Para nos informarmos melhor por Emir Sader

Emir Sader

A mídia latino-americana é cada vez mais igual, de um país a outro: age como um bloco político e ideológico de direita, cada vez mais homogêneo. Faz oposição cerrada, em bloco, em países como o Brasil, a Argentina, a Bolívia, a Venezuela, o Equador. Isto é, se opõe frontalmente ao processo de transformações em curso no continente.

No segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, Marco Aurélio Garcia pegou no nervo, quando disse duas coisas aos funcionários dessa mídia em uma entrevista coletiva, ao dizer-lhes duas coisas, absolutamente verídicas e inquestionáveis: que em um país como a Espanha, que quiser ler um jornal de esquerda, compra o El País, quem quiser ler um jornal de direita, compra o ABC. Enquanto que, no Brasil, todos os jornais são da mesma filiação ideológica, de direita. A outra, foi dizer a esses empregados dos órgãos da imprensa oligárquica, que o PT se ocupa da sua democracia interna, que eles se ocupassem da democracia – absolutamente inexistente – nas redações onde trabalham.

Mas cada vez mais podemos contornar esses órgãos –que cada vez mais parecem ser redigidos por uma única pessoa, assemelhando-se todos entre si – e buscar fontes alternativas de informação e discussão. A necessidade de informação local pode nos levar a assinar um jornal – ou mesmo lê-lo pela internet, contribuindo assim para a irresistível decadência de tiragem dos jornais, que este ano descerão da casa dos 200 exemplares diários, também para não contribuir a financiar suas campanhas direitistas -, mas podemos informar-nos pela internet.

Claro que temos os órgãos impressos alternativos, como Carta Capital, Brasil de Fato, Caros Amigos, Fórum, entre outros. Mas é bastante útil acessar e ler diariamente ao melhor jornal do continente – o La Jornada, do México (
www.jornada.unam.mx), de acesso gratuito, especialmente na sua cobertura internacional e da América Latina em particular, assim como os artigos de debate e a cobertura da situação mexicana.

Da mesma forma é bastante útil a leitura do Página 12, da Argentina (
www.pagina12.com.ar), também de acesso gratuito. Esses jornais são a melhor fonte para seguir cotidianamente a situação na Bolívia, no Equador, na Venezuela, em Cuba – em suma, nos países que perturbam a hegemonia da direita no continente, tanto do império, quanto do oligopólio midiático de cada país e que, por isso, são vítimas especiais das deformações e das campanhas desqualificadoras.

O espanhol El Pais – este de acesso restrito (
www.elpais.com.es) – também é fonte que pode resultar útil, embora sobre a Venezuela e Cuba seja particularmente hostil.

Na internet se pode encontrar muitas páginas alternativas, além de Carta Maior (
www.agenciacartamaior.com.br) , inclusive as de jornalistas que trabalham na mídia tradicional – como Paulo Henrique Amorim (www.ig.com.br) , Luis Nassif , além do blog do próprio Mino Carta, na página da Carta Capital (www.cartacapital.com.br) entre outros -, que ajudam a diversificar a informação.

 


Entre as publicações internacionais, é indispensável a leitura do Le Monde Diplomatique, que pode ser encontrado na página do UOL. Da mesma forma, a revista estadunidense The Nation (www.thenation.com) tem textos muito bons. Como revistas teóricas, há várias boas no Brasil, dentre elas Margem Esquerda (www.boitempoeditorial.com.br), Crítica Marxista (www.revan.com.br). Dentre as revistas teóricas internacionais, considero a melhor a New Left Review, que tem edição em inglês e em castelhano, accessíveis na página www.newleftreview.org).

Aqueles que tenham outras sugestões de fontes alternativas, de qualquer tipo, que favoreçam uma informação crítica e plural, além de promover debates frutíferos com visões progressistas, podem escrever, para que enriqueçamos a informação coletiva nesta luta contra o monopólio da palavra e pela criação de consensos democráticos no Brasil.

Fonte: Bancários RJ-ES

FOTOS da reunião com executivos do Itaú

Os dois lados da mesa



 


 


 


 


 


 


 


Diretores dos sindicatos filiados e da Federação se reuniram com os executivos do Itaú Geraldo Martins, (Relações Sindicais-SP) e Bruno Aguiar (RH-Rio) no último dia 15.


 

Fonte:

ONGs acusam Japão de enfraquecer convenção sobre lixo

O Greenpeace e outras ONGs ambientalistas acusaram nesta terça-feira (20) o Japão de enfraquecer a Convenção de Basiléia, assinada em 1989, e de negociar com países asiáticos acordos econômicos que lhe permitirão “reabrir a região ao tráfego de lixo tóxico”.

