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O rastro de cada um

Do caipira que vive na roça ao executivo que desfruta do conforto da cidade, todo mundo gasta uma parte dos recursos do planeta. Saiba como diminuir seu estrago

 

por Lia Hama

 


O dia já está quente às 6 da manhã, quando o rádio-relógio toca. João acorda, escova os dentes, toma uma ducha e faz a barba, ainda bocejando, com o barbeador elétrico. Na cozinha, pega o leite na geladeira esquenta no fogão, ao mesmo tempo em que passa um café. Para acompanhar, fatias de pão recém-saídas da torradeira. No carro, a caminho do trabalho, pega um conges­tionamento  de meia hora. Pelo menos tem o rádio para fazer companhia. E ar-condicionado, ufa. No escritório, ao sair do elevador, se alivia ao sentir o ar refrigerado. Liga o computador, imprime um relatório, envia um fax, tira a cópia de um documento, paga uma conta pela internet e fala ao telefone. Almoça num restaurante ali perto. No fim do dia, trânsito de novo. Afinal, em casa. Sem nem perceber, liga a televisão enquanto vai preparar o jantar, um congelado qualquer que ele aquece no forno de microondas. Assiste ao noticiário da TV enquanto come e a um DVD na seqüência. O celular toca: é a namorada, querendo saber o que farão no fim de semana. Combinam de viajar. Ele vai ao computador pesquisar um hotel e faz a reserva. Hora de dormir.

 

Chato falar disso, mas o planeta já está a caminho do colapso. A boa notícia é que é fácil ajudar a melhorar.

 

Para muita gente, o cotidiano do João não parece nada extravagante. No Rio de Janeiro, em Nova York ou em Roma há milhões de pessoas vivendo como ele. Mas a dura realidade é que para o planeta, João é um gastão – se você se identificou com alguns hábitos dele, não se ofenda, e não pare de ler. Eu sei que esse assunto é desconfortável, porque nos faz pensar no futuro, nas mudanças de hábito que precisamos ou desejamos adotar etc.. É como lem­brar a dieta que o médico receitou, o programa de exercícios que precisamos começar ou a visita ao dentista que es­tamos adiando – enfim, coisas que a gente gostaria de esquecer.

 

Mas não podemos. Se todos os 6,5 bilhões de habitantes do mundo vivessem como o João, o planeta en­traria imediatamente em colapso: fal­tariam eletricidade, petróleo, alimen­tos e até água. Em pouco tempo, não haveria espaço para o lixo que os bilhões de Joões e Marias produziriam – o papo chato já está acabando, mas antes disso me permita ir um pouco além. Na verdade, o colapso planetário já está a caminho. Mesmo com bilhões de pessoas vivendo em condições consideradas miseráveis e consumindo pouco, gastamos os recursos naturais em uma velocidade 20% mais rápida do que eles se renovam. Como não dá para aumentar o tamanho da Terra e a colonização de outros planetas é uma possibilidade remota, a escassez de recursos só vai piorar. Pronto, falei. Fim do noticiário ruim.

 

0 lado positivo é que você pode ajudar sem grandes esforços, sem entrar para o Greenpeace nem fazer greve de fome em cima de uma árvore. Acredite: se ler esta matéria até o fim, você já está ajudando. Quanto mais você se informa, mais se conscientiza so­e o efeito dos seus atos e acaba dimi­nuíndo seu impacto sobre o planeta. E às vezes isso nem dá trabalho. “Ado­tando medidas simples você consegue diminuir significativamente seu consumo , afirma o físico Délcio Rodrigues, um dos responsáveis por elaborar a cartilha “Sou Mais Nós”, do Instituto Akatu, ONG que promove o consumo consciente. Ao reduzir o consumo você diminui a pressão sobre os recursos naturais e gera menos esgoto, calor, po­ção e desmatamento, diz Genebaldo Freire Dias, técnico do Ibama, professor da Universidade Católica de Brasília e autor do livro 40 Contribuições Pessoais para a Sustentabilidade. 0 que você vai ler a seguir é como der isso sem precisar virar um ecochato. São dicas pontuais sobre atitudes do cotidiano. Algumas parecem banais e de alcance limitado, mas são todas muito importantes. Multiplicadas peIas várias vezes em que se repetem e pelos bilhões de habitantes do planeta­, fazem a diferença.

