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CUT e Centrais fazem ato em frente ao Bacen no dia da reunião do Copom


Dirigentes de diversas centrais sindicais fizeram na manhã desta terça-feira, 27, um protesto em frente à sede do Banco Central no Rio de Janeiro. O objetivo era pressionar o Copom a não elevar a taxa Selic durante a reunião que acontece em Brasília.


A Selic, taxa básica de juros da economia, está atualmente em 8,5 % ao ano, depois de seguidas altas desde o início deste ano. O Comitê de Política Monetária – Copom, responsável pela Selic, define na próxima quarta-feira o novo valor da taxa. A reunião dura dois dias e começou nesta terça-feira.


Os bancos são favoráveis ao aumento da taxa para 9 % ao ano e alegam que, com a taxa baixa a inflação sobe. Nos jornais da última semana, os analistas ressaltaram que, caso a Selic suba meio ponto, como estão prevendo, a caderneta de poupança terá rentabilidade mais atraente. O argumento acerta em cheio a camada da população que não aplica em investimentos mais complexos e de maior risco. Mas a Selic alta prejudica todo o resto da economia e ainda torna as operações bancárias mais caras para o consumidor. “O setor bancário é especulativo, não produz nem sequer um parafuso, e só a ele interessa a alta de juros”, ressalta Marcello Azevedo, bancário e dirigente da CUT-RJ.


Dias antes de todas as reuniões do Copom, especialistas do sistema financeiro dão entrevistas aos meios de comunicação em que informam qual a expectativa do mercado quanto ao valor que será definido. Não raro, as expectativas se concretizam. Mas não é mera coincidência. “Estas matérias não passam de pressão do mercado financeiro para que o Copom tome a atitude que é favorável aos bancos. Não é expectativa, é lobby”, avalia Paulo de Tarso, diretor da Fetraf-RJ/ES.


Como em outras ocasiões, os representantes dos trabalhadores fizeram a manifestação para pressionar o Copom a baixar a taxa. “Queremos menos juros e mais empregos”, resumiu Marcello Azevedo.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Contraf-CUT reforça novas mobilizações pela retirada do PL 4330

A Contraf-CUT chama sindicatos e federações de bancários de todo país a fortalecerem as novas mobilizações contra o PL 4330, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), visando barrar qualquer tentativa de terceirização de atividade fim e/ou qualquer outro projeto que vise precarizar as relações de trabalho. Haverá manifestações na sexta-feira, dia 30, e na próxima terça e quarta-feira, dias 3 e 4 de setembro, em Brasília.


Conforme resolução da Executiva Nacional da CUT, aprovada na última quinta-feira, dia 22, em São Paulo, “a retirada do PL 4330 é a condição de uma verdadeira negociação sobre a regulamentação da terceirização”.


30 de agosto: dia nacional de mobilização e paralisação


A derrubada do PL 4330 será reforçada nesta sexta-feira, dia 30, quando ocorre o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, organizado pela CUT e demais centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora, que inclui fim do fator previdenciário; redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário; 10 % do PIB para a educação; 10 % do orçamento da União para a saúde; transporte público e de qualidade; valorização das aposentadorias; reforma agrária e suspensão dos leilões do petróleo.


Mesa quadripartite


Na próxima segunda-feira, dia 2, será encerrada a negociação da mesa quadripartite, em Brasília, onde a CUT vai reafirmar a posição de não aceitar a terceirização em atividade-fim, exigir a responsabilidade solidária da empresa contratante, o direito à informação prévia e o direito de representação sindical.


Mesmo após inúmeras rodadas de negociação na Mesa Quadripartite, até agora as negociações em torno do PL 4330 não avançaram em pontos fundamentais, o que se deve à intransigência dos representantes dos empresários, liderados pelo negociador da Fenaban, Magnus Apostólico, e do relator do PL na CCJC, deputado Arthur Maia (PMDB-BA), que não abrem mão de impor aos trabalhadores a terceirização ilimitada com as conhecidas consequências nefastas, precarizando direitos e salários.


3 e 4 de setembro: mobilização em Brasília


Na próxima semana, nova mobilização será realizada em Brasília. Na terça e quarta-feira, dia 3 e 4, centenas de bancários e de outras categorias de trabalhadores estarão visitando gabinetes de parlamentares e acompanhando as reuniões da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, onde pode ser votado o PL 4330.


