna-se flácido, instável”. E aponta uma ironia fundamental: “a derrota do radicalismo priva o liberalismo de sua vitalidade”. O que dizer da aproximação de uma das principais lideranças políticas do PSDB com uma organização que acredita que chicotear as nádegas nuas uma vez por semana é uma condição para ingressar no reino de Deus? O que dizer da enfurecida reação tucana às investigações da Polícia Federal sobre as práticas da Daslu para não falar dos discursos deslumbrados durante a inauguração do templo de consumo de luxo ao lado de uma favela? Se é verdade que o PT enredou-se em caminhos que colocaram em risco a sobrevivência da esquerda no Brasil, os caminhos adotados pelo PSDB flertam perigosamente com um fundamentalismo de direita exótico que vai da Daslu a Opus Dei, misturando vestidos da Gucci de 11 mil reais (o mais simples), instrumentos para chicotear as nádegas e rampas antimendigo.

 


(Por: Marco Aurélio Weissheimer – Carta Maior – 18/jan)

 

 

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REDE TV! – “DIREITOS DE RESPOSTA” TERÁ CONTINUIDADE EDUCACIONAL E REIVINDICATÓRIA, DIZEM ONGS

O programa de TV “Direitos de Resposta”, produzido para se contrapor e ocupar o lugar do programa “Tarde Quente”, de João Kleber, foi exibido pela última vez na Rede TV! nesta sexta-feira (20). As ONGs envolvidas na construção da “resposta” a João Kleber, que violou uma série de direitos humanos com seu programa, têm planos para o futuro. “Ainda haverá outras ações para garantir o controle da sociedade sobre os programas de TV que têm cunho homofóbico ou expõem pessoas ao ridículo”, afirma Diogo Moyses, representante da Intervozes, organização não-governamental que luta pelo direito público para a comunicação.
Moyses informa, ainda, que o “Direitos de Resposta” deve ser transformado em uma caixa de DVDs. Esta caixa deve ser distribuída a instituições públicas e organizações não-governamentais. “É uma chance de garantir o acesso da sociedade a estes debates sobre direitos humanos”, diz ele, que relata a intenção da Intervozes em entregar a caixa para bibliotecas, universidades, colégios e emissoras públicas. Aos demais interessados, a Intervozes informa que a venda da caixa será feita a preço de custo – R$ 15.
A avaliação do Procurador da República Sergio Suiama sobre o programa é a mesma dos membros das ONGs. “A sociedade saiu vitoriosa”, diz Suiama, “e o programa fez uma discussão qualificada, em um formato agradável e com ótimo retorno do público”. A audiência do “Direitos de Resposta” oscilou entre um e dois pontos de audiência no Ibope. Segundo Moyses, houve muitos e-mails e comentários no blog do programa. “Os espectadores que não conheciam a proposta do programa o aprovaram”, diz ele, para quem há esperanças de vitória sobre o mito de que “o povo gosta de baixaria e má qualidade”.
Suiama crê ser sintomática a permanência do programa “Tarde Quente” como um dos mais altos no ranking da campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” no ano passado. “Além de violar os direitos humanos, João Kleber nos acusou de sermos moralistas”, diz ele. Para Moyses, as transgressões do apresentador foram objetivas: incentivar a violência contra a mulher, contra negros e contra homossexuais. “Só isso basta”, relata, enfaticamente, o militante.
A saída de João Kleber, de acordo com Moyses, pode ter sido prevista pela emissora. “O programa Tarde Quente não foi proibido pela Justiça de voltar ao ar, mas apenas deveria ser remanejado para um horário adequado, de madrugada”. Para o militante, houve uma “autocrítica” por parte da Rede TV!, que não renovou o contrato do apresentador. 
 
Correria e poucos recursos
A linha política do programa foi elaborada por um comitê, que reuniu representantes das seis ONGs envolvidas e do Ministério Público Federal. De acordo com Michelle Prazeres, que também é da Intervozes, a produção do programa começou dez dias antes de sua estréia. “Foi muito difícil e complicado”, diz ela. A Justiça determinou que a Rede TV! pague R$ 200 mil para a produção dos programas e R$ 400 mil de indenização, que serão depositados no Fundo Federal de Direitos Difusos, destinado a financiar projetos de direitos humanos em todo o Brasil. “Apesar dos parcos recursos, o comitê está satisfeito com o resultado do programa”, afirma Prazeres.
A programação do “Direitos de Resposta” incluiu trechos de vídeos produzidos por movimentos sociais, ONGs e militantes que abordaram os direitos humanos. Para Michelle, o número de vídeos enviados para a produção do programa – foram mais de 400 – mostra que a sociedade civil acompanhou de perto o caso da retirada do programa de João Kleber do ar.
 
Precedentes
Para o procurador Suiama, estão abertos precedentes para o exercício da Constituição Federal no que diz respeito ao artigo sobre Comunicação Social. O artigo em questão diz que a mídia brasileira precisa ser construída com base no interesse público e no respeito à diversidade nacional.
“A programação das emissoras de TV deveria ser fiscalizada pelo Estado, para impedir que houvesse essas humilhações”, reclama Michelle Prazeres, que também é da Intervozes. Para ela, as empresas que recebem a concessão do uso do espectro público para sinal de TV não estão acima da lei. “O programa, como um produto, está encerrado. Como um processo de mudança social, está no início”, pondera a militante.
Prazeres está correta. A ação civil que culminou com a saída de João Kleber da grade televisiva gerou mais mobilizações. Recentemente, o Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), o Intecab (Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro Brasileira) e o Ministério Público Federal ingressaram com uma ação civil coletiva contra a Rede Record S/A e a Rede Mulher de Televisão, com o objetivo de adquirir direito de resposta contra essas emissoras. As ONGs e o MPF acusam as duas de exibirem uma programação que deturpa as religiões de matriz africana. 
 
Reações
No dia 11 de dezembro, os advogados da Rede Record S/A e da Rede Mulher de Televisão entraram com uma representação na Justiça Federal de São Paulo contra Sérgio Suiama. Eles acusam o Procurador da República de praticar  censura” e de chamá-los de “representantes da intolerância e do ódio religioso no país”. A assessoria de imprensa da Rede Record considera que o comportamento de Suiama assumiu contornos pessoais.
Os advogados das emissoras entraram, ainda, com outra representação contra a doutora Sylvia Marlene de Castro, juíza federal substituta que presidiu a audiência pública onde supostamente ocorreu o incidente.
Para Suiama, trata-se de um embate com caráter político contra emissoras poderosas. “A Rede Record está sendo procurada para acertar um termo de conduta quanto à exibição de uma criança com câncer no programa da Sônia Abraão. O termo levará à exibição de uma resposta em quatro programas, sobre o tema dos direitos da criança e do adolescente”.
O site do programa “Direitos de Resposta” é http://www.direitosderesposta.com.br

 


(Por Rafael Sampaio – Carta Maior – em 20/jan)

 

 


 

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