É claro que, por serem práticas, as dicas não dão conta de todas as situações da vida cotidiana. Portanto, é bom conhecer os princípios básicos em que elas se baseiam. São três. 0 primeiro é reduzir sua meta de consumo. 0 nível de conforto que se vende como sendo o desejável, aquele pelo qual as pessoas trabalham todo dia para alcançar, não é sustentável em nenhum país. Aprenda a ser feliz com menos. Mas essa estratégia tem limite. Alguma coisa esses bilhões de habitantes vão consumir. Então, é preciso consumir melhor, ou seja, consumir produtos que causem menos impacto. E reciclar. Reutilizar materiais, além de diminuir o uso de matéria-prima, reduz a produção de lixo.

 


Desligue a tomada

O chuveiro elétrico e o ferro de pas­sar são dois dos maiores consumidores de eletricidade. Se cada pessoa reduzir a ducha diária de 12 para 6 minutos, eco­nomizará energia para manter uma lâmpada acesa por sete horas. Se 1 mi­lhão de famílias fizer o mesmo, a econo­mia diária será equivalente à potência prevista de Angra 3, tornando desne­cessária a construção da usina nuclear.

 


Feche a torneira

Cada vez que você e mais seis ami­gos fecham a torneira ao escovar os dentes, economizam cerca de 122 litros de água tratada. Isso é suficiente para atender às necessidades diárias de uma criança. Um banho de 10 minutos gas­ta em média 160 litros de água. Mas vo­cê pode tentar diminuir esse tempo fe­chando o chuveiro para se ensaboar ou lavar os cabelos. Só com esse gesto, eco­nomizará em um ano cerca de 30 mil li­tros de água. Se 50 mil famílias imita­rem você, a água economizada em um ano será equivalente ao consumo anual de uma cidade como Búzios (RJ). Procure fazer o reuso da água. A que sai da máquina de lavar, por exemplo, po­de ser usada para limpar o quintal.

 


Vá a pé

O excesso de gás carbônico na at­mosfera é um dos principais responsá­veis pelo aumento da temperatura do planeta. Se carros e indústrias conti­nuarem a queimar combustíveis fósseis no ritmo atual, a temperatura média do planeta poderá aumentar em até 5 graus Celsius nos próximos 50 anos. A poluição do ar também provoca doen­ças respiratórias. Numa cidade como São Paulo, o ar contaminado por veícu­los mata 300 pessoas por ano. Quem deixa de usar o carro um dia por sema­na (considerando um percurso diário de 40 quilômetros), em um ano terá deixado de lançar na atmosfera uma quantidade de gás carbônico equiva­lente à que é retirada da atmosfera, pe­la fotossíntese, por 71 árvores de euca­lipto. Em outras palavras: deixar o car­ro em casa uma vez por semana equiva­le a 71 eucaliptos a mais no mundo. Dê preferência ao transporte público, à bi­cicleta ou às caminhadas.

 


Olha o desperdício

O ideal é evitar na origem que o li­xo seja produzido. Isso pode ser feito mudando suas atitudes de consumo, reduzindo suas compras, recusando embalagens desnecessárias, compran­do produtos com refil e reaproveitando sobras de comida. Em média, cada brasileiro produz diariamente 500 gra­mas de lixo. Esse número pode chegar a 1 quilo, dependendo do poder aqui­sitivo e do local onde se vive. No total, o Brasil produz cerca de 230 mil tone­ladas de lixo por dia, o que equivale a duas filas de caminhões de lixo de 5 to­neladas, ocupando o espaço de dez pontes Rio-Niterói.

 


A comida é sagrada

Em média, uma família de classe média desperdiça, por dia, 500 gramas de comida. Se 500 mil famílias reduzi­rem pela metade a quantidade de ali­mentos que jogam fora, 45 mil tonela­das de comida deixarão de ir para o lixo a cada ano, o suficiente para alimentar 250 mil pessoas pelo mesmo período. Planeje bem suas compras, evite com­prar alimentos em excesso e reaproveite cascas e outras sobras. Se tiver um quin­tal, instale uma composteira, que trans­forma restos orgânicos em adubo.