Em comunicado divulgado em Manila, Bangcoc, Nova Délhi e Seattle, várias ONGs expõem como maior prova das intenções japonesas um documento, descoberto no ano passado, no qual Tóquio solicita o estudo dos acordos econômicos bilaterais como um canal bidirecional de resíduos tóxicos.

“Enquanto desembolsa cinicamente muito dinheiro para a Convenção de Basiléia e promete ajuda aos países em desenvolvimento, o Japão se tornou, na verdade, um câncer da Convenção, com o objetivo de destruir sua missão original”, afirmou Richard Gutierrez, do escritório para a Ásia-Pacífico do Basel Action Network, em Manila.

Beau Baconguis, do escritório do Greenpeace em Manila, afirmou que, diante dessas revelações, só cabe imaginar que o Japão tentará usar o acordo econômico assinado com as Filipinas – ainda pendente de ratificação pelo Parlamento de Manila – para despejar seu lixo perigoso em solo filipino.

“Insistimos em nosso pedido para que o acordo não seja aprovado até que os artigos sobre liberação de lixo nuclear e tóxico não sejam eliminados”, afirmou Baconguis.

A nota lembra que a Convenção de Basiléia, estabelecida pela ONU, exige que todos os países signatários assumam a responsabilidade de cuidar de seu próprio lixo dentro de suas fronteiras.

O comunicado é assinado pelo Greenpeace, pela Basel Action Network, pela Citizens Against Chemicals Pollution e pela GAIA – Global Alliance for Incinerator Alternatives. (Efe/ Folha Online)

Fonte: Bancariosrjes

A Velha Contrabandista

Stanislaw Ponte Preta *


 


Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega  tudo malandro velho  começou a desconfiar da velhinha.


 


Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:


 


 Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?


 


A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:


 


É areia!


 


Aí quem riu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.


 


Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com moamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.


 


Diz que foi aí que o fiscal se chateou:


 


 Olha vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.


 


Mas no saco só tem areia!  insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:


 


 Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?



 O senhor promete que não “espáia”?  quis saber a velhinha.



 Juro  respondeu o fiscal.


 


 É lambreta.


  


 

* Stanislaw Ponte Preta é o pseudônimo de Sérgio Marcus Rangel Porto (Rio de Janeiro, 11 / 01 / 1923 – Rio de Janeiro, 30 / 09 / 1968) um cronista, escritor, radialista e compositor carioca. Sua obra literária mais famosa é a Série FEBEAPA – Festival de Besteiras que Assola o País.

Fonte:

A MORTE DO MENINO JOÃO HÉLIO: A barbárie está em cada esquina das grandes cidades

Por Carlos Vasconcelos*


 


A indignação pela morte do menino João Hélio, de seis anos, assassinado de forma tão estúpida e brutal, atingiu todos nós. Mas o consenso coletivo em torno do pesar não pode servir de instrumento para a disseminação, através da mídia, de projetos políticos e mudanças jurídicas tão retrógradas, dos que se aproveitam da comoção nacional para defender a redução da maioridade penal para 16 anos e a pena de morte. Pautadas pela notícia, as pessoas começam também a engrossar cada vez mais o coro dos que acreditam que a solução redentora do problema da violência urbana esteja no recrudescimento ainda maior da repressão policial, que já promove o extermínio de milhares de jovens e adolescentes nos bolsões de miséria das grandes metrópoles.


 


É preciso ter coragem para admitir que estes métodos repressivos e coercitivos, como sinônimos da garantia de segurança pública, há muito fracassaram.


 


Defender a redução da maioridade penal abre uma possibilidade ainda mais perigosa e absurda: se amanhã ou depois, meninos de doze ou oito anos, que hoje já estão a serviço do estágio varejista do tráfico de drogas, passarem a figurar como vilões do noticiário policial, o que faremos? Pediremos que a idade penal passe a ser de oito ou dez anos?


 


Por trás da retórica fácil dos políticos e juristas que querem diminuir a maioridade penal não estarão o preconceito e o desprezo pelos pobres, que são as maiores vítimas da violência urbana?


 


O que esperar desses meninos e meninas que crescem, diante de nossos olhos, cheios de ódio e revolta, cheirando cola, dormindo na rua, sem futuro e sem esperança?


 


A perspectiva de vida desses menores torna um milagre quando eles chegam à maioridade e muito poucos atingem os trinta anos de idade. Somente percebemos estes menores quando é tarde demais e eles já se tornaram criminosos frios e sangüinários. Mas o que faz com que tantos jovens e adolescentes cheguem a estes níveis de crueldade no Brasil?