“A participação dos bancários foi determinante nas mobilizações nos dias 13 e 14 de agosto e nos dias 9 e 10 de julho, quando evitaram a votação do PL 4330, abriram espaço de negociação e deram exemplo de unidade e luta na defesa dos interesses da classe trabalhadora”, salienta o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Contamos novamente com a presença dos bancários de todo país”, completa.


Posição do governo


Em entrevista exclusiva à Rádio Brasil Atual e à Rádio ABC, de São Bernardo do Campo (ABC paulista), a presidenta Dilma Rousseff afirmou na última segunda-feira, dia 19, que o governo federal é contra qualquer processo que comprometa os direitos dos trabalhadores. “A posição do governo é que não concordamos com qualquer processo que comprometa direitos dos trabalhadores, que impactem a negociação coletiva ou precarizem as relações de trabalho”, disse.


Enquanto isso, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, defendeu em reportagem publicada nesta segunda-feira, dia 26, no jornal O Globo “a ampliação da terceirização para todas as atividades da economia, não apenas as atividades meio”.


“Criticamos com veemência a postura do ministro, que está na contramão da manifestação da presidenta Dilma, e reafirmamos a posição histórica da CUT de não admitir a retirada de direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras”, afirma o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira.

Fonte: Contraf-CUT

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Especialistas apontam riscos de projeto que legaliza a terceirização

Por Leonardo Sakamoto


A Câmara dos Deputados está prestes a aprovar um projeto que amplia os casos em que pode ocorrer terceirização no Brasil.


– Ah, japa, mas eu não tenho nada a ver com isso.


Bem, se você não se preocupa com décimo-terceiro salário, adicional de férias, FGTS e Previdência Social, então nem leia esse post. Tem umas histórias legais sobre a Miley Cyrus para você se entreter.


Caso contrário, deveria saber que o projeto de lei 4330/2004, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), legaliza a contratação de prestadoras de serviços para executarem atividades-fim em uma empresa. Ou seja, de uma hora para outra, a empresa em que você trabalha pode pedir para você abrir uma empresa individual e começar a dar nota fiscal mensalmente para fugir de impostos e tributos.


Por exemplo, uma usina de cana contrata trabalhadores de outra empresa para produzir cana para ela. Dessa forma, se livra dos direitos trabalhistas e sociais a que seu empregado teria direito, jogando a batata quente para o colo de uma pessoa jurídica menor. Que nem sempre vai honrar os compromissos assumidos, agir corretamente ou mesmo pagar os salários. Antes da ação do poder público para regularizar essa esbórnia, havia usinas no interior paulista sem um único cortador de cana registrado, enquanto milhares se esfolavam no campo para garantir o açúcar do seu cafezinho e o etanol limpo do seu tanque.


Casos famosos de flagrantes de trabalho escravo surgiram por problemas em fornecedores ou terceirizados, como Zara, Le Lis Blanc, MRV, entre tantos outros. O governo federal e o Ministério Público do Trabalho puderam responsabilizar essas grandes empresas pelo que aconteceu na outra ponta por conta de uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que garante a responsabilidade sobre os trabalhadores terceirizados na atividade-sim.


O projeto de lei de Mabel quer mudar isso, entre outros pontos polêmicos. Centrais sindicais afirmam que isso pode contribuir com a precarização do trabalho. Reclamam que, transformado em lei, os chamados “coopergatos” (cooperativas montadas para burlar impostos) e as pessoas-empresa (os conhecidos “PJs”) irão se multiplicar e o nível de proteção do trabalhador cair.  Segundo eles, setores como empresas têxteis, de comunicações e do agronegócio têm atuado pela legalização da terceirização em qualquer atividade com pesados lobbies no Congresso Nacional.


“Ah, mas eu quero ser livre para fazer ser frila.” Beleza, fique à vontade. Mas e quem tem um emprego fixo e quer alguma estabilidade e segurança, condições conquistadas a duras penas e presentes na Consolidação das Leis do Trabalho? Quem diz que a CLT é anacrônica ou não vive pelo salário ou precisa fazer uma avaliação urgente sobre sua própria vida.


Recentemente, os trabalhadores tomaram um susto. Perceberam que não podem contar com o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias (PDT). Ele deu uma declaração defendendo a aprovação de uma forma que vai ao encontro do que pediu o empresariado na comissão quadripartite (que incluiu também governo, parlamentares e trabalhadores), montada para discutir o tema. Ministro do Trabalho. E Emprego.