 


Não jogue fora

No trabalho, por exemplo, em vez de usar vários copinhos de plástico, use apenas um para o dia inteiro. Ou utili­ze uma garrafinha plástica, que pode ser preenchida com água várias vezes. Na hora de imprimir um documento, certifique-se que ele está do jeito que você quer. Isso evita reimprimi-lo e jo­gar papel fora. Ao economizar papel você evita a produção de resíduos e a derrubada de árvores. Além disso, economiza água. Para se produzir 1 quilo de papel são necessários 540 litros de água. Uma empresa que gaste 100 pacotes de 500 folhas por mês (o que é um gasto razoável para uma empresa que tenha de 50 a 100 funcionários) gasta, indiretamente, 128 mil litros de água por mês. Se metade do papel utilizado passasse a ser usado dos dois lados, o consumo de papel cairia 25%. Se 20 empresas de mesmo porte aderirem a essa prática, em um ano economizariam água suficiente para encher três piscinas olímpicas.

 


Recicle o lixo

Separe o lixo para reciclagem. Papel, vidro, plástico e metal – os principais materiais recicláveis – representam 38% do peso total dos resíduos gerados. Sua coleta mobiliza mais de 200 mil pessoas no Brasil, gerando uma fonte de renda para milhares de pessoas. A reciclagem de uma única latinha de alumínio economiza energia suficiente para manter uma lâmpada de 100 W acesa durante 3,5 horas. Cada quilo de vidro (o equivalente a uma garrafa de vidro vazia de 600 ml de cerveja) que você recicla evita a mineração de 1,3 quilo de areia, uma prática de alto impacto ambiental.

 


Reutilize o papel

Embalagens de papel, envelopes e folhas podem ser usadas na frente e no verso. Cada tonelada de papel economizada preserva cerca de 15 árvores. Se 20% dos consumidores brasileiros decidirem usar racionalmente o papel de escrever e baixarem em um quarto seu consumo, a cada mês deixarão de ser utilizados 95 hectares de florestas, o equivalente a 116 campos de futebol.

 


Encha de novo

Procure comprar produtos de limpeza, de higiene e de beleza com refil. Leve sua própria sacola para fazer compras. Se tiver que usar sacolas de plástico no supermercado, reutilize-as como saco de lixo. Ao reduzir o consumo de embalagens de plástico, você evita o consumo de petróleo. Cada quilo de plástico precisa de 2,5 litros de petróleo para ser fabricado. O Brasil recicla 17,5% do plástico rígido e filme, o que equivale a 200 mil toneladas por ano. O restante vai para o lixo, onde leva mais de 400 anos para se degradar. Depositado a céu aberto, o que acontece com 30% do lixo produzido no Brasil, ele dificulta a compactação do rejeito e prejudica a decomposição dos materiais degradáveis.

 


Escolha o que consome

Prefira produtos de empresas com programas de responsabilidade social e ambiental. Além de estimular os cuidados ambientais na produção, você estará punindo as empresas que não tomam medidas parecidas. E evite comprar produtos que agridam o meio ambiente. Por exemplo, evite comprar produtos embalados em isopor, cujo composto, o polietileno, demora 400 anos para se decompor. Dê preferência para embalagens de papelão, que podem ser recicladas.

 


Peça carona

A cada quilômetro rodado, um automóvel lança no ar 430 gramas de gás carbônico, um dos gases do efeito estufa, mais 2 gramas de monóxido de carbono, um gás venenoso para os seres humanos. Ao dar carona para seus amigos, além de melhorar a qualidade do ar, você diminui o número de carros circulando pelas ruas e reduz o trânsito. Também pode ser bom para o seu bolso, já que é uma forma de você dividir os gastos com combustível e com estacionamento.

 


Doe o que não usa

Não jogue fora roupas, livros e materiais escolares. Ao doá-los para creches, escolas e entidades assistenciais, você diminui a produção de resíduos, reduz a demanda por novos produtos e ainda ajuda quem precisa.

 


Conte para os outros

Só por ter lido até aqui você já fez bastante. As atitudes, como você viu, são simples, mas como adotá-las, sem saber delas? Informação é fundamental. Sempre que possível, conte para os outros o que descobriu.