 


A questão social – Sei que mais essa tragédia parece nada ter a ver com política e ideologia e a mídia procura mesmo transmitir esta sensação. Mas é preciso lembrar que as elites brasileiras sempre agiram desta forma: desprezam inteiramente a questão social. Os ricos e seus representantes políticos sempre desejaram manter a pobreza à distância, mas nenhum esforço fazem para combater o estado de miséria em que milhões de crianças e jovens brasileiros se encontram. Por isso defendem a remoção das favelas ou buscam refúgio em bairros e condomínios que lhes dão a sensação de privacidade e segurança, onde já ensaiaram até uma emancipação, na verdade uma separação do resto da cidade já partida. As classes dominantes se negam a oferecer educação integral, gratuita e de qualidade para todas as crianças brasileiras e quando um projeto com o sincero propósito de resgatar e desmarginalizar os jovens surge no cenário, como o idealizado pelo saudoso professor Darcy Ribeiro, a mídia e as elites atacam e desprezam e os tecnocratas de plantão dizem que é caro e inviável. Como dizia o mestre citado, “caro para o país é a ignorância.” E eu completo: caro são o superávit primário e os juros da dívida externa.


 


As oligarquias, cheias de preconceito e racismo bradam exigindo pena de morte, a redução da maioridade penal, mais repressão policial, construção de mais presídios e até a intervenção das Forças Armadas. Insistem na guerra sem fim, mas não dão o braço a torcer de que esta sociedade que sucumbiu é o projeto fracassado da própria burguesia, por que o povo brasileiro, espoliado, ainda não pôde construir a sua história. Sabe-se lá esses setores mais conservadores das elites não estão por trás das milícias, a outra banda da criminalidade.


 


A questão social e o colapso do modelo de segurança pública no país têm tudo a ver com a morte brutal do inocente João Hélio. Continuem a manter este modelo econômico desigual e excludente, sem oferecer educação e oportunidades aos milhões dos jovens brasileiros apenas para sustentar o desvairado acúmulo de capital de banqueiros, credores e especuladores e continuaremos a ter uma atrocidade dessas por dia. Tudo bem que, de alguma forma, todos nós temos culpa. Mas este colapso social tem regente. A barbárie é capitalista.


 


*Carlos Vasconcelos é editor do Jornal Bancário do Sindicato do Rio de Janeiro

Fonte:

Nossa razão de ser

Por Marcelo Salles


De vez em quando é bom voltar ao assunto e falar sobre a razão de ser desta pequena iniciativa de mídia alternativa. Ajuda a não perder o foco. E serve para esclarecer dúvidas, como a do caro leitor Allan Machado, que pergunta por que só criticamos a Globo e não falamos das outras emissoras.

Falamos, sim, Allan. Leia a matéria Viva a criança viva, por exemplo. Mas reconheço que a Globo aparece aqui com mais freqüência, por uma razão muito simples: trata-se da maior corporação de mídia brasileira. As Organizações Globo possuem mais de cem empresas e, segundo o Ibope, a TV Globo tem 40% da audiência e 70% das verbas publicitárias, números que já chegaram a 69% e 90%, respectivamente, durante a Copa do Mundo, de acordo com a própria emissora.

Portanto, não falar da Globo é impossível. Quem discute mídia e não considera esses números e seus significados, brinca de discutir mídia. Vou mais além: quem discute política sem levar este dado em conta, brinca de discutir política. Como escreveu o sociólogo e escritor Gilberto Felisberto Vasconcellos, no livro O Príncipe de Moeda: “Hoje, a crítica à dominação política é indissociável da crítica à indústria cultural sob a égide da TV Globo” (página 82, Editora Espaço e Tempo).

Isto por duas razões muito simples. A primeira refere-se à ilegalidade dessa situação, que fere o artigo 220 da Constituição Federal, cujo texto proíbe monopólio ou oligopólio nos meios de comunicação social. Ou seja, os piratas, os fora-da-lei são eles. A segunda pressupõe a compreensão de que a mídia tem a capacidade de moldar percepções, de influenciar escolhas, determinar padrões de comportamento, etc. Enfim, ela produz grande parte da subjetividade que vai influenciar a forma de viver dos indivíduos e, por extensão, das sociedades em que estão inseridos.



Para piorar, as únicas sete emissoras de TV abertas estão ideologicamente afinadas e operam num país onde apenas 26% do povo compreendem o que lêem, segundo pesquisa realizada em 2005 pelo Instituto Paulo Montenegro. Ou seja, a grande maioria está sujeita aos encantos de uma mesma linhagem de programação, produzida com os mesmos conceitos e a partir das mesmas fontes (estão aí as imagens repetidas do Oriente Médio que não me deixam mentir).

Por isso nosso foco é a democratização da comunicação. Para que uma sociedade seja democrática de fato é preciso que os distintos setores que a compõem tenham o mesmo direito de se expressar. Operários, camponeses, estudantes, sindicalistas, aposentados, associações de moradores, etc. Todos devem receber a mesma quantidade de verba publicitária pública destinada às atuais concessionárias, além da mesma qualidade do sinal. Não tem essa de uma emissora sintonizar melhor que a outra.

