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Inclusão bancária: Caixa atinge a marca de quatro milhões de contas simplificadas

Em março, a Caixa Econômica Federal atingiu a marca de  quatro milhões de contas simplificadas consolidando-se como o maior programa de inclusão bancária do país. Isso significa que hoje quatro milhões de brasileiros de baixa renda – antes excluídos do sistema bancário – têm acesso ao crédito e aos serviços bancários. A maioria dos clientes que possuem conta simplificada tem renda de até dois salários mínimos, idade entre 16 e 35 anos e são das regiões Nordeste e Sudeste.


Desse total de clientes, 836 mil utilizaram o microcrédito destinado a titulares de contas populares. Até o momento, a Caixa liberou R$ 167 milhões. A conta simplificada permite que o cliente tenha acesso ao um empréstimo de R$ 200, com juros mensais de 2% e 120 dias para pagar.



Os detentores de contas populares também podem utilizar o micropenhor que tem limite máximo de empréstimo de R$ 600 com a mesma taxa de juros cobrada para microcrédito. Para essa modalidade já foram realizadas mais de 2,7 milhões de operações, totalizando R$ 644 milhões liberados. O valor médio concedido no micropenhor é de R$ 241,41.



Conforme a Caixa, a previsão é de que, até o fim do ano, 900 mil pessoas terão novas contas populares, caso seja mantida a média de abertura de contas dos últimos meses.



Para se abrir uma conta simplificada não é necessária a apresentação de comprovante de renda ou de endereço. A Caixa não delimita mínimo de depósito na conta e para os empréstimos pagos em até 12 prestações, o banco não cobra nenhuma tarifa. Informações da Caixa mostram que esse segmento de clientes tem usado com freqüência os canais eletrônicos de atendimento para a realização de transações bancárias  saques, consultas a saldos, uso de cartão de débito, recursos não disponíveis até então para essa população.


 


Investimentos


Nos últimos três anos, a Caixa vem aumentando o valor de seus investimentos. Em 2005, foram injetados na economia R$ 115 bilhões, R$ 38 bilhões a mais que o investido em 2003. Esses recursos foram destinados a concessão de crédito para empresas e pessoas físicas, para programas de transferência de renda do governo (como o Bolsa Família), para crédito habitacional, para a agricultura, saneamento e infra-estrutura, pagamento de FGTS e seguro-desemprego, entre outros.   



Somente a concessão de crédito comercial cresceu 128% em três anos, fechando o ano passado com R$ 35,8 bilhões. Os resultados dos dois primeiros meses deste ano apontam a continuidade do crescimento do valor liberado. Foram concedidos R$ 6,8 bilhões enquanto que no mesmo período de 2005, foram liberados R$ 5,1 bilhões  incremento de 33%.


 


Habitação


Na habitação – área considerada prioritária pelo governo federal  a Caixa Econômica Federal destinou mais de R$ 9 bilhões, valor recorde. Somente neste primeiro bimestre, o banco já realizou R$ 1,8 bilhão em operações habitacionais, valor 145% maior que o alcançado no mesmo período do ano passado. Em 2006, a Caixa tem R$ 10,3 bilhões disponíveis para a habitação.

Fonte: Em Questão

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Ministro da Justiça apresenta projeto de segurança para o Rio de Janeiro

No dia 3, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, apresentou o Plano de Segurança Pública para o Rio de Janeiro. A reunião foi realizada na UFRJ e promovida pela deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), deputado Biscaia (PT/RJ), senador Saturnino Braga(PT/RJ) e pela Frente Pró Rio.


O debate foi presidido pelo Reitor Prof. Aloísio Teixeira, compunham a mesa, além do ministro, o Secretário Nacional de Segurança, Luís Fernando Corrêa, os deputados Jandira Feghali e Antonio Biscaia, e o Dr. Francis Bogossian, presidente da Frente Pró Rio e o delegado da Polícia Federal Paulo Delgado.