 

Descubra o tamanho da sua pegada

Todo mundo deixa um rastro por onde passa -e sua extensão depende dos hábitos de consumo e da quantidade de lixo gerada, Para ter uma idéia do tamanho da encrenca, a ONG americana Redefining Progress criou um teste que avalia a “pegada ecológica” de cada pessoa, ou seja, quanto cada um de nós gasta de terra produtiva em hectares para viver de acordo com nossos hábitos. O questionário leva em conta dados sobre alimentação, transporte e uso de energia no cotidiano. Convidamos quatro pessoas com estilos de vida bem diferentes para fazer o teste. Adivinhe quem tem o rastro menor:

 




  • FLÁVIA LACERDA, 33 anos, diretora de programa de TV, separada, mora com o filho no Rio de Janeiro. “Tenho a impressão que produzo muito lixo, apesar de reciclar. Moro em um apartamento pequeno, ando bastante a pé e uso transporte público, mas vou sozinha de carro todo dia para o trabalho, que fica a uns 45 quilômetros de casa. Como carnes e laticínios em quase todas as refeições


  •  ELIENE ALEIXO DIAS, 32 anos, empregada doméstica, separada, mora com os três filhos na periferia de São Paulo. “Não tenho carro, só ando a pé e de ônibus e gasto o mínimo necessário. Moro em uma casa bem pequena e eu que preparo minhas refeições e as dos meus filhos, quase sempre com alimentos frescos.”


  • NIELS GUDME. 49 anos solteiro, trabalha e mora na ecovila Visão Futuro, em Porangaba, interior de São Paulo, com mais 15 pessoas. “A maioria dos alimentos é produzida !á. Ando muito a pé e de bicicleta e vou de ônibus para o Rio visitar a família todo mês. Trabalho e vivo no mesmo lugar e não consumo tanto quanto se morasse em uma cidade grande.”


  • MARCELO FURTADO, 41 anos, diretor de campanhas do Geenpeace, mora em São Paulo com a mulher e dois filhos. “A comida lá em casa é feita com orgânicos, Uso energia solar e compro produtos que poupam energia. Mudei de casa para ir trabalhar de Vileta. Mas meu trabalho exige que eu viaje muito de avião.”
  •  

    E o menor rastro vai para… Eliene, com 1,2 hectare. Na seqüência vêm Niels, com I,7; Flávia, com 0,2, e Marcelo, com 14,4 hectare. Os resultados não são lá muito animadores, já que no mundo existe 1,8 hectare de área produtiva por pessoa. “Quem tem baixa renda, como a Eliene, normalmente faz uma pontuação menor, porque tem pouco poder de consumo”, diz Dahlia Chazan.diretora do núcleo de sustentabilidade da Redefining Progress. “Tem também o caso das pessoas que tomam cuidado em vários aspectos da vida mas deslizam em outros, como o Marcelo, que anda muito de avião, ou a Flávia que mora longe do trabalho. Na verdade, o grande valor do questionário é fazer com que as pessoas parem para refletir sobre seus hábitos de consumo.” Você também pode fazer o teste no site


     


     


    PARA SABER MAIS


    SITES


    Instituto Aratu pelo Consumo Consciente,


    www.akatu.com.br


    Fundo Mundial para a Natureza,


    www.wwf.org.br


    Redefining Progress,


    www.redefiningprogress.org


    Instituto Visão Futuro,


    www.visaofuturo.org.br


     


    LIVROS:


    40 Contribuições Pessoais para a Sustentabilidade, Genebaldo Freire Dias, Gaia

    Fonte:

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    Bancários tomam os corredores da Alesp

    ncários da Nossa Caixa de todo o estado de São Paulo e trabalhadores de outras categorias ligadas ao governo estadual tomaram hoje (11) os corredores da Assembléia Legislativa (Alesp). Os trabalhadores foram protestar pela instalação de CPI que apure as denúncias contra o governo Alckmin e a apuração do uso da máquina pública do banco Nossa Caixa em contratos de publicidade.
    Logo no início da tarde, os bancários realizaram desfile de modas na rampa da Alesp, para lembrar dos 400 vestidos recebidos pela ex-primeira-dama Lu Alckmin. Depois, os participantes percorreram os gabinetes dos deputados entregando “fogões”, numa alusão à compra duplicada de fornos pela Nossa Caixa.
    “Se depender dos trabalhadores, essa não será mais uma denúncia sem apuração. Vamos lutar pela instalação da CPI e ainda brigar para que essa não se junte às outras 67 que o governo conseguiu barrar”, diz Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e funcionária da Nossa Caixa. Raquel teve um enfrentamento com o líder do governo na Assembléia, o deputado do PSDB Edson Aparecido.
    “Quis entregar um fogãozinho para ele e registrar que os bancários da Nossa Caixa querem saber o que está sendo feito do dinheiro do nosso banco, que é público. Ele não quis receber e ainda me empurrou”, conta Raquel. Os trabalhadores acompanharam atentamente a reunião da Comissão de Finanças, em que deputados apresentaram requerimentos pedindo a apuração de denúncias contra o governo. “Se depender da bancada governista, essas denúncias serão enterradas, como todas as outras. Por isso, os trabalhadores têm que pressionar os deputados para que as denúncias sejam devidamente apuradas e as verdades sobre o governo Alckmin sejam reveladas”, diz Raquel.


