Santander resolve seu problema e terceirizados ficam na incerteza

Os serviços prestados pela terceirizada Qualy Services, que fornece mão de obra de limpeza e manutenção ao Santander, estavam prejudicados por problemas causados pela empresa aos trabalhadores. Atrasos no pagamento de vale-transporte acabavam ocasionando faltas dos funcionários, que frequentemente não tinham dinheiro para o transporte. Os gestores das agências encaminhavam reclamações à matriz do banco e, por conseqüência ou coincidência, o Santander decidiu rescindir o contrato com a empresa. Foi enviada uma mensagem às unidades informando que a Osesp Comercial e Adm. Ltda passará a prestar o serviço em todo o estado e informando os nomes e identidades dos funcionários da empresa que farão o reconhecimento e análise das agências antes da transição.

Para que os trabalhadores não fiquem desempregados, o Santander está instruindo os gestores a, caso entendam ser interessante, indicarem que desejam a permanência do funcionário de limpeza. Mas, para serem contratados pela Osesp, os trabalhadores precisam pedir demissão da Qualy. Isso significa que não poderão sacar o saldo do FGTS, nem receberão a multa de 40 % sobre este valor que as empresas pagam quando demitem um empregado. Estes funcionários estão numa situação difícil já que, se pedirem para sair da Qualy, perdem dinheiro e, se permanecerem, podem perder o emprego, já que a empresa poderá fazer cortes em razão do encerramento do contrato.

A Qualy também tem contrato de prestação de serviços com o Banco Itaú e a situação de atrasos nos pagamentos dos funcionários é a mesma. Mas não foi divulgada ainda nenhuma noticia de encerramento de contrato do banco com a empresa. De todo modo, a rede do Itaú não poderia absorver todos os funcionários que estão atuando em unidades do banco espanhol.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Santander reabre agência incendiada sem condições de trabalho

A agência 2284 do Santander, no bairro da Cidade Nova, centro do Rio de Janeiro, sofreu um incêndio na área de atendimento Van Gogh na madrugada de 13 de junho. Desde então, a área incendiada está isolada por divisórias que escondem a destruição. Mas o ar está irrespirável, com forte cheiro de fuligem e do produto químico usado para disfarçar o odor do material queimado. Funcionários de retaguarda e vigilantes estão trabalhando no local desde o dia seguinte ao incêndio e o banco reabriu a agência para o público no último dia 12.


O banco não apresentou nenhum documento emitido por autoridades de defesa civil, nem mesmo um laudo da área técnica de segurança do trabalho liberando a unidade para funcionamento. Os dutos de ar-condicionado estão impregnados de fuligem e gás carbônico e o banco se limitou a aplicar um produto para disfarçar o cheiro. Mas a tentativa de conserto foi desastrosa, já que o produto tem cheiro forte que incomoda, provocando irritação na garganta, nariz e olhos. Nossa reportagem esteve no local no último dia 16 – mais de um mês após o incêndio – e constatou a péssima qualidade do ar. Até clientes reclamaram de incomodo em razão do cheiro que mistura fuligem com produto químico.


Estragos e risco


Dirigentes sindicais estão atuando junto à superintendência e administração do banco no Rio de Janeiro e ao gestor da unidade desde o dia do incêndio para garantir as condições de trabalho dos bancários. Mas o gerente geral não colabora e mantém dois vigilantes, mais alguns funcionários de retaguarda trabalhando no local desde o dia seguinte ao ocorrido. O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro recebeu denúncias de que havia funcionários trabalhando na retaguarda, mas sem atendimento ao público. Segundo informações encaminhadas ao sindicato, os demais funcionários teriam sido deslocados para unidades próximas. No último dia 21 de junho, o dirigente sindical Marcos Vicente, que também é representante da CIPA,  e os diretores Arnaldo Malaquias, Leuver Ludoff e Renato Pereira estiveram no local para averiguar a situação. A agência tinha um buraco na entrada, onde havia um vidro que foi quebrado pelos bombeiros quando entraram para apagar o fogo. Foi colocado um tapume de madeira para fechar o buraco e o banco esperava apenas que o vidro fosse reposto para reabrir a agência ao público. Na ocasião, todo o material queimado estava ainda no local, isolado da área de atendimento por divisórias. O hall eletrônico estava aberto e funcionando, com os caixas realizando operações e recebendo documentos dos clientes.