O Plano de Segurança para o PAN 2007 foi apresentado pelo Secretário Luis Fernando, como parte integrante do Sistema Único de Segurança Pública (SUP), baseado no tripé: Prevenção+Repressão+Vigilância.


O plano se baseia no conceito de segurança cidadã, de fortalecimento da autoridade local e atores sociais. A execução do plano já conta com R$ 140 milhões, do total de R$ 385 milhões orçados, e ficará a cargo do grupo de Gestão Integrada composto pela União, Governo Estadual e Prefeitura do Rio.


O Ministro da Justiça afirmou que não é por falta de leis que o cidadão brasileiro não tem garantia de segurança pública. “Desde a década de 1990, há uma enxurrada de leis no Congresso, o fundamental é fortalecer as instituições para ter segurança, estas são mais eficientes e mais importantes que as leis” destacou o ministro Bastos.


Para Jandira, a situação de insegurança no Rio de Janeiro chegou ao nível do insuportável, “um exemplo é o protesto dos estudantes de medicina da UFRJ pelo desaparecimento do seu colega Marcos Vinicius da Silva Amaral”. Para ela, “por isso, a população, diante do desespero e desacreditada do poder público em todas as esferas, acaba apoiando a intervenção militar”.


Entretanto, a deputada reafirmou ser contrária a intervenção da Forças Armadas, cujo papel não é de garantir a segurança pública, a não ser em casos especiais como a RIO 92, pois desde a década 90 foram realizadas várias intervenções militares, e ao contrário de diminuir a violência esta só fez absurdamente crescer.


 


Projeto


O plano de segurança prevê o reaparelhamento das polícias do Rio, o incentivo para que as próprias comunidades carentes resolvam seus conflitos e a inclusão de moradores dessas localidades ao evento esportivo.


Entre os projetos que estão sendo implantados ou que serão implementados até os Jogos destacam-se a capacitação de 10,4 mil jovens em situação de risco com aulas de inglês e espanhol, para atuarem como voluntários, a atenção a 400 crianças de rua e o atendimento a 200 famílias que tenham conflitos internos.

Fonte: Alerta Rio, Boletim do PCdoB no Rio de Janeiro

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Transgênicos pressionam, mas Paraná resiste

O Porto de Paranaguá (PR) atende, ao lado do Porto de Santos (SP), às maiores demandas de exportação da soja brasileira. O Paraná conseguiu posição de destaque no mercado nacional e internacional ao proibir a comercialização da soja transgênica. No entanto, uma liminar recente do Tribunal Regional Federal (TRF), em Porto Alegre, libera a exportação da versão geneticamente modificada do grão através do porto paranaense.

O governador do estado, Roberto Requião (PMDB), afirmou nesta terça-feira (04) que o Paraná deve apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de exportar apenas soja tradicional. Segundo Requião, o Paranaguá possui um enorme diferencial de qualidade na restrição que estabeleceu à soja transgênica. Além disso, o governador acredita que o TRF cometeu um crime ao permitir que os dois tipos de soja se misturem.

A Lei de Biossegurança do Brasil determina que grãos geneticamente modificados devem ser identificados e separados dos tradicionais. Segundo o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto, pode haver contaminação entre as duas versões do produto, se o embarque de soja transgênica for realmente permitido.

De São Paulo, da Agência Notícias do Planalto, Clara Meireles.

Fonte: Agência Notícias do Planalto

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Sementes, terra e água: os idos de março

Por Silvia Ribeiro*


 


Curitiba, Brasil. O sul do Brasil, confluência de vários movimentos sociais mais fortes desse país e da América Latina, foi durante março, o cenário do confronto entre os movimentos camponeses e as transnacionais, tendo como pano de fundo a Organização das Nações Unidos. Entre 5 a 31 de março ocorreram, uma após a outra, a Conferência das Nações Unidas sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, a terceira Reunião das Partes do Protocolo Internacional de Cartagena sobre Biossegurança e a oitava Conferência das Partes do Convênio de Diversidade Biológica das Nações Unidas. Enquanto isso, no México, se reunia o quarto Fórum Mundial da Água.


 


Sem pedir permissão, os “condenados da terra” na voz de milhares de camponeses, trabalhadores rurais sem-terra, atingidos por barragens, vítimas da monocultura de árvores e dos transgênicos do Brasil e do mundo, interromperam a cena das conferências das Nações Unidas que ocorreram em Porto Alegre e Curitiba, enquanto dezenas de milhares marcharam no México em defesa da água e contra a sua privatização.


 


Com a calma e a firmeza dos motivos justos, armados de sementes, bandeiras e canções, mulheres, crianças e homens deixaram atônitos os diplomatas do mundo – lembrando eles que o mundo real está fora das mesas de negociação – e furiosos os diretores das transnacionais.


 


Na marcha final convocada pela Via Campesina em 31 de março, em frente ao centro de convenções de Curitiba, mais de cinco mil camponeses e integrantes do MST colocaram uma enorme faixa que resumiu o que está em jogo: “A natureza e a biodiversidade são dos povos, não dos governos nem das transnacionais”.


 


No Brasil, a Via Campesina marcou o campo de jogo desde o início: em 8 de março, as mulheres do movimento ocuparam um laboratório e viveiro de eucaliptos clonados da empresa Aracruz, em protesto contra o deserto verde e a expulsão de indígenas e camponeses pelos monocultivos florestais. Em seguida, marcharam e fecharam por quatro horas o acesso a Conferência de Reforma Agrária. Dois dias depois, conseguiram que a declaração do fórum paralelo Terra, Território e Dignidade fosse incluída como documento da conferência oficial de Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural.


 


A reunião do Protocolo de Biossegurança começou com marchas e a ocupação feita pela Via Campesina em um terreno onde a empresa Syngenta estava plantando milho e soja transgênicos ilegalmente, em uma zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu, onde ficam as famosas cataratas com o mesmo nome. A ocupação continua.


 


Na semana seguinte, em uma vitória contundente da sociedade civil internacional, o Convênio de Diversidade Biológica (CDB) manteve e reafirmou a moratória contra a tecnologia Terminator, que faz sementes suicidas. Moratória que existia dentro do CDB desde 2000, mas que as transnacionais dos transgênicos tentaram minar meses antes, em uma reunião preparatória do CDB em Granada, na Espanha.


 


As transnacionais chegaram contentes ao Brasil: pelos corredores do CDB passavam sem pudores em frente aos diretores globais da Monsanto, Syngenta e Delta & Pine, proprietários da maioria do mercado de transgênicos e patentes de Terminator. A vitória em Granada e seu sentimento de superioridade sobre os burocratas governamentais, a quem se acostumaram a instruir pelo meio do suborno e outros similares, lhes dava ânimo.


 


Receberam uma bofetada em plena cara. O arco-íris dos protestos diários da Via Campesina nas ruas e dentro do centro de conferências, a coordenação de centenas de organizações da sociedade civil na Campanha Internacional contra Terminator, com ações simultâneas no Brasil e em outros países, as intervenções de jovens e indígenas, incluindo delegados especialmente enviados do povo huichol de Jalisco e do povo guambiano da Colômbia, as atividades paralelas com o Fórum Brasileiro das organizações não governamentais e movimentos sociais, conseguiram, finalmente, que fossem revertidos os textos vindos de Granada, para desespero das transnacionais e dos delegados dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, principais governos que queriam romper a moratória. Os delegados do México, até o último momento, também trabalharam para convencer os outros governos para quebrar a moratória, seguindo o costume vergonhoso que tiveram em todas as conferências de março, onde defenderam as transnacionais.


 


O momento mais forte e simbólico do CDB foi a entrada das mulheres da Via Campesina no plenário de negociações: com a bandeira verde dos movimentos e velas, abriram diante dos delegado oficiais dezenas de cartazes escritos em vários idiomas exigindo a proibição da Terminator. O presidente da sessão anunciou que levaria em conta essa “intervenção”, e diante da frustração do diretor da Delta & Pine, que pediu que a segurança entrasse na sala, a maioria do plenário se levantou e aplaudiu.


 


Manter a moratória contra a Terminator é um feito importante e relevante para milhares de camponeses e indígenas, assim como para as possibilidades de todos decidirem o que comemos para que as transnacionais não o façam. Mas talvez a mensagem principal seja outra, que não fica em papel e não se apaga: os condenados da terra não aceitam sua condenação, nem seus algozes nem aqueles que, mediante as leis nacionais e internacionais, legalizaram os privilégios dos poderosos.


 


* Sílvia Ribeiro é investigadora do Grupo ETC

Fonte: MST Informa – nº 112 – Edição Especial

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Plenária na Alesp define grande ato pró CPI da Nossa Caixa

Em plenária, nesta quarta-feira, na Assembléia Legislativa de São Paulo, lideranças partidárias e de movimentos sociais apostaram nas condições favoráveis para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as recentes denúncias de uso político da Nossa Caixa. Dentre os presentes estiveram representantes da FETEC/CUT-SP e de sindicatos filiados, além de entidades sindicais de trabalhadores do setor público e deputados de oposição.


A avaliação das lideranças é de que a manutenção do tema na mídia frente à descoberta de novas falcatruas a cada dia contribui para o clima favorável à CPI, apesar das articulações da base aliada do ex-governador Geraldo Alckmin.


Um indício desse quadro pró CPI foi a aprovação, nesta quarta-feira, na Comissão de Segurança Pública da Alesp, de dois requerimentos do PT e PMDB, para convocação do ex-gerente de marketing do banco estatal paulista Jaime de Castro Júnior, autor de denúncias sobre direcionamento de gastos com publicidade da instituição para favorecimento de aliados de Alckmin, em troca de apoio político.


Por solicitação dos deputados Carlinhos Almeida (PT) e Romeu Tuma (PMDB), o ex-gerente deverá ser convidado a comparecer à comissão. Segundo Tuma, Castro Júnior estaria sendo alvo de ameaças. Por isso o deputado solicitou que o Ministério Público seja acionado para localizar o ex-funcionário, que estaria desaparecido.


Para ampliar as pressões pró CPI, partidos políticos de oposição, sindicatos e entidades do movimento social promoverão na próxima terça-feira um grande ato na Alesp. “A idéia é promover um desfile de modas, em alusão aos 400 vestidos que a Dona Lu Alckmin recebeu como doação”, antecipa Elias Maalouf, diretor de Bancos Estaduais da FETEC SP ao destacar a responsabilidade dos bancários na organização do evento. “Trata-se do último banco público do estado, por isso temos a tarefa de defendê-lo com toda a nossa energia, levando pelo menos 250 pessoas para o ato, cuja concentração está prevista para às 12h”, informa o dirigente.


A FETEC SP solicita aos Seebs que informem quantos dirigentes deverão participar da atividade.


 


Jornalista: Lucimar Cruz Beraldo

Fonte: FETEC-SP

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TV Digital – A desinformação e a pressa


Entre as tecnologias desenvolvidas por aqui, uma delas é justamente a modulação, que equivale ao que a mídia chama de “padrão”. O japonês (ISDB) e o europeu (DVB) já são bem conhecidos de nome, mas pouco explicados em relação às diferenças entre eles. Em 2000, o sistema japonês permitia a transmissão de sinais independentes para a TV e para receptores móveis (como o celular), enquanto o europeu era mais limitado. Isso levou a Associação Brasileira de Rádios e TVs (Abert) a usar o argumento da “recepção móvel” como mote para a defesa do ISDB.


A partir de 2004, com a introdução do DVB-H, essa diferença deixou de existir. Mas a retórica continuou, e agora embolaram a discussão, com as emissoras defendendo o ISDB porque isso manteria o canal na mão deles, e as empresas de telefonia defendendo o DVB porque isso daria a abertura para elas participarem desse mercado. Na verdade, ambos os argumentos são furados. Tanto o DVB quanto o ISDB permitem a transmissão de sinais para celulares e, se as teles vão ou não participar desse mercado, é uma coisa que depende da regulamentação, não da tecnologia.


Um ponto em que tanto o DVB quanto o ISDB deixam a desejar é que, nos testes realizados em São Paulo no ano 2000, nenhum dos dois conseguiu ser recebido em 100% dos pontos de teste – e eram pontos localizados em bairros próximos ao centro. Foi isso que levou o Brasil a pesquisar novas alternativas, com os trabalhos do Mackenzie (SP), INATEL (MG) e PUC (RS). Os dois primeiros trabalham com melhorias baseadas no sistemas existentes, enquanto que o último parte de uma abordagem radical – usa um equalizador baseado em inteligência artificial, coisa que não existe em nenhum dos sistemas atuais (ATSC, DVB, ISDB). Isso dá mais robustez, ou seja, permite levar mais informação, tanto para programas em alta definição quanto para ser recebido em veículos a 120 km/h .


A obsessão da Globo e do ministro Hélio Costa pelo padrão japonês é incompreensível. Se a questão é um sistema que permite levar alta definição para a TV e um programa para celulares ao mesmo tempo, com a maior qualidade possível, por que então não defendem o Sorcer, modulação desenvolvida pela PUC/RS, que é melhor, atende às demandas dela e é nacional, assim como o conteúdo global e a bandeira que eles tanto levantam na mídia? Fica claro que há muito mais por trás dessa preferência do que a lógica acima exposta.


Para o elefante virar cavalo


Além do Sorcer, outros componentes inovadores desenvolvidos pelos pesquisadores brasileiros devem sofrer com a adoção de um padrão estrangeiro goela abaixo. As pesquisas que desenvolveram o FlexTV (UFPB), um middleware brasileiro, tomaram como base o MHP (o middleware do padrão europeu – DVB), mas evoluíram consideravelmente, sendo elogiados inclusive por pesquisadores europeus. O middleware japonês é bem mais limitado.


A nação tupiniquim desenvolveu ainda o Maestro (PUC Rio), um mecanismo de sincronização de mídias para a reprodução de programas multimídia interativos, que não existe em lugar algum no mundo. Desenvolveu aplicativos como o TVgrama (UnB), que é um e-mail que não precisa de canal de retorno, importantíssimo para a imensa parcela da população que não tem linha telefônica. Desenvolveu aplicativos como o museu virtual (UFPR), que apresenta imagens em 3-D, que podem ser manipuladas pelo usuário. É um aplicativo muito útil para finalidades educativas, pra recriar ambientes em aulas de geografia, história, biologia. Há também aplicativos nas áreas de saúde (UFSC), governo eletrônico (UFC, BRISA), segurança da informação (Genius, CESAR, FITEC) e muitos outros.


Uma outra questão importante que diz respeito à tecnologia é como ela interfere no modelo de serviços. O modelo de serviços é a definição de como funcionará a nova televisão brasileira. Se ela trará novos canais, se oferecerá mobilidade, como será a interatividade, se haverá serviços de governo eletrônico e educação à distância, se terá uma alta definição que só será possível ver com televisores de 10 mil reais ou se trará uma programação com qualidade de imagem de DVD, mas acessível a todo mundo. Essas questões não dependem tanto da tecnologia, mas sim da forma como ela é combinada. Logo, é uma bobagem dizer que só japoneses poderão oferecer alta definição. Ou que só europeus oferecerão novos canais. A tecnologia, tanto a desenvolvida lá fora, quanto a desenvolvida aqui, no que toca a essas questões, pode fazer qualquer coisa. É verdade que algumas tecnologias são mais adequadas que outras para as finalidades desejadas. Não dá para rodar os aplicativos desenvolvidos no Brasil usando o middleware japonês, por exemplo. Mas há outro detalhe fundamental.


Para que possamos modelar a tecnologia às demandas da sociedade, é preciso ter pleno acesso a ela. No caso do SBTVD, toda a parte de software (e até um dos itens de hardware) foi feito em software livre. No caso dos outros sistemas, muitos componentes estão patenteados, até com uma patente da Microsoft. Isso mostra limitações para adequarmos ao que queremos – o que reforça a necessidade de termos mais tempo para definir modelo de serviços antes –, para o desenvolvimento futuro de acordo com as demandas que surgirem e ainda nos impõe o pagamento de royalties altíssimos, o que a longo prazo é um rombo no orçamento da União.


A mídia e o governo deveriam estar atentos a essas questões para esclarecer à população do que realmente se trata a definição, mas também para perceber que a pressa não é inimiga somente da perfeição, mas também da democracia, do bom-senso, do desenvolvimento nacional e do interesse público.


Carolina Ribeiro é jornalista e integrante do Coletivo Intervozes. Gustavo Gindre é jornalista, mestre em Comunicação, coordenador-geral do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (Indecs) e integrante do Coletivo Intervozes. Edison Lima é diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia-SP (Sintpq).


 

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O caixa tucano foi condenado, você sabia?

Por Fábio Jammal Makhoul [14/3/2006]

Enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fazia pose de estadista e chamava a ética do PT de corrupta na capa da revista IstoÉ, uma pequena nota no pé da quinta e última página da seção “A Semana” passava facilmente despercebida até mesmo para os leitores mais atentos. Embaixo de três notas necrológicas, o pequeno texto informava: “Condenados a 11 anos de prisão pela 12ª Vara Federal do Distrito Federal o ex-presidente do Banco do Brasil Paulo César Ximenes e seis ex-diretores dessa instituição. Eles foram acusados de gestão temerária devido a irregularidades em empréstimos feitos à construtora Encol entre 1994 e 1995. Na quarta-feira 1”.

Assim como IstoÉ, a grande imprensa não deu muita bola para o caso. Veja, por exemplo, considerou a condenação de toda uma diretoria do maior banco público do país nada importante e não dedicou uma linha a respeito do assunto.

Os sete condenados formavam a diretoria colegiada do Banco do Brasil entre 1995 e 1998, com Ximenes no comando da instituição. Período que coincide com o primeiro mandato de FHC. Eles foram condenados em primeira instância por nove atos que caracterizam crimes de gestão temerária e de desvio de crédito ao emprestar dinheiro para a construtora Encol, que faliu em seguida e prejudicou milhares de mutuários.

Os acusados foram considerados responsáveis, entre outros crimes, por aceitar certificados de dívida emitidos ilegalmente pela construtora e por prorrogar sistematicamente operações vencidas e não pagas.

 

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RJ: constrangimento em porta giratória gera indenização

A juíza da 29ª Vara Cível do Rio, Marisa Simões Mattos, condenou o banco HSBC a pagar uma indenização de R$ 3,5 mil por danos morais a um cliente. O guarda municipal Luiz Paulo Vidal Martins tentou entrar em uma agência bancária e foi impedido pela porta giratória, que travou.


Mesmo afirmando não portar objetos metálicos e tendo procurado um policial militar para resolver a situação, Luiz aguardou por mais de uma hora para entrar no local e, mesmo dentro da agência, teve que ser acompanhado pelo gerente.


O HSBC alegou que o travamento da porta é automático e que agiu no intuito de preservar a integridade dos que utilizam o serviço da agência. Para a juíza, há formas mais eficazes e menos constrangedoras de zelar pela segurança dos clientes, do que a utilização de portas giratórias.

Fonte: Terra Brasil

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Lula sinaliza com reforma sindical em 2007

Caio Junqueira 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu ontem (04/04) um fórum qualificado para, pela primeira vez neste ano eleitoral, afirmar que as reformas trabalhista e sindical são inadiáveis em 2007. Durante solenidade de abertura da Semana Internacional de Construção e Iluminação, disse, a empresários e dirigentes sindicais desses setores, estar convencido de que ambas as reformas são “o próximo passo que nós temos que dar”.
 “Apenas começamos um processo de desobstrução ao desenvolvimento da construção civil no país. Obviamente que tudo isso vai ter que ser combinado mais à frente, numa diminuição da informalidade dos trabalhadores, para que a gente possa dar mais trabalho com Carteira Profissional assinada, portanto, mais estabilidade. É isso, obviamente, que leva vocês a ajudar a fazer o trabalho que é preciso fazermos, primeiro, a reforma da estrutura sindical, que está no Congresso Nacional, e a reforma da legislação trabalhista, que precisa ser adequada ao século XXI, e não ficar com resquícios da metade do século XX.”
 A exemplo da campanha eleitoral de 2002, na qual os petistas se apresentavam como os únicos capazes de mexer na legislação sindical e trabalhista do país, Lula ontem sinalizou que um consenso pode ser obtido se o trabalho que o governo, ao seu ver, vem fazendo, de intermediar o diálogo entre as partes envolvidas, puder continuar sendo feito. “(A reforma é) plenamente possível fazer se nós continuarmos sentando, empresários, trabalhadores e governo, sem a pergunta ou a insinuação de quem vai ganhar. Só tem um que precisa ganhar: é o país. Se o país ganhar, ganharão os empresários, ganharão os trabalhadores e ganhará o governo. É por isso eu estou convencido que esse será o próximo passo que nós temos que dar.”
 Encaminhada ao Congresso em março de 2005, a reforma sindical acabou “barrada” pela crise política. Antes, havia sido discutida por um ano e meio no Fórum Nacional do Trabalho, instância criada em 2003 pelo governo para debater as reformas sindical e trabalhista, que não chegou a sair do papel.

Fonte: Valor Ecoômico

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Mulheres do Kuweit participam de eleições pela primeira vez

Por Haitham Haddadin (Com reportagem de H. Hashim Ahmed)


KUWEIT – As mulheres fizeram história no Kuweit nesta terça-feira, votando e concorrendo a cargos pela primeira vez em uma eleição local desde que o país concedeu a elas o direito ao voto, no ano passado.
As urnas foram abertas às 8h (2h, horário de Brasília) para o preenchimento de uma única vaga no Conselho Municipal, formado por 16 membros. Os outros integrantes foram eleitos e designados no ano passado.
“Hoje é a maior festa que estamos esperando por mais de 40 anos”, disse à Reuters Khaleda al-Khadher, uma das duas mulheres candidatas, em um posto eleitoral no subúrbio de Salwa.
“Esta é a primeira vez que mulheres do Kuweit podem mostrar aos homens que somos capazes, e é importante fazermos o melhor possível e deixar o resultado das urnas para Deus”, afirmou Khadher, usando um vestido preto no estilo conservador islâmico.
Cerca de 28 mil eleitores, incluindo 16 mil mulheres, poderão votar para escolher entre os oitos candidatos.
Em maio passado, o Parlamento aprovou uma lei garantindo o direito ao voto às mulheres, que lutaram por isso por mais de quatro décadas.
A eleição desta terça-feira abre caminho para mulheres participarem das eleições parlamentares de 2007, que serão as primeiras desde que o novo emir do Kuweit, o xeique Sabah al-Ahmad al-Sabah, assumiu o governo, depois da morte do seu meio-irmão.
O primeiro-ministro Nasser al-Mohammad al-Sabah disse em declarações publicadas nesta terça-feira que a participação política das mulheres vai melhorar a posição internacional do Kuweit.
“Estamos orgulhosos e honrados”, disse.


 

Fonte: Reuters