Somente quando esse equilíbrio estiver estabelecido será válido o argumento canalha de certos executivos pertencentes ao oligopólio que controla a mídia no Brasil. Quando a programação de suas empresas é criticada, eles costumam dizer: “Não gostou, muda de canal”. Discurso este que não difere em sua essência do autoritarismo binário contido no “ame-o ou deixe-o” da ditadura. O que é bastante compreensível, levando-se em consideração que o Estado autoritário nasce atrelado à Rede Globo e assim permanece durante toda a sua existência.

Como registrou Eugenio Bucci, no livro Brasil em Tempo de TV: “O que temos hoje no Brasil, na era da globalização, é ainda o produto daquele velho projeto autoritário: a gente brasileira, condenada à desigualdade, com a pior distribuição de renda do mundo, é o país que vibra unido na integração imaginária: na Copa do Mundo, no final da novela, na  morte do ídolo do automobilismo, na ‘festa cívica’ das eleições presidenciais. Não por acaso, todos esses momentos de confraternização são espetáculos de TV” (página 17, editora Boitempo).

Agora, por exemplo, estamos assistindo ao espetáculo da manipulação de um crime bárbaro com o objetivo de pressionar por leis mais duras, pena de morte, redução da maioridade penal e todo o receituário neoliberal voltado para a população de baixa renda que porventura venha a cometer algum delito. A mídia constrói a imagem de que “apenas três anos” não são suficientes para que um jovem fique preso, como se desconhecesse todo tipo de barbaridade a que esses infelizes serão submetidos dentro da Febem ou dos presídios brasileiros.

Mas este é apenas um exemplo, entre tantos outros, como o sutil apoio editorial ao terrorismo de Estado promovido pelos EUA, as distorções nas informações relativas a países como Cuba, Bolívia e Venezuela, a sustentação de um pensamento único para o modelo econômico a ser seguido e a criminalização dos movimentos sociais organizados.

O que questionamos não é a existência de uma mídia que defenda essas posições. Afinal de contas, ela representa parte da sociedade brasileira. Mas não é possível que todas as emissoras de rádio e TV e todos os jornais de grande alcance e a esmagadora maioria das revistas estejam desse lado. É preciso haver pluralidade. E para que isso aconteça de maneira significativa, é preciso que o governo federal assuma essa responsabilidade. Por mais que setores da sociedade se organizem em torno de rádios comunitárias e outras iniciativas, somente a mobilização do Estado poderá garantir a verdadeira democratização dos meios de comunicação e, conseqüentemente, do país.

E, ressalve-se: assumindo a dianteira da democratização da mídia brasileira, o governo não estará fazendo mais do que sua obrigação. São verbas públicas que ele administra. São nossos impostos. Já é hora de perguntar: o governo Lula pretende cumprir suas promessas de implementar políticas nesse sentido ou foram discursos vazios de quem estava sendo fustigado durante as últimas eleições?

Fonte:

A luta dos povos Tupinikim e Guarani no Espírito Santo

Por: José Carlos Nunes*


 


Remanescentes dos povos indígenas das tribos Tupinikim e Guarani no Espírito Santo têm travado uma batalha incessante pelo direito a suas terras no norte do Estado. Com suas terras invadidas pela gigante multinacional Aracruz Celulose, eles tentam reaver a todo custo uma área de cerca de 17 mil hectares já declarados por parecer da Funai como de propriedade indígena a ser demarcada pela União. Após esse parecer da Funai, é preciso ainda que o Ministério da Justiça edite uma Portaria determinando a demarcação das terras indígenas.


 


A CUT/ES tem acompanhado de perto a luta desses povos. É resolução de nosso 10º Congresso Estadual, assim como aconteceu no Concut, que a causa indígena é bandeira de luta do movimento sindical cutista. Nesse sentido, temos acompanhado e apoiado as ações dos índios no Espírito Santo, que muitas vezes chegam ao conflito com a Aracruz Celulose. Os Tupinikim e Guarani já promoveram dois movimentos de autodemarcação de suas terras, já tiveram as aldeias invadidas e destruídas pela Polícia Federal, já ocuparam estradas e o porto da empresa, já se manifestaram para a sociedade capixaba, sempre mostrando e provando o seu legítimo direito às terras que reivindicam.


 


No entanto seu adversário é poderoso. Ancorada nos milhões de lucros que obtém ano a ano, a Aracruz Celulose orquestrou uma campanha de difamação contra os povos indígenas da região, com fortes ingredientes de racismo e discriminação. A Justiça inclusive já condenou a Aracruz Celulose por racismo e discriminação contra os povos indígenas Tupinikim e Guarani numa ação promovida pelo Ministério Público Federal do Espírito Santo. A empresa teve que retirar as múltiplas informações pejorativas e racistas colocados no seu site e foi proibida de veicular essas informações nas suas palestras e eventos. No entanto, a ação não impediu a onda de discriminação e racismo que a Aracruz Celulose provocou na sociedade regional.