Os dirigentes sindicais, constatando as péssimas condições do local, paralisaram a agência. O banco, então, enviou um carro forte para retirar todo o numerário dos cofres e mandou fechar a agência. Mas, no dia 05, os sindicalistas retornaram à agência e constataram que o vidro da fachada tinha sido reposto e que havia funcionários e vigilantes fazendo serviço interno, inclusive processando documentos dos caixas eletrônicos. Na ocasião, mais de um funcionário reclamou do incômodo provocado pelo cheiro de fuligem e de produto químico. No dia 11, quase um mês após o incêndio, foi feito um mutirão para limpeza do local e retirada do entulho do incêndio, mas o cheiro permaneceu forte.


Além da qualidade do ar, outra situação preocupa os sindicalistas. Não foi averiguada ainda a causa do incêndio, portanto não há como garantir que não há risco de uma nova ocorrência. “A agência não foi liberada para atendimento e o banco está forçando a barra para abrir. O Santander só pensa no que perde com a agência fechada, mas não considera o perigo que os funcionários e clientes estão correndo. Onde está a responsabilidade social que o banco tanto apregoa?”, questiona Luiza Mendes, diretora da Federação.


Interdição


Diante da insistência do Santander em manter a agência aberta, representantes da Federação e do Seeb-Rio estiveram no local novamente no dia 16 e interditaram a unidade. Funcionários foram deslocados para a agência Teleporto, que fica a pequena distância. O cipeiro Marcos Vicente continuou insistindo junto à administração do banco para ter acesso a documentos que liberassem o local para funcionamento, mas não havia nenhum laudo oficial. Nem mesmo as autoridades públicas responsáveis por vistoriar a segurança de instalações comerciais haviam sido contactadas. No dia seguinte, 17 de julho, a agência não abriu e recebeu a visita de um representante da empresa contratada para realizar obras no local.


Nova operação de limpeza e retirada do entulho começou no mesmo dia. Mas os sindicalistas estão preocupados com a forma como esta limpeza será feita. “Esperamos que não se faça uma remoção superficial dos resíduos. É preciso limpar corretamente o local, principalmente os dutos do ar-condicionado. O ar está irrespirável na agência e o banco não pode manter funcionários trabalhando, nem atender clientes nestas condições. A saúde dos trabalhadores e do público está em risco numa situação como esta”, pondera Marcos Vicente, cipeiro e dirigente sindical.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

Nota de Falecimento

A Federação comunica o falecimento de José Joaquim da Silva, conhecido como Zé Babu, pai de Marcelo Silva, diretor do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense. Pai de oito filhos, Zé Babu vinha sofrendo de diversos problemas de saúde e não resistiu.


 


O velório está acontecendo na capela 04 do Cemitério Corte Oito, em Duque de Caxias e o sepultamento será nesta terça-feira às 16h.


 


A diretoria e os funcionários da Federação enviam suas condolências ao companheiro e sua família.


 

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Dona Europa e suas filhas

Frei Betto *



Dona Europa livrou-se, há séculos, da tutela do Senhor Feudal, ao qual esteve submetida ao longo de mil anos. Cabeça feita por Copérnico, Galileu e Descartes, casou-se com o Senhor Moderno Liberal e montou casa no bairro da Democracia.



Dona Europa puxou o tapete dos nobres, deu um chega pra lá no papa e elegeu governos constitucionais que trocaram a permuta pela moeda, evitaram fazer uso de mão de obra escrava, transformaram antigos camponeses em operários merecedores de salários.