De acordo com um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Central Única dos Trabalhadores, em média um trabalhador terceirizado trabalha três horas a mais por semana e ganha 27 % menos que um empregado direto. No setor elétrico, por exemplo, a taxa de mortalidade de um funcionário de uma prestadora é 3,21 vezes superior ao de um trabalhador de uma empresa contratante.


A terceirização tresloucada transforma a dignidade em responsabilidade de ninguém. Mais ou menos assim: Um consórcio contrata o Tio Patinhas para tocar um serviço, que subcontrata a Maga Patalógica, que subcontrata o Donald, que deixa tudo na mão de três pequenas empreiteiras do Zezinho, do Huguinho e do Luizinho. Às vezes, o Zezinho não tem as mínimas condições de assumir turmas de trabalhadores, mas conduz o barco mesmo assim. Aí, sob pressão de prazo e custos, aparecem bizarrices. Depois, quando tudo acontece, Donald, Patalógica, Tio Patinhas e o consórcio dizem que o problema não é com eles – afinal, eles não rabiscaram carteira de trabalho alguma. E aí, ninguém quer pagar o pato – literalmente. Ficam os trabalhadores a ver navios, como Patetas.


Aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados (em caráter terminativo), vai para o Senado. E de lá para a sanção presidencial. Aposto um santinho de campanha que, se isso ocorrer este ano, Dilma vai fazer média e não vetará os dispositivos danosos ao trabalhador. A menos que o mesmo trabalhador faça barulho.


Solicitei a três atores do direito, especialistas no tema, que explicassem as consequências negativas para os trabalhadores caso o projeto de lei seja aprovado. Dêem uma olhada nas avaliações. Se após isso, continuarem achando que não nada lhe diz respeito ou que a discussão sobre direito do trabalhador é coisa de comunista, faça-me um favor: não se sinta culpado quando seu filho ou filha perguntar, daqui a uns anos, algo do tipo “mãe, pai, o que é emprego?”


Rafael de Araújo Gomes, procurador do trabalho da 15a Região


A consequência da aprovação de projetos sobre o tema em trâmite no Congresso Nacional é que poderá uma empresa, se assim desejar, terceirizar não apenas parte de suas atividades, mas todas elas, não permanecendo com qualquer empregado. Teríamos então uma empresa em funcionamento, com atividade econômica, mas sem nenhum funcionário.


Tomemos, para melhor visualização de tal disparate, autorizado pelos projetos, o caso do banco Bradesco, empresa com capital social superior a 30 bilhões de reais e mais de 70 mil empregados.


Aprovada a terceirização nos moldes pretendidos, nada haverá na legislação que impeça o Bradesco de livrar-se de todos os seus empregados, permanecendo com nenhum, mediante a terceirização de todas as funções. Se tal opção for economicamente vantajosa ao banco, ela poderá ser adotada. Teremos então uma empresa com capital social, faturamento e lucro da ordem de vários bilhões de reais, e nenhum empregado, ou seja, nenhum ônus trabalhista.


Parece o cenário com o qual sonharam os banqueiros de todas as épocas em seus devaneios mais loucos, não? Todos os lucros, e nenhuma responsabilidade. Pois tal sonho de qualquer capitalista poderá enfim se transformar em realidade, em nome da “modernidade” e da “competitividade”.


Renato Bignami, auditor fiscal do trabalho em São Paulo


Ao autorizar, via processo legislativo, a subcontratação da principal (ou principais) atividade(s) de determinada empresa, sem que haja uma contrapartida jurídica de manutenção da garantia do equilíbrio contratual, a exemplo da responsabilização solidária, o legislador está dando um tiro de misericórdia no direito do trabalho.


Todas as relações irão se dar com base no direito civil/mercantil, privatistas ao extremo. Futuramente não haverá mais empregados. Quem irá contratar uma pessoa que reclama, que fica grávida, que falta ao serviço, que não abaixa a cabeça e atende a todo tipo de ordem, e que, além do mais, custa o dobro e possui direitos pétreos, como limite de jornada de trabalho e piso salarial? Irá naturalmente contratar uma empresa terceirizada, que, por sua vez, também irá contratar uma quarteirizada e que, em última análise, contratará um micro-empreendedor individual, por exemplo, sem que isso possa ser considerado fraude, à luz da legislação proposta pelo deputado federal Sandro Mabel.


Trata-se da externalização total e completa dos riscos da atividade econômica sem que haja um mínimo de divisão dos lucros dela advindos, via valorização do trabalho. Nossa sociedade terá uma lei que valoriza a liberdade de empresa (princípio da livre iniciativa) ao extremo, sem garantir a proteção que o direito do trabalho buscou construir, no decorrer dos últimos 90 anos. No entanto, devemos sempre lembrar que a Constituição é clara, no artigo 1º, inciso IV, ao afirmar que o Brasil constitui-se em um Estado Democrático de Direito que tem por fundamento os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, em iguais proporções. O PL 4330 subverte esse princípio e “desregula” a balança, em nítido desvalor do trabalho. Caso o PL seja convertido em lei será o caos e seguramente não colaborará nem para garantir segurança jurídica aos empresários e, muito menos, para construir coesão social, tão necessária nos dias de hoje, em que vemos a população sair às ruas clamando por melhores condições de vida.


Por fim, teremos a legislação mais liberal do mundo ocidental, mais ainda que a lei chilena e seguramente mais que qualquer ordenamento europeu (todos garantem, pelo menos, que haja solidariedade jurídica entre os elos). Iremos de encontro à Recomendação 198, da Organização Internacional do Trabalho, que sugere um maior nível de proteção à relação de emprego, e uma valorização crescente do princípio da primazia da realidade como fundamental na determinação da relação de trabalho. Enfim, o PL legitima todo tipo de fraude a que estamos acostumados a denunciar e a atacar, no curso da atividade inspecional. Um verdadeiro retrocesso.


Marcus Barberino, juiz do Trabalho da 15a Região


O pior cenário é não haver nenhuma defensa ao direito de negociação coletiva e de representação sindical. Ao permitir o deslocamento de uma atividade estratégica da empresa para qualquer prestador de serviço, você está alterando de modo unilateral a formação dos contratos coletivos de trabalho e, por via indireta, dos contratos individuais.


Outra dimensão dramática é não estabelecer a solidariedade entre prestadores e tomadores. Se eles criam os riscos não podem ter limitação quanto à responsabilidade dos riscos em face de terceiros.


A questão, tal como posta, acaba por colocar o crédito do trabalhador em posição de proteção jurídica inferior a de um particular (pois aqui incide as regras do Código Civil) e da União (cuja violação de créditos tributários implica responsabilidade solidária dos devedores).


Enfim é a mercantilização tão violenta quanto na época da revogação da “poor law” inglesa em 1834.

Fonte: Blog do Sakamoto

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Itaú condenado a pagar diferenças salariais

A diretora da Fetraf-RJ/ES Leonice Pereira conseguiu mais uma vitória contra o Itaú. O salário-base da bancária foi pago incorretamente por vários meses, com rubricas e valores que não batiam. Em algumas ocasiões chegou a haver redução real do valor pago. Além dos prejuízos imediatos, a redução também teve impacto sobre cálculos de verbas como INSS, FGTS, férias e 13º salário.


A sindicalista acionou o banco e obteve no último dia 26 uma tutela antecipada para a regularização do valor do salário-base em 48 horas, com as devidas correções. Caso o banco não cumpra a determinação, terá que pagar multa diária de R$ 1 mil.


Para Leonice Pereira – que já acionou o banco outras vezes, sempre que se sentiu lesada – a vitória é reconfortante. “Se não correr atrás, não ganha. Eu percebi que havia erro no meu contracheque e perguntei ao RH sobre a diferença. Mas o banco disse que estava tudo certo e eu sabia que não estava. Então, decidi acionar o Itaú e agora vou receber o que o banco deixou de me pagar no passado. Tem que ficar ligado”, recomenda.


Clique aqui e confira o texto da tutela antecipada.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Sindicatos da base fazem Dia de Luta por avanço nas negociações

Os sindicatos da Baixada Fluminense, Campos, Petrópolis, Rio, Teresópolis e Três Rios fizeram paralisações e manifestações pelo Dia Nacional de Lutas dos Bancários neste dia 22 de agosto. O motivo das atividades foi o ritmo lento das negociações com os banqueiros e, principalmente, a postura dos banqueiros, que vêm negando todas as reivindicações.