 


Quatro estudos técnicos da FUNAI identificaram a terra indígena como legítima propriedade dos Tupinikim/Guarani. Estes quatro estudos reuniram provas irrefutáveis de que os Tupinikim sempre habitaram a região até a chegada da Aracruz Celulose que destruiu cerca de 30 aldeias e expulsou os indígenas e transformou suas terras em plantações de eucalipto. Os índios estão levando para Brasília, como exemplo das provas, um mapa dos povos indígenas no Brasil de 1944, publicado pelo IBGE, do renomado pesquisador Curt Nimuendajú, que comprova a presença deles claramente na região litorânea do Espírito Santo, inclusive na região de Aracruz.


 


Nesta semana, cerca de 50 índios, caciques e lideranças Tupinikim e Guarani do Espírito Santo estão em Brasília dispostos a ficar o tempo necessário para terem uma definição sobre a edição da portaria de demarcação das suas terras.


 


O fato é que o governo federal vem protelando a publicação da Portaria que dá aos índios no Espírito Santo o direito à posse de sua terra já declarada pelo próprio governo, via Funai, como uma aspiração legítima.


 


Os movimentos sociais organizados no Espírito Santo, entre eles a CUT/ES, têm assumido o compromisso em defesa da causa indígena. É obrigação do governo respeitar os direitos dos povos indígenas; é direito desses povos lutarem pela manutenção de sua identidade, de sua cultura e de seu modo de sobrevivência e reprodução; é dever da sociedade brasileira encarar os povos indígenas como parte integrante da formação dessa sociedade e, por fim, é obrigação de cada um lutar para que a Justiça se faça em toda a sua extensão, independente dos poderosos interesses aos quais possa atingir.


 


 


* José Carlos Nunes é presidente da CUT/ES

Fonte:

ARTIGO: Do jornalismo dos desastres ao desastre do jornalismo

Por Bernardo Kucinski


 


Foi preciso uma tragédia para ficarmos sabendo que a linha 4 do metrô de São Paulo, uma gigantesca obra de engenharia, estava sendo construída através de um contrato de “porteira fechada”. O preço é fixo. Quanto mais o consórcio construtor economizar, mais ele lucra. Ninguém sabia disso porque a nossa imprensa nunca se interessou por esse contrato. Nunca o discutiu.


 


Os paulistanos não sabiam que a linha quatro era uma obra assim tão grande, nem sabiam das várias opções de métodos de construção dos túneis. Não sabiam nada. Só agora ficamos fomos informados que o método das explosões, usado na região do desastre, rachara dezenas de casas e há tempos assustava os moradores. Esses casos haviam sido tratados como pequenos episódios isolados, não ocorrendo a nenhum editor investigar mais a fundo a natureza das obras.


 


Alckmin escondido


Os paulistanos não sabiam que as obras eram fiscalizadas pelo próprio consórcio. Eles fiscalizavam-se a si mesmos. O Estado, dono da companhia do metrô, não assumiu nenhuma responsabilidade, admitiu o governador José Serra, depois de fugir um dia inteiro dos repórteres. Alckmin está escondido até hoje. E dele os jornais nem falam. Ele, que se apresentava como o melhor “gerente” para o Brasil.


 


Depois tantas tragédias, já é possível definir um padrão da cobertura de desastres no Brasil. De início, os jornalistas são surpreendidos. O desastre revela precariedades ou abusos pré-existentes que a imprensa não acompanha como deveria. Assim foi com o apagão do sistema elétrico, que estava todo desenhado nos mapas da ANEEL, sem que os jornalistas soubessem, porque não há mais repórteres especializados em energia.


 


Depois, foram surpreendidos pelo apagão do sistema de controle de tráfego aéreo, crise antiga, mas por eles desconhecida. Assim como não acompanharam o cumprindo do contrato de ajustamento de conduta entre a Mineradora Rio Pomba e o Ministério Público de Minas Gerais, depois do primeiro desastre da sua barragem, em março de 2006. Só se lembraram depois do desastre muito maior, do dia 10 deste mês. Numa segundo etapa, consumadas as tragédias, os jornalistas saem correndo atrás do prejuízo, mas sem fontes, sem métodos e sem conhecimentos especializados. Escrevem páginas e páginas de notícias fragmentadas, ora dizendo uma coisa, ora outra, jogando culpas e suspeitas por todos os lados – nunca assumindo a própria culpa, é claro. Esse traço da cobertura ficou muito evidente na queda do avião da Gol, o maior desastre aéreo da história do Brasil. Cada dia, era um outro pedacinho de informação que aparecia nos jornais, nem sempre de acordo com a do dia anterior ou encaixada no lugar certo do quebra-cabeças .


 


Fragmentação e sensacionalismo
Sem informação estruturante, os jovens jornalistas postam-se à beira do desastre, e passam a falar das vítimas, dos seus namorados, do fulano que escapou por sorte, porque perdeu o vôo ou não pegou aquela van. E assim por diante. É a fase do sensacionalismo. Se conseguirem fazer um entrevistado chorar, é a glória. A cena será repetida várias vezes. Surgem também os gigantescos mapas, infográficos, tudo o que deveríamos saber antes do desastre, aparece agora, depois da porta arrombada. No desastre da linha 4 os repórteres estavam tão aflitos e sem fontes, que entrevistaram falsos engenheiros e até falsos bombeiros, atraídos à cratera pelos holofotes da tevê.


 


Pode haver um ou outro repórter especializado, que tem fontes boas. Mas essa é a exceção e não a regra. Ao mesmo tempo em que cresceram as editorias de economia, foram, sendo extintas as de cidade, de educação, de saúde, de transporte. E só há uma reportagem, a “geral”, encarregada de cobrir tudo. Nesse sistema de “linha de produção”, os repórteres são obrigados a cumprir duas a três tarefas num único dia. Em algumas empresas, nem essa reportagem geral existe mais, tendo sido fundida com e agência de noticias da empresa.


 


Mas só a extinção das editorias especializadas não explica a negligência em acompanhar uma obra como a da linha 4 do metrô de São Paulo. Subjacente a essa negligência está uma cultura de desprezo pelos fatos e muito maior dedicação de tempo e energia editorial ao combate ideológico.


 


A extinção das editorias especializadas faz parte de todo um processo que vê a informação correta e bem contextualizada como um obstáculo ao uso ideológico dos fatos. O neoliberalismo reorganiza até a estrutura das redações.


 


Panfletos ideológicos


Muitos leitores ainda não perceberam que os jornalões brasileiros são hoje muito mais panfletos ideológicos do que boletins informativos. Jornais, revistas semanais e emissoras de tevê de maior audiência parecem ter formado uma espécie de “consórcio político”, com o objetivo central de combater políticas que rotulam a priori de “populistas”. Passaram um ano e meio dedicando tanto espaço e energia no combate ao governo Lula e ás CPIs da oposição, que se esqueceram dos fatos e processos do Brasil real.


 


A terceira fase da cobertura padrão dos desastres é justamente a mais ideológica. É quando buscam escamotear as verdadeiras causas das tragédias: o esvaziamento do Estado promovido pelos neoliberais, a privatização do setor elétrico, a terceirização dos serviços, a não contratação de novos servidores, a falta de fiscais, a subordinação a regras de privatização do FMI e pelo Banco Mundial. Enfim, a privatização generalizada do Estado, da qual o desastre da Rua Capri revelou uma nova dimensão, a privatização até mesmo das responsabilidades do Estado, expressa na frase do governador José Serra: “a responsabilidade é das empreiteiras.”


 


Dois pesos


Faz parte do padrão de manipulação ideológica dos desastres o uso de dois pesos e duas medidas: complacência com autoridades envolvidas, se foram do campo conservador e a crítica impiedosa e repetida, se foram do campo popular. Basta comparar editoriais da Folha e do Estadão, nos casos do mero entupimento do túnel da Rebouças que não matou ninguém, construído na gestão Marta Suplicy, e os do desabamento da Rua Capri, que matou seis pessoas e talvez uma sétima.


 


O editorial do Estadão, apesar de reconhecer a “gravidade do acidente” da Rua Capri, fala de “reações emocionais registradas pela imprensa”. Reconhece a necessidade de apuração das causas. Mas sem esperar por essa apuração, já vai defendendo as empreiteiras:”que têm uma folha de serviços prestados no país e no exterior que não deixa dúvidas quanto ao seu preparo técnico.”


 


Nem uma palavra de crítica ao governo do Estado ou ao contrato de porteira fechada. Ao contrário, diz “ serem precipitadas as afirmações de que o acidente teria sido resultado da pressa com que, por razões políticas, as obras estariam sendo executadas”. A Folha também diz que “não é o momento de precipitar-se na busca das causas e responsáveis pelo acidente.” Mas no caso do túnel Rebouças, sem esperar por laudo nenhum, o jornal foi logo acusando “a obra foi realizada às pressas e sem observar padrões mínimos de qualidade apenas para conquistar votos, como parece ter sido o caso do referido túnel”.


 


Prestem bem atenção: passada a fase sensacionalista, calma e ponderação, vão ser as palavras de ordem dos jornalões para a quarta etapa da cobertura desse desastre. Trata-se da etapa prolongada na qual vão começar a sair laudos, vão ser ouvidas testemunhas nos inquéritos.


 


Talvez se instale uma CPI, que nenhum dos jornalões exigiu. A probabilidade é que tenham sido muitas as causas e não uma só – mais ou menos como aconteceu na queda do avião da Gol. Ou seja, uma provável falta de rigor ao longo de todo o processo, devido à natureza do contrato, de modo que a falha em uma fase não é detectada e corrigida na outra. Isso significa que Serra e sua base tucana paulista poderiam sofrer um prolongado desgaste, atravessando este ano todo e entrando por 2008. É isso que os jornalões vão evitar.


 


* Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, é editor-associado da Carta Maior. É autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).

Fonte: Agencia Carta Maior

Lesionados desamparados: INSS X Nexo Causal

Por Ricardo Lontra*


 


O sistema econômico neoliberal é impiedoso. Não se preocupa com o homem, a dignidade da pessoa humana. Apenas com a maior produtividade, maximização dos lucros e ao menor custo operacional possível.


 


O INSS que deveria ser o Órgão para amparar o trabalhador lesionado quando o mesmo mais necessita, não está tendo a seriedade na confecção e análise  da maioria dos laudos e exames  encaminhados. Dificilmente se consegue laudo positivo da doença e do respectivo nexo causal, quando se utiliza de seu convênio médico, pago pela empresa. Um mesmo exame feito num mesmo local pode oferecer resultados diferentes, caso feito de forma particular, sem indicação de onde trabalhe o trabalhador e para que fim, de um outro feito pelo convênio, onde já se sabe de antemão qual seja o empregador e para que fim servirá o exame e o laudo.


Não são desconhecidas as causas do propalado aumento do déficit do INSS, com o anunciado crescimento progressivo dos pedidos de concessão de auxílio-doença. Uma das principais causas é justamente o das sub-notificações acidentárias, aliadas ‘as práticas de fraudes de médicos e peritos para o não reconhecimento da lesão resultante do acidente e ou desenvolvimento de doenças ocupacionais, servindo para acobertar os abusos no descumprimento da legislação infortunística vigente no País. Contra esses abusos, fraudes, o movimento sindical e dos representantes dos trabalhadores em Saúde do Trabalhador  propuseram a criação de uma CPI para apuração dessas fraudes que foi encaminhada às autoridades em Brasília, sendo o Senador Paulo Paim o intermediador do encaminhamento dessas propostas no parlamento, como também junto aos Ministérios, Saúde, Trabalho e Previdência Social.


 


O Governo que deveria combater as fraudes, aumentando a necessária fiscalização, punição exemplar aos descumpridores da lei , buscam, na verdade, apenas medidas paliativas de aumento da receita e diminuição dos custos considerados elevados. A alta Programada, conhecida como “COPES”, é um desses exemplos. O discurso oficial é que o novo sistema é para favorecer o segurado, eliminando filas, muitos exames e diversas perícias. Mas na verdade a preocupação é com a diminuição dos custos, jogando nos ombros do trabalhador adoecido e lesionado o ônus implementado pela medida que concede alta programada, mesmo  doenças sabidamente impossíveis de serem curadas, nos prazos estabelecidos.


 


Acredito que deveríamos exigir das autoridades públicas medidas enérgicas para encerrar esse quadro de abusos, omissões, fraudes, conivência de servidores com a complacência dessas repudiadas práticas, incluindo o das sub-notificações acidentárias. Há que se disponibilizar aos trabalhadores acidentados e adoecidos Centros de Referência em Saúde, onde os trabalhadores possam se dirigir e obter os exames e laudos do reconhecimento do acidente, de seu nexo causal, quer para fins previdenciários, na obtenção do benefício de lei, o auxílio-acidentário (B-91), como também para buscar seu direito constitucional assegurado  em lei  de receber a indenização devida e pela extensão do dano contra o causador da incapacidade do trabalhador.


 


Em 26 de dezembro de 2006, foi aprovada em Lei (Nº 11430) no Congresso Nacional a MP 316 que propõe algumas alterações na legislação, entre elas uma de extrema importância que ampara os trabalhadores: o Nexo Técnico Epidemiológico (NTE). Com o NTE se a incidência de determinada doença na categoria for superior à média geral da população, o enquadramento será automático. Apesar do avanço, muito há para se fazer em sua prática para vermos cumprida a Lei.


 


E por fim dizer que o Empregador é responsável por assegurar ao trabalhador trabalhar num meio ambiente de trabalho equilibrado, sem riscos, onde encontre  a possibilidade real e efetiva de dignificar-se como pessoa humana, agente produtivo integrado no sistema econômico, político e social e não sujeito a acidentes e desenvolvimento de doenças incapacitantes, contra a vida, com risco da própria morte.


 


 


*Ricardo Lontra é Coordenador da Secretaria de Saúde do Trabalhador da FEEB RJ/ES

Fonte:

A carta da família de Jonas Eduardo de Souza


Nós da família de Jonas Eduardo, que foi assassinado dentro do banco Itaú por um segurança despreparado, gostaríamos, através deste manifesto, primeiramente de mostrar toda a verdade que não foi noticiada ou distorcida. Em segundo lugar, pedimos apoio a todos no intuito de que seja feita justiça para que fatos como esse não ocorram com você ou com um ente querido seu. Vamos repetir o que já foi noticiado, por que nem todos tiveram acesso a informação veiculada pela mídia: o empresário Jonas Eduardo ao tentar entrar no banco Itaú da Avenida Rio Branco (esquina com o Nilo Peçanha) foi barrado pela porta giratória, sendo obrigado a retirar todos os objetos que portava.


 


Ainda assim, o segurança de nome Natalício não o deixou entrar, pedindo para ele retirar o cinto. Jonas, mesmo aborrecido, obedeceu, mas só conseguiu entrar após mostrar o cartão do banco a pedido do gerente, mesmo sendo cliente desta mesma unidade há dez anos. Após sua entrada, houve uma discussão verbal, quando repentinamente o segurança sacou sua arma e atirou a queima roupa no peito de Jonas, que não teve nem chance de reação e morreu na hora. Segundo o delegado que cuidou do caso, o assassino foi retirado da agência sem algemas por ter chamado os bombeiros e se rendido e foi solto após o depoimento. Abaixo segue alguns fatos e questionamentos feitos por nós da família e amigos:


 


1. Realmente é necessário você ser humilhado nessas portas giratórias dos bancos, sendo constrangido a retirar todos seus objetos e levar mais de dez minutos para você entrar em uma instituição, que se propõe realizar um serviço para você?


 


2. Qual a função de um gerente, que ao reconhecer uma pessoa como cliente do banco há dez anos, não intervém para diminuir seu constrangimento e talvez evitar o pior?


 


3. Qual é a responsabilidade de uma instituição sobre os atos de seus subordinados (quando em serviço)? Será que ela não é co-responsável?


 


4. Como o banco pode explicar, que, mesmo depois de reclamações constantes quanto ao comportamento deste vigilante, o mesmo continuou trabalhando diretamente com o público?



5. Em relação às investigações: se o assassino alega ter sido agredido fisicamente, por que a vítima não foi submetida a nenhum exame de corpo delito, lembrando o fato de que testemunhas, como por exemplo o engenheiro Alexandre Knocish, que estava logo atrás de Jonas, não viram nenhuma luta corporal?


 


6. Por que chamar a SAMU, se o correto era chamar os bombeiros, já que Jonas já estava morto? O corpo só não foi retirado da agência, por que um policial conhecido da vítima não deixou. Isso demonstra que o BANCO ITAÚ quis se livrar do “problema”.


 


7. Por que todos os clientes foram retirados da agência, se os mesmos seriam importantes testemunhas para o esclarecimento dos fatos?


 


8. Por que após dez minutos do ocorrido, os irmãos da vítima, Josias e Júlio foram impedidos de entrar na agência por trinta minutos, só conseguindo graças à manifestação da população?


 


9, Por que o banco estava com suas luzes desligadas? Será que o BANCO ITAÚ estava tentando esconder alguma coisa?


 


10. Se o vigilante se entregou, como está sendo dito, por que ele não estava fardado e saiu à paisana do banco, escoltado por policiais também a paisana e sem algemas? 


 


11. Quem será o grande protetor do ASSASSINO Natalicio e mesmo cometendo um crime bárbaro continua solto? Será a PROTEGE ou o BANCO ITAÚ?


 


12. O delegado Mário Arruda está alegando que o ASSASSINO se entregou, mas na verdade ele não tinha como sair do banco, já que logo depois do ocorrido uma grande quantidade de pessoas se aglomerou na frente da agência, e caso ele saísse com certeza seria linchado.


 


Tudo que nós queremos é que seja feita justiça e que os culpados sejam responsabilizados e paguem pelo crime que foi cometido. Falamos de culpados, pois não acreditamos que apenas o ASSASSINO Natalício da empresa PROTEGE seja culpado, mas também sua empresa que é responsável pelos seus funcionários e o BANCO ITAÚ que mesmo sabendo do comportamento irregular deste segurança, o manteve em contato com o público. Antes de qualquer coisa nós queremos a prisão imediata deste ASSASSINO, e não iremos descansar enquanto todos os responsáveis não forem julgados e condenados. Pedimos ajuda na divulgação deste manifesto, pois, acreditamos que nada é mais forte do que a união da população. Abaixo segue nossos contatos, inclusive comunidade no Orkut, caso haja qualquer dúvida.


 


(21) 8855-7326 (Josias)


(71) 9117-5790 (Fernando)


Comunidade no orkut: Justiça por Jonas


 

Fonte: