GOVERNO DA BAHIA CRITICA REDE GLOBO

A Secretaria de Promoção da Igualdade da Bahia (Sepromi) divulgou ontem nota à imprensa com duras críticas às reportagens veiculadas nos dias 14 e 15 de maio pela Rede Globo sobre a população quilombola de Cachoeira do Paraguassú. A Sepromi considera que as matérias fazem parte de “mais uma articulação contra o estatuto da igualdade racial e contra toda e qualquer política de ação afirmativa, ou de promoção da igualdade racial”.


Em outro trecho, a nota assinada pelo secretário Luiz Alberto Santos afirma que o objetivo da Rede Globo é atacar o decreto que regulamenta os procedimentos para reconhecimento de comunidades quilombolas.


“Essa atitude de manipulação de massa tenta anular a vitória conseguida pelos quilombolas e comunidade negra através do decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003 (regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos). Além disso, desrespeita a história de luta vivida por ícones como Zumbi dos Palmares e pela população negra dos quilombos”, afirma o documento.


.


Abaixo, segue a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (Sepromi).


NOTA À IMPRENSA


A propósito das matérias veiculadas nos dias 14 e 15 de maio pela Rede Globo de Televisão, via Jornal Nacional, intituladas “Suspeitas de fraude em área que vai ser reconhecida como quilombola” e “Incra promete apurar denúncias de fraude no Recôncavo Baiano”, respectivamente, cumpre-nos prestar informações necessárias no que diz respeito à posição da Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi) em relação às afirmações relacionadas à população quilombola de Cachoeira do Paraguassú.


A Secretaria de Promoção da Igualdade, através do secretário Luiz Alberto Santos, discorda das afirmações dispostas nas matérias da Rede Globo. Inclusive, considera que o viés utilizado não se importa em cumprir o dever jornalístico de ouvir sempre “o outro lado” – basta uma rápida análise para chegar a esta constatação. Em toda a história do Brasil, ter terra sempre representou ter poder. E a simbologia disso é traduzida pelas articulações de políticos e de alguns veículos de comunicação para tentar derrubar uma vitória construída por guerras e combates pelo poder merecido por anos de trabalho dos negros. Portanto, a Sepromi considera que essa é mais uma articulação contra o estatuto da igualdade racial e contra toda e qualquer política de ação afirmativa, ou de promoção da igualdade racial.


Ações como este ciclo de matérias não enobrecem o povo negro em pleno mês em que se comemoram a suposta abolição da escravatura, o dia nacional de denúncia contra o racismo e o dia de libertação da África. Essa atitude de manipulação de massa tenta anular a vitória conseguida pelos quilombolas e comunidade negra através do decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003 (regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos). Além disso, desrespeita a história de luta vivida por ícones como Zumbi dos Palmares e pela população negra dos quilombos.


No momento em que manifesta ser contra a veiculação das matérias, a Secretaria de Promoção da Igualdade torna público os esforços feitos para cumprir os eixos de ações prioritárias deste ano. Tais compromissos envolvem, principalmente, desenvolvimento das comunidades quilombolas na Bahia, através do diagnóstico sócio-demográfico-econômico-cultural das comunidades remanescentes de quilombos, visando à construção de um programa de desenvolvimento sustentado, envolvendo o governo federal e os municípios baianos.





A Secretaria de Promoção da Igualdade da Bahia (Sepromi) divulgou ontem nota à imprensa com duras críticas às reportagens veiculadas nos dias 14 e 15 de maio pela Rede Globo sobre a população quilombola de Cachoeira do Paraguassú. A Sepromi considera que as matérias fazem parte de “mais uma articulação contra o estatuto da igualdade racial e contra toda e qualquer política de ação afirmativa, ou de promoção da igualdade racial”.


Em outro trecho, a nota assinada pelo secretário Luiz Alberto Santos afirma que o objetivo da Rede Globo é atacar o decreto que regulamenta os procedimentos para reconhecimento de comunidades quilombolas.


“Essa atitude de manipulação de massa tenta anular a vitória conseguida pelos quilombolas e comunidade negra através do decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003 (regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos). Além disso, desrespeita a história de luta vivida por ícones como Zumbi dos Palmares e pela população negra dos quilombos”, afirma o documento.


.


Abaixo, segue a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (Sepromi).


NOTA À IMPRENSA


A propósito das matérias veiculadas nos dias 14 e 15 de maio pela Rede Globo de Televisão, via Jornal Nacional, intituladas “Suspeitas de fraude em área que vai ser reconhecida como quilombola” e “Incra promete apurar denúncias de fraude no Recôncavo Baiano”, respectivamente, cumpre-nos prestar informações necessárias no que diz respeito à posição da Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi) em relação às afirmações relacionadas à população quilombola de Cachoeira do Paraguassú.


A Secretaria de Promoção da Igualdade, através do secretário Luiz Alberto Santos, discorda das afirmações dispostas nas matérias da Rede Globo. Inclusive, considera que o viés utilizado não se importa em cumprir o dever jornalístico de ouvir sempre “o outro lado” – basta uma rápida análise para chegar a esta constatação. Em toda a história do Brasil, ter terra sempre representou ter poder. E a simbologia disso é traduzida pelas articulações de políticos e de alguns veículos de comunicação para tentar derrubar uma vitória construída por guerras e combates pelo poder merecido por anos de trabalho dos negros. Portanto, a Sepromi considera que essa é mais uma articulação contra o estatuto da igualdade racial e contra toda e qualquer política de ação afirmativa, ou de promoção da igualdade racial.


Ações como este ciclo de matérias não enobrecem o povo negro em pleno mês em que se comemoram a suposta abolição da escravatura, o dia nacional de denúncia contra o racismo e o dia de libertação da África. Essa atitude de manipulação de massa tenta anular a vitória conseguida pelos quilombolas e comunidade negra através do decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003 (regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos). Além disso, desrespeita a história de luta vivida por ícones como Zumbi dos Palmares e pela população negra dos quilombos.


No momento em que manifesta ser contra a veiculação das matérias, a Secretaria de Promoção da Igualdade torna público os esforços feitos para cumprir os eixos de ações prioritárias deste ano. Tais compromissos envolvem, principalmente, desenvolvimento das comunidades quilombolas na Bahia, através do diagnóstico sócio-demográfico-econômico-cultural das comunidades remanescentes de quilombos, visando à construção de um programa de desenvolvimento sustentado, envolvendo o governo federal e os municípios baianos.





A Secretaria de Promoção da Igualdade da Bahia (Sepromi) divulgou ontem nota à imprensa com duras críticas às reportagens veiculadas nos dias 14 e 15 de maio pela Rede Globo sobre a população quilombola de Cachoeira do Paraguassú. A Sepromi considera que as matérias fazem parte de “mais uma articulação contra o estatuto da igualdade racial e contra toda e qualquer política de ação afirmativa, ou de promoção da igualdade racial”.


Em outro trecho, a nota assinada pelo secretário Luiz Alberto Santos afirma que o objetivo da Rede Globo é atacar o decreto que regulamenta os procedimentos para reconhecimento de comunidades quilombolas.


“Essa atitude de manipulação de massa tenta anular a vitória conseguida pelos quilombolas e comunidade negra através do decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003 (regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos). Além disso, desrespeita a história de luta vivida por ícones como Zumbi dos Palmares e pela população negra dos quilombos”, afirma o documento.


.


Abaixo, segue a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (Sepromi).


NOTA À IMPRENSA


A propósito das matérias veiculadas nos dias 14 e 15 de maio pela Rede Globo de Televisão, via Jornal Nacional, intituladas “Suspeitas de fraude em área que vai ser reconhecida como quilombola” e “Incra promete apurar denúncias de fraude no Recôncavo Baiano”, respectivamente, cumpre-nos prestar informações necessárias no que diz respeito à posição da Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi) em relação às afirmações relacionadas à população quilombola de Cachoeira do Paraguassú.


A Secretaria de Promoção da Igualdade, através do secretário Luiz Alberto Santos, discorda das afirmações dispostas nas matérias da Rede Globo. Inclusive, considera que o viés utilizado não se importa em cumprir o dever jornalístico de ouvir sempre “o outro lado” – basta uma rápida análise para chegar a esta constatação. Em toda a história do Brasil, ter terra sempre representou ter poder. E a simbologia disso é traduzida pelas articulações de políticos e de alguns veículos de comunicação para tentar derrubar uma vitória construída por guerras e combates pelo poder merecido por anos de trabalho dos negros. Portanto, a Sepromi considera que essa é mais uma articulação contra o estatuto da igualdade racial e contra toda e qualquer política de ação afirmativa, ou de promoção da igualdade racial.


Ações como este ciclo de matérias não enobrecem o povo negro em pleno mês em que se comemoram a suposta abolição da escravatura, o dia nacional de denúncia contra o racismo e o dia de libertação da África. Essa atitude de manipulação de massa tenta anular a vitória conseguida pelos quilombolas e comunidade negra através do decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003 (regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos). Além disso, desrespeita a história de luta vivida por ícones como Zumbi dos Palmares e pela população negra dos quilombos.


No momento em que manifesta ser contra a veiculação das matérias, a Secretaria de Promoção da Igualdade torna público os esforços feitos para cumprir os eixos de ações prioritárias deste ano. Tais compromissos envolvem, principalmente, desenvolvimento das comunidades quilombolas na Bahia, através do diagnóstico sócio-demográfico-econômico-cultural das comunidades remanescentes de quilombos, visando à construção de um programa de desenvolvimento sustentado, envolvendo o governo federal e os municípios baianos.


Fonte: Redação – [email protected]

Entrevista com Bruce Umbaugh – “Um meio de muitos para muitos”

OG – Nos últimos anos surgiram vários blogueirosem
zonas de conflito, muitos deles em inglês. Qual o
papel deles?

BU – Diferentemente de meios de comunicaçõa de outras
épocas, a internet é um meio de muitos para muitos,
com poucos obstáculos de acesso. Como resultado, ela
facilmente dá voz àqueles que de outra forma não
seriam
ouvidos. Com o controle dos meios de massa consolidado
em poucas mãos, é vital hoje que sejamos capazes de
aprender com essas outras vozes, em toda a sua
diversidade não filtrada.

OG – O senhor acredita que esses blogs tenham algum,
poder de influenciar o futuro de seus países ou a
imagem que outras nações têm deles?

BU – Os meios (globais) de comunicação de massa
habitam em relativamente poucas nações e se alimentam
pesadamente do governo e de fontes de elite. Logo,
embora seja apenas um começo, os blogueiros têm
potencial para contribuir muito para moldar a imagem
de suas pátrias na imaginação internacional. (Cristina
Azevedo)

Fonte:

GLOBO ATACA COMUNIDADE QUILOMBOLA

A nota abaixo chegou à Redação via correio eletrônico. São denúncias gravíssimas assinadas pela Comunidade São Francisco do Paraguaçu, que acusam a Rede Globo de veicular uma reportagem racista, no Jornal Nacional desta segunda-feira (14), contra os moradores negros daquela região do recôncavo baiano. “Passados cem anos continuamos a assistir às práticas racistas, novamente a covardia daqueles que atacam as comunidades negras utilizando as estruturas poderosas de dominação que se manifestam através da veiculação de uma reportagem fraudulenta e tendenciosa, sem oferecer à comunidade nenhuma oportunidade para se defender”, afirma o documento.


A reportagem em questão tem o claro objetivo de desqualificar a Comunidade São Francisco do Paraguaçu e seus moradores, justamente no momento em que o Estado brasileiro está para reconhecê-los como descendentes de quilombolas.


A nota também critica a distorção dos fatos para criminalizar os moradores da comunidade. “Estamos decepcionados com a falta de dignidade do jornalista que expôs seu nome numa reportagem fraudulenta, pois as imagens do desmatamento de madeira apresentado na reportagem não foram filmadas em nossa comunidade”.


Abaixo, segue a nota na íntegra. Depois do texto há o endereço para a reportagem do Jornal Nacional, assim como o endereço de um vídeo gravado em São Francisco do Paraguaçu, que segundo a nota mostra o outro lado da história.


Nota Pública – Cachoeira, Bahia
COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO SÃO FRANCISCO DO PARAGUAÇU


As falsidades veiculadas pelo Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, no dia 14 de maio deste ano, “Crime no quilombo – suspeitas de fraude e extração de madeira de Mata Atlântica”, repetem na história o que significou o 14 de maio de 1888 para a população negra no Brasil, dia seguinte à abolição oficial da escravatura. O dia 14 daquela época significou o acirramento das relações escravistas, da violência racial contra negras e negros, e a tentativa de exterminá-los através de inúmeras medidas de exclusão e apartheid, dando continuidade ao processo de exclusão social e criminalização da população negra.


Passados cem anos continuamos a assistir às práticas racistas, novamente a covardia daqueles que atacam as comunidades negras utilizando as estruturas poderosas de dominação que se manifestam através da veiculação de uma reportagem fraudulenta e tendenciosa, sem oferecer à comunidade nenhuma oportunidade para se defender.


Nossa comunidade assistiu a reportagem exibida no Jornal Nacional da Rede Globo com profunda indignação diante da atitude racista expressa na má fé e na falta de ética de um meio de comunicação poderoso que está submetido a interesses perversos e tenta esmagar uma comunidade negra historicamente excluída.


Já esperávamos por esta reportagem, pois fomos testemunhas do teatro que foi armado por ocasião das filmagens, onde boa parte da comunidade envolvida na luta pela regularização do território quilombola nem sequer foi ouvida, visto que a equipe de reportagem se recusou a registrar qualquer versão contrária aos interesses dos fazendeiros, cortando falas e utilizando de métodos persuasivos, já que demonstrou expressamente o objetivo de manipular e deturpar a realidade, inclusive. Tentamos conversar com os prepostos da TV Bahia, filial da rede Globo, mas fomos ignorados. Logo vimos a vinculação da reportagem com os poderosos locais que tentam explorar nossa comunidade.


Diante deste sentimento de indignação com a reportagem fraudulenta exibida hoje vimos a público divulgar as verdades que Globo não divulga:


Historicamente, nossa comunidade ocupa este território. Os relatos dos mais idosos remetem nossa presença a muitas gerações. Ali sempre praticamos um modo de vida fruto de uma longa tradição deixada por nossos ancestrais. Extraímos da Floresta a Piaçava, o Dendê, a Castanha, e tantos outros produtos. Extraímos tantos tipos de cipós diferentes que usamos para fazer cofos, cestos e tantos outros artesanatos aprendidos com nossos avós. Nós amamos a floresta e a defendemos. Nossa luta para defender a floresta causa a ira de poderosos interesses que desejam o desmatamento para a grande criação de gado que cresce no recôncavo.


Estamos decepcionados com a falta de dignidade do jornalista que expôs seu nome numa reportagem fraudulenta, pois as imagens do desmatamento de madeira apresentado na reportagem não foram filmadas em nossa comunidade, sendo que a pessoa flagrada no corte de madeiras não pertence à comunidade de São Francisco do Paraguaçu, confirmando a manipulação dolosa, visto que as falas foram cortadas e editadas com o objetivo de transmitir uma mensagem mentirosa e caluniosa. Perguntamos aos responsáveis pela matéria: por que não relataram as vultosas multas não pagas ao IBAMA pelos fazendeiros? Por que não mostraram os mangues cercados que inviabilizam a sobrevivência da comunidade?


Desta maneira, os poderosos que nos oprimem preferem partir para a calúnia, fraude e abuso do poder econômico. Tentam assim dissimular, já que sabem da força da verdade e do nosso direito. O Sr. Ivo, que aparece na reportagem e se diz dono da nossa área, é um médico com forte influência política na região; à frente de seus interesses está o seu Genro, conhecido como Lú Cachoeira, filho de um ex-prefeito e eterno candidato a prefeito. Lu Cachoeira tem um cargo de confiança no Governo do Estado como assessor especial na CAR (Coordenação de Ação Regional) e utiliza sua influência política para perseguir a comunidade. Esta família poderosa tem feito várias investidas contra a comunidade utilizando, inclusive, capangas, pistoleiros, ameaçando a comunidade, violentando crianças, perseguindo idosos, inclusive, utilizando métodos torpes refletidos nas ações violentas de policiais militares não fardados a serviço da família Santana que pode ser comprovado através de relatório da Polícia Federal que já teve diversas vezes na comunidade para nos defender.


Imbuídos do sentimento de justiça, não podemos compactuar com atitudes que visam reverter as conquistas democráticas de reconhecimento de direitos da população negra, um verdadeiro afronte aos artigos 215, 216 e o artigo 68 das Disposições Transitórias da Constituição Federal. O povo negro e as comunidades quilombolas, cientes de que o caminho de reparação das injustiças raciais é irreversível e que o direito constitucional à propriedade de seus territórios tradicionalmente ocupados é uma conquista da democracia brasileira, não sucumbirá aos interesses poderosos que durante toda história do Brasil promoveram atitudes autoritárias e de desrespeito ao Estado Democrático de Direito.


Lamentamos a covardia daqueles que usam o poder da mídia e do dinheiro para oprimir e perseguir comunidades tradicionais. Já estamos acostumados com esta prática perversa. Nosso povo resistiu até aqui enfrentando o peso da escravidão. FIÉIS A NOSSOS ANCESTRAIS, CONTINUAREMOS FIRMES, DE PÉ, LUTANDO PELA LIBERDADE!


Pela vergonhosa manipulação dos fatos e depoimentos, QUEREMOS DIREITO DE RESPOSTA E QUE O INCRA E A FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES SE PRONUNCIEM.


Pedimos às entidades, instituições e movimentos solidários com a luta do povo quilombola que manifestem repúdio à Rede Globo de Televisão e ao Jornal Nacional mandando e-mails e/ou cartas para os seguintes endereços: Rua Von Martius, nº 22 – Jardim Botânico – CEP: 22.460-040 – RJ. E-mail: [email protected]


Reportagem do Jornal Nacional:


Suspeitas de fraude em área que vai ser reconhecida como quilombola
http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/
JN/0,,AA1539615-3586-676535,00.html


Vídeo com a realidade da comunidade:


Território Ameaçado – A luta Quilombola em São Francisco do Paraguaçu
www.grifocomunicacao.com.br/doc-quilombo.htm




Fonte: Por Redação – [email protected]

Carta aberta aos clientes e usuários do Bradesco

Caro cidadão (ã).


 


Se já não bastasse a ganância, o assédio e a coação moral exercida sobre os trabalhadores bancários na época das campanhas salariais, o Bradesco apronta mais uma CACHORRADA.


 


O Sindicato dos Bancários de Teresópolis vem DENUNCIAR o descaso e o desrespeito com que o Banco Bradesco S/A vem tratando o seu quadro de trabalhadoras responsáveis pela limpeza.


 


 A empresa Zona da Mata, prestadora de serviços contratada pelo Banco Bradesco, demitiu as 04 trabalhadoras responsáveis pela limpeza das 03 agências do Banco no município de Teresópolis, em março/07, e não comunicou sobre as demissões às mesmas.


 


As 04 trabalhadoras demitidas somente tomaram conhecimento da demissão quando outra empresa, também contratada pelo Bradesco, comunicou sobre a substituição.


 


O fato é que além de não terem recebido até o momento o aviso prévio, não receberam nenhum direito trabalhista, como a rescisão do contrato de trabalho, o FGTS, 13º salário, férias, etc., isto é, levaram calote.


 


A contratação desta empresa inidônea é de inteira responsabilidade do Bradesco.


 


O Bradesco bateu mais um recorde no último trimestre: o lucro  cresceu 11,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor acumulado chega a R$ 1,705 bilhão.


 


Mesmo com toda esta lucratividade o Bradesco continua tendo irresponsabilidade social, chegando ao ponto de lesar estas trabalhadoras terceirizadas.


 


O Sindicato dos Bancários conclama você cliente e usuário a manifestarem sua indignação junto ao gerente geral das agências ou também pelo alô Bradesco (0800.704 83 83), protestando pelo não pagamento dos direitos das trabalhadoras da limpeza, pelas cobranças abusivas de tarifas, pelas filas intermináveis causadas pela falta de funcionários, pela falta de segurança e o desrespeito no tratamento com seus funcionários, clientes e usuários.


 


O Sindicato dos Bancários EXIGE que o Banco assuma sua responsabilidade, pagando integralmente os direitos das trabalhadoras e os eventuais prejuízos causados por não honrarem com seus compromissos.


 


Esta é mais uma das 120 razões para protestar contra o Bradesco

Fonte: Sindicato de Teresópolis

Secom estuda como distribuir publicidade a veículos regionais e comunitários

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que agora também comanda a distribuição da publicidade do governo federal, anunciou que abrirá um debate sobre como criar critérios objetivos para atingir veículos regionais, comunitários e educativos.

 

Atualmente, os índices de audiência e circulação disponíveis excluem, por exemplo, emissoras de televisão regionais ou rádios comunitárias. O objetivo da secretaria é buscar formas de medir o retorno da publicidade para esse público como forma de concretizar uma política de democratização da comunicação.

 

Atualmente, a distribuição da publicidade é feita por meios de índices que medem audiência no rádio, na televisão e na internet, além da circulação de exemplares para mídia impressa (jornais e revistas). Em entrevista à Agência Brasil, o sub-chefe executivo da secretaria, Ottoni Fernandes Jr., explica que esses indicadores de alguma maneira excluem veículos menores.

 

“Um exemplo, se você usar o Ibope [instituto de pesquisa], você exclui TVs menores regionais, que podem ser comerciais. E o que Secom está procurando, em conjunto com as estatais e ministérios, é construir critérios novos. Como atender as demandas de TVs regionais?

 

Elas têm uma audiência tão baixa que o Ibope não consegue captar. É uma coisa que estamos discutindo, mas tem que ser construído um critério”, diz.

 

Fernandes Jr. defende que o critério inclua preceitos básicos como verificação da audiência, mediação do retorno da publicidade e respeito à legislação tributária. “Isso pode estar na discussão da construção de um critério e passar a incentivar uma distribuição de uma parcela das verbas para esse tipo de mídia”, explica. “É uma discussão que vamos fazer com a sociedade, com as organizações que representa movimentos regionais, como as TVs comunitárias.”

 

O sub-chefe executivo ainda ressaltou que as novas regras precisam dar “segurança” para os gestores públicos para investir os recursos públicos. “Segurança de que estamos colocando dinheiro em uma mídia que tem o alcance desejado e está fortalecendo a democratização dos meios de informação, que também deve ser o objetivo da política de governo. Quanto mais você puder ter canais de veiculação, seja por televisão, rádio, internet, mídia impressa, que expressem a diversidade regional, social e política do Brasil é importante para o fortalecimento democrático”, diz.

 

Um balanço apresentado pela Secretaria de Comunicação Social mostra que, em 2006, o governo federal gastou R$ 1,015 bilhão em publicidade, um aumento de 5,48% na comparação com o ano anterior. Segundo Fernandes Jr., esse aumento se deve ao crescimento dos investimentos das estatais, que representam 76% do total.

 

Fonte: Agência Brasil

Leonardo Boff e Ratzinger: velhos conhecidos

A condenação de Boff em processo conduzido pelo então cardeal Ratzinger completa 20 anos; a única que coisa que mudou é que ele virou papa


Marcelo Netto Rodrigues


 


O alemão Joseph Ratzinger, hoje papa Bento XVI, é um velho conhecido do teólogo Leonardo Boff. Em setembro de 1984, na condição de cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – novo nome dado ao antigo tribunal da Inquisição –, Ratzinger conduziu o interrogatório que culminou com a condenação de Boff a um ano de “silêncio obsequioso”, em razão de suas teses ligadas à Teologia da Libertação, apresentadas no livro “Igreja: Carisma e Poder”.


 


À época, Boff foi obrigado a sentar-se na mesma cadeira que Galileu Galilei sentou 400 anos antes. E escutou de Ratzinger as seguintes palavras: “Eu conheço o Brasil, aquilo que vocês fazem nas Comunidades Eclesiais de Base não é verdade, o Brasil não tem a pobreza que vocês imaginam, isso é a construção da leitura sociológica, ideológica, que a vertente marxista faz. Vocês estão transformando as Comunidades Eclesiais de Base em células marxistas”.


 


Dom Paulo Evaristo Arns, que acompanhava Boff no tribunal, retrucou no momento apropriado. Referindo-se a um documento que, havia saído três dias antes, condenando a Teologia da Libertação, disse: “Cardeal Ratzinger, lemos o documento e ele é muito ruim. Não o aceitamos porque não vemos os nossos teólogos dizendo e pensando o que o senhor diz da Teologia da Libertação. Se quero construir uma ponte, chamo um engenheiro, e o senhor, para construir a ponte, chamou um gramático, que não entende nada de engenharia”.


 


Mais de 20 anos após o encontro entre os dois no salão do Santo Ofício, no Vaticano, Leonardo Boff discorre em entrevista sobre quais seriam as reais razões que trazem – o agora – papa Bento XVI ao Brasil. Apesar do tempo, as motivações de Ratzinger, na opinião de Boff, continuam a ser as mesmas da época de sua condenação.


 


Brasil de Fato – Na realidade, por detrás do discurso oficial, em sua opinião, por que Ratzinger vem ao Brasil nesse exato momento?


Leonardo Boff –Com ou sem o papa aconteceria a 5ª Conferência dos Bispos Latino-Americanos que se realiza a cada dez anos. A reunião iria se realizar em Quito, no Equador. Mas quando o atual papa soube da espantosa emigração de católicos que ocorre cada ano rumo a outras denominações evangélicas de cunho carismático e popular decidiu fazer a reunião no Brasil. Seguramente, a intenção é sustar esta sangria no corpo católico. Talvez chegue a acusar o engajamento dos cristãos em questões políticas e sociais, como a principal causa desta emigração católica. Mas esta explicação representaria falta de auto-crítica. Onde há igrejas engajadas como em São Paulo a saída é bem menor do que onde está ausente esta dimensão como é o caso claro do Rio de Janeiro. Nesta Igreja, as Comunidades Eclesiais de Base foram perseguidas e os teólogos da libertação proibidos de qualquer atividade. Impôs-se uma Igreja rígida com os dois ouvidos voltados para Roma e longe dos miseráveis. Eu falei na diocese do papa em Roma, perto do Vaticano, mas nunca pude dar uma palestra sequer, em 20 anos de atividade teológica, no Rio de Janeiro por causa da pronta proibição de dom Eugênio, hoje já aposentado. A causa principal da saída dos católicos é a falta de inovação no seio da Igreja, é a rigidez dogmática de seus ensinamentos, é a falta de bom senso nas questões de moral e de sexualidade onde ela mostra um rosto cruel e sem piedade, é a proibição de se fazer qualquer criação no campo litúrgico, mesmo em se tratando de culturas diferentes como aquela dos indígenas e dos afro-descendentes. A maioria dos católicos não está mais sentindo sua igreja como um lar espiritual. Ou sofre e tolera com dor a mediocrização a que todos estão submetidos ou simplesmente abandona a Igreja. O papa deve enfrentar-se com esta questão. Temo que siga o caminho mais fácil de culpabilizar os outros e não fazer auto-crítica sobre o tipo de presença que a Igreja está tendo na sociedade.


 


O senhor acredita que Ratzinger irá aproveitar o simbólico 13 de maio – por coincidência mesmo dia em que João Paulo II sofreu o atentado em 1982 e dia de Nossa Senhora de Fátima para anunciar a beatificação de João Paulo II em Aparecida?


Boff – Não creio que fará aqui a beatificação de João Paulo II. Ele é um santo para os europeus, italianos, polones e os movimentos conservadores que sempre bajularam o papa. Lá é o ambiente adequado para a sua beatificação e santificação. Nós não contamos muito para o Vaticano, pois somos periféricos. Querem que cresçamos, mas desde que sempre submissos aos ditames emanados de Roma. Quer dizer, nos querem cristãmente colonizados e neocolonizados.


 


Sobre as declarações de dom Odilo Scherer de que a “Teologia da Libertação já passou”. O que o senhor teria a dizer a ele?


Boff – Suas declarações mostram o nível de desinformação e alienação que esse arcebispo tem a respeito das coisas internas da própria Igreja que ele, por profissão, deveria conhecer. Os teólogos da libertação que eram e são maioria no Brasil estão ainda vivos, produzem teologia e não se tem notícia que se tenham reconvertido à uma teologia distanciada do povo e da caminhada das comunidades. A Teologia da Libertação nasceu ouvindo o grito dos pobres e excluídos. Esses aumentaram no mundo inteiro. Bom seria se não existissem mais. Mas seu grito virou clamor. É o que faz com que a Teologia da Libertação mantenha vigência e continue pensando a partir dos crucificados para que possam ressuscitar. Se com o desaparecimento da Teologia da Libertação, como pensa o arcebispo de São Paulo, tivessem desaparecido também os pobres e os excluídos, então ele seria um sério candidato a prêmio Nobel de Economia. Conseguiu o feito messiânico de libertar a Terra de todos os filhos e filhas condenados e junto com isso libertado a Igreja da Teologia da Libertação.

 




 

Clique aqui e leia “A Teologia da Libertação vive. Por isso, Ratzinger vem ao Brasil”

Fonte: Brasil de Fato

A Teologia da Libertação vive. Por isso, Ratzinger vem ao Brasil

Principal objetivo é tentar frear o êxodo de fiéis na América Latina, região que abriga metade dos católicos do mundo; canonização de frei Galvão seria apenas um detalhe, na visão de teólogos da libertação, que acreditam que sua “opção preferencial pelos pobres” seja o verdadeiro alvo


 


Marcelo Netto Rodrigues


 


Pergunte a um católico comum por que o papa vem ao Brasil, e a ladainha será a mesma: “Bento XVI vem canonizar frei Galvão, o primeiro santo genuinamente brasileiro”. Tente perguntar a um leigo, e a sua resposta virá acrescida de uma sigla enigmática para os que não acompanham a história da Igreja: “Ele vem para a abertura da 5ª Conferência do Celam”. Agora, pergunte a representantes da Teologia da Libertação, e a jovial visita de Ratzinger transmuta-se em recado claro no qual frei Galvão é apenas o coadjuvante popular de um plano para conter o êxodo católico; e a Conferência, o palco principal para atacar os que vivem sob o prisma da “opção preferencial pelos pobres” – opção aliás germinada em Medellín (Colômbia), em 1968, durante a 2ª edição do encontro, e regada na reunião seguinte em Puebla (México), em 1979.


 


Bento XVI não escolheu o Brasil por acaso para sua primeira viagem ao continente americano como papa. Sua estadia, mesmo que curta, pode traçar os rumos da Igreja na América Latina para os próximos dez anos. Isso porque tradicionalmente a fala inaugural da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Celam) – que será feita por Ratzinger no mesmo dia em que deixa o país, dia 13 de maio – serve para demarcar o terreno das discussões, que desta vez serão travadas por 280 bispos que permanecerão reunidos em Aparecida até o dia 31 de maio.


 


E é justamente aí que entra a preocupação de Ratzinger, que pisará em território brasileiro pela terceira vez no dia 9 de maio – a primeira foi em 1985, logo após o processo contra o teólogo brasileiro Leonardo Boff, (leia entrevista ao lado), e a segunda, em 1990, para ministrar um curso a bispos brasileiros no Rio de Janeiro. Quase metade dos católicos existentes no planeta mora na América Latina. São 480 milhões de fiéis que pouco a pouco estão abandonado a Igreja Católica – de acordo com teólogos da libertação ouvidos pelo Brasil de Fato, por sua inteira culpa. E Ratzinger espera que sua fala tenha influência direta nas linhas de ação pastoral tiradas pelos bispos ao final do encontro.


 


Como curiosidade dessa batalha entre a Igreja Católica e as igrejas neo-pentecostais, basta dizer que a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, acaba de anunciar a distribuição de camisinhas para seus fiéis, seguindo o exemplo do que já tem sido feito pela própria Universal na África do Sul.


 


Tira-gosto


Essa linha de argumentação sustenta em parte a opinião do padre João Pedro Baresi, comboniano alinhado à Teologia da Libertação. “A vinda de Ratzinger faz parte de um plano em que a maior preocupação é com o êxodo dos católicos”, mas não só isso. Para Baresi, o papa também vai aproveitar a viagem para tentar “dar um basta à Teologia da Libertação” – já que Ratzinger credita à Teologia da Libertação a responsabilidade pela perda crescente de fiéis desde sua afirmação na década de 1960 enquanto teologia.


 


“O que o recém-empossado arcebispo de São Paulo dom Odilo Scherer disse dias atrás, de que o tempo dessa teologia passou, pode ser um tira-gosto disso”, acredita Baresi. E nesse contexto, a fala inaugural da Conferência do Celam é importantíssima para que o papa dê o seu recado. “A canonização de frei Glavão complementa o plano: “é a religiosidade popular católica usada para segurar o povo em êxodo.”


 


Ainda sobre dom Odilo, Baresi complementa:“Que ele documente a sua declaração. Segunda coisa, o que importa não é a Teologia da Libertação, mas a libertação, como sempre fala Gustavo Gutierrez. Se alguém tiver algo melhor que contribua para o compromisso da libertação à luz da da fé, que indique”.


 


Mas a declaração de Scherer não é a única pista deixada pelo papa atual no meio de seu trajeto à América Latina. A recente advertência do Vaticano ao jesuíta alinhado à Teologia da Libertação Jon Sobrino, que vive em El Salvador, soa como uma nova condenação de Ratzinger a essa chave de interpretação do Evangelho.


 


Teologia da Libertação vive




O monge beneditino Marcelo Barros defende que a Teologia da Libertação só estaria superada se as condições e motivos pelos quais ela nasceu tivessem passado. “Ora, todos sabemos que, ao contrário, a pobreza injusta e a desigualdade social aumentaram muito, como também se pode dizer que está mais organizada a ressurgência de movimentos populares, indígenas e camponeses, assim como, no mundo todo, cresce o número dos que se organizam para que um mundo diferente seja possível. Como muitas dessas pessoas são crentes, cristãos ou de outras religiões, não somente a Teologia da Libertação continua válida, como ela deixou de ser só latino-americana para ser mundial.”


 


Barros, que pertence à Comissão Teológica da Associação Ecumênica dos Teólogos do Terceiro Mundo, diz que tem ocorrido uma aproximação entre a Teologia da Libertação e a Teologia do Pluralismo Cultural e Religioso. “Isso significa que existe hoje uma Teologia da Libertação inter-religiosa e não somente cristã. Com uma ampla literatura não existente antes sobre Teologia Negra, Teologia Indígena, Teologia Feminista… Eco-teologia… que passam a ser considerados ramos novos da Teologia da Libertação.”


 


O dominicano Frei Betto também foi contactado pela reportagem, mas foi informada por sua assessora que Betto estava em Cuba, e em virtude do acesso à internet ser dificultado pelo bloqueio dos Estados Unidos, ele não poderia responder.


 


 

Clique aqui e leia “Leonardo Boff e Ratzinger: velhos conhecidos”

Fonte: Brasil de Fato

MESA REDONDA NA DRT, DIA 9, quarta-feira

Das 41 reintegrações conseguidas através de negociação na semana retrasada com a direção do HSBC, dez foram do Rio de Janeiro. Sendo 5 bancários da Baixada Fluminense e mais 5 de Niterói.Além da pressão dos sindicatos, foi feito um levantamento detalhado do histórico de cada demissão, quebrando de todas as formas possíveis os argumentos do banco.


 


Na próxima quarta-feira, dia 09, os diretores do HSBC, Antonio Carlos e Gilmar Lepchack, estarão participando da mesa-redonda na DRT que tratará das demissões no banco.


 


É importante nessa segunda reunião com o banco, que os sindicatos levem dossiês acompanhados de documentação, para que possamos continuar reintegrando companheiros do HSBC.Existem diversos casos de demitidos em situação de pré-aposentadoria, doença ocupacional e boa avaliação.



Mais informações a respeito da mesa redonda que ocorrerá na DRT no dia 09, às 14 horas, com os integrantes da COE.

Fonte: Bancarios RJES

Entrevista: Fabio Colleti Barbosa

Há oito anos, o banqueiro Fábio Barbosa tomou uma decisão aparentemente contrária aos interesses dos acionistas do Banco Real, instituição que preside.
Barbosa decidiu criar linhas de crédito em condições especiais para clientes com boas políticas ambientais e recusar empréstimos a empresas que embora tivessem capacidade de pagamento, desrespeitassem o meio ambiente ou fossem tolerantes com práticas trabalhistas inaceitáveis.
A decisão, que se mostrou acertada, transformou Barbosa, que acaba de ser empossado na presidência da Febraban, em uma das maiores referências em sustentabilidade no mundo dos negócios . Não apenas pelos critérios éticos de sua orientação, mas por conciliá-los com perfeição na busca por lucros. Formado em administração pela FGV, casado e com três filhos, Barbosa , 52 anos, diz que uma de suas prioridades na Febraban será desfazer a má imagem – segundo ele injusta – que os brasileiros têm dos bancos.


V – Um país como o Brasil pode crescer sem afetar negativamente o meio-ambiente?
FB – Esse é um falso dilema. É possível respeitar o meio ambiente e ser lucrativo , crescer e ser ambiental e socialmente responsável…


V – O senhor não teme que a sustentabilidade se transforme num modismo vazio ao qual empresas aderem mais por conveniência do que por convicções?
FB – Por convicção ou por conveniência, o fato é que as melhores empresas e alguns países estão repensando sua maneira de fazer negócios. Por crença ou por pressão da sociedade, não importa. O assunto sustentabilidade está na pauta de todos os executivos. Sem falar que as empresas que não respeitam as leis ambientais estão sujeitas a multas milionárias, o que compromete a própria existência delas…


V – Mas qual é o significado exato de sustentabilidade ou de responsabilidade social? Pode-se considerar socialmente responsável uma empresa que mantêm ações sociais e ambientais corretas, mas que não paga impostos e vive na informalidade?
FB – Ainda há muito a ser feito, no campo da responsabilidade social mas não seria construtivo invalidar o esforço feito na direção correta só porque o movimento não está completo. É preciso reconhecer que pessoas estão sendo levadas à contravenção por um sistema tributário e trabalhista que se prova quase indutor de comportamentos. Não podemos condenar todos os que estão nesse caminho. Precisamos atacar as causas que estão levando empresas e pessoas a trabalhar nesse ambiente de contravenção. Essas pessoas não são , em sua maioria, contraventores por natureza. Para contornar isso, precisamos não apenas de reformas como a tributária e a trabalhista, mas também de uma reforma de valores. É preciso reconhecer que existe uma certa leniência ao chamar de informalidade o que, na verdade, é ilegalidade, e como tal precisa ser tratada.


V – Não faz parte da responsabilidade social dos bancos informar seus clientes sobre os riscos do endividamento exagerado?
FB – O endividamento, no Brasil, é algo relativamente novo. Precisamos nos adaptar. Mas já são várias as iniciativas dos bancos nesse sentido. Alguns produziram cartilhas nas quais explicam quais as formas mais baratas de financiamento diante da necessidade de cada pessoa. Gerentes também têm sido treinados para prestar esse tipo de orientação.
A Febraban tem uma cartilha que orienta os consumidores a respeito dos riscos do endividamento. Como presidente da Febraban, pretende intensificar a transparência dos bancos para com seus clientes.


V –  Por que os bancos, de forma geral, não têm avaliação muito positiva da população?
FB – Essa imagem negativa nos preocupa muito, mas ela não é exclusiva dos bancos brasileiros. Não podemos nos esquecer de que as instituições financeiras estão na posição ingrata de cobrar empréstimos em qualquer lugar do mundo. Mas há um aspecto histórico brasileiro. No passado, a inflação prejudicou demais a transparência do relacionamento do cliente com a instituição financeira. Os prazos de empréstimos eram curtíssimos, não havia confiança na moeda. Não existiam tarifas, porque os bancos ganhavam com o dinheiro parado nas contas. Isso mudou completamente. Além do mais, acho que a expectativa sobre os serviços que devem ser prestados pelos bancos precisa ser mais bem compreendida.


V – Os lucros dos bancos parecem exagerados, se comparados ao desempenho do resto da economia…
FB – Não são apenas os bancos que vivem um momento especial, mas todo o país… No setor de crédito, precisamos discutir , por exemplo , a carga de impostos sobre os empréstimos.


V – O s juros bancários cobrados no Brasil caíram, mas ainda estão entre os maiores do mundo. Por quê?
FB – Os juros cobrados pelos bancos têm caído, mas há mais pessoas tomando dinheiro emprestado. A base de credores cresceu e estamos trabalhando com uma clientela nova. Não conhecemos o histórico bancário desses novos clientes, que , por esse motivo, tendem a pagar taxas mais elevadas…


V – Que papel deve exercer o sistema bancário em uma economia como a brasileira?
FB – Os bancos, quando executam bem o seu papel, aprimoram a alocação de recursos e impulsionam a economia. É importante que o sistema financeiro esteja azeitado para cumprir bem as tarefas que lhe cabem. São três essas tarefas: rentabilizar a poupança que lhe foi confiada; financiar o consumo e o investimento; e efetuar pagamentos…


V – O que o senhor espera do segundo mandato do governo Lula?
FB – … Diante da falta de recursos públicos, o país deveria aproveitar o bom momento para fazer reformas e acelerar o crescimento. Para isso seria fundamental atrair investimentos do setor privado.

Fonte:

Rádios comunitárias reivindicam audiência com Hélio

Delcimar Pires, assessor da presidência, avalia que “o governo terá de se estruturar nessa área”; possibilidades vão do fortalecimento do ministério das Comunicações no setor à adoção de modelo como o da agricultura, em que uma pasta cuida do agronegócio e outra da reforma agrária.


————————————————–


SÃO PAULO – As entidades que se dedicam às bandeiras da radiodifusão comunitária, como a Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária) e a Amarc (Associação Mundial de Rádios Comunitárias) , devem realizar no início de maio uma audiência com o ministro das Comunicações do governo federal, Hélio Costa. A reivindicação foi apresentada em audiência das entidades da sociedade civil ligadas à democratização da comunicação com o ministro, realizada na última terça-feira (24).

Na reunião, foi apresentada uma pauta comum dos movimentos e entidades deste campo, que inclui a realização de uma audiência específica sobre as rádios comunitárias. Hélio Costa solicitou que o assunto fosse encaminhado junto à sua assessoria e a expectativa é de que a audiência possa ocorrer nas primeiras semanas de maio.

Entre os temas a serem pautados na audiência, estariam o fim da criminalização das emissoras comunitárias, ampliação dos debates e prazos para a digitalização do rádio no país, mecanismos para sustentação das comunitárias e aceleração dos milhares de processos de habilitação de rádios desse gênero que se encontram estacionados no ministério.

O tema é um dos calcanhares- de-aquiles do governo de Luiz Inácio Lula da Silva na área da comunicação. Um grupo de trabalho interministerial (GTI) foi formado ainda no primeiro mandato de Lula e apresentou em 2005 sugestões para solucionar os maiores problemas do setor. O relatório final do GTI foi encaminhado pelo ministério das Comunicações (MiniCom) a Lula, mas até o momento as soluções não foram tornadas práticas do governo.

“Existe realmente uma dificuldade do MiniCom para tratar esse setor. É algo manifestado pelo próprio ministério e pelos movimentos”, reconhece Delcimar Pires, assessor especial da presidência da República e que participou dos trabalhos do GTI. Segundo Pires, “o governo, por excelência, tem que encontrar saída para os problemas que afetam a população. E esse tema das rádios comunitárias é algo que o governo Lula não pretende deixar sem uma resposta”.

Em entrevista à Carta Maior, Pires ponderou que existem exemplos em outras áreas do governo que trazem indicações sobre como trabalhar a situação. “O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura, por exemplo, cuidam ambos da produção no campo, da terra, da agricultura, mas um é voltado ao agronegócio e o outro à agricultura familiar e à reforma agrária”. Para ele, deve e também pode existir esse tipo de corte nas comunicações, “mas é preciso ver qual seria esse corte”.

No caso da criação de uma rede de TV pública, houve desencontros quanto a quem capitanearia o processo, que agora se encontra sob o comando do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins.

No caso das rádios comunitárias, uma das possibilidades cogitadas pelo governo, surgida a partir de diálogos com o próprio movimento de radiodifusão comunitária, seria no sentido o governo federal repassar as questões ligadas ao tema para a pasta comandada por Martins. Algo que o novo ministro de início parece não ter muito interesse em assumir, tanto pelas dificuldades que hoje envolvem a questão quanto pela possível indisposição que criaria com Hélio Costa.

Segundo Delcimar Pires, trata-se de uma possibilidade completamente incipiente, seja do ponto de vista do governo seja do ponto de vista dos movimentos. O que está claro para o governo, de acordo com o assessor da
presidência, é que a situação das rádios comunitárias “é um desafio que vamos ter de enfrentar, e para trabalhar melhor isso, o governo certamente terá de se
estruturar nessa área”. Com o diagnóstico consolidado, o governo agora analisará internamente sobre como trabalhar o tema em definitivo. “Não posso falar em nome do governo, até onde e como irá este diálogo e se será algo rápido, mas certamente não iremos nos furtar a isso”.

A reportagem de Carta Maior procurou ouvir outros setores sobre a possibilidade de a Secom se tornar a pasta responsável pela radiodifusão comunitária. O Minicom não se pronunciou a respeito. Na Secretaria-Geral da presidência da República, a assessoria afirmou não saber se a idéia era tema de debate do governo como um todo. Na assessoria da Casa Civil, foi sugerido à reportagem procurar a própria presidência ou a Secom. E a Secom propôs que a reportagem ouvisse o assessor da presidência Delcimar Pires.

Fonte: Antonio Biondi – Carta Maior