Na Baixada, os sindicalistas percorreram em caravana as agências de Nilópolis e Mesquita na quinta-feira e Magé e Queimados na sexta-feira. Em Campos houve retardamento da abertura em duas horas, com concentração no Santander, em função da onda de demissões. Os bancários de Petrópolis também focaram no banco espanhol, em solidariedade à morte do bancário e da vigilante em Angra dos Reis. No Rio de Janeiro, houve manifestação em frente ao prédio da Caixa na avenida Almirante Barroso, onde funciona a administração do banco no estado. O Calçadão do centro de Teresópolis foi o local escolhido pelos sindicalistas para realizar uma manifestação, devido à proximidade da maioria das agências bancárias e à grande circulação de pessoas. Em Três Rios o sindicato fez manifestação nas portas das agências, distribuindo cachorro-quente, em referência à “cachorrada” dos banqueiros na mesa de negociação.


Luto


Em Angra dos Reis, o sindicato espalhou pelas agências um cartaz com a palavra LUTO, para protestar contra o descaso do Santander com a segurança. Na última quarta-feira, o bancário Igor Henrique Batista Alves da Silva e a vigilante Verônica Soares, que trabalhavam no PAB da Eletronuclear, foram executados por bandidos durante um assalto. As agências do banco no centro de Angra, em Praia Brava e em Mambucaba não abriram nem na quinta, nem na sexta-feira.




 


 


 


 


 


 


 


 


 


Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Miriam Focchi visita locais de trabalho para conversar com bancários do BB

A diretora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, eleita pelos funcionários, Miriam Focchi, esteve no Rio de Janeiro na última semana para levar aos colegas algumas notícias sobre a caixa de assistência.


Na primeira reunião, no dia 15, no auditório do Sedan, Miriam esteve acompanhada da presidente do Conselho Deliberativo, Fernanda Carisio, dos conselheiros deliberativos Loreni de Senger e Mário Engelke, da gerente da unidade Rio, Adriana Sarmento, e do presidente do Conselho de Usuários, Douglas Leonardo. No dia seguinte Miriam esteve no Andaraí e na Fetraf-RJ/ES, também apresentando os números da Cassi.


Para os bancários da rede que não puderam estar presentes às reuniões, Miriam oferece algumas explicações através do vídeo a seguir:

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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ANGRA: Bancários do Santander não trabalham, em luto por colega e vigilante mortos

Foto: Seeb-Angra 


Bancários e vigilantes das agências do Santander em Angra dos Reis não trabalharam durante toda a sexta-feira, dia 23, em luto pela morte dos colegas mortos num assalto ao PAB da Eletronuclear. Antes do expediente bancário, funcionários dos demais bancos que têm agências no centro do município se reuniram em frente à unidade do Santander para prestar solidariedade aos colegas.


Depois de decidirem que não trabalhariam durante todo o dia, os bancários e vigilantes das agências do Santander se dirigiram à sede do sindicato, onde realizaram uma reunião. Nas duas horas em que permaneceram no local, os trabalhadores relataram uma série de problemas com que convivem diariamente. Algumas queixas eram de situações absurdas e ilegais que os sindicalistas, mesmo visitando regularmente as agências, desconheciam. “Muitos bancários não denunciam as irregularidades ao sindicato com medo de represálias. Mas é preciso que nos procurem, para que possamos reivindicar ao banco a solução dos problemas”, pondera Jorge Valverde, diretor do sindicato.


No dia do assalto todas as agências bancárias do município de Angra dos Reis tiveram cartazes com a palavra luto afixados a suas fachadas. As mortes do bancário e da vigilante comoveram não só os trabalhadores de bancos, mas toda a sociedade.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES

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Brasil e Nero

Frei Betto *


Ando às tontas com a conjuntura brasileira. Na economia, os índices lembram uma gangorra. Os investidores trafegam em areia movediça.


O Banco Central, frente ao dólar, lembra meu avô com seu cão Nero. Preso no quintal, este se inquietava quando à casa se aproximava uma visita. Os latidos prenunciavam a abertura do portão. Tão logo meu avô dava as boas vindas ao visitante, Nero, assanhado, livrava-se da coleira que o prendia ao canil e avançava sobre o estranho. Meu avô cobria o animal de safanões, desdobrado em desculpas.


A trégua era pouca. De novo, vinha Nero acelerado, rosnando, avançando sobre o estranho que lhe despertava o ciúme.


O dólar sobe, o Banco Central se empenha em abatê-lo, os investidores estrangeiros dão sinais de abandonar o barco Brasil, o governo acena com benesses e discursos otimistas.


Como denunciou o papa Francisco, se a Bolsa cai, acende-se nas elites o alarme da inquietação. O ouro transformado em pó de mico. Se, em consequência, a miséria aumenta, quem se importa, exceto os que não têm ações e sofrem a fome? Dois pontos a menos na Bolsa causam mais preocupação na mídia que duas mil pessoas levadas à morte por dia por falta de nutrientes básicos.


Enquanto a economia navega ao sabor de ventos imprevistos, o governo se arma de medidas “contracíclicas” a fim de manter acorrentado o dragão da inflação. Como meu avô se esforçava com Nero. “Qualquer desatenção, faça não. Pode ser a gota d’água”, alerta Chico Buarque. Tudo de olho nas eleições de 2014, o Norte que imanta a bússola Brasil.


Até maio tudo parecia sob controle, com altos índices de aprovação bafejando o ego do governo. Até que as ruas transbordaram de manifestantes. A nação, deitada em berço esplêndido, acordou.


Houve melhorias em 10 anos de governo do PT? Sem dúvida. Aí estão os Índices de Desenvolvimento Humano dos Municípios divulgados pelo IPEA; a queda significativa do valor da cesta básica; o aumento da renda e da longevidade dos brasileiros.


Vejam nossas ruas: entupidas de carros facilitados por créditos abundantes e prestações que quase se estendem ao Juízo Final.


Tudo parecia o país de Alice, uma maravilha! A desoneração da linha branca permitiu, a grande número de famílias brasileiras de baixa renda, adquirir geladeira, fogão, máquina de lavar e outros eletrodomésticos.


No interior do Nordeste o jegue deu lugar à moto e, na Amazônia, o remo ao motor de popa. Qual fênix livre das cinzas da pobreza, o brasileiro criou asas e alcançou melhores condições de vida. Os aeroportos, repletos, perderam o glamour de espaço reservado à elite. Chinelos de dedos são vistos nas salas de espera e, fora do país, o comércio aprende meia dúzia de palavras em português para bem receber esses turistas que, por semestre, despejam bilhões de dólares nos balcões das lojas.


Alice se transformou em bruxa? O que sucedeu? Se tudo ia bem, por que tantos protestos?


O governo subestimou o senso crítico do povo. Não criou canais de diálogo com os movimentos sociais (tolerados, mas não valorizados), nem com a base aliada. Súbito, viu Nero insatisfeito soltar-se da corrente.


O que deseja essa gente? Simples, caro Watson. Em países desenvolvidos, como Inglaterra, Holanda e Suécia, primeiro o governo assegurou à população bens coletivos, como transporte, educação e saúde. A “linha pública” precedeu a linha branca.


No Brasil, enveredou-se pela via contrária. Temos geladeiras, mas há que tomar cuidado para não beber muita água gelada. Pode irritar a garganta e causar rouquidão. O SUS, nosso sistema público de saúde, tem a (des)qualidade de nossos ônibus urbanos, e os planos privados de saúde se equivalem a uma matrícula mensal em escola particular.


O governo alegava falta de recursos para atender às demandas dos bens coletivos. O povo, paciente, acreditou. Até que o Brasil se transformou num imenso parque desportivo: Copa das Confederações; Copa do Mundo; Olimpíadas e Paraolimpíadas. Como na história infantil de “João e o pé de feijão”, estádios fabulosos brotaram como por encanto do chão. Até o Maracanã mereceu nova reforma, para gáudio das empreiteiras.


Ora, como não há dinheiro para ampliar o metrô, qualificar a educação e tornar acessível aos pobres o bom atendimento de saúde?


O rei está nu e a base aliada não sabe agora com que roupa comparecerá nas eleições de 2014. O governo federal vacila, ou melhor, oscila entre permanecer refém da promíscua aliança consagrada pelo “toma lá, dá cá” e as reformas de estruturas – política, tributária, agrária etc. – pelas quais a nação clama há um século e, em resposta, escuta apenas promessas que jamais se tornam realidade.


Pior que um bando de vândalos sair pelas ruas quebrando o patrimônio público e privado é usar recursos públicos para alimentar a ganância insaciável da especulação financeira e dos que mamam nas tetas do Estado graças às licitações fajutas e às obras faraônicas onde a corrupção grassa sem que os olhos da fiscalização enxerguem e o braço da punição alcance.


 


* Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros.
www.freibetto.org    twitter: @freibetto.






Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquermeio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária (
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Fonte: Frei Betto

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Carta da Vó


Frei Betto *


 


Querido neto,


Daqui das alturas celestiais, olho espantada e surpresa as mudanças no Brasil. Nunca pensei que essa garotada fosse trocar as baladas pelas ruas, o consumismo pelos protestos, a democracia delegativa pela democracia participativa.


Pegos de calça curta, o governo federal e o Congresso deram início ao debate e aprovação de questões engavetadas há décadas: reforma política, projeto que classifica as práticas de corrupção ativa e passiva de crime hediondo, voto secreto, exigência de ficha limpa para funcionários do legislativo, 75 % dos royalties do pré-sal para a educação e 25 % para a saúde. O projeto sobre a Cura Gay foi arquivado, assim como a PEC 37. O diálogo com os movimentos sociais deverá se iniciar. E governos estaduais e prefeitos reduziram tarifas de transportes públicos.


Como as velhas raposas da política brasileira não têm mesmo vergonha na cara, adotaram o Passe Livre nos jatinhos da FAB e embarcaram parentes e amigos rumo a festas de casamentos e jogos de futebol. Tiveram que ressarcir os cofres públicos e, agora, espero que haja transparência no uso de aviões pertencentes ao poder público.


Os campeões de aprovação em pesquisas de opinião pública despencaram e o jogo eleitoral de 2014 embaralhou.


Espero que essa juventude tão ousada não fique apenas nos protestos, mas tenha também propostas, projetos, programas. Ecrie condutos políticos para revolucionar o país, de modo a aprimorar a democracia participativa.


Enganam-se os partidos pensando que são os únicos condutos políticos. Democracia não é sinônimo de partidocracia. É governo do povo, para o povo, com o povo. E é isso que as ruas demonstram: o anseio de um governo que sirva ao povo e atenda as suas justas reivindicações, e não aos interesses do agronegócio e do capital financeiro. Quefaça finalmente a reforma agrária, sem a qual o Brasil digno e livre não terá futuro.


É preciso organizar a esperança. Tornar essa garotada viciada em utopia, como ocorreu com a sua geração que tinha 20 anos na década de 1960. Vocês não queriamapenas mudar o cabelo, a moda e a sexualidade. Queriam mudar o Brasil e o mundo. Para o bem ou para o mal, toda realidade é fruto de sonhos.


Peço ao bom Deus que não permita que essa juventude que inundou as ruas do Brasil seja tomada pelo cansaço, pela decepção e pela desesperança. Espero que não seja cooptada pelo sistema, como ocorreu com a esquerda europeia após a queda do Muro de Berlim, nem pelo pragmatismo da chamada governabilidade, que levou partidos progressistas do Brasil a se atrelarem ao caciquismo das velhas raposas que ainda hoje fazem da política brasileira seu galinheiro.


Minha esperança é que a reforma política venha a aposentar todos esses carreiristas que jamais governaram em defesa dos direitos dos pobres e mudar todas essas instituições que garantem a eles imunidade e impunidade.


Bênçãos de sua vó Zina.


 


* Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros.
www.freibetto.org    twitter: @freibetto.






Copyright 2013 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquermeio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. Contato – MHPAL – Agência Literária (
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Fonte: Frei Betto

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Bancário e vigilante foram vítimas do descaso com segurança


O assalto ao PAB da usina nuclear de Angra dos Reis, na tarde da última quarta-feira, 21, que terminou com as mortes da vigilante Verônica Soares, de 24 anos, e do bancário Igor Henrique Batista Alves da Silva, de 22, expõe uma variada gama de irregularidades no funcionamento da unidade. O posto, vinculado à agência de Praia Brava, tinha apenas quatro meses de funcionamento e operava somente com um bancário e um vigilante.


As irregularidades são muitas. “O erro começa já no layout do posto, que tinha porta voltada para fora da usina. Além de atender aos funcionários da empresa – como determina a norma de funcionamento dos PABs – o posto atendia também a clientes comuns”, destaca Paulo Garcez, diretor da Federação. Outra irregularidade dizia respeito ao acesso do bancário morto às informações. “O Igor era caixa, não era gerente, nem coordenador. Ele não podia ter senha do cofre. Mas, como ele era o único bancário que trabalhava no local, tinha acesso ao código”, acrescenta o dirigente.


A circulação de pessoas no local também já havia mudado neste curto período de funcionamento. Inicialmente, o PAB serviria somente aos funcionários da própria usina. “Os trabalhadores de construção civil que atuam na obra da usina de Angra 3 seriam pagos na agência de Praia Brava. Mas houve uma mudança e eles passaram a receber pelo PAB também. No dia do pagamento, o movimento era enorme, lembra o sindicalista Jorge Raimundo, que acompanha o desdobramento dos fatos.


Segundo a assessoria de imprensa da Eletronuclear, como o PAB fica dentro do terreno da usina, mas a porta é voltada para fora, a empresa não responsabiliza pela segurança, que seria encargo da polícia militar. Em curtíssima nota, a direção da Eletronuclear lamenta o ocorrido, mas ressalta que o estabelecimento bancário fica fora de seu perímetro de segurança nuclear.


Novo, mas já violado


Mesmo novo, o PAB já havia sofrido outra ação de ladrões, há cerca de 20 dias, quando malotes contendo R$ 150 mil foram levados. A ação aconteceu durante o procedimento de abastecimento do caixa eletrônico que fica dentro da usina, fora do PAB. Como a Eletronuclear não permitia o ingresso do carro forte em suas dependências, um bancário tinha que pegar os malotes no PAB, colocá-los em seu carro e entrar nas dependências da empresa para levar o dinheiro até o caixa eletrônico. Neste trajeto, foi rendido pelos assaltantes.


Na ocasião, o vigilante que atuava no PAB se queixou da segurança precária ao diretor do Seeb-Angra, Jorge Raimundo. “O rapaz me disse que a visibilidade era muito ruim, por causa dos vidros e das persianas. De dentro do PAB ele não conseguia ver o que se passava fora, e isso o deixava inseguro. Ele me disse que, se alguém tentasse assaltar o posto, seria pego de surpresa”, relata o sindicalista. O sindicato fez a sua parte, mas o banco, não. “Quando ocorreu o assalto anterior comunicamos ao Santander as péssimas condições de segurança. A porta não é giratória nem tem detector de metais. A unidade é vulnerável, fica do lado de fora de Angra 3. Então é uma área de livre acesso. Os assaltantes entraram sem dificuldades e mataram os dois”, lamentou Rogério Salvador, presidente do sindicato.


Difícil investigar


A falta de segurança no local não só facilita a ação dos bandidos, mas também dificulta as investigações. “É fácil entrar numa agência que só tem uma vigilante e sem porta giratória com detector de metais. Mas, como não há câmeras, é muito difícil identificar os assaltantes. A polícia esteve no PAB até tarde no dia do crime, fazendo perícia e colhendo impressões digitais. Agora temos que esperar o resultado das investigações”, informa Jorge Raimundo.


Quanto ao plano de segurança do PAB, sem o qual a nenhum estabelecimento bancário pode funcionar, ninguém sabe dizer ao certo. O Santander afirma que existe, mas o sindicato nunca o viu. Só o que a entidade ouviu foram promessas. “Quando houve o roubo do malote, a segurança do banco esteve aqui e disse que instalaria mais dispositivos de segurança. Mas isso não aconteceu ainda e, infelizmente, a consequência foi a morte de dois trabalhadores”, lastima Jorge Raimundo.


Luto e luta


Em sinal de respeito pela morte de Verônica e Igor, agências do Santander do centro de Angra, de Praia Brava e de Mambucaba não abriram. “O PAB também ficou fechado, não há nenhuma condição da unidade funcionar”, informa Rogério Salvador. Acompanhando o luto da Costa Verde, os sindicatos da Baixada Fluminense e Petrópolis também concentraram as ações do Dia Nacional de Luta dos bancários a unidades do Santander em suas bases.


O sepultamento de Verônica deve ocorrer até o fim do dia de hoje, no cemitério da Vila Histórica de Mambucaba, onde a vigilante morava. O corpo de Igor será trasladado para Volta Redonda, cidade onde reside sua família, e deverá ser sepultado na sexta-feira.


O Santander emitiu uma nota de três linhas lamentando o ocorrido e informando que está prestando assistência às famílias das vítimas e colaborando com as investigações.

Fonte: Da Redação – Fetraf-RJ/ES