Dona Europa passou a nutrir ambições desmedidas. Fitou com olho gordo o imenso mapa-múndi que enfeitava a sala de sua casa. Quantas riquezas naquelas terras habitadas por nativos ignorantes! Quantas áreas cultiváveis cobertas pela exuberância paradisíaca da natureza!



Dona Europa lançou ao mar sua frota em busca de ricas prendas situadas em terras alheias. Os navegantes invadiram territórios, saquearam aldeias, disseminaram epidemias, extraíram minerais preciosos, estenderam cercas onde tudo, até então, era de uso comum.



Dona Europa praticou, em outros povos, o que se negava a fazer na própria casa: impôs impérios, reinados e ditadores; inibiu o acesso à cultura letrada; implantou o trabalho escravo; proibiu a industrialização; internacionalizou normas econômicas que lhe eram favoráveis, em detrimento dos povos alhures.



Um dos povos de além-mar dominados por Dona Europa ousou rebelar-se em 1776, emancipou-se da tutela e se tornou mais poderoso do que ela – o Tio Sam.



O professor Maquiavel ensinou à Dona Europa que, quando não se pode vencer o inimigo, é melhor aliar-se a ele. Assim, ela associou-se a Tio Sam para exercer domínio sobre o mundo.



Dona Europa e Tio Sam acumularam tão espantosa riqueza, que cederam à ilusão de que seriam eternos o luxo e a ostentação em que viviam. Tudo em suas casas era maravilhoso. E suas moedas reluziam acima de todas as outras.



Ora, não há casa sem alicerce, árvore sem raiz, riqueza sem lastro. Para manter o estilo de vida a que se acostumaram, Dona Europa e Tio Sam gastavam mais do que podiam. E, de repente, constataram que se encontravam esmagados sob dívidas astronômicas. O que fazer?



A primeira medida foi a adotada em turbulência de viagem de avião: apertar os cintos. Não deles, óbvio. Mas de seus empregados: despediram alguns, reduziram, os salários de outros, deixaram de consumir produtos importados. Assim, a crise da dupla se alastrou mundo afora.



Dona Europa e Tio Sam não são burros. Sabem onde mora o dinheiro: nos bancos. Tio Sam, ao ver o rombo em sua economia, tratou de rodar a maquininha da Casa da Moeda e socorreu os bancos com pelo menos US$ 18 trilhões.



Dona Europa tem várias filhas. Segundo ela, algumas não souberam administrar bem suas fortunas. A formosa Grécia parece ter perdido a sabedoria. Gastou muito mais do que podia. Os mesmo aconteceu com a sedutora Itália, a encantadora Espanha e a inibida Irlanda.



Como o cofre da família é de uso comum, Dona Europa se cobriu de aflições. Puniu as filhas gastadoras e apelou à mais rica de todas, a severa Alemanha, para ajudá-la a socorrer as endividadas.



A Alemanha é manhosa. Disse que só socorre as irmãs se puder controlar os gastos delas. O que significa cortar as asinhas das moças – o que em política equivale a anular a soberania.



Soberana hoje, na casa de Dona Europa, só a pudica Alemanha. O resto da família é dependente e está de castigo. A mais cheirosa das filhas, a França, anda rebelde. Após aparecer de mãos dadas com a Alemanha, agora que arrumou namorado novo encara a irmã com desconfiança.



Nós, aqui do sul do mundo, que ainda não cortamos o cordão umbilical com Tio Sam e Dona Europa, corremos o risco de ficar gripados se Dona Europa continuar a espirrar tanto, alérgica ao espectro de um futuro tenebroso: a agonia e morte do deus Mercado, cujos fiéis devotos mergulharam em profunda crise de descrença.




* Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do Poder” (Rocco), entre outros livros. Site: www.freibetto.org  /  Twitter:@freibetto.





Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquermeio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Por Frei Betto

Rio: Sindicato paralisa Cancela na sexta e Rio Branco na segunda

A extinção de departamentos inteiros e transferência dos serviços para São Paulo estão mobilizando os funcionários, que aderiram maciçamente às paralisações realizadas pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. O prédio do Largo da Cancela, onde funcionavam os departamentos, foi paralisado na sexta-feira, 06. Na segunda-feira, dia 09, 30 agências no Centro da cidade ficaram fechadas durante todo o dia.



As demissões na Cancela não foram em massa, mas os cerca de 280 empregados que trabalham no prédio estão inseguros. O banco informou que serão transferidos para agências, mas não deu nenhuma garantia de emprego após a transferência. O  movimento sindical teme pelos empregos destes bancários, já que não têm treinamento adequado para concorrer com os colegas que já atuam no atendimento pessoal ao público. E, mesmo que tivessem, ainda poderiam entrar no bolo das demissões que continuam acontecendo nas agências.



Como se fosse pouco, ainda há um PDV que está sendo proposto aos funcionários de outra dependência do Itaú, o Departamento de Reestruturação de Crédito a Empresas, que funciona no edifício da Rua da Passagem, em Botafogo, e também está sendo transferido para São Paulo. Até mesmo três dirigentes sindicais, que têm estabilidade garantida até 2016 por força do mandato, receberam a proposta de desligamento voluntário.



Apesar do transtorno, os clientes têm se mostrado solidários aos funcionários do Itaú quando são informados do motivo das paralisações. Na atividade desta segunda-feira, até mesmo bancários de outros bancos que atuam em agências próximas demonstraram sua solidariedade. A adesão dos empregados às paralisações no Itaú tem sido forte, tanto nas atividades definidas por calendário nacional, quanto nas determinadas por situações regionais especificas, como o caso da extinção de departamentos.



Descompasso



As demissões que o Itaú vem promovendo não são coerentes com os resultados dos bancos. Foi anunciado apenas no primeiro trimestre de 2012 um lucro de R$ 3,4 bilhões e o banco vem apresentando lucros recordes no sistema financeiro brasileiro. Nos últimos 12 meses o banco fechou 1.964 agências e demitiu 7.728 bancários em todo o Brasil, segundo levantamento feito pela Contraf-CUT.



Os sindicatos estão se mobilizando. O Seeb-Rio enviou um ofício ao banco solicitando a abertura de negociações para tratar do problema no último dia 04. Representantes da Contraf-CUT já se reuniram com o Ministro do Trabalho, Brizola Neto, para denunciar o absurdo das mais de sete mil demissões. “Um banco que faz tanta propaganda dizendo que é sustentável deveria ter respeito por seus funcionários. Bancários de todo o país estão denunciando publicamente esta política de demissões imoral. Os clientes estão insatisfeitos, já que a qualidade de atendimento vem caindo porque não há funcionários suficientes para dar conta do serviço. Itaú, feito para quem?”, pondera Leonice Pereira, diretora da Federação.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

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Paraguai, democracia falsificada

Frei Betto *

Você compraria uísque Blue Label ou bolsa Louis Vuitton contrabandeados do Paraguai? Com certeza desconfiaria da qualidade. Isso vale para a “nova democracia” imposta pelo golpe que derrubou o presidente Fernando Lugo.

O país foi governado, durante 61 anos, pelo Partido Colorado, ao qual pertencia o general Stroessner, e também se filia o atual presidente golpista, Federico Franco. Após 35 anos sob a ditadura Stroessner, o povo paraguaio elegeu Lugo presidente, em abril de 2008. Eu estava em Assunção e o acompanhei às urnas. Havia esperança de que o país, resgatada a democracia, haveria de reduzir a desigualdade social.

O novo governo tornou-se vulnerável ao não cumprir importantes promessas de campanha, como a reforma agrária, e se distanciar dos movimentos sociais. Apenas 20 % dos proprietários rurais do país são donos de 80 % das terras. Há que incluir na cota os “brasilguaios”, grileiros brasileiros que expulsaram pequenos agricultores de suas terras para expandirem ali seus latifúndios.


 


Lugo errou ao aprovar a lei antiterrorista e a militarização do norte do Paraguai, detendo lideranças camponesas e criminalizando movimentos sociais. Não soube depurar o aparelho policial, herança maldita de Stroessner.

Em rito sumaríssimo, a 22 de junho o Congresso paraguaio destituiu Lugo, sem assegurar-lhe amplo direito de defesa. É o chamado “golpe constitucional”, adotado pelos EUA em Honduras e, agora, no Paraguai. Preocupa a Casa Branca o progressivo número de países latino-americanos governados por lideranças identificadas com os anseios populares e incômodas aos interesses da oligarquia.

Ao contrário de Zelaya, em Honduras, Lugo sequer pensou, ao ser derrubado, em convocar os movimentos sociais a apresentar resistência, embora contasse com a unânime solidariedade dos governos da UNASUL.

É o segundo sacerdote católico eleito presidente de um país no continente americano. O primeiro foi Jean-Bertrand Aristide, que governou o Haiti em 1991, de 1994 a 1996, e de 2000 a 2004. Os dois decepcionaram suas bases de apoio. Não souberam levar à prática o discurso da “opção pelos pobres”. Receosos diante das elites, a quem fizeram importantes concessões, não confiaram nas organizações populares.

Os bispos paraguaios apoiaram a destituição de Lugo. E o Vaticano os respaldou. Isso não surpreende quem conhece a história da Igreja Católica no Paraguai e sua cumplicidade à ditadura Stroessner, enquanto camponeses eram massacrados e opositores políticos torturados, exilados e assassinados.

A lógica institucional da Igreja Católica julga positivo um governo que a favoreça, e não que favoreça o povo. Exatamente o contrário do que ensina o Evangelho, para o qual o direito dos pobres é o critério prioritário na avaliação de qualquer exercício de poder.

A derrubada de Zelaya e Lugo demonstra que a política intervencionista dos EUA prossegue. Agora em nova modalidade: valer-se de artimanhas legais para promover ritos sumários. Já que a última tentativa de golpe, em 2002, ao presidente Chávez, da Venezuela, não deu resultado. Ao contrário, toda a América Latina reagiu em defesa da legalidade e da democracia.

Uma importante lição fica para os governos progressistas de Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai, Bolívia, Equador, Nicarágua, e vacilantes como El Salvador e Peru. Eleição não é revolução. Muda dirigentes mas não a natureza do poder e o caráter do Estado. Nem revoga a luta de classes. Portanto, há que assegurar a governabilidade no bojo desse paradoxo. Como fazê-lo?

Há dois caminhos: através de alianças e concessões às forças oligárquicas ou mediante mobilização dos movimentos sociais e implantação de políticas que se traduzam em mudanças estruturais.

A primeira opção é mais sedutora para quem se elegeu, porém mais fácil de ficar vulnerável à “mosca azul” e acabar cooptado pelas mesmas forças políticas e econômicas outrora identificadas como inimigas. A segunda via é mais estreita e árdua, mas apresenta a vantagem de democratizar o poder e tornar os movimentos sociais sujeitos políticos.

A primavera democrática em que vive a América Latina pode, em breve, se transformar em longo inverno, caso os governos progressistas e suas instituições como UNASUL, MERCOSUL e ALBA não se convençam de que fora do povo mobilizado e organizado não há salvação.

* Frei Betto é escritor, autor de “A mosca azul – reflexão sobre o poder” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org <http://www.freibetto.org> Twitter:@freibetto.

Copyright 2012 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária ([email protected])

Fonte: Frei Betto

Contraf-CUT negocia regras de avaliação com Caixa para promoção por mérito

Foto: Fenae


Em negociação ocorrida na terça-feira (3), em Brasília, a Contraf-CUT, federações e sindicatos definiram com a Caixa Econômica Federal as regras de avaliação de desempenho para a promoção por mérito referente ao ano-base de 2012.

A proposta global negociada vigorará por dois anos. Isto significa que os critérios para a promoção por mérito serão válidos tanto para o ano-base de 2012 quanto para 2013. No entanto, entre um e outro ano, será feita uma avaliação de todo o processo, podendo as regras serem alteradas caso seja detectada alguma distorção. O indicativo de data para essa reunião é maio de 2013, ocasião em que a comissão paritária do Plano de Cargos e Salários (PCS) avaliará os resultados de 2012, podendo acarretar em ajustes nas regras de avaliação para o ano-base 2013.

Ficou definido ainda que uma parte da pontuação para o segundo delta, referente ao segmento da Universidade Caixa, será considerada extra. Nesse caso, houve alteração do nome para “Horas de Capacitação à Distância”, estando prevista a necessidade de realização de 100h de carga horária de cursos à distância para a pontuação total no critério. Abaixo das 100h, a pontuação será proporcional à quantidade de horas cursadas pelo empregado.

Para que o item relativo à Universidade Caixa se viabilize, o banco precisa garantir que os empregados façam seus cursos apenas durante a jornada de trabalho. Essa exigência, por exemplo, evitará retrocessos e não acarretará em prejuízos para os trabalhadores.

Ficam mantidas, porém, a sistemática de distribuição de deltas e a exigência de que o empregado complete 180 dias de Caixa para ter direito a ser avaliado e promovido. O impasse nas discussões existia até então, porque a empresa insistia com a proposta de o empregado completar 365 dias para adquirir o direito de participar do processo.

Os representantes dos empregados, no entanto, condicionaram a aprovação da proposta global negociada à manutenção do prazo de 180 dias para participação nos critérios de avaliação para promoção por mérito, o que houve concordância por parte da Caixa.

Passo importante

Jair Pedro Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), órgão que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, considera essa proposta global negociada é um passo importante, ao mesmo tempo que defende que o processo de avaliação por mérito seja aperfeiçoado ano a ano.

Segundo ele, o aprimoramento permanente da sistemática e dos critérios passa pela valorização dos salários, “processo que deve resultar na redução do Complemento Temporário Variável de Ajustes de Mercado (CTVA)”, salienta Jáir, que também é vice-presidente da Fenae.

Restabelecida em 2008, após mais de 15 anos de sonegação desse direito pela Caixa, a retomada da promoção por mérito foi decorrência da forte mobilização dos trabalhadores do banco por um novo PCS, que resultou na unificação dos dois Planos de Cargos e Salários existentes até então, o de 1989 e o de 1998.

Também outra conquista importante foi a recuperação de direitos que vinham sendo suprimidos, como as vantagens pessoais, incorporadas pela nova tabela.

Fonte: Contraf-CUT com Fenae

AGENDA: Sistema Diretivo se reúne dia 11

A próxima reunião do Sistema Diretivo da Federação está marcada para o próximo dia 11, quarta-feira, às 11h, na sede da entidade. Em pauta, a reunião anual dos bancos da Rede Internacional; questões relativas ao departamento jurídico; participação dos diretores da Federação em outros fóruns; abertura de novas agências do Bradesco; portas giratórias no Bradesco e Itaú; e informes gerais.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES

CUT reage e diz NÃO a aumento da idade mínima para aposentadoria

Por Marize Muniz


 


CUT Na última reunião da atual Direção Executiva da CUT, realizada na quarta-feira (4), em São Paulo, o presidente da Central, Artur Henrique, conclamou os dirigentes da CUT de todo o país a se prepararem para uma batalha em defesa dos direitos na aposentadoria.


 


Segundo Artur, a luta mais urgente é contra o aumento da idade mínima para aposentadoria em troca do fim do Fator Previdenciário, como quer o governo Federal.


 


“Nós não vamos permitir a implementação de uma idade mínima maior no Brasil. Nossa pauta não tem recuo e, sim, avanços”.


 


O argumento do presidente da CUT leva em consideração a situação de milhares de brasileiros que não têm condições de estudar e só entrar no mercado de trabalho mais tarde, com mais idade, como ocorre nos países mais desenvolvidos. Portanto, esses trabalhadores pagarão mais para receber por menos tempo.


 


“No Brasil”, disse Artur, “infelizmente, as pessoas começam a trabalhar muito cedo para ajudar no orçamento da família, para sobreviver. Muitos enfrentam a rotina dura do corte de cana de açúcar, ou o trabalho nos setores químico, elétrico etc., aos 16 anos, no máximo 17 anos. Esses trabalhadores vão morrer antes de se aposentar. Vão pagar e não vão receber”.


 


Além da luta contra a terceirização que precariza, por melhores condições de trabalho e renda dos servidores públicos e contra a alta rotatividade, o presidente da CUT pediu aos dirigentes que se preparem para grandes mobilizações contra o aumento da idade mínima para aposentadoria.


 


“O grande desafio é avançar nas conquistas da classe trabalhadora. Direito não se reduz, se amplia”, encerrou Artur, citando o mote da Jornada de Lutas que deverá ser aprovada no Congresso Nacional da CUT, que será realizado entre os dias 9 e 13 de julho, no Transamerica Expor Center, em São Paulo.

Fonte: CUT Nacional

Sindicato de Macaé paralisa agência do Itaú em obras

Fios pendendo do teto, reboco prestes a desabar, poeira e pó de cimento em suspensão. Este era o quadro da agência do Itaú na Praça Washington Luis, em Macaé, que está passando por reformas. As condições de trabalho e atendimento eram péssimas e o Sindicato dos Bancários teve que intervir, paralisando o funcionamento da agência por todo o dia na última quarta-feira, 04.

A agência já estava em obras há alguns dias, mas a situação estava aceitável. O problema se agravou na quarta-feira e o sindicato teve de intervir. “Havia fios pendendo do teto e muita poeira. Dava para sentir o pó de cimento no ar. E tinha também material de construção amontoado por todo lado”, descreve Valéria Arantes, diretora do sindicato. O rebaixamento do teto, em gesso, havia sido parcialmente retirado para que se tivesse acesso às instalações elétricas, mas as placas que ainda não haviam sido removidas estavam prestes a desabar sobre os bancários e o público. “Era um verdadeiro canteiro de obras. Naquelas condições, funcionários, clientes e usuários teriam de adentrar no estabelecimento usando Equipamentos de Proteção Individual – EPI como, botas, capacete e etc.”, acrescenta Cícero Nocchi, presidente do sindicato.

Com a paralisação, o banco se viu obrigado a negociar. Ficou acertado que a agência seria desobstruída e limpa a tempo de abrir no dia seguinte, quinta-feira, dia 05. Foram contratados mais operários para agilizar a obra durante a noite e, antes do horário de expediente bancário, a equipe de limpeza foi reforçada com mais três trabalhadores. Quando a agência foi aberta, as condições já eram bem melhores. Tanto que a Defesa Civil, convocada pelo Sindicato para avaliar as condições do local, liberou a unidade para entrada dos bancários e atendimento ao público. “Chegamos a contactar a Secretaria Municipal de Obras, mas não foi preciso apelar para a intervenção do órgão. O banco cumpriu o que havia acordado e a agência teve condições de funcionar”, relata Valéria.

A agência é muito antiga e já abrigou as instalações do BB, antes de sediar uma unidade do Banerj. Desde a privatização do banco estadual, o local não passava por uma grande reforma. A obra era necessária, mas não podia ser realizada com a agência em funcionamento. O sindicato está atento e, caso necessário, vai voltar a intervir para garantir as condições de trabalho e atendimento no local.

Fonte: Da Redação – FEEB-RJ/ES