    Proservvi – Os empregados da Proservvi, em greve desde ontem, fazem assembléia hoje, às 18h, na Quadra do Sindicato, para decidir os rumos do movimento. Os trabalhadores protestam contra as condições precárias de trabalho impostas pela direção da empresa que presta serviços bancários para o Unibanco, Bradesco e ABN Real. Os trabalhadores reclamam de atraso nos salários, no depósito do FGTS, e do vale-transporte, além do não pagamento de horas-extras – a jornada chega a 12 horas diárias. Estão em greve 80% dos cerca de 1.500 funcionários da empresa nas unidades Barão de Limeira, Marechal Deodoro, São João, ABC, Osasco, Vila Matilde e Barra Funda.
    Apesar de prestarem serviços de natureza bancária – como o processamento dos envelopes do auto-atendimento e dos malotes das pessoas jurídicas, além da preparação dos cheques para compensação – as condições de salário, benefícios e de jornada de trabalho oferecidas aos terceirizados são infinitamente inferiores às dos bancários. Na última sexta-feira, a direção da Proservvi ofereceu entre R$ 17 e R$ 20 para cada funcionário para que não houvesse paralisação das atividades, o que só fez desencadear o movimento.

    Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

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    DESFILE DE MODA PEDE INSTALAÇÃO DE CPI NA ALESP

    O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realiza nesta terça-feira, dia 11, um desfile de moda para pedir instalação de CPI que apure as denúncias contra o governo Alckmin. O desfile – uma paródia para lembrar os cerca de 400 modelitos presenteados à ex-primeira-dama Lu Alckmin – será realizado a partir das 12h30, na rampa da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Logo depois, os participantes devem percorrer os gabinetes dos deputados entregando alguns “fogões”, numa alusão à compra duplicada de fornos pela Nossa Caixa. Devem participar do ato – que pede também a apuração do uso da máquina pública do banco em contratos de publicidade –  aproximadamente 250 pessoas das diferentes categorias de trabalhadores ligados ao governo estadual.


    “Vamos fazer de tudo para que essa não seja mais uma denúncia não apurada e que, se instalada, essa CPI não se junte às outras 67 que o governo conseguiu barrar ao longo dos últimos anos”, afirma Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato e funcionária da Nossa Caixa. “Nosso objetivo é mostrar aos brasileiros que o Alckmin só fala em ética e moralidade da boca para fora, que aqui no estado de São Paulo os trabalhadores sofrem e nenhuma denúncia contra o governo é apurada porque os deputados tucanos e da base aliada ao PSDB são maioria”, destaca Raquel.


    A diretora do Sindicato lembra, ainda, a luta contra privatização do último banco público do estado de São Paulo, que vem sendo feita aos poucos, com a venda de subsidiárias da empresa. “Vamos continuar na Justiça e nas ruas para proibir o governo tucano de vender mais esse patrimônio do povo brasileiro”, completa a dirigente.

    Fonte: Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

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    MUDOS

    Muitos são os anéis que seus aniversários desenharam em seu tronco. Estas árvores, estes gigantes cheios de anos, levam séculos cravados no fundo da terra, e não podem fugir. Indefesos diante das serras elétricas, rangem e caem. Em cada derrubada o mundo vem abaixo; e a passarada fica sem casa.

    Morrem assassinados os velhos estorvos. Em seu lugar, crescem os jovens rentáveis. Os bosques nativos abrem espaço para os bosques artificiais. A ordem, a ordem militar, ordem industrial, triunfa sobre o caos natural.

    Parecem soldados em fila os pinheiros e eucaliptos de exportação, que marcham rumo ao mercado internacional.

    Fast food, fast wood: os bosques artificiais crescem num instante e vendem-se num piscar de olhos. Fontes de divisas, exemplos de desenvolvimento, símbolos de progresso, esses criadouros de madeira ressecam a terra e arruínam os solos.

    Neles, os pássaros não cantam.

    As pessoas os chamam de bosques do silêncio.


     

    Eduardo Galeano

    Fonte:

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    TRATAMENTO DE FISIOTERAPIA NEUROLÓGICA

    O Instituto de Neurologia Deolindo Couto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) oferece à comunidade, gratuitamente, tratamento de fisioterapia neurológica. Na maioria das vezes, os pacientes atendidos pelo serviço são vítimas de acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, traumatismos cranianos, demências, paralisias faciais periféricas além de vários outros tipos de doenças neurológicas.


    O serviço tem a supervisão de José Vicente Martins, professor de Fisioterapia Neurológica da UFRJ. Além dele, atuam no serviço a professora Fernanda Guimarães e alunos do 7° e 8º períodos do curso de Fisioterapia, que passam por um estágio supervisionado. Há atendimentos individualizados e em grupo. Cada consulta dura em média 50 minutos.


    Para receber o atendimento, a pessoa deve ir ao Instituto de Neurologia Deolindo Couto e fazer uma avaliação com o Neurologista, que indicará o tratamento de fisioterapia neurológica mais adequado .


    O setor de fisioterapia atende de 2a. a 5a. de 08:00 às 12:00h e fica na avenida. Venceslau Brás, 95 – Campus Praia Vermelha. Tel: (021) 2295-6282 Fax.: (021) 2295-9794 / e-mail: [email protected]

    Fonte: Olhar Virtual – informativo da UFRJ

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    PEDESTRE ATROPELADA É CONDENADA POR IMPRUDÊNCIA

    Pedestre atropelada por atravessar a rua fora da faixa de segurança e de forma imprudente deve indenizar quem a atropelou por danos materiais. O entendimento é do Juizado Especial Cível da Comarca de Guaíba (RS), que condenou a pedestre a pagar indenização de R$ 1,8 mil para um motoqueiro. Cabe recurso.


      O presidente do juizado, juiz Gilberto Schäfer, baseou sua decisão no artigo 69 do Código de Trânsito Brasileiro. Segundo o dispositivo, para cruzar a pista de rolamento, o transeunte deve tomar as necessárias precauções de segurança.


    De acordo com a decisão, as testemunhas apresentadas pelo condutor do veículo comprovam a versão de que a culpa do evento danoso foi da pedestre. Elas afirmaram que a mesma agiu de forma imprudente no momento de atravessar a rua, não tomando todos os cuidados necessários. Declararam que houve, no mínimo, desatenção da mesma. Já as testemunhas da pedestre não conseguiram provar a culpa do motoqueiro. O acidente ocorreu em novembro de 2004.


    Na avaliação do juiz, os motoristas não podem ser penalizados quando comprovada a falta de cuidado daqueles que se aventuram na travessia de vias destinadas ao trânsito de veículo. “Embora haja a presunção de culpa dos motoristas nas vias urbanas, esse fato não descarta a possibilidade de provar que o evento ocorreu por imprudência ou negligência do pedestre. Não é raro demonstrar que a culpa foi do pedestre, mas o que é incomum é o motorista acionar o pedestre para lhe cobrar os danos”.

    Processo: 30400041652

    Fonte: Revista Consultor Jurídico

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    CHAPA CUTISTA VENCE ELEIÇÕES DO SEEB-RIO

    Com 68% dos votos, a Chapa 1 venceu – em todos os bairros – as eleições para a diretoria do Sindicato do Rio para o triênio 2006-2009. Dos 13.608 bancários que participaram da eleição, 9.045 votaram na chapa cutista e 4.291 na Chapa 2. Os votos brancos foram 58 (0,42%) e os nulos somaram 214 (1,57%).


    A Federação parabeniza a chapa vencedora e deseja uma gestão produtiva e proveitosa para toda a categoria bancária no município do Rio de Janeiro.

    Fonte:

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    Diretores da Nossa Caixa são convocados para depor

    A Comissão de Finanças Públicas da Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou ontem, dia 6, dois requerimentos convocando dirigentes da Nossa Caixa e assessores de comunicação do ex-governador paulista de Geraldo Alckmin (PSDB). Eles terão de prestar esclarecimentos sobre a denúncia de que o banco oficial do governo paulista teria direcionado verbas para favorecer programas de TV, rádio e publicações de aliados da administração tucana.


    Deverão ser ouvidos pela comissão o presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, o ex-presidente Valdery Frota de Albuquerque, o ex-diretor de Infra-estrutura Odair Ziolli, o ex-gerente de Marketing Jaime Castro Júnior – autor das denúncias – e a atual gerente, Marli Martins.  


    O ex-assessor de comunicação do governo Roger Ferreira e o assessor de marketing Vito Delfino também foram convocados.

    A gestão Alckmin é suspeita de ter usado dinheiro de publicidade da Nossa Caixa em jornais, revistas e programas mantidos ou indicados pelos deputados estaduais Wagner Salustiano (PSDB), Bispo Gê (PTB), Afanázio Jazadji (PFL), Vaz de Lima (PSDB) e Edson Ferrarini (PTB), todos da base do governo.

    Fonte: Sindicato de Porto Alegre e Região, com informações de Zero Hora

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    UFRJ guarda acervo que relata o trabalho escravo hoje no país

    O Brasil da barbárie


    A UFRJ dispõe, hoje, do único acervo documental sobre a escravidão contemporânea no Brasil (séculos XX e XXI). São cerca de mil pastas com relatos de violência e de fugas de trabalhadores de fazendas e usinas, acompanhados por depoimentos chocantes das vítimas.


    Este precioso arquivo é complementado por documentos oficiais, como inquéritos policiais e relatórios que descrevem ações do Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho, nos últimos dez anos, além de vá-rios recortes de publicações com reportagens sobre esta vergonhosa realidade brasileira, que atinge milhares de pessoas no campo e também nas regiões urbanas.


    O responsável por tudo isso é o Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (Gepetec), coordenado pelo padre e antropólogo Ricardo Resende e pela professora da Escola de Serviço Social, Gelba Cavalcanti Cerqueira. O grupo chegou à UFRJ com o apoio da decana do Centro de Filosofia e Ciên-cias Humanas (CFCH) Suely Almeida, e está instalado numa sala do Centro, na Praia Vermelha. Com a ajuda financeira da Fundação Ford foi criado o banco de dados, mas falta dinheiro para levar adiante o projeto, que é alimentar o banco com as informações. Tarefa que para ser concluída em até seis anos exige reforço da atual equipe em pelo menos 20 pesquisadores e digitadores.


    Tanto Gelba quanto Resende acreditam que a Universidade irá contribuir para a concretização do projeto do banco de dados. “O reitor Aloísio Teixeira também está nos apoiando, e como a nossa carência é de profissionais, a instituição pode custear essa despesa ou ceder pessoas da administração”, sugeriu padre Resende. A professora lembrou que a UFRJ tem um dos maiores núcleos de computação, o NCE, de onde poderiam vir os digitadores.


     


    Escravo vem de longe


    A escravidão por dívida e a emigração são as principais características do escravismo contemporâneo no Brasil, segundo padre Resende. E o escravo, disse, é sempre aquele que vem de longe. De acordo com o pesquisador, o surto da escravidão contemporânea se deu no final dos anos 60, quando o governo militar criou a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) com o objetivo de integrar a região ao restante do país com medo da internacionalização da Amazônia – na época o movimento ecológico internacional dizia que a Amazônia era o pulmão do mundo.


    Em 1995, sob forte pressão da Comissão Pastoral da Terra (CPT) a partir do sul do Pará, o governo federal foi obrigado a criar o Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho, com pessoas indicadas por Brasília, o qual foi mantido pelo governo Lula. O país foi dividido em cinco regiões, e a maioria dos fiscais e coordenadores é contituída por mulheres. Para padre Resende, “houve mudanças que estão se tornando não só eficientes como eficazes”. E cita algumas: “Atualmente o Ministério do Trabalho publica e divulga na internet a Lista Suja, uma relação dos imóveis envolvidos com mão-de-obra escrava. Quem consta da lista não consegue empréstimos e outros financiamentos oficiais.”


     


    25 mil sob trabalhos forçados


    A Comissão Pastoral da Terra estima que 25 mil pessoas continuam submetidas a trabalhos forçados, no campo. E padre Resende diz que ninguém sabe ao certo os números da escravidão hoje no Brasil, principalmente se for contabilizada a escravidão urbana. “Seguramente atinge um maior número de pessoas”, garante. No caso da escravidão urbana, o único lugar do Brasil que está sendo pesquisado é São Paulo, pela Pastoral dos Imigrantes. Ele explica que há dois modelos desse tipo de escravidão: dentro das cidades e nos navios estrangeiros ancorados nos portos. No Rio de Janeiro os humilhados são africanos, asiáticos e latino-americanos em geral, e em São Paulo, bolivianos e asiáticos. Segundo o pesquisador, o Gepetec não tem como fazer esse levantamento. “Não queremos fazer tudo”, diz.


    Durante 20 anos Ricardo Resende acompanhou bem de perto essa tragédia humana. Primeiro trabalhando na CPT e morando em Conceição do Araguaia; depois como pároco de Rio Maria — regiões do sul do Pará. “Nessas duas décadas acolhia na minha casa, recebia no escritório da CPT ou na igreja pessoas despejadas da terra ou que fugiam do trabalho escravo. Perdi muitos amigos assassinados. As mortes eram em conflitos na luta pela terra ou por tentarem fugir do trabalho escravo. A necessidade de salvar vidas impedia que estudássemos o problema sob outro ângulo que não fosse o da sobrevivência. Fazíamos anotações, e nos preocupávamos com quem fugisse, conseguisse escapar e em salvar os que estavam dentro da fazenda.” Enfrentar e desafiar as forças de repressão no campo significou ter a vida também por um fio. Resende foi jurado de morte inúmeras vezes. O padre documentou sua experiência no livro Pisando fora da própria sombra – A escravidão por dívida no Brasil contemporâneo, resultado da sua tese de doutorado no IFCS, e foi premiado duas vezes.


     

    Fonte: Jornal do Sintufrj

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    Carta aberta aos clientes da Caixa Econômica Federal

    Todos sabem que a Caixa Econômica Federal, assim como seus trabalhadores, têm sofrido constantes ataques dos meios de comunicação nos últimos meses.


    Embora conscientes dos problemas existentes no banco, não podemos deixar de erguer a voz em defesa de uma empresa que serve ao País há 145 anos.


    O Brasil precisa da Caixa. Um banco que, nos últimos três anos, conseguiu reerguer-se – depois de um longo período em que estava sendo preparado para a privatização – e retomar sua missão histórica. Sua política de habitação, de acesso ao crédito e ao serviço bancário da população carente, de pagamento do FGTS e PIS e de tantos outros benefícios para a população não pode ser deixada de lado. O fato de a empresa ter colocado-se à frente da estruturação do cadastro do programa Bolsa-Família e de ser repassadora de recursos – considerado um dos maiores e mais eficientes programas de transferência de renda do mundo – também não pode ser esquecido.


    Repudiamos, sim, a atitude do ex-presidente do banco, Jorge Mattoso, no caso da quebra do sigilo bancário. Mas este fato isolado não pode comprometer a imagem de mais de 60 mil funcionários. São empregados sérios e éticos que extrapolam sua jornada cotidianamente para bem cumprir seus deveres, às vezes até sem receber por isso. Muitos trabalham em condições inaceitáveis, em salas minúsculas, sem ventilação adequada, com equipamentos ultrapassados e sistemas obsoletos, sem falar na pressão absurda que sofrem para cumprir as metas estabelecidas.


    Os meios de comunicação e aqueles que abertamente defendem a privatização da Caixa não podem, simplesmente, esquecer o papel social do banco em prol de uma disputa político-partidária em curso no País. Será que estão preocupados com o atendimento da população carente, com as políticas de saneamento e habitação, com o pagamento do FGTS, do PIS e de outros benefícios às pessoas de baixa renda?


    O Brasil precisa da Caixa. E, por isso, erguemos nossa voz em defesa do que consideramos ser o papel reservado ao banco: servir ao povo brasileiro.

    Fonte: APCEF-SP