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Greve começa dia 19 em toda a base

Os bancários da base da Fetraf-RJ/ES entram em greve a partir do dia 19, acompanhando o calendário definido pelo Comando Nacional dos Bancários. Foi o que deliberaram os trabalhadores em assembleias realizadas na noite desta quinta-feira pelos sindicatos filiados.


 


A proposta de greve foi aprovada por unanimidade em dez bases: Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Espírito Santo, Itaperuna, Niterói, Rio de Janeiro, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios.


 


Os sindicatos realizam no dia 18 nova assembleia para ratificar a decisão de deflagrar a greve e para organizar as ações do movimento paredista.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Espaços urbanos

Frei Betto *


Restam nas cidades brasileiras poucas casas erguidas antes de 1930. A especulação imobiliária, associada à nossa insensibilidade à preservação da memória histórica, derrubou-as.


Observe esses detalhes: casas antigas têm a porta de entrada colada na calçada. Tempo em que havia quintais e os moradores punham cadeiras na calçada para um dedo de prosa à hora do crepúsculo. A sala de visitas, e mesmo quartos, davam diretamente para a rua, já que quase não havia ruído exterior.


Aos poucos, as casas recuaram das calçadas. Trocou-se o quintal da parte de trás pelo jardim na parte da frente. O ruído de bondes, ônibus, caminhões, exigiu sala na ala posterior e quartos nos fundos.


Ainda morei em casa de esquina rodeada de jardim. O muro baixo era um detalhe estético. Criança, eu preferia saltá-lo que atravessar o portão.


A explosão urbana e sua violência desfiguraram o casario. Agora, com seus muros altos e grades intransponíveis, as casas escondem a “cara”. Muitas adotam perfil penitenciário: cercas eletrificadas, câmeras de vigilância, portões acionados por controle remoto etc. Algumas têm até guaritas e holofotes para clarear a calçada quando alguém transita ali.


Os prédios verticalizaram os moradores e, na medida do possível, abriram espaços para eles evitarem ao máximo transitarem neste lugar “perigoso” chamado rua. Assim, surgiram edifícios de luxo dotados de piscina, academia de ginástica, playground, churrasqueira, salão de festa etc.


Havia, contudo, um inconveniente para os moradores imbuídos da síndrome de agorafobia ou dromofobia: teriam que sair à rua para se abastecer. Percorrer armazéns, mercearias, quitandas, lojas.


O supermercado engoliu quase tudo isso ao concentrar em um único espaço tudo que se necessita para o lar, de alimentação a produtos de limpeza. Com a vantagem de as mercadorias ficarem expostas à mão do freguês e sem ninguém a exigir que seja rápido na escolha.


Não combinava, porém, o supermercado dispor de prateleiras de joias, sapatos e roupas. Criou-se, então, o shopping center, onde se embute todo tipo de comércio, de supermercado (dotado de verduras frescas) a artefatos de pesca, incluindo lanchonetes, restaurantes e salas de cinema e espetáculos.


Agora surge um novo conceito: o Atoll, um super shopping (71 mil metros quadrados) erguido próximo à cidade francesa de Angers. Todo ele é “ecologicamente correto”. Nenhuma logomarca em sua carcaça de alumínio. Nada de poluição visual.


Além de 60 lojas e 12 restaurantes, o Atoll abriga academias de ginástica, salão de beleza, playground, parques com fontes, árvores e alamedas ajardinadas. Enquanto os pais fazem compras, as crianças brincam em grandes módulos ou assistem a DVDs sob cuidados de funcionários especializados.


A filosofia de marketing do Atoll é simples: saia de sua casa apertada, do estresse familiar, e ingresse no Jardim do Éden do consumismo, onde você desfrutará de requinte, espaço verde, atenção de elegantes recepcionistas. Em suma, o Atoll vende algo mais que produtos materiais: a ilusão de que o consumidor se iguala em status àqueles que têm alto poder aquisitivo.


Ora, como em sociedade de classes sonhos e ambições são socializados, mas não o acesso real a eles, o Atoll oferece um lounge a quem gasta pelo menos 1.500 euros, onde o consumidor tem acesso gratuito a internet, bebidas, revistas e jornais, máquinas de café expresso e até fraldário.


Pelo andar da carruagem, não ficarei surpreso se os shoppings do futuro oferecerem serviço de hotelaria, permitindo que o consumidor, abraçado a seu individualismo, se livre do convívio familiar.


 



* Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros.

Fonte: Frei Betto

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Deputado Luiz Sérgio defende manifestações das Centrais na Câmara

Em discurso na tribuna da Câmara, proferido no dia 04 de setembro, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) criticou o tratamento dado aos representantes dos trabalhadores pela polícia legislativa nos dias 03 e 04 de agosto. Na ocasião, os sindicalistas foram impedidos de entrar na casa parlamentar e tratados com truculência pelo corpo de segurança. O petista lembrou outras ocasiões em que entidades ocuparam a casa sem nenhuma repressão. Assista abaixo ao vídeo do discurso:


 


 


 


Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Angra: descaso com a segurança é comum a vários bancos

Mesmo depois do assalto ao PAB do Santander na Eletronuclear, em que um bancário e uma vigilante foram mortos, os bancos não tomaram medidas para melhorar as condições de segurança nas agências da região da Costa Verde. No mesmo dia, dirigentes do Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis flagraram problemas graves que ameaçam a vida de trabalhadores e clientes dos estabelecimentos durante visitas à base.

O primeiro problema foi encontrado quando os diretores Nilton Carlos da Silva Pereira e Ayres Carlos Alves de Oliveira percorriam as agências do centro de Itaguaí para convocar os bancários para a assembleia de deflagração da greve. Ao entrarem na unidade do HSBC, os sindicalistas perceberam que a porta giratória não estava funcionando corretamente, já que não travou na presença de objetos de metal. Imediatamente os dirigentes interditaram a agência. A unidade ficará fechada até que o banco providencie o conserto da porta.

Outra irregularidade foi verificada no PAB do Bradesco no bairro do Frade, entre Angra dos Reis e Paraty. O posto fica às margens da rodovia Rio-Santos e foi inaugurado esta semana. O banco classifica o local como escritório de negócios, já que não ha guichês de caixa, somente máquinas de autoatendimento. Mas o banco designou um bancário para trabalhar no local, sem o acompanhamento de vigilante. “O Bradesco está tentando burlar a norma do PAB com um posto sem guichês. Mas, como há caixas eletrônicos, há movimentação de numerário. Ainda por cima, o posto fica à beira da rodovia, que é uma rota de fuga para os bandidos. E, nesta situação, o bancário que trabalha no local fica vulnerável à ação de assaltantes”, pondera Jorge Valverde, diretor do sindicato.

Reunião

O Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis se reúne nesta quinta-feira com a prefeita Maria da Conceição Caldas Rabha. Além do sindicato, participam da reunião a Fetraf-RJ/ES, representada por Paulo Garcez,  a Comissão de Segurança Bancária (Contraf-CUT/CNTV), por Ademir Wiederkehr e José Boaventura Santos, a Comissão de Segurança da Câmara Municipal e o Sindicato dos Vigilantes. O objetivo é discutir a criação de uma lei de segurança bancária que torne obrigatória a instalação de porta de segurança, biombos e outros itens, a exemplo do que já acontece em outros municípios país afora.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Sequestros se multiplicam na região de Niterói

A onda de violência que assola Niterói e municípios vizinhos atinge também os bancários. Os sequestros são frequentes e, somente neste ano, foram cinco, sendo quatro no Itaú e um no Bradesco, segundo informações do Sindicato dos Bancários de Niterói e Região.

Em quatro dos casos a suspeita é de que a mesma quadrilha tenha praticado os crimes. O grupo foi preso quando ainda mantinha em cativeiro os reféns do penúltimo sequestro. A polícia já supeitava de que a tesoureira de uma agência do Itaú no centro de Niterói seria a próxima vítima. A bancária foi rendida e seus pais foram levados a um cativeiro em local ignorado. Quando a trabalhadora chegou à agência pela manhã, o superintendente e os policiais já a aguardavam. O roubo não se consumou e a quadrilha acabou presa naquele mesmo dia. Os reféns foram liberados mais tarde. A bancária e seus pais estão muito abalados, mas o banco não emitiu CAT. “O médico do ambulatório do Itaú que atendeu a tesoureira alegou que não houve agressão e, portanto, não há motivo para emissão do documento. Ele queria que ela tivesse levado uma coronhada, um tiro, para, então, emitir a CAT?”, questiona Simone Torres, diretora do Seeb-Niterói. O banco registrou o Boletim de Ocorrência da tentativa de assalto junto à Delegacia de Roubos e Furtos, mas não fez o registro do sequestro.


 


O tesoureiro de outra agência do Itaú, também no centro de Niterói – que já havia sido sequestrado em outra ocasião – chegava a casa com a esposa, mas percebeu a presença dos bandidos e os dois escaparam. Mas seus familiares – todos moravam em residências construídas no mesmo terreno – sofreram nas mãos dos sequestradores. “Além do terror psicológico imposto a toda a família, os assaltantes saquearam a casa do cunhado do bancário. O banco ignorou os prejuízos financeiros sofridos pela família e o Sindicato dos Bancários já está acionando judicialmente o Itaú para obter ressarcimento dos prejuízos. Toda a família está muito abalada”, relata a sindicalista Simone Torres. Novamente, o banco não emitiu CAT, embora as sequelas psicológicas sejam visíveis.

Um funcionário do Itaú Personalité e sua família também viveram drama semelhante. A esposa e os dois filhos do bancário foram levados a um local desconhecido e o trabalhador teve que ir ao local de trabalho. O assalto foi frustrado e os reféns foram soltos numa rodovia, a muitos quilômetros de distância. Não houve emissão de CAT.

Mas com dois funcionários do Bradesco em São Gonçalo a situação foi ainda pior, porque houve outras consequências. O tesoureiro da agência costumava dar carona diariamente à gerente operacional, que já tinha 30 anos de banco. Os dois foram sequestrados e os bandidos acabaram levando R$ 600 mil da agência. Algum tempo depois do sequestro, os dois foram demitidos, uma pratica comum no banco.

A última ocorrência foi em Cabo Frio, na chamada Região dos Lagos na última sexta-feira. O marido e o filho da gerente comercial de uma agência do Itaú foram mantidos em poder dos bandidos.

Vítimas em silêncio

Os dirigentes sindicais sabem que os sequestros são provocados pelas falhas na segurança bancária e pela prática amplamente difundida do tesoureiro ter a senha do cofre e levar para casa a chave da agência. Os sindicalistas reivindicam há muitos anos que toda esta operação de abertura de unidades e cofres seja feita por funcionários de empresas de segurança, mas os bancos nunca concordaram. Os assaltantes só precisam observar o movimento das agências e a rotina dos funcionários para identificar quem devem sequestrar. “E quando acontece um assalto e o sindicato vai até o local dar assistência aos bancários, o banco ainda reclama, diz que não precisamos fazer nada, que eles já estão fazendo tudo que é preciso”, relata Waldemiro Baptista da Silva, diretor do Seeb-Niterói.

Embora o número de sequestros – e crimes contra bancos em geral – esteja aumentando na região, o Sindicato dos Bancários de Niterói tem encontrado dificuldades em monitorar os problemas de segurança bancária em sua base. Os bancos – principalmente o Itaú – têm orientado os funcionários a não informarem à entidade sobre os assaltos e arrombamentos, consumados ou não, saidinhas, sequestros e demais ocorrências envolvendo agências e PABs. “Muitas vezes ficamos sabendo através de bancários de outras agências que nos ligam para informar, ou até pela imprensa. O banco não quer que o sindicato se meta, porque exigimos que todos os procedimentos sejam cumpridos e isso eles não querem fazer”, relata Waldemiro.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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CUT-RJ convoca plenária, orienta ida a Brasília e envia carta aos parlamentares

Ganhamos uma batalha, mas (ainda) não a guerra. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), assumiu o compromisso de só colocar o PL 4330/04 em pauta novamente após a realização de uma audiência pública no Plenária da Câmara, marcada para o dia 18 de setembro (quarta-feira da próxima semana), às 10h.

Com isso, a CUT-RJ intensificará a mobilização contra o PL 4330/04 com três ações prioritárias, a partir de orientações da CUT Nacional:

Plenária com os sindicatos – a CUT-RJ realizará uma plenária com os dirigentes dos sindicatos filiados na próxima segunda-feira (16/9), às 15h, em seu auditório (Av. Presidente Vargas, 502, 15º andar, Centro do Rio). O objetivo é estabelecer um espaço de troca de informações e discussão coletiva sobre ações locais de combate ao PL 4330/04.

Caravanas a Brasília – a CUT-RJ orienta os sindicatos a enviar dirigentes a Brasília na semana do dia 18 de setembro para pressionar os parlamentares a votarem contra o PL 4330/04, com recepção no aeroporto, visita aos gabinetes e ocupação do plenário.

Carta aos parlamentares do Rio – a CUT-RJ também está providenciando o envio de uma carta aberta aos 46 deputados/as federais e 3 senadores do Rio de Janeiro com os pontos do PL 4330/04 que significam grave retrocesso para a legislação trabalhista e para as conquistas históricas dos trabalhadores. Exigindo, portanto, o posicionamento contrário dos parlamentares ao projeto. Em breve, a CUT-RJ disponibilizará na página www.cutrj.org.br a carta e os e-mails dos parlamentares para que toda a militância cutista também envie mensagens pedindo a derrubada do PL 4330/04.

Fonte: CUT-RJ

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Terceirizados da Prosegur-DF dizem não ao PL 4330 e repudiam manobra

Uma mostra da ousadia e das práticas ilegais da multinacional Prosegur ficou clara na quarta-feira (4) na Câmara dos Deputados, em Brasília. A empresa mobilizou gerentes, chefes, fiscais e outros empregados de sua confiança, em pleno horário comercial, e os colocou dentro do plenário da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara para pressionar pela aprovação do PL 4330/2004, projeto que regulamenta (para pior) a terceirização no Brasil.

Apresentado pelo deputado/patrão Sandro Mabel, o projeto, se aprovado, oficializa o calote, prejudicando vigilantes e outros terceirizados. Além disso, coloca fim ao emprego em todas as categorias (caixa de banco, petroleiro, etc), precariza as condições de trabalho e acaba com as categorias.

A mobilização de empregados remunerados, subordinados e em pleno horário de trabalho por uma multinacional que atua na atividade de segurança privada, atividade sob concessão do Estado, enseja, no mínimo, uma situação de lobby ilegal contra as instituições do estado brasileiro, além de crime contra organização do trabalho.

Mas a resposta dos trabalhadores livres, insubordinados e conscientes do seu papel de cidadão brasileiro, foi parar as operações de transporte de valores por duas horas, no final da manhã do mesmo dia 4.

Liderados pelo Sindicato dos Vigilantes de Transporte de Valores do Distrito Federal (Sindvalores-DF) , os vigilantes repudiaram a utilização de empregados para pressionar congressistas na defesa de projetos lesivos aos seus empregos e seus direitos.

O assunto foi denunciado ontem mesmo pelo presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura, a dirigentes da UNI Sindicato Global, à Confederação Sindical das Américas (CSA) e a representantes de diversas centrais sindicais brasileiras, além de sindicatos nacionais e internacionais, reunidos num seminário internacional, que acontece em São Paulo desde o dia 4.

Segundo o presidente do Sindvalores-DF, Carlos José das Neves, foi realizada uma assembleia e os trabalhadores deliberaram que, caso a situação se repita, a paralisação será por tempo indeterminado.

“Se a empresa pode usar o horário de expediente para fazer manifestação, nós, trabalhadores, também podemos. Não vamos aceitar de forma alguma que isso aconteça novamente”, assegurou Neves.

Fonte: CNTV

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PL 4330/04, o exterminador de direitos

Por Marcello Azevedo *

Primeiro aprovarão o projeto com o apoio de deputados financiados por banqueiros, empresários e latifundiários. Com a aprovação irão terceirizar tudo e demitir em massa. Os sindicatos irão começar a desaparecer, pois haverá pulverização total das categorias formais como são hoje. O adoecimento e mortes no local de trabalho se multiplicarão, pois as condições de trabalho serão precarizadas ao máximo.

Não haverá qualquer proteção social, pois será uma relação entre duas empresas sem qualquer controle do Ministério do Trabalho ou dos sindicatos. A previdência pública e o INSS estarão feridos de morte, pois com a rotatividade da mão de obra e a ausência de contribuições para ambos eles se extinguirão. O concurso público irá virar peça de Museu, pois tudo será passível de terceirização. Todas as ilegalidades serão permitidas, tudo em nome da “Segurança Jurídica” dos donos da Chibata, ou melhor, da caneta que demite e contrata.

Esse roteiro de filme de terror não é uma obra de ficção, pois os riscos são reais e os interesses patronais também. Precisamos jogar todas as nossas forças para enfrentar o projeto, pois a nossa existência física e política está em jogo e não podemos deixar que esse crime, que é o projeto Sandro Mabel, seja perpetrado contra a classe trabalhadora e suas representações.

A verdade dos fatos

1) Demissão em Massa – Os terceirizados recebem em média 25 % a menos que os contratados diretamente e tem jornada de trabalho em Média 22 % maior, ficando muito mais barato terceirizar do que contratar diretamente.

2) Adoecimento e morte no local de trabalho – Os terceirizados respondem por 82 % das mortes e adoecimento de trabalhadores no local de trabalho. Com a terceirização escancarada os números de mortes e adoecimentos só tende a aumentar.

3) Precarização sem limites – os trabalhadores hoje tem em sua defesa o enunciado 331 da CLT que proíbe a terceirização em atividades fins. Todo serviço poderá ser terceirizado e com isso aumentará ainda mais a rotatividade de trabalho em busca do menor custo e a ameaça constante dá demissão recairá sobre todos os trabalhadores.

4) Nenhum direito trabalhista – O projeto prevê que seja uma relação entre duas empresas, buscando eximir totalmente as empresas contratantes de qualquer responsabilidade. Na prática hoje há um grande número de empresas terceirizadoras que somem do dia para a noite e os trabalhadores ficam sem receber nada. Já vimos isso com as cooperativas de trabalho.

5) Sem qualquer controle – Por ser uma relação entre duas empresas não existe qualquer possibilidade de fiscalização ou acompanhamento por parte do Ministério do Trabalho ou dos sindicatos, será uma relação simples e desigual entre o patrão e o trabalhador. Podemos ver exemplos dessa relação desigual nas sucessivas autuações do Ministério do Trabalho no tocante a trabalho análogo ao escravo que se repetem a cada dia.

6) Sem representação sindical – O projeto fragiliza a organização dos trabalhadores que terão sua representatividade pulverizada facilitando a exploração do trabalho. A importância da representação dos trabalhadores em processos de negociação é reconhecido e apoiado inclusive pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) onde estão representados Trabalhadores, Estados e Empregadores.

7) Riscos à previdência pública e às aposentadorias – O projeto incentiva a rotatividade de mão de obra e a precarização com os trabalhadores ficando por diversas vezes sem receber salários e sem que as verbas referentes ao INSS e ao FGTS sejam recolhidas e com tal prática a aposentadoria de milhões de trabalhadores e até mesmo a previdência pública ficam ameaçadas.

8) Fim do concurso público – O projeto permite a terceirização em todos os níveis (Federal, Estadual e Municipal) acabando com o concurso público. Acabam todas as formas de contratação conforme o estabelecido na Constituição e passam a valer as regras do mercado. Acabam os sonhos de milhões de brasileiros em conseguir um emprego público decente. Um exemplo disso é a Petrobrás que tem hoje cerca de 70 % de terceirizados no seu quadro.

9) Ilegalidades – O projeto contraria preceitos fundamentais da Constituição Federal, sobretudo os expressos no art. 7º, que consagra o princípio da progressividade dos direitos sociais, e preconiza a redução dos riscos inerentes à saúde do trabalhador. O citado projeto atenta contra a essência de pilares históricos do Direito do Trabalho, previstos nos artigos 2º e 3º da CLT, que estabelecem a regra geral de o tomador dos serviços ser presumido como empregador.

10) Insegurança jurídica e social – O projeto só garante alguma segurança jurídica aos empregadores e total desamparo jurídico aos milhões de trabalhadores. Defendemos a regulamentação equilibrada onde se garantam os direitos trabalhistas básicos. O que teremos com a aprovação do mesmo é uma grande insegurança social que pode ter consequências trágicas para a jovem democracia brasileira.

* Marcello Azevedo é bancário e secretário de Relações de Trabalho da CUT-RJ

Fonte: Marcello Azevedo

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Bancos privados fecham 5,8 mil empregos e baixam salário com rotatividade

Os bancos privados que operam no país fecharam 5.800 postos de trabalho nos primeiros sete meses de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 907.214 novos empregos de janeiro a julho. Além disso, o sistema financeiro continua mantendo a política de alta rotatividade como mecanismo para reduzir custos e salários.


Esses são os principais resultados da 19ª Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta sexta-feira 23 pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados dos Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.


“Mesmo aumentando os lucros e mantendo a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam fechando postos de trabalho e utilizando a rotatividade para reduzir os salários dos trabalhadores”, critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.


Segundo o Caged, os bancos brasileiros desligaram 25.996 bancários de janeiro a julho e contrataram apenas 23.579. Os bancos múltiplos, setor que abrange os bancos privados e o Banco do Brasil, cortaram 5.800 postos de trabalho. Como o BB manteve o quadro de funcionários estável, fica evidente que a eliminação de emprego se concentrou nas instituições privadas. A Caixa Econômica Federal apresentou saldo positivo de 3.156 empregos nos primeiros sete meses.


Veja abaixo quadro com os admitidos e contratados por setor e as respectivas remunerações médias.


















































































Admitidos, desligados e diferença da remuneração média, por setor atividade econômica (*)


Brasil – Janeiro a Julho de 2013


Setor de atividade econômica


Admitidos


Desligados


Saldo


Diferença da Rem. Média ( % )


Nº de trab.


Part. ( % )


Rem. Média
(em R$)


Nº de trab.


Part. ( % )


Rem. Média
(em R$)


Bancos comerciais


405


1,7 %


3.738,18


367


1,4 %


4.573,58


38


-18,3 %


Bancos múltiplos, com carteira comercial


17.717


75,1 %


3.043,73


23.517


90,5 %


4.495,83


-5.800


-32,3 %


Caixas econômicas


4.829


20,5 %


2.079,95


1.673


6,4 %


4.078,90


3.156


-49,0 %


Bancos múltiplos, sem carteira comercial


540


2,3 %


3.664,26


332


1,3 %


6.653,77


208


-44,9 %


Bancos de investimento


88


0,4 %


7.397,28


107


0,4 %


11.829,67


-19


-37,5 %


Total


23.579


100,0 %


2.888,74


25.996


100,0 %


4.527,84


-2.417


-36,2 %


Fonte: MTE/Caged. Elaboração: Dieese-Rede Bancários.
(*) Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE)


Rotatividade reduz salário e concentra renda


A pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos no primeiro semestre foi de R$ 2.888,74, contra salário médio de R$ 4.527,84 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 37,5 % inferior à dos que saem.


“Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2 % de aumento real no salário e 35,6 % de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu neste período. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto”, denuncia Carlos Cordeiro.


Segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego, o salário médio dos bancários em 2001, deflacionado pelo INPC, era de R$ 5.016,72. Em 2011 (último ano disponível pela Rais), o valor médio salarial do bancário caiu para R$ 4.743,59 – uma redução de 5,44 % no poder de compra do salário.


Em contraste brutal com a perda salarial, o lucro líquido conjunto dos seis maiores bancos que atuam no país (BB, Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Federal e HSBC) pulou de R$ 4,2 bilhões em 2001 para R$ 52,2 bilhões em 2011 – salto de 520,6 % .


A evolução do PIB, do lucro líquido e da remuneração dos bancários


Houve nesta década uma grande concentração de renda no sistema financeiro.


Os 10 % mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10 % mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.


No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 234,27 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 145,64 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 129,57 vezes.


Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o Caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos e o caixa do Bradesco 9 anos.


“A sociedade brasileira mostrou nas recentes manifestações de rua que quer mudança e certamente está de olho na prática dos bancos, de juros e tarifas escorchantes. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento econômico e social. Isso passa por melhoria de salário e mais emprego, o contrário do que os bancos estão fazendo”, comenta Carlos Cordeiro.


Veja abaixo o gráfico comparativo entre a evolução do PIB, do lucro líquido dos cinco maiores bancos e da remuneração média dos bancários. É a chamada “boca do jacaré”.




Mulheres ganham menos na entrada e na saída

Apesar de constituírem hoje praticamente a metade da categoria bancária e de terem nível de escolaridade superior ao dos homens, a pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que as mulheres continuam sendo discriminadas no sistema financeiro.


Quando são contratadas, as mulheres recebem salário médio de R$ 2.471,39, ou 25 % a menos que os homens (R$ 3.287,43). E quando são desligadas, o salário médio das bancárias é 30 % inferior ao dos bancários homens (R$ 3.703,62 contra R$ 5.325,12).


Veja abaixo a evolução do emprego por gênero.


Fonte: Contraf-CUT

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Fetraf-RJ/ES e sindicatos filiados enviam moção de apoio ao Programa Mais Médicos

Moção de Apoio ao Programa Mais Médicos


 


A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, que representa os mais de 40 mil trabalhadores desses dois estados, vem, pela presente, manifestar seu pleno apoio ao Programa Mais Médicos, do governo federal, e a todos/as os/as profissionais que aderiram ao programa, sejam eles/as brasileiros ou estrangeiros, de qualquer nacionalidade.


 


Diante do quadro de carência histórica de médicos/as brasileiros que se disponham a trabalhar fora dos grandes centros urbanos do Sul/Sudeste, o programa implementado pelo governo federal visa a tentar diminuir o abandono a que são submetidas as populações desses municípios brasileiros, desassistidas desde sempre de qualquer profissional da área médica e obrigadas a cumprir verdadeira via crucis em busca de atendimento nas cidades grandes mais próximas de suas moradias, que já estão com seu atendimento médico saturado e não contam com estrutura física suficiente para atender a mais demanda.


 


Qualquer iniciativa de política pública que vise a salvar vidas e a melhorar a qualidade de vida da população brasileira terá sempre o nosso apoio irrestrito. Isso não significa que não manteremos nossa crítica construtiva a todas as deficiências que o setor de saúde pública enfrenta no Brasil. A implementação do SUS significou um avanço considerável nas condições de assistência à população, mas reconhecemos que há diversas deficiências que precisam ser sanadas, com vistas a aprimorar o atendimento aos usuários. Continuaremos vigilantes quanto ao uso correto das verbas públicas destinadas à área, cobrando sempre as melhorias que se fazem necessárias para o perfeito atendimento à população. Defendemos não só mais médicos, mas também mais e melhor saúde para todos.


 


Por isso, não aceitamos o posicionamento das entidades médicas brasileiras, que vêm se manifestando publicamente contra a participação dos médicos estrangeiros no programa, tentando impedir que sejam preenchidas as vagas não ocupadas pelo desinteresse dos médicos brasileiros em exercer sua profissão no interior de diversos estados, principalmente das regiões norte e nordeste.


 


E registramos o nosso veemente repúdio às preconceituosas manifestações de racismo contra os médicos cubanos levadas a cabo por diversas entidades e profissionais da área médica, desconsiderando o sentido humanista e humanitário da formação que esses profissionais recebem em seu país.


 


Abaixo o corporativismo individualista e, por consequência, nocivo à população pobre. Viva a vida!


 


Todo apoio ao Programa Mais Médicos!


 


Assinam essa moção as seguintes entidades:


  • Federação dos trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo

  • Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários da Baixada Fluminense

  • Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Campos dos Goytacazes e Região

  • Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro de Itaperuna e Região

  • Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo  Financeiro de Niterói e Região

  • Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Nova Friburgo

  • Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e no Ramo Financeiro dos Municípios de Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto

  • Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro

  • Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Sul Fluminense

  • Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Teresópolis

  • Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro de Três Rios e Região

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES